Armando olha de novo o relógio de pulso, passa a mão ajeitando os cabelos e abrindo mais um botão da camisa social.
- Quer mais um drink senhor?
- Um chope.
- Pois não, quer fazer seu pedido?
- Só mais um momento. Ela já deve estar chegando.
- Ok, quando quiser é só me chamar.
- Cheguei! Desculpa amor, me atrasei. O trânsito está maior confusão.
- A senhora deseja uma bebida?
- Pode ser um chope.
- Ok, já volto.
- Ufa!! Esse calor me mata. Cruzes! Não sei como você aguenta esse blaizer Armando? Fica muito sério, você estava tão bonito no sábado, mais jovem, mais... Gostoso amor.
- Não me chama de amor. Já te pedi isso Marina.
- Aí! Tá bom, não fica nervoso, desculpa.
- Com licença, o da senhorita e o do senhor. Querem pedir agora?
- A gente ainda está escolhendo querida. Eu te chamo.
- Ok, fiquem à vontade.
- Brigada. Hummm! Que delícia, gelada, parece que a gente está na praia.
- A gente precisa conversar Marina. Não dá pra continuar como está.
A marca vermelha do batom fica na borda do copo. Marina move levemente os cabelos pretos lisos para um dos ombros.
- Precisa usar um batom tão forte? Fica parecendo... Você sabe.
Ela solta uma gargalhada curta, cruza os pés e ajeita a saia rosa do conjunto que ela veste.
- Coloquei esse porque você gosta. Gostou quando eu usei no sábado. Não foi o que você falou? Fetiche de fazer um oral com uma boca pintada de vermelho.
- Não precisa me lembrar dessas coisas. O assunto é sério Marina. Não dá!
A jovem raspa a garganta, passa displicente os dedos alisando o queixo. Abre um sorriso mostrando a dentição perfeita, os olhos pintados faíscam.
- Não dá o que Armando? Nem parece o mesmo daquele dia. Homens!!
- A gente não pode se ver mais. Eu andei pensando, o que aconteceu aquele dia, aquela noite...
- Aquela manhã.
- Principalmente a manhã. Ninguém nunca...
- Nunca! Não pareceu. Você ficou tão quente, tão excitado.
- Fala baixo! Me respeita.
- Também não precisa ficar vermelho Armando. Até parece você foi único que já passou por isso.
- Eu não sabia, entende? Eu bebi demais, foi isso.
- Desculpa porca. Como não sabia, a gente ficou junto a noite inteira? Desde a boate até lá em casa.
- Pois é, eu me encantei por você também tem isso. Mas eu juro que eu não imaginava que você ia fazer aquilo... Aquela hora. Me pegou desprevenido.
Marina tampa a boca com os dedos escondendo o riso. Os seios fartos se destacam atras da blusa rosa claro, acompanhando a respiração da jovem.
- Que foi?
- Lembrei da hora... Aquela que eu senti que você queria. Lembra? No corredor da boate?
- Não sei como é que ninguém viu!
- Azar se viram. O que importa é que você falou pra mim antes do beijo. Esqueceu?
É a vez do homem grisalho raspar a garganta enquanto finge prestar atenção a própria mão que limpa as gotas frias que escorrem pelo copo de chope.
- Esqueceu!
- Não, não esqueci!
- A melhor 'punheta', foi isso que você falou. A melhor punheta que uma mulher já te aplicou em toda sua vida. Não foi?
- Hã! É isso que vocês gostam, não é? Uma coisa assim tão baixa. Você acredita que é por isso que eu fiquei com você aquela noite? Pela punheta bem dada?
- Eu sei que não. Foi o beijo, aquele beijo maravilhoso. Diz muito pra mim. O seu pau ainda preso na minha mão, as gotas escorrendo pelos meus dedos. E o melhor de tudo, a sua língua agitada na minha boca. Foi uma coisa louca. Me fez até gozar.
- Foi!? Eu nem percebi.
- Eu sei, eu vi. Mas eu gostei do que eu ouvi. Os seus gemidos, o seu olhar.
Os dois mostram dois sorrisos tímidos envergonhados. Armando volta a alisar os cabelos olhando de lado. Marina cruza as pernas sobre os joelhos. Mordendo os lábios.
- Não sei como ninguém viu?
Ela dá de ombros, passando o dedo na borda do copo e fazendo um ar de cansada.
- Azar. Não devo nada a ninguém. Eu fiz o eu queria, com quem eu queria. Que é o que me importa. E você?
- Eu! Eu eu... Sei lá Marina, sei lá. Imagina se meus filhos souberem, imagina os meus pais?
- E daí? Ninguém tem nada com isso. A gente fez o que a gente queria. Da forma que a gente estava afim.
