Memórias - Parte III

Um conto erótico de Nantes / Nassau
Categoria: Heterossexual
Contém 8373 palavras
Data: 07/10/2022 14:41:28

A boa notícia quando acordei naquela quase tarde foi que estava livre para deixar o hospital e retornar para minha casa. A má notícia, ou más, pois foi mais que uma, foram aparecendo em conta gotas, um pouco de cada vez.

A primeira delas foi quando percebi que a Elaine estava presente e trazia consigo uma bolsa que logo reconheci como sendo minha. Olhei para ela com uma expressão interrogativa e ela apressou-se a explicar:

– Desculpe por ter invadido seu apartamento. É que pensei que você ia gostar de ter roupas limpas para vestir.

“Puta que pariu” – Pensei tentando disfarçar: – “Só faltava essa. Se essa mulher entrou na minha casa ela viu tudo por lá. Agora sim vou ficar falada no prédio. Acho bom começar a pensar em arrumar outro lugar para morar”.

A tentativa de disfarçar minha contrariedade em ter minha privacidade invadida foi em vão e ela logo percebeu. Isso criou uma situação constrangedora, porque se por um lado eu entendia que a intenção dela foi ser útil, pelo outro ela parecia não entender minha reação uma vez que sua única intenção foi a de ser útil.

Diante da situação, procurei agir da forma como sempre fazia nos últimos tempos quando a situação não era satisfatória para o meu lado e tentei mudar de assunto, porém, logo veio outra má notícia. Não encontrei minha carteira e isso impedia que eu efetuasse os pagamentos da minha estadia no hospital, pois era daqueles convênios onde o titular efetua o pagamento, pega os comprovantes e depois encaminha para a administradora cobrando o reembolso. Sem a carteira eu não me encontrava de posse dos meus cartões dos bancos onde mantinha as contas e fiquei impossibilitada de efetuar o pagamento.

Mais uma vez foi a Elaine que resolveu. Com uma ligação para o marido, o Tiago providenciou a transferência do dinheiro para a conta da Clínica e pude sair. Não sabia onde enfiar minha cara e tentei resolver prometendo:

– Não se preocupe com isso Elaine. Pode falar com seu marido que vou devolver o dinheiro assim que encontrar minha bolsa.

– Não estamos preocupados Letícia. Esqueça isso. Sabemos que você vai fazer isso. – Respondeu ela com sua voz calma.

Saímos do hospital e fomos para o prédio em que morávamos com Elaine dirigindo seu confortável carro, indicando que eles gozavam de uma boa situação financeira. O silêncio dentro do carro era um incômodo para nós duas, principalmente, depois que minha benfeitora tentou puxar assunto e desistir por ter recebido de mim respostas lacônicas e monossílabas, o que indicava que a última coisa que eu queria naquele momento era conversar. Coloquei minha cabeça para trabalhar e fiquei certa que minha bolsa tinha sido deixada no meu carro.

Em uma tentativa de ficar livre de todo aquele constrangimento e ficar sozinha em meu apartamento, perguntei para ela por minhas chaves. Eu usava um único chaveiro com todas as chaves e, como ela havia entrado em meu apartamento, deveria estar em poder dela que apenas abriu a bolsa e me entrou. Fui até meu carro e encontrei a bolsa que estava jogada sobre o assento do carona. Ainda no elevador, já pedia para que a Elaine me passasse os dados da conta do banco dela para eu fazer a transferência que devolveria o dinheiro para ela. Elaine, em vez de atender ao meu pedido, simplesmente disse:

– Calma moça. Você vai ter tempo de me devolver.

Não entendi o que ela quis dizer com isso. Entretanto, logo ficou claro que a intenção dela não era a de me deixar sozinha. Sem sequer apertar o botão para que o elevador parasse no andar dela que era dois andares abaixo do meu, fomos direto para o décimo primeiro andar. Quando percebi que Elaine ia entrar no apartamento junto comigo fiquei aflita. Se o fato dela ter entrado lá antes e ter visto os quadros que eu mantinha expostos nas paredes de minha sala de visita e que, por seu conteúdo, me denunciavam, imaginei o constrangimento de estar diante daquela exposição na presença dela.

O que fazer? Se recusasse a ajuda dela a impedindo de entrar ficaria sendo a ingrata e sem educação. Se aceito, fico exposta com minhas atividades pouco recomendáveis. Mas eu estava em uma situação muito desvantajosa. Debilitada por causa da minha saúde e ainda abalada com o fato das lembranças do meu passado terem dominado meus pensamentos daquela forma, sem contar que aquela mulher me assustava com sua gentileza e sendo prestativa demais, vacilei durante um tempo longo demais para poder impedir que ela, pegando as chaves de minha mão, abrisse a porta do meu apartamento e agindo com um carinho que também me assustava, me induziu a entrar em meu próprio apartamento.

Ao entrar, mais uma má notícia. Uma garota com cara de menina e tamanho de gente grande, pois era bem mais alta que eu, dirigiu-se a mim com um sorriso no rosto enquanto perguntava sobre meu estado de saúde. Olhei para Elaine com uma expressão interrogativa no rosto e ela se apressou em explicar:

– Essa é minha filha. A Jacqueline. Pedi para que ela preparasse algum alimento para você.

– Desculpe vizinha. Não sou nada boa na cozinha e preparei apenas um lanche. – Explicou a garota com uma voz infantil que soava estranho vindo de uma mulher com toda aquela estatura.

Olhei para a mesa da sala de jantar e fiquei impressionada com o esmero com que ela estava posta. Frios de todas as espécies, pães, uma garrafa térmica que depois soube conter café e um bule com leite, além de três caixas de suco industrializado com sabores diferentes, tudo distribuído de uma forma graciosa e ao mesmo tempo bem funcional. Fui conduzida e até me senti contente ao ver que ambas também tomavam lugar na mesa para me acompanharem. Pode parecer estranho eu estar sendo convidada para um lanche em minha própria residência e ver as pessoas que me convidavam agirem sem nenhuma cerimônia ao me fazer companhia.

