Augusto estava com a consciência pesada, se sentindo um hipócrita e não conseguia esquecer as palavras de Renato. Ele confessou:
- Por mais que você tenha começado, eu fiz pior. Poderia dizer que estava revoltado, furioso, desesperado…, mas eu fiz o mesmo. Não resisti e paguei a sua traição com outra…
Mesmo que não tivesse o direito de exigir nada ou se sentir enganada, a dor no peito de Sheila foi excruciante. Parecia que seu coração estava sendo arrancado do peito. A dor era lancinante e ela nem podia reclamar. Sentiu também uma dor forte na barriga, uma dor intensa que irradiava diretamente do seu útero. Levou a mão à região e ao tentar levantar, sentiu outra pontada forte na barriga. Augusto se assustou:
- O que foi? O que aconteceu?
Sheila, desesperada, tentou alertá-lo, falando com a voz quase inaudível pela dor:
- Eu estou grávida… acho que alguma coisa está errada… ah, Meu Deus! De novo, não!
Continuando…
Parte 17: Quando tudo está perdido...
Sheila sentiu que perdia as funções motoras e os olhos começaram a embaçar. Em um rápido movimento, Augusto conseguiu segurá-la na cadeira e foi, aos poucos, a trazendo para o chão cuidadosamente. Ele conferiu os sinais vitais e percebeu que os batimentos estavam acelerados e a respiração um pouco mais pesada. Ela estava inconsciente. Tentou manter a calma, pegou o celular e ligou para a emergência:
- Por favor! Eu preciso de ajuda. Minha esposa está grávida e, no momento, inconsciente. Mande uma ambulância.
Augusto já havia passado por aquilo há dez anos atrás, não acreditava que tudo estava se repetindo. E justamente naquele momento tão dramático de suas vidas. Manteve os cuidados e a atenção à esposa por quase quinze minutos, o tempo que a ambulância demorou a chegar. Os paramédicos agiram rápido e Sheila foi levada ao hospital.
Augusto, sem saber a quem recorrer, ligou para Oscar. Ele atendeu no terceiro toque:
- Primo! Eu estava mesmo…
Augusto o interrompeu bruscamente:
- Sheila está a caminho do hospital. Ela está grávida e desmaiou em casa.
O primo não havia entendido muito bem:
- Sheila já voltou? Você disse hospital?
Se lembrando de tudo que já havia acontecido no passado do casal, Oscar nem pensou duas vezes:
- Fique calmo! Estamos indo encontrá-lo.
Augusto ainda se lamentou:
- De novo! O que eu fiz para merecer tanta coisa ruim na minha vida?
Só restava a Oscar tentar acalmá-lo:
- Não pense assim, se acalme. Sheila é uma mulher jovem e você ainda não sabe o que aconteceu. Pode ser apenas um mal-estar da gravidez. Não é tão incomum grávidas se sentirem mal.
Lutando com todas as forças para se manter otimista, Augusto chegava ao hospital logo atrás da ambulância. Os dois desligaram e Oscar foi até a cozinha, onde encontrou Maria e Fátima. Ele disse:
- Sheila voltou, mas está indo para o hospital. Vamos!
Maria apenas pegou o seu suéter e já ia acompanhando o marido, quando Fátima pediu:
- Posso ir também? Sinto que devo estar lá.
Não era hora de perder tempo, Oscar apenas consentiu e os três entraram na caminhonete. Preocupado e querendo chegar rapidamente, ele pisou fundo e em menos vinte minutos já estacionava na frente do hospital também. Os três entraram apressados e encontraram Augusto sentado, com a cabeça apoiada nas mãos. Maria foi a primeira a chegar até ele:
- Estamos aqui primo, tem alguma notícia?
