Aviso
Olá, pessoal!
Eu preciso dizer umas coisinhas sobre o capítulo de hoje postado hoje.
A princípio a ideia seria focar o capítulo em dois personagens: Leandro e Luciano. No entanto, ficaria muito grande, eu demoraria muito para escrever e publicar pra vocês. Para que isso não aconteça, eu dividi em dois. O de hoje será focado no Leandro e o próximo no Luciano.
Para Isso, tive que fazer algumas alterações. E no último capítulo postado terminou com uma cena do Luciano com a Irene, essa cena tbm não vai entrar nesse capítulo e sim no próximo.
Mas podem ficar tranquilos que não vai ficar confuso.
Boa leitura!
Capítulo 42
Coube a André a escolha do restaurante. O local era especializado na alta gastronomia francesa, o que não agradou muito o paladar de Vanessa, que estava sedenta por bom bife e uma porção generosa de batatas fritas.
André monopolizava o assunto entediando a todos se autoelogiando o tempo inteiro.
Vanessa, por sua vez, passava a maior parte do tempo mexendo no smartphone e Leandro tentava esconder o seu tédio, fingindo interesse no que André dizia, mas no fundo, não via a hora daquele jantar terminar.
André se ofereceu para levá-los para a casa. Por trás do seu gesto solidário, havia a intenção de passar a noite com Leandro, mas esse recusou, alegando que não seria adequado, já que Vanessa estava em casa naquela noite e ela não se sentiria confortável com a situação.
André não insistiu. Aceitou de boa.
_ Sem problemas. Aos poucos, chego lá e ela vai gostar de mim.
Ao entrar em casa, Vanessa se jogou no sofá e atirou para longe o par de saltos incómodos. Os seus delicados pezinhos finalmente puderam se livrar daquele tormento.
_ Pai, não querendo fazer a cricri, mas como você aguenta aquele homem chato? Puta que pariu! Cara egocêntrico!
Leandro se jogou ao lado dela, sentou relaxando.
_ Eu nem sei o que te dizer, Vanessa.
_ Pai, você precisa baixar o Grinder.
Leandro a olhou com espanto. Jamais na vida imaginou ouvir isso vindo da filha.
_ É sério, pai. Você está solteiro e é bonito. Precisa namorar, se divertir sabe. Eu tenho certeza que você vai fazer sucesso nesse aplicativo.
_ Pera aí!_ Leandro disse levantando o dedo um indicador. Numa expressão confusa._Isso é muito pra mim. Quer dizer que você...justo você está me induzindo a procurar um namorado?! É isso mesmo?
_ Eu acho que você merece ser feliz. O meu pai te fez sofrer demais, ele já está até namorando com outro. Nada mais justo que você siga a sua vida. E vamos combinar que você não gosta desse André. Você tentou forçar um romance com ele, mas não rolou. Esse cara não combina contigo.
Vanessa abriu a boca para bocejar. Estava muito cansada, e levantou do sofá com a intenção de ir para o quarto dormir.
_ Bom, a vida é sua. Não cabe a mim cagar regras. Só te dei um conselho. Agora, vou dormir. Estou morrendo de sono.
Vanessa abaixou a cabeça e deu um beijo no rosto de Leandro. Em seguida foi para o quarto.
O dia estava ensolarado. Leandro decidiu levar um bolo de laranja para a livraria para tomar o café da manhã com Patrícia.
"Amiga, estou levando bolo para a livraria. Vai adiantando o cafezinho." Foi a mensagem que Leandro enviou para Patrícia via whatsapp.
Alguns segundos depois recebeu uma notificação do aplicativo, que ele julgou ser uma mensagem resposta de Patrícia. Mas, se surpreendeu ao ver que era de Valéria. A amiga estava com saudades. Devido a correria do dia a dia, não tiveram tempo de conversar.
Valéria o convidou para almoçar, convite esse que foi aceito por Leandro, que marcou as treze horas num restaurante português que ficava no centro da cidade.
Ao chegar na livraria, foi surpreendido pela visita de André. Que o aguardava sentado no sofá, próximo ao piano. O homem desfolhava um livro de arquitetura, mas não sentiu desejo de comprá-lo.
_ Que surpresa te ver por aqui a essa hora!_ Disse Leandro.
André se levantou, o abraçou e o beijou.
_ Eu tenho uma proposta para te fazer. Tanto pra ti quanto pra sua filha. Podemos conversar?