Foi nessa hora que me lembrei dos quadros e corri meus olhos pelas paredes. Nenhum dos quadros estava exposto. Olhei para Elaine que acompanhava o meu olhar e pude perceber um brilho estranho. Foi só um átimo de tempo, pois logo ela se esforçava para me tranquilizar com uma expressão serena que parecia dizer: “Já sei o seu segredo, mas não se preocupe, não tenho intenção de contar para ninguém”.

As más notícias de repente não existiam mais e senti que estava sendo bem vinda ao lado de alguém depois de vários anos.

Passar a tarde toda em companhia daquelas duas mulheres, pois a Jacque, como ela mesma fazia questão de ser chamada, apesar de sua aparência infantil, era uma garota adorável, bem humorada e que, com o seu jeitinho descontraído e brincalhão, conseguiu afastar de minha mente todas as minhas preocupações, empenhando-se em me divertir. Não demorou em que eu percebesse que o relacionamento dela com a mãe era muito transparente, o que ficou claro quando ela fez comentários a respeito de alguns casinhos dela, inclusive, com uma colega do colégio. Fazendo com que Elaine comentasse:

– Pega leve Jacque. O que a Letícia vai pensar de você depois de saber das suas aventuras.

– Ah mãe! Fica tranquila. Acho que ela não vai pensar nada, não é verdade Lê?

Ao fazer essa pergunta, senti seu olhar concentrado em mim, como se quisesse me olhar de dentro. Na mesma hora, percebi que, apesar dos meus quadros terem sido recolhidos, ela deve ter visto. Seu olhar trazia um misto de desafio e divertimento.

Elaine, apesar de falar pouco, também deixou transparecer que era uma mulher moderna e liberada, do tipo que não se assusta com as ações de outros e fazendo com que me sentisse muito bem na companhia dela. Fazia muito tempo que não desfrutava de um ambiente puramente familiar, onde as pessoas em minha companhia conversassem sem travas e também sem demonstrar nenhum outro interesse a não ser o de me conhecer enquanto se mostravam por completo, fazendo com que eu percebesse que elas também queriam ser conhecidas e não se sentiam ameaçadas, nem mesmo quando mudei meu comportamento e passei a fazer perguntas a elas.

Elas não se abriram completamente naquela tarde, porém, deram a entender que, aquele momento, era apenas o início de uma amizade e que, no seu devido tempo, não haveria segredos entre nós.

Será que não? Será que eu teria coragem de revelar os meus segredos?

Nossa reunião terminou quando Tobias ligou informando que estava chegando em casa. Elaine disse a ele onde estava e pediu para que ele subisse até o meu apartamento. Logo a Elaine lembrou que eu precisava dos dados da conta para efetuar o pagamento e ele se prontificou a me passar essa informação. Peguei meu celular e fiz a transferência para a conta dele saldando minha dívida.

Logo eles se retiraram, não antes de me convidar para almoçar com eles no dia seguinte que, sendo sábado, tornaria possível conhecer a outra filha deles, a Diana. Primeiro fiz o tradicional charme de que não queria atrapalhar e depois, diante da insistência delas e, principalmente de Jacque que era quem mais demonstrava ansiedade de nos conhecermos melhor, aceitei. Mas só concordei depois que examinei a expressão de Tobias estava tranquila com relação à nossa aproximação.

Não sei se foi em virtude da tarde agradável que tive em companhia daquelas mulheres graciosas e gentis ou se foi a dose cavalar de remédios que tomei, mas naquela noite, fui me deitar cedo e dormi como uma criança, sem pesadelos e nem lembranças de minha miserável vida.

Acordei no outro dia com alguém batendo à minha porta. Joguei um roupão atoalhado sobre a camisola de renda que usava e fui atender. Aguardando por mim com um belo sorriso no rosto e uma bandeja com um reforçado café da manhã, Elaine foi entrando no meu apartamento quase me atropelando enquanto falava:

– Oi. Bom dia. – Parada diante de mim, trajando uma roupa bem despojada que se resumia em uma calça de abrigo bastante usada e uma camiseta que, pelo tamanho deveria pertencer ao seu marido, pois apesar de sua altura de quase um metro e oitenta a barra da camiseta chegava quase ao joelho e também larga, estava Elaine com sua expressão de boa mãe, boa esposa e agora tentando ser boa vizinha. Como não disse nada, ela continuou: – Imaginei que você não teve tempo para se organizar e trouxe um café de manhã parra você.

Só então me prestei atenção na bandeja que ela trazia consigo, onde se via uma garrafa térmica e uma travessa coberta que depois descobri estar repleta de pães, bolachas, frios, geleias e manteiga. No exato momento em que me colocava de lado para dar passagem permitindo seu acesso para o dentro do apartamento a porta que dá acesso à escada se abriu e uma garota saiu de lá carregando outra bandeja onde se via uma garrafa de refrigerante e duas caixas de sucos diferentes. Olhando para mim ela fez um aceno a guisa de cumprimento e seguiu a Elaine.

Assim que deixaram as bandejas sobre a mesa, Elaine se virou para mim dizendo:

– Essa é minha filha Diana. Ela vem para casa quase todos os finais de semana.

Nem precisava dizer que eram mãe e filhas. Eram quase idênticas, com a única diferença de o corpo de Elaine se um pouco mais cheinho. Os cabelos pretos e lisos, a pele branquinha, o rosto delicado com um nariz afilado que podiam muito bem ser obra de um escultor bem sucedido diante da perfeição demonstrada. Os lábios finos não escondiam a sensualidade, principalmente quando sorriam mostrando seus dentes perfeitos. Os olhos eram de verde garrafa, de um tom bem escuro que poderiam passar como castanhos se não se prestasse muita atenção a eles. Os seios de Diana eram menores e era possível perceber que ela não usava sutiã sob a camiseta cujo tecido era marcado por seus mamilos duros, Já, os de Elaine eram volumosos e pouca coisa caídos, mas nada que lhe tirasse a beleza, pois isso acontecia em virtude do tamanho do que falta de firmeza.

As duas se sentaram à mesa, uma de cada lado e começaram a se servir. O fato de trazerem copos e xícaras para três pessoas e alimentos em abundância me comoveu. De repente me ocorreu que elas não se preocupavam apenas com minha alimentação, mas com tudo o que dizia respeito a mim e acreditavam que a solidão, naquele momento, era o que mais me prejudicaria. Fazia algum tempo que não me sentia assim tão benvinda. Procurei por palavras para agradecer esse sentimento, porém, expressar sentimentos era algo que não fazia a tanto tempo que fiquei sem saber o que dizer e consegui apenas falar com a voz embargada pelo nó que apertava minha garganta:

– Obrigada. Vocês duas estão sendo tão... tão...