Augusto a abraçou forte. O desespero do momento era amenizado pela presença do trio. Estranhou ao ver Fátima, pois no fundo, achava que fora o fato de contar a Sheila sobre a traição que a fez passar mal. Se sentiu culpado, mas não podia expulsá-la dali. Ela não tinha culpa de nada. Abraçou Oscar também, mas ficou constrangido de fazer o mesmo com Fátima, atitude que ela acabou entendendo e não forçando. Ali era um homem casado e marido da paciente que dava entrada. Vendo os olhares dos três e lembrando da pergunta de Maria, ele disse:
- Ela entrou e ninguém veio falar comigo até agora. Estou aqui sem saber de nada ou poder fazer qualquer coisa.
Oscar passou a mão por seu ombro e foi levando Augusto em direção ao pequeno trailer na entrada da emergência. Pediu dois cafés e tentou conversar com o primo, desviar sua atenção. Se o mantivesse falando, poderia ganhar tempo. Sabia que Maria era insistente e iria infernizar a vida de todos lá dentro, até conseguir notícias:
- Vai me contar o que aconteceu?
Augusto olhava o vazio sem conseguir concatenar as ideias. Tentava controlar a mente, mas não conseguia focar direito. Fez um esforço para falar algo que fizesse nexo, e relatou para o primo o que havia acontecido nas últimas horas. Nem ele sabia direito explicar tudo.
Enquanto Oscar conseguia prender a atenção de Augusto, uma das enfermeiras do plantão reconheceu o nome da paciente que acabava de dar entrada no hospital e comentou com uma das atendentes:
- Essa é a moça que doou sangue e salvou a vida do menino. Será que a doutora Andréa sabe que ela está aqui e não está bem? Acha que eu devo avisar?
A atendente, apesar de não saber o que dizer, preferiu ser prática:
- Ela é, de longe, a melhor médica daqui. Talvez sua presença seja importante.
A enfermeira pegou o celular e fez a chamada.
Augusto e Oscar conversavam ali fora no trailer, e Sheila era atendida no hospital.
Um pouco mais cedo naquele dia, Guilherme, marido de Aline, chegava de uma viagem de negócios, em sua casa. Já faziam alguns anos que ele tinha trocado o consultório pela vida de empresário. Suas invenções no ramo de instrumentos cirúrgicos eram as responsáveis por sua fortuna e todo o luxo do casal. Ele fora um cirurgião habilidoso, mas sua obsessão em melhorar as ferramentas de que os cirurgiões dispunham, fez com que se aliasse a um inventor e começasse a pensar em maneiras de melhorar os instrumentos já existentes. Várias novas tecnologias haviam sido desenvolvidas por suas empresas: stents mais confiáveis, sondas mais precisas, tesouras, grampos cirúrgicos, bisturis elétricos que cortam e cauterizam, colas cirúrgicas orgânicas que são absorvidas pelo organismo depois de cumprirem sua função, suturas que se dissolvem com o tempo para pontos internos…
Aline, uma cirurgiã obstetra de renome nacional, era sua parceira e a grande responsável por testar as invenções e tecnologias de sua empresa.
A primeira coisa que Guilherme notou foi um carro diferente em sua garagem. Não pensou bobagens, pois a esposa sabia que ele estaria de volta naquele horário. Entrou em casa e encontrou Aline na sala, conversando de forma descontraída com alguém. Ela sorriu feliz ao vê-lo e veio ao seu encontro, o recebendo com um beijo carinhoso de saudade. A visita, ao se levantar para cumprimentá-lo, foi imediatamente reconhecida. Andréa também sorria para ele:
- Olá, Guilherme! Quanto tempo.
A surpresa foi enorme. Guilherme sempre soube que Andréa era o grande amor da vida de Aline e que ela só o havia escolhido, por causa da rejeição e do abandono de Andréa. Ele tentou ser cortês, mesmo sendo um pouco desconfortável para ele e estendeu a mão para cumprimentá-la:
- Realmente, há muito tempo mesmo. Por que está aqui?
Aline olhou zangada para o marido, mas ele manteve o olhar firme para Andréa, cobrando uma resposta. Ela não se fez de rogada:
- Para tentar reparar antigos erros.
Guilherme reagiu agressivo:
- Reparar antigos erros? Depois que eu colei os pedaços, você se acha no direito de voltar?