_ Claro. Vamos ao escritório. Pati, segure o bolo, por favor?
_ Tá...me dá aqui.
Leandro pôs o bolo no balcão e subiu acompanhado de André.
Assim que chegaram no escritório, Leandro fechou a porta e indicou a cadeira em frente a sua para que André pudesse se sentar.
Disse a Leandro que a sua estadia no Brasil estava chegando ao fim. Precisava e desejava voltar para os Estados Unidos, local ele considerava a sua nova e querida pátria.
_ Eu tenho um bom apartamento em Nova York. Lá tem as melhores escolas do mundo. Creio que seria bom para a Vanessa fazer o High School. A rua em que vivo é ótima. Lá há lojas perfeitas para que você possa abrir uma bookstore. O que acha de você e a Vanessa viverem comigo em Nova York?
Leandro ficou parado por uns segundos, a boca estava entre aberta e não sabia o que dizer.
_ Leandro, nós nos damos tão bem! Eu sei que você gosta de mim. Sempre gostou. Quase namoramos na adolescência, mas você se deixou levar pela lábia do Júlio. Mas isso é passado. O seu divórcio vai sair em breve. E eu sei que você gosta de dormir comigo. Eu também posso te oferecer uma vida financeira confortável. Tanto pra você quanto pra Vanessa. Não se preocupe com a questão do grincard, eu resolvo todas as burocracias. Só cabe a você aceitar e fazer as malas. Então...vamos, meu amor?
_ André, eu fico muito lisonjeado pela sua proposta, mas eu não posso aceitar.
André o olhou surpreso. Não esperava receber um não. Tinha convicção que sairia do Brasil acompanhado de Leandro.
_ Mas, por que não?
_ Porque eu não tenho a guarda integral da Vanessa, a compartilho com o Júlio. Ele jamais vai permitir que levo a Vanessa para fora do país.
_ Quanto a isso, não precisa se preocupar. Ano que vem a Vanessa faz 17 e no próximo ano 18. Júlio não vai poder impedir. É só você ter um pouco de paciência. A Vanessa pode viajar pra nossa casa nas férias. E você pode falar com ela todos os dias via skype.
_ André, eu não tenho a menor intenção de me afastar da minha filha. Ainda mais agora que estou construindo uma boa relação com ela. E também não quero morar fora do país. Eu gosto de viver no Brasil.
_ Ah conta outra, Leandro. Quem podendo viver no primeiro mundo, vai querer viver nesta terra de índios?
_ O Brasil não é pior que país nenhum. Eu amo a minha pátria e detesto esse seu comentário racista.
_ Racista eu?!
_ Racista sim! Primeiro que não se diz índio e sim indígena. E eles não são inferiores como você disse. A minha vida está toda construída aqui.
_ Que vida?! Olha a sua volta. O seu padrão de vida caiu muito. Você merece muito mais e eu posso te dar.
_ André, eu passei a minha vida inteira sendo sustentado por homem e não quero isso novamente. Por mais que pra você o que tenho seja sem valor, pra mim é muito importante. Tudo o que tenho, que pra você parece pouco, foi conquistado com muito esforço.
_ Eu não quis te ofender. Só quis te ajudar.
_ Eu sei. E agradeço por isso. Mas eu não quero viver contigo.
_ Bom...se você não quer, eu não vou insistir. Só me resta aceitar e te desejar muito sucesso. Você é um homem maravilhoso, Leandro. É bonito, é inteligente, gentil, culto e esforçado. Eu tenho certeza que você ainda vai se dar muito bem na vida.
_ Obrigado, amigo. Você é uma pessoa incrível. Eu desejo muito que você continue sendo feliz e que tudo na sua vida dê certo. Que você encontre um cara legal.
_ Eu vou encontrar. Tenho sorte de despertar interesses em caras legais.
Leandro riu da presunção do amigo, mas ao menos tempo sentiu um carinho enorme por ele.
_ Então, vou indo nessa. Preciso ajeitar as coisas para viajar. Parto ainda esta semana. Mas, espero que você aceite a vaga do curso que te ofereci. Isso vai ser muito bom para a sua nova vida de empresário.
_ Claro! Eu já fiz a matrícula. Pode deixar que serei um aluno emprenhado.
_ Disso eu não duvido.
André abriu os braços para receber um abraço, que Leandro deu com muito carinho.
_ Foi tão bom te rever, André!