Não consegui dizer mais nada e cai em um pranto convulsivo. Não sei direito o que aconteceu a seguir, só sei que, quando me dei conta, estava deitada na cama e meus pés estavam sendo massageados. Cada uma delas, mãe e filha se ocupava de um deles. Estava vestindo apenas um roupão de banho que se abriu e uma camisola curta que subiu ainda mais, deixando minha calcinha transparente a vista de ambas que agiam de forma tal que até parecia ser aquilo normal para ambas que não demonstravam nenhuma preocupação com meu exibicionismo involuntário.

Notei uma troca de olhares entre mãe e filha e Diana, alegando que tinha que dar atenção ao seu pai, saiu do quarto não sem antes beijar meu rosto. Elaine a acompanho até a sala e retornou trazendo consigo uma das bandejas, retornou para a sala para pegar a outra e passou a meia hora seguinte insistindo para que eu me alimentasse, dizendo que, em virtude do meu problema de saúde, eu não devia ficar longos intervalos de tempo sem ingerir algum tipo de alimento. Senti-me novamente uma criança com a diferença de que, em vez de minha mãe, uma quase estranha cumpria esse papel e cuidava de mim. Com muito esforço, controlei as lágrimas. Estava me cansando fazer o papel de garota chorona.

Elaine era muito carinhosa e prestativa e tinha um jeito diferente de agir e eu nunca tinha tido aquele tipo de atenção em minha vida. Lógico que minha mãe, tendo tido meu parto em idade avançada e não sendo possível ter outros filhos, sempre me mimou demais. Mas era diferente. Por ter ficado órfã muito cedo, minha foi criada por parentes e, estando meu pai debilitado pela perda e não se sentido em condições de assumir suas obrigações como pai, não tinha ela muitas referências de como ser mãe. Não que tenha sido uma má mãe, apenas sentia uma diferença entre a forma forçada e estudada que era o usual nela ao lidar comigo e a forma natural que Elaine me tratava. Lembrei então que a diferença de idade nem era tanto assim e depois tomei conhecimento que minha vizinha contava com trinta e nove anos, enquanto eu já passara dos vinte sete, o que deixava claro que nem idade para ser minha mãe ela tinha. Entretanto, Elaine era dessas pessoas que tem um radar para as necessidades dos outros e isso ficou provado para mim durante a convivência que passamos a ter.

– Depois desse desjejum, você vai tomar um belo banho, depois vai caprichar na sua aparência e vamos todos almoçar juntos.

Elaine não se ofereceu para me dar banho, talvez para não me constranger, mas notei que, se eu pedisse, ela não hesitaria em fazer isso por mim. Tanto é que, enquanto eu me banhava ela permaneceu no banheiro conversando comigo e depois ajudou na escolha das roupas que deveria usar. Achei estranho quando vi que ela escolheu lingeries provocantes e das mais caras e depois uma roupa despojada para usar por cima, com uma saia rodada com comprimento abaixo dos joelhos e uma blusa com mangas compridas e de botões na frente, com aparência de camisa masculina e que, quando me senti pronta, ela se aproximou e soltou o primeiro botão enquanto explicava:

– Seus seios são muito bonitos para ficarem escondidos, mostre um pouco e deixe o resto para a imaginação, os homens gostam disso.

– E quem te falou que eu estou interessada em agradar aos homens. – Respondi entrando na provocação dela.

– Por isso não querida, algumas mulheres também gostam, – Ao dizer isso Elaine ficou com suas faces vermelhas e deu um sorriso envergonhado me deixando na dúvida de qual seria realmente o interesse daquela mulher.

Reclamei que estava vestida de uma maneira muito formal e ela refutou meu argumento dizendo que aquele estilo combinava bem comigo e que eu estava linda, tecendo outros elogios e encerou dizendo que era melhor eu não me destacar muito para não ofuscar a ela e à suas filhas. Já me sentindo mais a vontade ao lado dela, conseguiu brincar:

– Eu sei. Você só caprichou no meu visual íntimo. Calcinha e sutiã ousados e por cima roupa de advogada.

– A roupa de baixo deve estar sempre pronta para ser mostrada, afinal, você nunca sabe quando vai tirar a de cima.

Depois de eu censurar sua fala, rimos juntas.

Aquele foi um dia em que, depois de anos, senti novamente o que era viver em uma família. Fui elogiada, agradada e cuidada. O fato de Elaine, antes mesmo de irmos ao seu apartamento, me arrastar para uma farmácia para comprar os remédios que me foram receitados e que nem me lembrava mais. Como será que aquelas receitas foram parar em suas mãos? Sem saber responder a essa pergunta, analisei aquele gesto e só conseguia mesmo me sentir grata. Grata e acolhida. Almoçamos juntos em um churrasco improvisado na área de lazer do prédio, ficamos sentadas nas cadeiras da piscina enquanto a Diana e Jaqueline brincavam na água e o Tobias sumira. Depois fiquei sabendo que ele havia saído com amigos para assistir a uma partida de futebol. Quando a Elaine me disse isso, comentei:

– Não sei por que esses homens gostam tanto de ver uns marmanjos correndo atrás de uma bola.

– Você nunca foi a um estádio?

– Não, nunca. Aliás, nem na televisão gosto de acompanhar.

– Na televisão eu também não gosto. Mas no estádio é diferente. É um espetáculo ver toda aquela gente vibrando e cantando. Um espetáculo e tanto. Um dia desses vou pedir para o Tobias levar a gente.

– Tá bom. Só não reclama depois se eu achar um saco.

– Que nada. Você vai gostar, garanto.

Assim começou essa conversa e outras foram se sucedendo, até que, sem que eu percebesse, estávamos falando de mim e eu contava sobre a minha infância para Elaine que, serena como sempre, ouvia a tudo sem me interromper.