Andréa preferiu não o confrontar:
- Eu não vim causar problemas. - Ela olhou para Aline. - Se você preferir, posso ir embora, não quero atrapalhar.
Um clima desagradável se instalou no ambiente. Aline tomou a frente da conversa e falou de forma decidida com o marido:
- Eu sei o que você está pensando, mas não é nada disso. Você sabe que eu já estou recuperada e perdoei Andréa há alguns anos atrás. E eu nunca escondi nada de você, não será a primeira vez.
Guilherme exigiu:
- Podemos falar a sós? - E saiu em direção ao quarto.
Aline deu uma olhada para Andréa como se pedisse paciência, e o acompanhou. Os dois entraram, Guilherme fechou a porta:
- O que está acontecendo aqui? Essa mulher destruiu você quando foi embora. Do nada, ela está aqui como se nada tivesse acontecido? Vai me dizer que já caiu na lábia dela outra vez?
Aline, se sentindo ofendida, protestou:
- Você acha que eu sou uma criança indefesa e influenciável?
Guilherme foi honesto:
- Quando se trata da Andréa, você não pensa direito. Eu sei que você sempre a amou. Não minta para mim.
Aline o abraçou e lhe deu um beijo carinhoso:
- Eu jamais mentiria para você. Eu sempre amei Andréa, nunca neguei isso. Mas não quer dizer que eu também não ame você. Você é o meu marido e eu não tenho a mínima intenção de abandonar você e fugir com ela. Somos felizes!
Guilherme não fez rodeios e foi direto:
- Vocês transaram? Com certeza, né?
Aline não tinha por que mentir:
- Sim, amor! Nós transamos.
Guilherme não podia parecer fraco e ciumento, não era do seu feitio. Mesmo um pouco contrariado, preferiu confiar:
- Espero que você saiba o que está fazendo. Nós somos liberais e você sempre teve liberdade para estar com quem quisesse. Poderia ao menos ter me avisado.
Aline sorriu confiante e novamente foi honesta:
- Eu sabia que você estava chegando. Se eu quisesse mentir para você, teria pedido para Andréa ir embora. Você não tem com o que se preocupar. Foi bom, mas eu sou a sua mulher. Isso não vai mudar.
Guilherme não tinha mais nada para perguntar. Ainda com um certo desconforto pela situação logo em sua chegada, ele não tinha mais motivos para desconfiar da esposa.
Andréa esperava pacientemente na sala, sem querer se intrometer ou ser inconveniente, quando sentiu o seu celular vibrar. Olhou no visor, viu que era do hospital e teve um mau pressentimento:
- É a Dra. Andréa?
- Sim! Quem fala? - O sentimento de que algo ruim estava acontecendo não a abandonava e acabou pensando em Renato: "O que ele aprontou dessa vez?"
A jovem enfermeira disse:
- Doutora, sua amiga, a Sheila, acabou de dar entrada no hospital. Ela está inconsciente e o plantonista não sabe muito bem o que fazer. O marido e os familiares estão aqui também.
Andréa pensou rápido e disse:
- Me transfira para onde ela está sendo atendida, deixe eu falar com a equipe. Ela está grávida e já perdeu um filho de uma forma muito estranha no passado.
Enquanto aguardava a chamada ser transferida, Andréa correu ao encontro de Aline e bateu apressada na porta:
- Aline, preciso de você.
Aline entreabriu a porta e a olhava intrigada. Andréa foi dizendo:
- Sheila está mal, deu entrada no hospital agora à noite, lá na nossa cidade.
Aline abriu completamente a porta e tentava entender melhor:
- O que aconteceu? Tem algo a ver com a gravidez? Ainda é muito recente.
Andréa já foi lhe entregando o celular:
- Toma! Eu pedi para transferir para a equipe que está fazendo o atendimento. Por favor, fale com eles. Não a deixe perder esse bebê.
Guilherme não estava entendendo nada:
- Quem é Sheila? De quem vocês estão falando?