_ Pra mim também. Espero que fique bem e que aquele idiota do Júlio pare de te atormentar. Olha, as portas da minha casa sempre estarão abertas pra você e a sua filha. Quando for á Nova York, saiba que poderá se hospedar no meu lar.
_ Com certeza. Assim que pintar uma oportunidade de viajar, eu vou te fazer uma visita.
_ Pode rolar uma despedida? Que tal sairmos amanhã a noite, eu, você e a Val? Como nos velhos tempos.
_ Por mim tudo bem. Eu vou estar com a Valéria daqui a pouco e falo com ela.
Despediram-se com mais um abraço. André segurou com as duas mãos no rosto do amigo e o beijou. Leandro não quis beijá-lo, mas ficou sem jeito de demonstrar. Sentiu-se aliviado com o fim do beijo. André saiu em seguida.
Leandro estranhou encontrar Valéria a sua espera no restaurante. Pontualidade não era o forte de sua amiga.
_ Moça, você viu a minha amiga Val, que sempre chega atrasada?
_ "Engraçadinho."
Abraçaram-se e trocaram beijos nas bochechas. Leandro se sentou em seguida.
Com um gesto na mão, Valéria chamou o garçom e fizeram os pedidos.
Enquanto aguardavam serem servidos, Leandro contou a Valéria sobre a conversa que teve mais cedo com André.
_ Cristo! Gente, mas a Angela passou mel em ti mesmo. Aliás, tu deve sentar muito gostoso, Bijuzinho. Nunca vi tanto macho te querer assim.
_ Eu tenho é dedo pobre isso assim... aliás minto...tenho as duas mãos podres. Amiga, eu não aguento mais. Sabe, eu sei que você vai me chamar de idiota, mas eu não sei o que acontece comigo.
_ Como assim?
_ Eu tento...juro pra você que tento, mas eu não consigo me sentir bem fazendo isso. Eu sei que pra você é bobagem. Você acha que sexo e amor não são as mesmas coisas. Mas eu não gosto de transar ou beijar alguém que não amo. É estranho. Me dá uma vontade de fugir. Sexo pra mim tem ter amor, tem que ter carinho! Eu não me sinto bem me expondo, expondo o meu corpo para alguém que eu não sinto nada. Eu sei que eu sou uma vergonha de homem. Que ninguém é como eu. Eu não gosto de ser assim. Mas eu sou! Isso não é uma questão de moralismo... não! Não tem nada a ver com isso...eu nem sei explicar o que é...acho que sei sim, eu sou burro.
_ Você não é burro. Você é demissexual.
_ O quê?! O que é isso?
_ É um espectro da sexualidade. É quando uma pessoa só consegue se envolver sexualmente com outra pessoa se houver sentimentos. Você não é único, Bijuzinho. Há muitas pessoas assim. Só que as pessoas se confundem. Nós vivemos numa sociedade taxativa. Como se nós mulheres temos que ser assim e vocês homens livres para fazer sexo somente por tesão. Mas, naturalmente, as coisas não são desse jeito. Há muitas pessoas que conseguem sim fazer sexo por somente tesão e está tudo bem e outras não, como o seu caso, e também está tudo bem também.
_ Ah, amiga, é sério isso?
_ Lógico, Bijuzinho. Eu não sou somente uma mulher gata e gostosa, sou cultura também. Eu li sobre isso. E diante dessas circunstâncias, digo que você não deve se forçar a nada.
_ Ah, você não sabe o peso que tirou das minhas costas. Eu estava me sentindo um ET.
_ Mas seja sincero comigo. Que você amou o Júlio nós já sabemos. Do Abner a mesma coisa. Até porque você gostava de foder com ele. Tá certo que o cara é um gostoso. Mas não era só fogo no rabo. Rolava amor também. E aí? Você ainda gosta dele?
Neste momento o garçom chega com os pedidos e os servem.
_ Tenham um bom apetite._ desejou o garçom antes de se retirar.
_ Huuum! O cheirinho desse bacalhau está ótimo.
_ Não muda de assunto, Leandro. Você gosta ou não do Abner?
_ Eu não sei.
_ Claro que você sabe.
_ Val, eu... não posso gostar. O Abner me enganou, a Vanessa não aceitaria e o Júlio pode cometer uma loucura. Eu estou disposto a abafar esse sentimento que tenho pelo Abner e seguir a minha vida.
_ Eu espero que sim. Abner já provou que não é de confiança.
_ Agora, me fale sobre você. Tá saindo com alguém?
