Em nome da Lei - Capítulo 01

Um conto erótico de Th1ago-
Categoria: Gay
Contém 1668 palavras
Data: 23/07/2022 17:17:46
Última revisão: 23/07/2022 17:23:09

Nova Iorque - Agosto de 2022

-Você sabe que só receberá de volta seu distintivo quando contar tudo o que aconteceu, não sabe? - Disse Dr. Elias me encarando.

-Eu já entendi essa porra - esbravejei - mas eu quero que entenda que apenas fiz o meu trabalho. Se alguém morreu por conta disso, eu sinto muito, de verdade. Eu só fiz o meu trabalho.

-E como você se sente com isso? -ele perguntou enquanto me encarava fixamente.

-Não me venha com frases prontas de psicólogo, apenas me de a liberação que eu preciso para voltar a trabalhar.

-Eu te dou a liberação assim que você me contar tudo exatamente como aconteceu.

-Tem um filho de uma puta solto por aí com ele de refém em algum lugar, ele está precisando da minha ajuda, e você está me fazendo perder tempo. - gritei tentando me segurar ao máximo para não chorar.

-Ele morreu Lucas - ele disse.

Quando eu ouvi aquela frase eu comecei a desabar em lágrimas. Eu tinha certeza que ele não estava morto, isso tudo era uma armação. Era o que queriam que eu pensasse.

-Eu tenho certeza que ele está em algum lugar precisando de mim -respondi enxugando minhas lágrimas.

-Então vamos refazer todos os passos dele, eu te ajudo. - disse Dr. Elias - Se ele estiver mesmo vivo e você tiver qualquer evidência disso, eu te dou sua liberação na hora para voltar a trabalhar.

Fiquei o encarando fixamente. Não havia mais o que fazer, ou eu concordava ou eu investigava por conta própria, mas isso faria com que eu jogasse toda minha carreira fora, e sem a polícia de Nova Iorque ao meu lado, seria muito mais difícil conseguir avançar com o caso.

-Eu conto - respondi - mas se algo acontecer com ele durante esses dias que a Policia de Nova Iorque está fazendo eu perder aqui, trancado nessa porra dessa sala, eu juro, eu vou me tornar o pior inimigo que esse país já teve.

- Sou todo ouvidos.

6 meses atrás...

Peguei meu copo de café em uma cafeteria próxima a minha casa que eu já estava acostumado a ir. Entrei no meu carro e segui rumo a cena do crime com meu mau humor matinal. Eu juro que adoraria entender como as pessoas conseguem acordar antes das 10 horas da manhã sorrindo. Também queria entender que assassino que se preze resolve matar as pessoas antes das 10h, eu achava muito cedo até para cometer um assassinato.

Esse assassinato tinha ocorrido em uma praça pública bem movimentada no centro da cidade, então eu já esperava que tivesse bastante pessoas curiosas no local. Assim que cheguei, confirmei o que até então eu já esperava.

Alguns curiosos tentavam adentrar a cena a todo custo para tirar fotos e bisbilhotar enquanto os policiais faziam de tudo para afastá-los. Por um tempo fiquei apenas de longe, encarando a cena e observando tudo ao redor enquanto terminava o meu café. Rotas de fuga, possíveis esconderijos, câmeras próximas. Observei tudo e um pouco mais antes de me dirigir a fita amarela que separava as pessoas da cena do crime.

- Detetive Lucas, Polícia de New York- disse mostrando meu distintivo aos policiais que já estavam na cena e imediatamente fui rodeado de repórteres .

-Detetive Lucas? Estamos falando de um Serial Killer a solta em nossa cidade? -um repórter gritou apontando seu microfone pra mim.

Ainda não posso dar nenhuma resposta precipitada, contudo, estamos fazendo nosso possível para encontrar o assassino - respondi ao repórter e virei as costas imediatamente para evitar outras perguntas. - Eu quero toda essa área isolada, ninguém entra e muito menos sai. - falei para o policial que estava a meu lado.

Segui em direção ao corpo jogado no chão. Já era o quarto corpo encontrado em menos de uma semana, mas dessa vez tinha uma coisa diferente. A vítima era uma mulher loira, diferente das outras três primeiras vezes, onde todas as vítimas eram ruivas.

- Cadê a merda do meu novo Detetive ajudante? - esbravejei fazendo com que todos parassem o que estavam fazendo e ficassem me olhando em silêncio.

- Estou aqui senhor – disse uma voz saindo dentre os peritos atrás de mim – Detetive Daniel, mas todos me chamam de Dan.

- Eu não sou todo mundo – disse já irritado sem ao menos me dar o trabalho de olhar para trás - eu quero que você abra um chamado de Serial Killer a solta. Não se trata de um assassino comum, já é o 4º caso essa semana, ou seja...

-Estamos tratando de um assassino em série. - disse o detetive Daniel completando minha frase - mas eu tenho uma dúvida senhor, assassinos em série geralmente seguem um padrão, correto? Pelo que estudei do caso ele costumava matar mulheres ruivas e agora...

- Você quer me ensinar a trabalhar detetive Josh? - disse virando para trás para olhá-lo e descobrindo o quanto ele era bonito.

Ele tinha cerca de 1,80 de altura, com seus olhos castanhos, barba feita, cabelos negros e um porte físico bem forte por conta de sua profissão.