Aline pediu calma:
- Eu já explico, espere, deixa eu ver o estado dela.
Aline colocou no modo viva voz:
- Dra Andréa, está aí?
- Sim! Me diga o que está acontecendo. - Andréa foi firme. - Estou ao lado de uma obstetra. A Sheila, ou melhor, sua paciente está grávida.
O plantonista, que parecia ser apenas um residente, começou a passar as informações:
- A pressão está baixa, seis por quatro. Pupilas reagem, mas a paciente está inconsciente. Exames de sangue e eletrocardiograma normais. Mas agora, sabendo que ela está grávida, precisamos fazer um exame mais apurado. Nos dê mais algum tempo.
Aline tomou a frente:
- Por gentileza, busquem nos registros os exames da paciente de dez anos atrás, quando ela perdeu o primeiro bebê. Veja o que está igual e o que está diferente. Mas antes de tudo, faça um ultrassom da parte superior do útero e me mande o vídeo. Já estamos a caminho.
Antes de desligar, Aline lembrou:
- Ah! Atenção! Mantenha a paciente sedada. Precisamos diminuir o estresse do aparelho reprodutivo. Se eu estiver certa, ela vai precisar de cirurgia. Eu tenho uma leve desconfiança do que possa ser.
Antes dela desligar, Andréa achou importante acrescentar.
- Nós vamos levar um tempo para chegar. Estou com uma das maiores especialistas na área de obstetrícia, a Dra. Aline, e ela irá comigo.
Aline desligou preocupada. Andréa e Guilherme a olhavam sem entender. Ela explicou:
- Acho que Sheila tem uma má formação no útero que pode ser corrigida com cirurgia. A morte súbita do primeiro filho pode ter sido causada por isso. Uma eclâmpsia causada pelo excesso de uma proteína específica, nociva ao útero. Se eu estiver certa, o ultrassom vai mostrar a parte do útero defeituosa e os exames acusarão a proteína elevada.
Aline se virou para o marido:
- Como chegamos mais rápido ao interior de São Paulo?
Guilherme entendeu que ela falava sério:
- Podemos ir de helicóptero até o Rio e pegar a ponte aérea ou fretar um táxi aéreo. De lá, alugamos um carro. Chegaremos no meio da madrugada.
Aline se surpreendeu:
- Podemos? Você vem com a gente? - Ao ver o marido fazendo um sinal de concordância com a cabeça, ela sorriu e o beijou.
Aline sem perder tempo já começava a se preparar, trocando de roupa:
- Providencie então! Não podemos demorar nada. A vida do feto de Sheila está por um triz se eu estiver certa. Temos pouco tempo. E também um hotel para a gente descansar…
Andréa a interrompeu:
- Podem ficar na minha casa. É bem próxima ao hospital…
Os minutos seguintes foram de arrumações às pressas. Enquanto Guilherme, com seus contatos, providenciava o transporte, elas se preparavam.
Ainda sem ter conhecimento do que acontecia com a esposa, Augusto esperava ansioso e preocupado por notícias.
Oscar, Maria e Fátima tentavam acalmá-lo, sem obter sucesso. Assim que viu o plantonista vindo em sua direção, Augusto andou rápido até ele, deixando o jovem médico um pouco intimidado pelo seu tamanho:
- O que está acontecendo? Por que ninguém me dá notícias sobre a minha esposa? Onde ela está?
Oscar o conteve, pedindo que deixasse o médico falar:
- Não sabemos ainda o que está acontecendo. Vamos fazer uma nova bateria de exames e uma especialista está a caminho. Preciso que o senhor se acalme e venha comigo.
Augusto ficou ainda mais nervoso:
- Especialista? É tão grave assim? Quem é essa especialista?
O médico, sem saber que a informação faria Augusto pirar, foi honesto:
- Eu não a conheço, mas sei que é uma das melhores cirurgiãs obstetras do país. Doutora Andréa…
Augusto explodiu:
- Eu quero essa mulher longe da minha esposa. Ela é a culpada de tudo isso…
Nervoso e sem querer, Augusto acabou dando uma violenta cotovelada no jovem doutor ao gesticular. O jovem o encarava sem entender enquanto o sangue escorria do seu nariz. Augusto mesmo viu que havia passado do ponto e tentou se desculpar:
- Nossa! Me desculpe! Foi mal, não tive a intenção.