Quando estava deitada, pronta para dormir naquela noite, me dei conta que havia sido um dia agradável. Um dia de atividades familiares, normais e tranquilas e, por isso mesmo, bem diferente do que estava sendo minha vida. Aliás, do que era a minha vida desde que me lembrava. Logo peguei no sono e, mais uma vez, dormir sem que as lembranças do meu passado viessem me afligir. Nem mesmo tive sonhos perturbadores.

No domingo aquela rotina se repetiu com a diferença de que, em vez de trazerem o café da manhã até o meu apartamento, fui arrastada para o apartamento deles. Constrangida por estar usando apenas um roupão de banho sobre a camisola, sendo obrigada a descer dois andares pela escada para não arriscar a ter que encarar outros moradores do prédio vestida de forma inapropriada, fiquei mais tranquila quando me certifiquei que o Tobias não estava em casa. Fui informada que todos os domingos de manhã ele ia até um posto de serviços de automóveis onde seu carro era lavado e polido enquanto ele e os demais frequentadores se revezavam em uma mesa de bilhar, jogavam baralho, assistiam a TV ou apenas ficavam papeando. Essa era uma rotina que, segundo Jacque, ele não abria mão de forma alguma, brincando com a situação:

– A Diana e eu já combinamos de nunca parir um filho aos domingos de manhã, pois se isso acontecer, não teremos a presença do senhor Tobias no hospital. Ele certamente estará cuidando do seu lindo e precioso carro.

– Jacque, isso é coisa que se diga do seu pai?

– Uai mãe. Por acaso estou mentindo.

Elaine, balançando o rosto para demonstrar sua contrariedade com o comentário da filha, ainda falou:

– Não ligue não Lê. Essa minha filha só fala besteira.

Foi a primeira vez que era chamada de Lê pela Elaine. Percebi que era esse costume era normal nela. As filhas eram Di e Jacque. O marido era Bias, usando o final do nome e agora eu seria a Lê. Mas quando a chamei de Laine, ela me corrigiu, demonstrando que não apreciava ter seu nome abreviado.

Quando o Tobias retornou, eu já não estava mais no apartamento delas. Elaine, dizendo que todos nós iríamos almoçar fora, ordenou que eu vestisse uma roupa apropriada e dessa vez não interferiu, deixando que eu mesma escolhesse o que vestir. Mas nem assim pude gozar de alguma privacidade, pois a Jacque me acompanhou e não se afastou de mim em nenhum momento. Tive que ficar nua diante dela que, assim como a mãe, me seguiu até mesmo quando entrei no banheiro para tomar uma ducha. A Jacqueline era diferente da mãe não só na aparência, mas também no comportamento, pois era mais invasiva e tinha o defeito de não saber ouvir, prova é que falava sem parar. A forma que ela olhava para o meu corpo nu também era diferente. Havia um brilho no olhar que demonstrava algum interesse além da amizade.

Jaqueline era um caso raro de beleza. Ao contrário da Diana, ela tinha semelhanças físicas com o pai. Muito alta, com seus um metro e oitenta e cinco, o tom da pele de um tom moreno azeitonado, rosto oval com traços finos e graciosos. Os olhos eram castanhos escuros e profundos, os cabelos eram pretos e o seu corpo, apesar das roupas desengonçadas que usava, também era harmonioso. Antes, quando soube que ela era uma jogadora promissora de vôlei, pensei que ela tivesse um corpo musculoso que lhe daria uma aparência masculinizada, porém, olhando para seu bumbum pequeno e arrebitado e suas pernas longas, porém roliças, notava-se que ela possuía a simetria que faz do corpo feminino algo apreciável.

Havia outra coisa naquela garota que chamava a atenção. Apesar de demonstrar não ter travas na língua, sempre falando coisas constrangedoras sem se importar, logo notei que havia certa intenção naquela forma de agir. Jacque era maliciosa ao extremo e, quando estava me vestindo, a surpreendi olhando para meu corpo com um brilho característico no olhar. Experiente quando o assunto era sexo como eu, não deixaria de adivinhar o que se passava na linda cabecinha daquela adolescente com corpo de gigante e carinha de menina. De menina sim, mas de menina muito safadinha.

Não fosse o estado de espírito leve que me encontrava e a necessidade urgente de me manter nessa vibe, teria dedicado algum tempo a fazer uma comparação entre o jeito de Jacque e aquela garota espevitada que um dia eu fui.

O domingo foi uma repetição do que havia vivido no sábado. Um dia de convivência familiar e descontraído. O único momento de estresse foi na hora de pagar a conta do restaurante, quando fiz questão de arcar com as despesas e o Tobias não aceitou. A minha insistência provocou uma reação irritada nele, mesmo porque eu estava realmente sendo irritante e foi necessária a intervenção de Elaine que, com sua eterna calma e infinita sabedoria, acomodou as coisas de forma que a conta fosse dividida.

Tirando isso, foi tão bom o meu final de semana que, ao me deitar naquela noite, me sentia como se fosse a gata borralheira esperando pela décima segunda badalada para ver minha linda carruagem de sonhos se transformar em abóboras de pesadelo. Só me restava despertar em uma segunda-feira e retornar para a vida vazia e sem sentido onde, para fugir de um passado sombrio, voltaria a agir como uma tresloucada em busca de aventuras extravagantes e comportamentos amorais, abusando do álcool sem me importar que isso me levasse à morte. Chegava ao final o meu conto de fadas.

O que e não sabia é que a minha fada madrinha era persistente e isso ficou provado quando fui acordada pelo terceiro dia consecutivo com alguém me chamando à porta. Outra vez fui arrastada para o apartamento do nono andar para ser alimentada, conduzida de volta ao décimo primeiro para uma ducha e troca de roupas e depois arrastada para uma clínica médica. Não me lembrava mais que havia um retorno previsto para consulta médica naquele dia, mas a Elaine lembrava e estava presente para evitar que eu faltasse a esse importante compromisso.

Depois almoçamos juntas em um shopping, a minha alimentação sob a supervisão da minha enfermeira particular voluntária que decidiu por mim o que eu deveria comer. Não bastasse isso, o retorno teve uma parada no supermercado para compras de produtos alimentícios e outros itens necessários, com Elaine explicando:

– Está na hora de você começar a se virar. Não que eu me importe, mas se as coisas continuarem assim, logo os demais moradores do prédio estarão fofocando sobre nós duas. – Olhei para ela estranhando o comentário e ela riu e depois explicou melhor: – Notei que você tem uma cozinha totalmente equipada. Então vamos levar os alimentos apropriados para que você não fique longos intervalos sem se alimentar.