- Daniel, meu nome é Daniel – ele disse olhando em meus olhos.

-Então Daniel... - disse tentando encontrar as palavras, porém estava totalmente hipnotizado por aqueles olhos – o fato do assassino mudar os padrões dele quer dizer que ele está inseguro, que estamos chegando cada vez mais perto dele.

-Entendo senhor, vou abrir o chamado agora mesmo - disse ele pegando seu celular.

Comecei a rodear o corpo da vítima, ela estava deitada no chão de uma das ruas mais movimentadas da cidade. Vestindo uma roupa que outrora foi branca, agora se via apenas o vermelho do sangue, coberta de rosas brancas por cima de todo seu corpo, e com um X cortado em sua testa, como em todos os outros crimes.

-Qual o nome da vítima? -perguntei a médica legista que estava ajoelhada a seu lado.

-Vitima sem identificação - ela respondeu - não foi encontrado nenhum documento em sua carteira, apenas dinheiro, um cartão de crédito no nome de Saulo Rosa e um saco plástico em seu bolso junto com uma bolinha de brinquedo.

-A vítima tinha um cachorro -Daniel sussurrou

-Sim - respondi - ao que tudo indica ela saiu de casa para passear com seu cachorro e acabou morrendo no caminho. Sabemos que a vítima deve morar aqui por perto, procurem nas câmeras de segurança. Quero saber se dá para ver alguma coisa. Aliás, alguém viu algum cachorro por aí?

Antes que eu pudesse falar qualquer coisa, a cena do crime começou a ser rodeada por diversos carros pretos nos quais foram saindo agentes de preto.

- FBI, comandante Rick – disse o comandante da operação se dirigindo em minha direção - esse caso agora é meu, e eu não quero mas ninguém da polícia de Nova Iorque me atrapalhando. Por favor, retire todos os curiosos de perto e me entregue um relatório em 5 minutos de todos os casos relacionado a esse padrão de assassinato.

- Filho de uma puta – esbravejei em voz alta

- Estava com saudades amorzinho? - disse Rick passando a mão no meu rosto

Antes que ele pudesse completar a ação, eu torci sua mão e joguei seu corpo contra uma viatura que estava parada por perto.

- Vejo que você continua selvagem não é mesmo? - ele disse em tom de deboche

- Sem paciência também - Daniel falou chamando a atenção de Rick.

- Cala a boca – Falei olhando em direção a Daniel.

- Quem é esse – Rick perguntou mudando seu semblante para um mais sério - já arrumou um novo brinquedinho? Pensei que iríamos apenas dar um tempo.

- Nós terminamos Rick, terminamos.

- Não, nós demos um tempo, era apenas um tempo.

- Vocês são namorados? - Daniel perguntou surpreso.

- Cala a boca – eu e Rick gritamos ao mesmo tempo e ficamos nos encarando durante alguns segundos.

- Eu disse que não ia embora – ele disse abaixando a cabeça

- Sim, você disse, a 3 meses atrás, você levou 3 meses! - disse começando a subir minha voz – e eu fiquei aqui por 3 meses apenas recebendo mensagens de textos em que você dizia que já ia voltar! E agora depois de 3 meses você aparece como se nada tivesse acontecido?

- Desculpa – ele disse com os olhos cheios de lágrimas.

- Faça bom proveito desse caso – disse virando as costas e indo em direção ao meu carro.

Entrei no carro e fiquei esperando que Daniel percebe-se que ele deveria estar nele junto comigo para que eu pudesse dar a partida e voltar a delegacia, todavia, demorou um pouquinho para ele perceber.

Quando Daniel finalmente entrou no carro, dei partida e seguimos caminho ao distrito em total silêncio durante todo trajeto.

- Você não vai perguntar? - disse o encarando e encostando o carro em frente a delegacia

- Não é da minha conta.

- Não, não é mesmo – disse com toda sinceridade – mas você vai escutar as pessoas comentando e é melhor que eu te explique logo.

- Você sabe que não precisa né? - ele disse me olhando de uma maneira carinhosa.

- Nós fomos namorados durante 8 anos – disse sentindo as lágrimas querendo chegar – íamos nos casar, até que um belo dia ele chega em casa bêbado, e diz que beijou outra pessoa em um bar. Eu até tentei ignorar, eu juro que tentei. Eu o amava tanto, eu era capaz de perdoar qualquer coisa que ele tivesse feito.

-Mas você não conseguiu né? - disse Daniel com um tom de voz baixo.

-Por mais que eu tentasse, mesmo sendo só um beijo, é uma traição, entende? Então ele foi chamado para entrar na FBI e disse que daríamos apenas um tempo. No começo eu até que sofri muito, mas eu ainda esperava o dia que ele fosse voltar e juntos nós passaríamos por qualquer problemas, mas hoje vejo que ele sumir durante 3 longos meses foi a melhor coisa que me aconteceu.

- E você ficou com mais alguém desde então? - disse ele curioso

- Não - falei encostando minha cabeça no volante do carro e sentindo Daniel passando a mão no meu cabelo de maneira carinhosa – eu sou um completo idiota até para isso.

- Eu te garanto que ele foi quem saiu perdendo – Daniel disse encostando sua cabeça em meu ombro.

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