O jovem ficou muito bravo, se virou para a atendente e pediu:
- Chame a polícia. Eu fui agredido e isso não pode ficar assim. Ele tem o costume de bater nas pessoas.
Augusto, surpreso com a atitude do jovem médico, tentou se defender com ironia:
- Só nas que merecem. Deixa de ser idiota, foi sem querer. Se eu quisesse bater em você, o teria virado do avesso.
Oscar resolveu que era hora de intervir:
- Chega Augusto! Vamos pensar em Sheila agora. Deixe que eles façam o trabalho deles. Se é de um especialista que se precisa, que ele chegue logo.
Augusto ficou ainda mais irritado:
- Uma especialista! No feminino, não percebeu. E sendo amiga de Andréa, deve ser mais uma dessas mulheres promíscuas.
Assim que falou, Augusto já sentiu que tinha ido longe demais. O olhar de Maria e Fátima para ele foi de total decepção. Se sentindo um completo babaca, ele se rendeu e sentou no banco próximo a ele, de cabeça baixa e sem saber como encarar os primos. Vendo que não tinha como se ver livre daquela fala totalmente sem noção e se sentindo muito arrependido, ele olhou para as duas, se levantou e enquanto ia saindo, apenas disse:
- Me desculpe! Não estou pensando direito. Preciso esfriar a cabeça.
Para Oscar, que também não sabia o que dizer, ele pediu:
- Veja se consegue alguma informação sobre a Sheila. Se eu ficar parado aqui, vou enlouquecer.
Augusto saiu do hospital e entrou em sua velha picape. Sentado ali, sozinho, sua mente começou a viajar, pensando em tudo que estava acontecendo e na virada de cento e oitenta graus que sua vida tinha dado.
Do nada, e sem que ele esperasse, Oscar veio correndo ao seu encontro:
- Ela está bem, primo! Acabou de acordar. Venha!
Augusto, com lágrimas nos olhos, não estava acreditando. Saiu da picape apressado e entrou rapidamente no hospital, acompanhado pelo primo e viu Sheila em uma cadeira de rodas, sendo trazida por uma enfermeira. Ela sorriu para ele, feliz por ver o marido tão contente por tê-la de volta:
- Oi, meu amor! Podemos ir para casa?
O jovem doutor, todo sorridente e com um curativo no nariz, disse:
- Ela está bem, foi apenas um susto causado pela queda brusca da pressão. Sigam a vida normalmente, e se cuidem, pois, essa barriga vai crescer cada dia mais.
Augusto viu o primo, Maria e a Fátima observando mais tranquilos. Então, assumiu a condução da cadeira levando-a até à picape e Sheila se levantou e entrou caminhando normalmente.
Chegaram em casa rapidamente e enquanto Sheila tomava um banho para se livrar daquele cheiro de hospital, Augusto preparava sua comida preferida: rosbife com purê de batatas e arroz. Ele arrumou a mesa e ficou esperando Sheila voltar. Precisava saber se a queda de pressão tinha sido causada por sua confissão.
Sheila veio ao seu encontro e ela estava simplesmente deslumbrante. Vestia apenas um conjunto vermelho de sutiã e calcinha, extremamente sensual, muito cavado e que deixava ainda mais provocante aquele corpo de curvas perfeitas. Nos pés, um salto agulha que empinava ainda mais aquela bunda espetacular. Augusto não resistiu:
- Você está linda!
Mas ele sentia a necessidade de se explicar, precisava falar sério, o remorso e a culpa estavam corroendo sua mente:
- Você passou mal por minha causa? Foi por eu ter dito que paguei na mesma moeda e também acabei traindo você?