Naquela altura, já havia desistido de contrariar a Elaine. Primeiro porque ficava claro que ela estava certa e depois pelo fato dela fazer essas coisas de uma forma tão despretensiosa que desarmaria qualquer um. Eu já a seguia como uma ovelhinha obediente. Ela dava as ordens e eu obedecia.

Assim seguiu minha vida. Lógico que a frequência de intervenções de Elaine em minha vida diminuía na medida em que eu começava a administrar melhor. Também a sua presença ia se espaçando e, como eu sentia falta dela, era minha a iniciativa de procurá-la para resolver algum problema que, na maioria das vezes, poderiam ser resolvidos sem a intervenção dela.

Também foi por minha própria iniciativa que comecei a relatar a minha vida a ela. E comecei pelo episódio que envolvia o meu professor de Matemática. Ela demonstrou revolta com a atitude dele e riu de nossa vingança. Quando acabei, ela perguntou:

– E que fim levou o imbecil do seu professor.

Essa era uma coisa que eu nem havia desejado saber. Apenas ouvi um comentário seis meses depois que ele havia sido demitido da escola e viu frustradas suas tentativas de ingressar em outra escola em nossa cidade. No final, depois de algumas ameaça e uma tentativa de agressão por parte do pai de uma aluna que também foi assediada por ele, o aproveitador simplesmente sumiu de nossa cidade e nunca mais foi visto.

Em outra ocasião, comecei a contar a ela a história de minha vida quando, levada pelo Rodrigo, um rapaz pelo qual eu sentia uma afeição, mas que, por insistência dele, nos tornamos namorados, a conhecer sua família que, apesar das aparências, na intimidade fugia a tudo o que se acha normal no que se refere a comportamento.

Lembro que havia apenas começado a falar de Rodrigo e sua família quando fomos interrompidas por Jacque. Somente dois dias depois tivemos oportunidade de, estando sozinha, pudesse continuar a minha narrativa.

Elaine estava demonstrando para ser a companhia perfeita. Atenciosa, carinhosa e uma boa ouvinte. Notei que, enquanto eu ia revelando o meu passado, ela se limitava a ouvir, apenas acrescentando um sorriso aqui ou ali e alguns acenos com a cabeça, numa tentativa clara de me incentivar a continuar falando.

Lá estava eu convivendo com aquela situação estranha. Estava perto de completar dezenove aos e convivia com a simpatia de Ondina que, com sua calma e bondade podia ser comparada Elaine enquanto seu pai, Carlos, parecia fazer questão de ser desagradável. Estava sempre fazendo comentários que exaltavam a sua exuberância sexual, se achando o verdadeiro pica da galáctica em situações que eu classificava como um verdadeiro desrespeito à esposa e a toda a sua família. Porém, a reação dos demais ali presentes eram bem diferentes umas das outras. Ondina olhava para ele com uma expressão de quem havia renunciado a qualquer tentativa de mudar o comportamento de seu esposo, Rodrigo agia como se nada daquilo dissesse respeito a ele, dando a impressão em certos momentos que sua mente estava á quilômetros dali enquanto Jéssica, sua irmã, ria e incentivava o pai a continuar, deixando claro que havia algum tipo de ligação entre aqueles dois que ultrapassava o relacionamento entre pai e filha.

A tortura continuou a noite, quando depois de jantar, o Carlos fez pressão para que Rodrigo não cumprisse a promessa que fizera para mim de sairmos para passear e conhecer a pequena cidade próxima ao sítio onde estávamos. Em vez disso, tivemos que assistir a um filme e o idiota fez questão de colocar “Cinquenta Tons de Cinza” sintonizado através da Netflix. Fiquei fervendo de raiva com os comentários que ele fazia, desmerecendo a personagem feminina a estigmatizando como uma puta. Na verdade, ele agia como se todas as mulheres fossem putas.

Sem conseguir me conter e para não criar uma situação de estresse, aleguei sono e fui dormir. Fiquei ainda mais decepcionada quando o Rodrigo, o cara que eu esperava que me apoiasse, deu uma desculpa esfarrapada e continuou assistindo ao filme ao lado da família.

Subi a escada em direção ao segundo piso, onde ficavam os quartos e olhei para trás quando cheguei ao corredor que dava acesso a eles, percebendo o brilho no olhar intenso daquele homem horrível para o meu corpo. Fiquei rolando na cama sem conseguir dormir de tão incomodada que estava em me encontrar em um local onde não deveria estar e na companhia de pessoas que não queria. Fingi dormir quando o Rodrigo foi se deitar, mas a noite foi longa e insone.

No dia seguinte, logo de manhã, dei uma forçada de barra e com isso consegui que Rodrigo me acompanhasse em algumas atividades. Assim, passeamos pela cidade na parte da manhã e fizemos uma longa caminhada por uma trilha no período da tarde e, para completar um dia tranquilo, fomos dormir cedo, pois estávamos realmente cansados.

Então chegou o terceiro e penúltimo dia de nossa permanência naquele sítio. Voltaríamos para Goiânia, cidade onde morávamos no dia seguinte, logo após o almoço. Rodrigo havia sugerido que ele e eu continuássemos ali até o final de semana seguinte. Como eu só estudava e ele trabalhava em uma das empresas dos pais, ele alegava que não haveria problema nenhum em faltar alguns dias de aula. Inventei uma desculpa de que teria que me ausentar da cidade para ir até Ceres visitar meus pais para compensar o fato de não ter viajado para lá nos feriados. Ele aceitou esse argumento e não insistiu mais.

O dia amanheceu ensolarado e prometia ficar assim até o por do sol, o que me deixou contente e programei frequentar mais a piscina, já me preparando para aturar a proximidade de Carlos. Logo, porém, meus esforços para ficar bem naquele local foram por água a baixo. Alegando um problema de saúde, a senhora Ondina teve que regressar para Goiana e entendi que nosso passeio seria abreviado, o que aceitei com alívio. Porém, a família se reuniu e decidiu que o Rodrigo levaria a mãe até a cidade e regressaria ainda naquele dia. Calculei que ele só conseguiria voltar quando estivesse anoitecendo se tivesse a sorte de pegar trânsito bom. Qualquer imprevisto e ele chegaria já a noite.