- Da forma não. Eu não sabia. Já te falei que pra mim foi uma surpresa.
- Mas bem que você gostou. Gostou tanto que me implorou não foi? "Passa o batom, deixa bem vermelho." Você adorou quando eu engoli você. Ninguém me comeu a boca com tanta fome, parecia que você não fazia aquilo há muito tempo.
- E não fazia mesmo.
- Que foi a Márcia não faz?
- Nunca gostou muito, nem nos tempos da faculdade.
- Nossa! Não é à toa que você estava esfomeado.
- É que você tem uma boca e as mãos... Aquilo foi melhor do que eu esperava.
Marina encolhe os ombros abrindo um sorriso orgulhoso.
- É a experiência meu filho, a afinidade. É isso. Eu sei como vocês gostam. Todas as meninas sabem, mas a gente só faz assim quando fica apaixonada pelo sujeito.
- Marina para! Não desvia o assunto. Não é pra isso que eu te chamei aqui.
- Mas é verdade Armando. Nua e crua. Você acha que eu deixo qualquer um fazer aquilo que você fez em mim?
- E o que foi que eu fiz?
- Hã, até parece! Não é possível, homens! Meu Deus! Eu não aprendo mesmo.
- O que foi que eu fiz!?
- Você me encheu a boca Armando! Esqueceu? Você acha que faço isso pra qualquer um? E no primeiro encontro! Você não me conhece cara.
- Ah, isso! Eu também gostei.
- Gostou? Gostou de uma garota com a boca melada no seu... Esperma. E a boboca aqui ainda mostrou a língua.
Armando respira fundo é a vez dele cruzar as pernas nos joelhos.
- O melhor foi o beijo.
- Jura safado! Foi, não foi? Eu também gostei. E você bebeu. O melhor de tudo foi compartilhar aquele momento. Único. Nosso, sem grilo, sem culpa. E a gente bebendo junto o seu esperma, o sabor da sua porra misturado com o gosto do meu batom cereja.
- Se tivesse ficado por aí, já seria muito.
- Mas não ficou. O que eu posso fazer se você acabou dormindo. Eu fiquei na mão, eu também queria poxa! Porque só você?
- Eu estava cansado Marina. Já era quase três da manhã e você já tinha me feito gozar três vezes aquela noite. Fora a bebida.
- Três!
- Esqueceu a do carro, na sua garagem?
- Ah, é! Teve essa também, foi você que pediu. Tava... Duro igual uma pedra.
- Fiquei pensando em suas mãos.
- Gostou não é safado? Gostou de como eu te tratei. Nem todas sabem, tem uma técnica.
- Então, foi tanto que eu não aguentei.
- Eu aguento, quando eu tô afim. Fico a noite inteira se rolar o clima.
- Mas também... A idade. Vocês são todas muito taradas nessa idade.
- O negócio é que você deitou na cama e dormiu. Até roncou. E eu ia fazer o que? Te deixei dormir como uma pedra.
- Me deixou não, eu ainda estava com sono. Morto de cansado, era domingo poxa!
- E daí? Eu esperei até de manhã. Tive de me aguentar. Eu não queria me masturbar, não até gozar. E você estava só com aquela box. Branquinha, e a sua bundinha, tão bonitinha. Eu não suportei Armando. Eu sou assim, assim como você. Você também não gosta? Eu também.
- Podia ter esperado eu me virar. Não precisava me tocar daquele jeito, daquela forma.
- Mas você queria! Você gostou quando eu comecei a te beijar a nuca, os ombros. Ai Armando, adoro homens de ombros largos, não é à toa que eu gostei de você.
- Mas bastava isso, não precisava do resto.
- Tava na cara que você queria. Eu sei quando um homem quer. Você ficou todo arrepiado, eu nem precisei pedir nada. Você se abrindo, se permitindo. Pensa que eu não ouvi você falando?
- O que? Que foi que eu falei?
- Não finge que não sabe. "Encosta em mim, esfrega mais." Eu já tava que não me aguentava e você gemendo com essa voz rouca, meu filho! Quem suportaria?
- Precisava ser tão grande, grosso?... Quente.
- Gostou? Tava tão apertadinho. Bem gostosinho. Não é toda hora que a gente pega um virgem. Ainda bem que eu estava excitada. E foi só cuspir um pouquinho pra facilitar os movimentos. Você também queria rapaz, o teu cuzinho tava querendo.
- Doeu sabia? Está doendo até hoje.
- Adoro ouvir vocês gemendo. Gemendo me sentindo por dentro. É tão bom quando um homem aceita.
- Eu não aceitei nada. Foi você que forçou.
- E você gostou meu filho. Nós dois sabemos o que foi que aconteceu naquela cama.