Sheila deu um sorriso sacana:
- Na verdade amor, eu queria muito falar sobre isso com você. Eu fiquei muito excitada por saber que você andou se libertando e curtindo a vida. Que moral eu teria para cobrar alguma coisa? Eu traí você primeiro, você apenas reagiu ao que eu fiz. Como você mesmo disse, toda ação tem uma reação de igual intensidade.
Augusto não estava acreditando naquela conversa surreal. Antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, Sheila o surpreendeu:
- Pensando no que você me confessou, eu até preparei uma surpresa. Espero que você goste.
Sheila o pegou pelas mãos. Augusto a seguia boquiaberto. Ela o levou até o quarto do casal. A porta, ainda destruída, não impedia o som do que acontecia lá dentro. Do corredor, Augusto já ouvia os gemidos:
- Aaahhhhh…. Vem, sua gostosa! Vem me chupar… hummmm…
Ele não acreditava nos seus ouvidos:
- Vem. Seu puto! Fode o meu cuzinho. Atola essa rola gostosa em mim. Aproveita, pois quando Augusto chegar, será só dele.
Que porra estaria acontecendo no seu quarto?
- Isso… aaahhhh…. Que língua é essa, mulher? Aaahhhhhh….
Ao entrar no quarto, ele não conseguia acreditar no que seus olhos lhe mostravam: Oscar fodendo ferozmente o cu de Fátima e Andréa chupando alucinadamente a boceta de Maria.
Ao vê-lo, os quatro pararam o que estavam fazendo e abriram espaço na cama. Sheila voltou a conduzi-lo:
- Vem, amor! Isso é para mostrar o quanto eu o amo e provar que nada do que fizemos é sujo ou antinatural. Podemos ter errado, magoado um ao outro, mas é apenas sexo. Sexo é bom e não muda o que sentimos pelo outro. Venha!
Sem saber porque aceitava, e sem forças para resistir, Augusto se deixou levar. Subiu na cama e já foi recebido com beijos pelas três mulheres. Andréa, Maria e Fátima se desdobravam para agradá-lo e o despiram rapidamente. Se revezavam nas carícias, o deixando louco de tesão. Andréa segurou forte em seu membro que já endurecia. Fátima lambia e sugava carinhosamente seus mamilos e Maria continuava a beijar sua boca. Sentiu a boca macia e sedosa de Andréa engolindo a cabeça do pau e a sucção constante que ela fazia. Rapidamente, a rola cresceu em sua boca e ela começou a mamar com muita vontade. Maria mal deixava ele respirar e Fátima continuava acariciando, beijando e lambendo tudo o que sua boca encontrava.
De repente, ele se lembrou de Sheila. Entretido pelas três mulheres, acabou não percebendo o que acontecia ao seu redor. Seus ouvidos revelaram a verdade. Mesmo sem ver, podia ouvir:
- Isso, primo! Aaahhhh…. Que pau gostoso….
Tentou se livrar das três mulheres, mas estava preso por elas, sem conseguir ver o que acontecia:
- Soca, primo! Hummm…. Fode essa bocetinha, fode…. Aahhhhhh….
As chupadas de Andréa o faziam ficar confuso, entre o tesão e o ciúme:
- Isso, Oscar! Mais forte agora… vou gozar…. Aaaahhhhhhh….
As três abriram espaço para que ele visse o que acontecia: Sheila, de quatro, estava sendo estocada por Oscar que metia nela por trás. Ela gemia alto:
- Isso, primo! Fode a putinha do Augusto! Aahhhhh…..
Augusto via o pau do primo que entrava e saía da boceta da sua esposa e não sabia porque se sentia tão excitado, ao invés de ter vontade de matar os dois:
- Acelera agora, vou gozar! Aaahhhhhh… - Sheila rebolava alucinada na rola de Oscar.
Augusto estava paralisado pela cena. Andréa não parava de chupá-lo, Maria já começava a esfregar os dedos dele na boceta e Fátima chupava Andréa com muito desejo. Os gemidos de Sheila ecoavam pelo ambiente:
- Mete nessa putinha! Aaahhhh… vou gozar…. Aaahhhhhh….. aaaaaahhhhhhhhhhhhhhh….