_ Hum! Nem te conto! Conheci um boy deliciosoAvançamos alguns meses e chegamos em dezembro. O clima de natal está no ar. Casas e lojas ornamentadas com essa temática, luzes natalinas deixam a cidade mais iluminada.
As pessoas andam pelas ruas fazendo as compras. Entre inúmeras opções de presentes, livros é uma delas.
Leandro se vê satisfeito com o aumento das vendas. Para chamar mais atenção dos clientes, ele resolve enfeitar a loja com uma grande árvore de natal que montou com Patrícia e Vanessa. As luzinhas contornavam a porta de entrada e os livros natalinos ficaram expostos em destaque.
Mesmo sendo agnóstico, Leandro permitiu que Patrícia montasse um presebio, que agradou muito as crianças e os clientes católicos.
Valéria entrou na livraria carregando várias sacolas. Havia voltado do shopping.
_ Olha ela! Comprou o shopping inteiro, amiga?_ Leandro perguntou a abraçando e a beijando no rosto.
_ Eu vim adiantar os presentes de natal de vocês. Eu viajo hoje mesmo.
_ Vai pra aonde, mulher?_ quis saber Patrícia.
_ Infelizmente vou ter que ir pra casa dos meus pais. Eu não estava a fim. Odeio festas de família, mas se eu não for, já sabe o drama que a minha mãe vai fazer.
_ E o réveillon? Vai passar na casa dos seus pais também?
_ Cê tá louco, Bijuzinho?! Só o natal e olhe lá. Eu fui convidada para passar na mansão de Nova York daquele meu amigo, Ivan Matarazzo, lembra dele?
_ Oh se lembro. Aquela festa na casa dele foi memorável.
_ Que chique, Val. Passar o Rebelión em New York!
_ E vou num avião particular, Pati! Ivan vai me levar junto com o marido e a filha. Chiquéeeeerrima! Só volto lá pro dia cinco de janeiro. Ah, tome os presentes de vocês. Mas só abrem na noite de natal. Esse é pra você e os seus filhos, Pati. Esse é pra você e a Vanessa.
_ Obrigada, Val. Nem comprei nada pra você ainda. Mas eu vou comprar e te entregar quando você voltar.
_ Amiga, o seu presente está lá em casa. A gente pega depois.
_ E vocês? Onde vão passar as festas de fim de ano?
_ Eu vou fazer uma ceia lá em casa como faço todo ano. Só eu e as crianças mesmo. Fazer coisinhas simples.
_ E você, Bijuzinho? Vai passar com a Angela ou Genaro?
_ Com nenhum dos dois. A minha mãe vai visitar uma tia do interior. Ela me convidou pra ir, mas eu não estou nem um pouco a fim de encarar as perguntas do porquê me separei do Júlio, ou pior, se tem alguma chance de eu me interessar por uma mulher.
"O meu pai me convidou para a ceia na casa dele, mas já dispensei porque não tenho saco para lidar com a Lorena por uma noite inteira."
_ Vai ficar com a Vanessa ou ela vai passar com o Júlio?
_ A minha bebê vai viajar para Cancún com a família da Marcinha. Como ela conseguiu recuperar as boas notas e foi aprovada eu e Júlio chegamos a um acordo e autorizamos.
_ Com certeza o Júlio vai dar uma das festas espalhafatosas dele. Na certa o Luciano vai estar lá e foi muito conveniente pro Júlio essa viagem da Vanessa.
_ Verdade, Val. Mas eu acho uma boa. Assim evitamos conflitos._ respondeu Leandro.
_ Então, você vai ficar sozinho no natal, Bijuzinho?
_ Sim. Mas eu não me importo. Preparo um jantarzinho pra mim e assisto TV tomando um bom vinho.
_ Ah tadinho. Vem comigo pra casa dos meus pais.
_ Não, amiga. Eu prefiro assim. Ficar na minha quietinho. Com certeza este ano será melhor do que a do ano passado. Desta vez não terá Júlio pra me perturbar.
_ Mas com certeza terá ligação do Abner. E dessa vez com outra intenção._ disse Valéria.
_ Nem meu número ele tem mais. Eu o bloquei.
Patrícia o olhou de um jeito repreensivo.
_ Nem pensar que você vai passar o natal sozinho. Vai pra minha casa. E não tem desculpas. Como vamos fechar a livraria mais cedo mesmo no dia 24, você vai direto para a minha casa.
_ Mas...