A princípio manifestei meu desejo de ir junto com ele que foi contra a ideia. Alegando que isso estragaria minha diversão, que eu deveria permanecer ali e aguardar por ele. Fiquei com muita raiva, porém, não podia dizer para meu namorado que minha ideia de diversão passava longe de qualquer atividade a ser feita junto com a família dele. Acabei aceitando embora, em meu íntimo, fiz a promessa de que aquela seria a última vez que me juntava àquela família. Minha intenção era me afastar de Rodrigo e evitar qualquer contato com sua família.

Com muita raiva, aceitei a cerveja oferecida por Jéssica e a bebi em poucos goles sem me importar com o gosto estranho que senti ao fazer isso e depois me deitei na cadeira da piscina para me bronzear, trajando um biquíni normal e não levantei nem mesmo para me despedir de Rodrigo que, notando meu descontentamento, apressou-se em sair dali, em vez de fazer qualquer tentativa de amenizar minha raiva.

Estava com os olhos fechados, quase cochilando e com uma sensação estranha no corpo, quando notei que o sol que queimava meu corpo tinha sido coberto por sombras. Acredito que se passara meia hora desde que Rodrigo havia se retirado. Abri os olhos me deparando com o Carlos em pé diante de mim. Ao seu lado, Jéssica com um tubo de protetor solar na mão e dizendo antes que eu pudesse comentar qualquer coisa:

– Você vai se queimar nesse sol todo. Vamos passar um creme para te proteger.

Vamos? Vamos quem? Se fosse pelo menos ela se prontificando a passar ainda dava para entender. Agora, ‘vamos’ significava que seria ela e o pai. Isso não estava nos meus planos e era, no mínimo, pouco apropriado. Mas antes que pudesse expressar minha surpresa eles se abaixaram a minha volta, cada um de um lado e Jéssica ordenou que eu ficasse deitada de bruços. Cansada de ser a do contra, acabei obedecendo e logo quatro mãos deslizavam por minha costa.

O incomodo de estar sendo acariciada pelo pai e irmã de meu namorado logo foi alterando a sensação estranha que sentia antes em algo prazeroso. Mesmo sem estar vendo o que eles faziam, sabia que as mãos mais suaves que espalhavam o creme em meu pescoço eram da Jéssica enquanto as mãos mais firmes e pouca coisa mais ásperas que desciam pressionando minha coluna até atingir o tecido da calcinha do meu biquíni eram do Carlos. Logo estava relaxando e senti que aquela massagem que começara com a desculpa de passar o protetor em meu corpo estava ficando mais ousada, pois Jéssica descia a mão pela lateral do meu corpo forçando para que eu afastasse os braços e deixasse espaço suficiente para que suas mãos atingissem as laterais dos meus seios e, a cada movimento, elas forçavam o tecido da parte de cima e se aproximavam cada vez mais dos bicos de meus seios que, já durinhos, denunciariam meu tesão. Mas não foi nem preciso chegar a tanto, pois uma das mãos de Carlos ousou mais e desceu até meu bumbum fazendo pressão em uma das nádegas, depois a outra mão fez o mesmo e segurando ambas, ele as movimentou separando-as de forma que pudesse observar o volume que minha xoxota, agora inchada fazia no biquíni. Notei que suas mãos mantiveram a posição por quase um minuto e depois voltaram a se movimentar, pressionando minha bunda e puxando-as de novo, provocando o roçar do tecido em minha buceta e, sem que eu conseguisse evitar, minha respiração acelerou e ficou ruidosa.

Jéssica entendeu aquilo como uma rendição e puxou os laços que prendiam a parte de cima do biquíni, primeiro a que ficava atrás do pescoço e em seguida o da costa, então levou as mãos forçando meu corpo um pouco para cima para que suas duas mãos segurassem meus seios que ela ficou pressionando levemente, alternando com o roçar de dedos no mamilo. A sensação era tão boa que não pude evitar um gemido.

Senti uma pressão no meu corpo que nessa altura queimava. Naquela hora eu não sabia que a cerveja que eu tomara havia sido adulterada com alguma droga e o tesão que me dominou foi tão forte que não havia como evitar o que veio a seguir. Sabendo o que os dois pretendiam forçando meu corpo daquela forma, me virei e logo estava deitada de costa com meus seios sendo exibidos, assim como as reações provocadas pelos carinhos que recebi de Jéssica.

Sentia que os mamilos a ponto de estourarem enquanto latejavam. Tudo o que queria nessa hora era que eles recebessem carinhos, fossem apertados e depois chupados por uma boca ávida em me dar prazer. Como se lesse meus pensamentos, Jéssica fez exatamente isso, porém, após o primeiro beijo que deu no da direita, ofereceu o da esquerda para seu pai. Com os olhos fechados, não vi suas cabeças se abaixando, mas gemi alto quando duas bocas se apoderaram dos mamilos que foram sugados enquanto eu retorcia meu corpo sem poder controlar o prazer que sentia.

Nessa hora sabia que estava fodida. Ou melhor, sabia que logo seria fodida e nem o fato de ser pai e filha a me darem esse prazer me incomodou. Levantei o quadril para facilitar a retirada da minha calcinha sentindo-me grata por não ser obrigada a fazer isso e arreganhei as pernas ao sentir um hálito quente soprando minha buceta que se oferecia para ser degustada pela boca que dela se aproximada.