Augusto estava prestes a gozar também! Uma mão que o sacudia fez Augusto voltar à realidade:
- Acorda, primo! Que porra é essa? Você está no estacionamento do hospital e gritando dentro do carro.
Augusto ainda assombrado pelas cenas que o excitaram olhava Óscar como um zumbi.
- Você apagou por algumas horas. Acabei deixando você descansar. Seu dia foi complicado. Achei que merecia esse descanso.
Augusto olhava para o primo, mas não tinha ainda noção do que ocorrera.
- Vamos, a especialista chegou e Andréa também.
Enquanto ele saia do carro, Oscar reparou em sua ereção:
- Você estava tendo um sonho erótico? Está de sacanagem?
Augusto, muito constrangido e ainda sem saber o que dizer, preferiu se calar enquanto Oscar gargalhava. Ele foi ríspido:
- Vai tomar no cu, Oscar! Não venha com zoação, porra!
Oscar olhava para Augusto rindo muito da situação e sem ficar bravo. Augusto perguntou:
- Já tem notícias de Sheila? Conseguiram saber alguma coisa?
Oscar se recompôs da crise de riso e respondeu:
- Venha! A doutora vai explicar a você o que aconteceu.
Augusto acompanhou o primo até a sala de espera do centro cirúrgico e ao ver Andréa, começou a se enfurecer. Oscar foi mais rápido:
- Sossega! Por causa dela, sua esposa está sendo atendida pela maior especialista do país. Vá conversar com a médica, esqueça Andréa por enquanto.
Ao passar por ela, Augusto lhe lançou um olhar de ódio, mas já teve logo sua atenção voltada para Aline:
- Olá, Augusto! Boa noite. Eu sou a doutora Aline, cirurgiã obstétrica…
Augusto estava muito nervoso e a interrompeu:
- É tão grave assim? Que cirurgia é essa?
Aline, paciente, começou a explicar:
- Vou tentar explicar de uma forma mais leiga para que todos possam acompanhar: Sua esposa tem uma má formação na parte superior do útero. Sempre que ela engravida, isso acaba causando um sério ataque do sistema imunológico ao feto. Os hormônios da gravidez aceleram essa situação. Em alguns casos, o próprio organismo acaba aceitando a gravidez, em outros o feto não resiste. Essa condição foi descoberta há poucos anos e era tratada como uma fatalidade até então. Eu posso corrigir essa situação com cirurgia e se tudo correr bem, a gravidez continuará normalmente. Mas existem riscos, afinal de contas, é uma cirurgia. Você me autoriza a realizar o procedimento?
Augusto ligou os pontos e precisou perguntar:
- Isso pode ter causado a perda do nosso primeiro filho?
Aline, com semblante triste, foi honesta:
- Sim! Pelos exames da época e pelos que foram feitos agora, a situação é a mesma. Só que dessa vez o sistema imunológico agiu mais rápido. A primeira vez criou a defesa no organismo dela, assim como funcionam as vacinas.
Augusto estava um pouco menos preocupado. Apesar de tudo, confiava na medicina. Pediu um instante, se afastou um pouco e fez uma rápida pesquisa no celular. Verificou que Aline era mesmo uma profissional conceituada. Voltou para perto de Aline e disse:
- Por favor, faça o que for possível.
Deixou que Aline fosse cuidar da esposa e só então reparou em um outro homem sentado próximo a eles. Aline, antes de sair, os apresentou:
- Esse é o Dr. Guilherme, meu marido. - Augusto estendeu a mão de forma cortês e foi correspondido.
Ficou um pouco confuso, se sentindo ainda mais culpado pela fala preconceituosa dita mais cedo. Caminhou até o trailer do lado de fora do hospital, precisava de um café. Assim que saiu, não deu dois passos e ouviu alguém falar
- Augusto, precisamos conversar.
Augusto olhou rápido na direção de onde soava a voz, e se surpreendeu.
Continua…
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