_ Nem adianta argumentar, Leandro. Já tá decido. Até parece que vou te deixar passar o natal sozinho.
_ Amiga, eu agradeço muito a sua boa intenção. Mas de verdade, prefiro ficar em casa. Eu não estou triste nem nada disso. Só quero mesmo desfrutar da minha própria companhia este ano.
_ Se você mudar de ideia, saiba que as portas da minha casa sempre estarão abertas pra ti.
_ Obrigado.
_ Mas o réveillon vamos passar juntos né? Vamos para Copacabana ver os fogos? Aí depois vamos lá pra casa cear.
_ Tá bom. Pode ser.
....
_ Vamos ver esse mangueirão vai ser o suficiente para apagar o meu fogo._ disse Leandro mordendo o lábio inferior, com o seu olhar libidinoso.
Ao sentir os ombros serem tocados por mãos macias, Abner despertou assustado. Havia adormecido sentado em uma das mesas da confeitaria. Percebeu que estava suado e tenso. Deu graças a deus, por estar sentado e não ser possível que Patrícia percebesse a sua ereção.
_ Tá dormindo sentado, Abner?_ Patrícia perguntou com um sorriso no canto da boca. E sentando á mesa, ao lado dele.
_ Eu estou muito cansado. Neste fim de ano o movimento da confeitaria aumentou muito. Estou fechando muito tarde e abrindo cedo. Estou só o pó. E para piorar essa abstinência de sexo está me deixando doido.
_ Você ainda está nessa de se guardar pro Leandro, amigo?
_ Eu sei...pode me chamar de idiota por isso, mas eu amo aquele homem. Apesar de ele me deixar na mão... literalmente.
_ Amigo, eu gosto muito de você, mas não posso deixar de ser sincera contigo. Nós conhecemos o Leandro. Sabemos muito bem que quando ele bota uma ideia na cabeça ninguém tira. Ele não quer nada contigo.
_ Você não sabe o quanto eu me arrependo de tudo que fiz. Dói demais esse arrependimento.
_ Eu imagino. Eu acho que ele gosta de você. Só não se sente seguro sabe. Leo tem medo que o Júlio te faça algo. E também a questão da insegurança. Vamos combinar que você vacilou muito.
_ Eu vacilei sim. Admiti o meu erro e pedi desculpas mil vezes. Eu amo o Leandro e faria tudo por ele. Eu daria a minha vida pela felicidade dele. Eu sei que ele gosta de mim. Só não é justo que esse fantasma do Júlio nos assombre. Porra! Aquele infeliz já não está com outro?! Por que não nos deixe em paz?
_ E se você tocasse o foda-se?
_ Como assim?
_ Metesse o pé na porta e entrasse mesmo. Você tem planos para o natal?
_ Vou fazer o de sempre. Passar a noite com a minha família.
_ Leandro vai passar o natal sozinho. A Vanessa vai viajar e ele não quer passar com os pais. Eu o convidei para passar comigo, mas ele não quer. E se você aparecesse lá na noite de véspera de natal?
Abner sorriu como se encontrasse nas palavras de Patrícia a solução de todos os seus problemas.
....
As luzes natalinas piscavam no condomínio. A chuva caía com força naquela noite de véspera de natal inundando todo o Estado do Rio de janeiro.
Abrigado no conforto do seu lar, Leandro não se arrependia de ter recusado todos os convites que recebera. Apesar da solidão, era a primeira vez que passava a noite de véspera de natal em paz. Ele nunca gostou das festas extravagantes dadas por Júlio. Detestava interpretar o papel de marido feliz, lidar com a falsidade de tanta gente interesseira. O que mais o irritava era a bagunça que os convidados deixavam, em muitas vezes, alcoolizados, destruíam suas amadas plantas.
No início da noite recebeu a ligação de Vanessa, dos pais e de alguns amigos.
Dona Ramona, uma vizinha idosa que tinha um grande carinho por Leandro, bateu na sua porta para o presentear com um prato de rabanadas.
_ Muito obrigado, dona Ramona, a senhora não precisava se incomodar comigo.
_ Imagina se é algum incomodo! Eu fiz com todo carinho do mundo. Espero que goste.
_ Pela cara e pelo cheirinho eu vou adorar.
_ Mas você vai mesmo passar o natal sozinho? Dá um pulinho lá em casa, menino. Só estarão eu, meu marido e o meu filho, tudo muito simples, mas feito com muito amor, porque é isso que importa.