Controlei a vontade de abrir os olhos para ver quem iria me chupar e nem foi necessário me esforçar para descobrir quem era. Logo a pontinha de uma língua se se encostou ao meu grelinho e começou a se movimentar com a velocidade que se move o de uma cascavel. Era elétrico, era anormal e gritei enquanto levantava o quadril e pressionava minha buceta ao encontro daquela boca. Tudo o que queria era ser chupada, invadida e para gozar deliciosamente. Meus desejos foram todos atendidos, pois logo senti a pressão da boca ao encontro da minha xoxota enquanto uma língua se movimentava entrando e saindo dela e, gritando de prazer, contraí todos meus músculos em uma tentativa de me esfregar toda ao encontro daquela boca maravilhosa, mas foi em vão, pois em vez de gozar imediatamente, senti a sensação que precede ao orgasmo que depois foi aumentando até passar do ponto onde normalmente vira prazer e ir se intensificando ainda mais até explodir e, ao explodir, me levou para um mundo até então desconhecido, pois me sentia flutuando em um túnel escuro onde meu corpo era uma única célula que vibrava como se estivesse recebendo uma descarga elétrica. De tão intenso, meu prazer esgotou todas as minhas forças e caí desmaiada sobre a cadeira da piscina.

Não sei quanto tempo fiquei desacordada. Quando voltei a mim senti novamente aquele hálito morno soprando minhas pernas, bem próximo da virilha. Mas agora estava diferente. Era mais intenso, embora a temperatura fosse a mesma e também percebi que havia algum movimento, pois ele se afastava um pouco para depois se aproximar mais. E também havia os gemidos. Em um esforço sobre humano, abri os olhos e o que vi poderia ter me deixado estarrecida em outros tempos, mas naquele momento, só serviu para reascender meu tesão. Com o corpo curvado sobre mim, Jéssica recebia o pau de seu pai que a fodia por trás, segurando em seu quadril e fodendo com força sua buceta enquanto a chamava de vadia e putinha safada. Logo Jéssica se deixou cair sobre mim e teve um orgasmo também intenso.

Ficamos deitadas ali, sob o sol, com metade do corpo de Jéssica sobre o meu. Seu rosto repousava em minha barriga, bem próximo aos meus seios e não resisti, iniciando um carinho em seus cabelos loiros e cacheados, o que foi bem recebido por ela que ronronou como uma gatinha. Não demorou em que ela levantasse seu dorso e ajeitasse seu corpo de forma que seu rosto ficasse próximo ao meu e iniciamos um beijo. Descobri que ela devia ter sua língua ligada a alguma tomada interna, pois também no beijo parecia ser elétrica tal a velocidade que vibrava dentro de minha boca. O beijo foi se intensificando fazendo com que o desejo nos dominasse e foi dessa forma, tomada de desejo, que senti minha perna sendo aberta e um pau forçar a entrada da minha buceta, iniciando a invasão.

Era estranho ser fodida por um pau que ainda não tinha visto. Dava para sentir que não era fino e não demorei em confirmar que acertara. Uma cabeça grossa foi me invadindo e em seguida senti o corpo do pau ir engrossando ainda mais, dilatando minha buceta que doía com aquela invasão, principalmente quando senti que não parava de entrar e já atingia meu útero. Quando me dei conta que era enorme e que não ia aguentar todo ele dentro de mim e ia reclamar, vi a mão de Carlos se aproximando de nós e quebrar um pequeno frasco de vidro próximo de nossos narizes. O líquido se tornou vapor instantaneamente e, ao respirar aquele gás, entrei em órbita.

Em outra ocasião, descobri que se tornava de haxixe, uma substância extraída planta que produz a maconha, porém com um THC (tetra-hidrocarbinol) dez por cento maior, provocando uma sensação de euforia e relaxamento e também a tradicional ‘larica’.

Com meu corpo adormecido pelo efeito da droga senti que o aquele pau enorme começou a se movimentar dentro de mim, o que estimulou os músculos de minha buceta que reagiram bravamente àquela invasão e logo começaram a se contrair criando as condições necessárias para que a penetração fosse cada vez mais profunda. Com minha buceta apertando e massageando aquele invasor bruto, saí vencedora naquela disputa, pois logo senti que estava sendo inundada de uma porra viscosa. Nesse momento, gozei pela segunda vez, das muitas que ainda iria gozar naquele dia.

Carlos e Jéssica formavam um par que combinavam entre si. O tesão deles não acabava nunca e bastava alguns estímulos, como toques e beijos, para que estivessem pronto para uma nova foda. Acredito que ele mantinha seu enorme pau duro com a ajuda de algum medicamento e eu fui usada e abusada, para meu próprio prazer, incontáveis vezes. Jéssica apareceu com um vibrador preso por tiras de couro ao seu corpo e me fodeu também e aquilo só me deixava mais tesuda, porém, quando ela surgiu com a ideia de fazerem uma dupla penetração em mim, fiquei relutante, principalmente quando soube que a intenção dela era que seu pai fodesse meu cuzinho. No meu entendimento, um pau daquele tamanho iria me machucar, mesmo que apenas ele estivesse explorado meu rabinho, imagine então ter aquilo enfiado em meu cu enquanto um vibrador de bom tamanho explorava minha xoxota. Só não tinha me dado conta ainda que, sob o efeito das drogas, estava no modo putinha e assim, com ela me pedindo de forma manhosa e ele sendo mais incisivo, exigindo que eu me submetesse, fizeram com que eu, depois de exigir deles a promessa de que parariam se eu pedisse, concordasse com tal violação.

A Jéssica, apesar de ser bem submissa ao seu pai, era quem escolhia onde e como as coisas deveriam acontecer e quando ela pegou em minha mão e disse carinhosamente que deveríamos ir para o quarto de se pai, soube que chegara a hora do meu sacrifício e, como uma ovelha caminhando em direção ao matadouro, a acompanhei sem reclamar.

Chegando ao quarto, ela voltou a prender o vibrador em seu corpo e se deitou na cama, pedindo para que eu fosse por cima dela e começasse a cavalgar naquele pau artificial. Acomodei e comecei a fazer movimentos lentos que foram se intensificando na medida em que o suco de minha buceta produzia maior lubrificação. Quando já estava me sentindo mais a vontade ela me puxou para si e começou a beijar minha boca, enquanto sua mão deslizava por minha costa em direção à minha bunda.

Senti quando ela agarrou minhas nádegas e as abriu e soube naquela que a hora de meu sacrifício era chegada. Não havia percebido que Carlos se aproximara de nós, mas senti a cabeça do seu cacete deslizar pelo meu rego pedindo passagem até se encostar em meu cu. Ato contínuo, ele começou a pressionar e foram várias tentativas até que a cabeça vencesse a resistência e invadisse meu rabo. Sem resistir, gritei de dor, o que fez com que Jéssica puxasse meu cabelo para que minha boca ficasse ao alcance da dela e iniciou um beijo intenso.