Os dois vão se encarando, ela rindo bebendo a espuma e ele sentindo as orelhas ficando quentes.
- Com licença, vocês querem fazer o pedido?
- Pra mim pode ser esse filé ao molho madeira. E você Marina?
- Pede só uma salada eu não estou com você. Não quero ficar muito pesada.
- Então é isso: o filé e a salada. Correto?
- Vê se não demora querida a gente ainda tem um compromisso.
- Tá certo. Não demoro. Tchau.
- Tchau.
- Que compromisso você tem?
- Com você Armando.
- Para com isso Marina. Eu te chamei aqui pra gente ter uma conversa séria. Definitiva. Eu não posso mais sair com você. Eu não quero mais problemas com a minha família.
- Eu sei que você gostou. Você sabe que eu sei. Eu vi você gemendo, tremendo, pedindo.
- Eu não pedi nada!
- Pediu, pediu mordendo afronha. Igual um menininho que é desvirginado. Que perdeu o cabacinho.
- Eu ainda estava dormindo, sonhando. Sem entender o que você fazia comigo.
- Eu realizei teu sonho Armando. Aceita. Era o que você queira. Ser fodido por uma garota de pau duro.
- Não queria não! Você não sabe de nada. Foi tão constrangedor, ver você daquele jeito. Eu não esperava aquilo. Eu só entendi depois. Quando você...
- Quando eu gozava dentro de você. Quando eu enchia a sua bunda com o meu esperma.
- Não isso. Não me faz lembrar.
- Tá bom Armando. Se engana se você quiser. Só não esqueça que a gente transou mais duas vezes naquele domingo. A gente se comeu junto. A mancha ainda está lá.
- Que mancha? Do que é que você está falando?
- Os nossos espermas misturados, no meu lençol.
- Com licença. Com licença. O filé e a salada. Bom apetite.
- Brigada querida.
- Será que ela ouviu? Viu a cara dela?
- Vi. Pelo olhar, acho que suspeitou.
- Só faltava isso agora.
- Come logo não demora.
- É a gente tem que sair. A gente conversa em outra hora.
- Lá em casa. Depois daqui.
- Na sua casa Marina? Por que lá de novo?
- Eu quero uma coisa. Faz pra mim, hein? Promete.
- O que Marina?
- Me chupa. Você ainda não me chupou amor. E eu já fiz isso pra você. Duas, três vezes, e eu, nada?
- Eu não posso Marina, eu sou casado, pai de dois filhos, hetero.
- Agora não é mais meu filho. Agora é um bi. Bi como eu.
- Como você não. Você é uma... Tem esses, peitos.
Marina deixa cair uma poção da salada. Dá uma risada. Tampando a boca com a mão fechada.
- Você fica tão engraçado Armando. É por isso que eu gosto de você, sabia? Mesmo antes de me oferecer o drink lá no bar.
- Se eu soubesse o que você é?
- Viu como foi melhor? Mais surpreendente, mais excitante.
- Se a turma do serviço souber?
- Aposto que muitos deles gostam. Ainda mais os da sua idade, esses são os mais tarados. Então vamos lá pra casa, eu deixo você me chupar.
- Marina, por favor. Assim você me faz perder a fome.
- Fingido! Eu sei que você tá curioso. Não fez naquele dia por pura vergonha. Aposto que está de pau duro agora. Está ou não está? O meu está pensando em você ajoelhado no meio das minhas pernas. De olhos bem fechados, sentido o sabor do meu pre-gozo. O calor do meu membro, eu deixo você me lamber as bolas. Eu te ensino a usar a língua.
- Você vai gozar minha boca é?
Marina balança leve a cabeça, mordendo a ponta da língua entre os lábios vermelhos.
- Eu quero ver você engolir. Eu não bebi o seu, eu gosto de ver meus namorados com a boca cheia de gala.
- Só se você me der um beijo.
- Combinado. Mas depois, depois eu quero você deitado. Igual um franguinho, pra eu te comer olhando nos seus olhos amor. Te abrir as pregas dessa bundinha linda, te fazer gemer sentindo o meu calor.
- É tão largo... Tão forte. Nem parece você.
- Mas só eu, são duas de mim ao mesmo tempo, te possuindo como se você fosse uma garotinha. Mas sabe o que eu quero mesmo Armando? Eu quero te punhetar, punhetar daquele jeito que você mais gosta. Bem firme, bem apertada, agitada. Olhando nos seus olhos, pra te fazer gozar como foi na boate, no carro... Que tal?
- Eu só não quero saber de você mais com nenhum outro.
- Ciúmes?
- Eu pago pra você ficar em casa.
- Jura! Sabe que eu nunca tive um ‘sugar’?
- Então chama a garçonete.