Carlos estava usando um lubrificante e isso ajudou a penetração que começou assim que Jéssica me dominou com seu beijo intenso e profano. A dor era intensa e tentei me livrar daquela situação, mas quatro braços me seguraram e imobilizaram, deixando-me a mercê daquela posse que tanto temia. Lágrimas escorriam dos meus olhos e eram sorvidas por aquela putinha loira que lambia meu rosto sorvendo todas para depois voltar a se dedicar ao beijo que, se servia para evitar que meu grito agudo fosse ouvido a centenas de metro dali, também me dava muito prazer.

Eu não sabia que seria possível. Jamais acreditaria, se tivesse sido comigo. A dor tão intensa foi apenas o prenúncio de um prazer que te leva a uma viagem pelo universo e foi exatamente isso que aconteceu. De repente, sem que eu soubesse explicar quando, a dor começou a diminuir e meu corpo começou a reagir, não tentando evitar, mas sim para aproveitar e consumir o máximo daquela invasão.

Comecei a rebolar e os meus movimentos faziam com que a penetração em meu corpo se desse de forma alternada. Quando eu levava minha bunda para trás, aquele pau enorme atingia as profundezas do meu cu enquanto, do outro lado, o vibrador quase saída de minha buceta. Então eu fazia o movimento contrário, indo para frente, e era a minha xoxota que recebia toda a invasão enquanto o pau grosso, enorme e extremamente duro de Carlos saía quase que totalmente de dentro de meu cuzinho. Parecendo que a eletricidade que alimentava a língua de Jéssica tivesse me atingido, comecei a tremer toda enquanto minha vista se toldava e meus gritos, apesar de muito altos, eram ouvidos por mim como se fosse outra pessoa que, a muita distância dali, es tivesse gritando.

Sem sentidos, devo ter sido carregada por Carlos para o banheiro da suíte que Rodrigo e eu ocupávamos, pois acordei dentro da banheira, envolta em água morna e espuma e sendo banhada pelas mãos macias de Jéssica que ainda me fez gozar mais uma vez antes de me deixar totalmente apagada sobre a cama.

Acordei durante a noite e senti que havia alguém deitada ao meu lado. Estava com o corpo todo dolorido e sem forças para mais nada, apenas fechei os olhos e voltei a dormir, só acordando de vez quando o sol já ia alto ao céu. Rodrigo, com um brilho estranho nos olhos, estava sentado na cama olhando para mim com admiração. Fiquei aflita, achando que ele se dera conta de tudo e já fui me preparando para ouvir poucas e boas, certa de que nosso namoro fatalmente chegaria ao fim. Entretanto, a única coisa que ouvi dele, com uma voz carinhosa e um sorriso encantador em seu rosto foi:

– Você é muito linda dormindo. Quero acordar olhando para seu rosto e seu corpo todos os dias de minha vida.

Agradeci a ele com um sorriso amarelo nos lábios e permiti que ele me beijasse. No íntimo, eu alimentava minhas dúvidas de que talvez ele fosse sabedor do que se acontecera naquela casa no dia anterior e que, na possibilidade de eu estar certa, o que não poderia estar acontecendo entre ele e sua mãe?

Nesse ponto da narrativa, Elaine me interrompeu dando sua opinião de que, apesar de ser algo muito forte e estranho, aquela aventura deveria ter mexido muito comigo. E ela estava certa. Quer dizer, ela não tinha a ideia de que como estava certa. Aquele dia foi um divisor de águas na minha vida e o rumo que ela tomou depois daquilo é que me levou aos dias de hoje.

Quando fui retomar minha narrativa, minha vizinha e agora benfeitora me interrompeu, dizendo que estava na hora de eu ser medicada e foi atrás dos remédios. Depois disso, informou que tinha alguns compromissos e me deixou sozinha e essa situação, como não poderia deixar de ser, levou-me a refletir de como era bom esse ambiente familiar, algo que tivera há muitos anos e que tinha me esquecido como é. Imediatamente me veio o desejo de entrar em contato com meus pais com que não falava há mais de cinco anos.

Estava cansada de saber sobre eles através de um parente distante que me mantinha informada sobre o estado de saúde deles. Decidida, fui até o quarto onde julgava ter deixado meu aparelho celular e não o vi sobre a cama. Comecei a buscar por eles até que algo me deixou presa ao chão. Sem saber o motivo, abri as portas do armário do meu quarto uma por uma e, quando abri a terceira delas, parte onde ficavam roupas que não usava mais, algo caiu no chão fazendo um barulho incomodo. Quando me abaixei para pegar o objeto fiquei estarrecida. Era um dos quadros que eu havia colocado na sala de visitas do meu apartamento. Eram seis quadros em sequencia e apenas dois caíram no chão. Levantei-me e examinei uma das divisórias e encontrei outros quatros. Então me lembrei de que isso havia sido o motivo de minha preocupação quando descobri que a Elaine tinha entrado no meu apartamento e visto aquelas fotos. Agora eu descobria que ela não apenas viu, como se preocupou em retirá-las da parede, certamente sabendo que outros membros de sua família também entrariam em minha casa.

Entendi na hora que ela fizera isso para proteger. Mas, proteger a quem, me perguntei. Seria a mim ou à sua família.

Olhando aqueles quadros, pintados a óleo com cenas sequenciais de uma mulher fazendo sexo em várias posições com dois homens negros e que, muito embora as expressões não fossem nítidas, não havia como não saber que a modelo da foto era eu.

Aquilo me abalou de tal forma que me deixei ficar deitada na cama pelo resto do dia, sem condições de fazer mais nada e deixando a intensão de falar com meus pais para outra ocasião.

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Comentários

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Meu amigo Nantes q capítulo top este seu conto está muito bom estou gostando muito ler este conto perfeito meu parabéns

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Amigo parte da saga muito forte às emoções demais parabéns adorei.

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E pra variar a cada capítulo só melhora! Parabéns cara, você continua excepcional!

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Rapaz Nantes, vou ficar devendo a leitura para amanhã, mas o pouco que já li está excelente!

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