_ Eu agradeço muito, dona Ramona, mas eu vou ficar por aqui mesmo. Eu estou um pouco cansado. Trabalhei muito durante esses dias e vou aproveitar para descansar. Amanhã eu dou uma passadinha no apartamento da senhora, para te dar um abraço e o no seu Nestor.
_ Tudo bem. Você é quem sabe, mas se mudar de ideia é só bater na minha porta.
_ Obrigado de verdade. Pode deixar.
Leandro se despediu da senhora com gentileza.
Arrependeu-se por não ter preparado algo de especial para comer e teve que se contentar com os cubinhos de queijo provolone que serviu de acompanhantes para a garrafa do vinho do porto.
Sentou no sofá e ligou a TV, pondo o filme natalino Esqueceram de mim. Esse filme o despertava nostalgia, pois assistia muito na infância.
Procurou ficar o mais confortável possível, a chuva deu uma trégua baixando a alta temperatura infernal do verão carioca, o que o permitiu a se cobrir com um lençol.
Estava quase se redendo ao sono quando foi despertado pelo toque do celular. Na tela apareceu escrito número desconhecido. Teve medo de atender e ouvir a voz do Júlio do outro lado da linha. Ao mesmo tempo pensou na possibilidade de ser Vanessa, a menina poderia estar em apuros e precisou ligar do celular de uma outra pessoa.
O desespero bateu com antecedência. Não suportaria que algo de ruim poderia ter acontecido com a pessoa que mais ama no mundo. Arrependeu-se por ter permitido que viajasse sem a sua companhia ou a de Júlio.
Atendeu aflito, desejando muito não ouvir a voz de Vanessa.
_ Oi, meu amor, que bom que me atendeu.
_ Abner?!_ Leandro indagou surpreso.
_ Eu estou na portaria do seu prédio. Preciso falar com você.
_ A essa hora, Abner?! Em plena véspera de natal?! Ah vai catar o que fazer! Por que você não vai visitar a sua amiga Fernanda?_ a última pergunta foi feita em tom de ironia.
_ Desce logo aqui, caralho. Preciso falar algo muito sério contigo. É sobre a Vanessa.
Novamente a preocupação bateu.
_ O que aconteceu com a minha filha?_ Leandro perguntou preocupado.
_ É muito complicado. Tenho que falar pessoalmente. Ou você desce ou autoriza a minha subida.
_ Tá bom. Mas venha logo.
Leandro abriu a porta correndo, assim que ouviu o som da campanhia. Para a sua surpresa, Abner segurava uma cesta de comidas numa mão e um transporte de animais na outra.
Entregou a cesta a Leandro e entrou sem ser convidado.
_ Que porra é essa?!
_ Eu a Eleven viemos passar o natal com você.
Abner soltou a gatinha e a segurou no colo.
_ Você tá de sacanagem com a minha cara né? Eu não acredito que você me fez de idiota em pleno Natal.
_ Nós viemos matar a sua solidão. Você não vai ter coragem de expulsar essa linda gatinha da sua casa com uma tempestade caindo lá fora? Vai?_ Abner perguntou encostando a cabeça na gatinha e fazendo beicinho.
Leandro o olhava sério, de um jeito repreensivo.
_ E precisava mentir, pilantra? Precisava por a Vanessa nessa sujeira?
_ Sim.
_ Ah como você é sínico!
_ Uh, é! Se eu dissesse a verdade, você me deixaria subir?
_ Claro que não!
_ Tá vendo? Você me obriga a mentir. Agora vamos parar de lenga lenga e me ajude a arrumar a mesa da ceia.
_ Ceia?! Como você é abusado!
_ Eu garanto que a bonita não preparou nada para comer. Aliás eu não tô gostando nada dessa sua negligência com a alimentação. Logo você! A Patrícia me disse que o senhorito anda se alimentando muito mal.
_ Agora você virou fiscal gastronômico? O que mais quer palpitar na minha vida?
_ Bom já que você perguntou, eu acho que tá muito vestido. Um corpinho lindo desses não pode ficar coberto com pano nenhum.
_ Ah me poupe! Vamos parar com as putarias e vamos para a cozinha comer. Já que vou ter que te aturar, que não seja de estômago vazio.
_ Isso aqui tá muito bom! _ Leandro elogiou, em seguida prosseguiu mastigando com satisfação. Há tempos sentia saudades da comida preparada por Abner.
_ Fico feliz que tenha gostado. O que me espanta é você não quis esperar dar meia noite.
_ Pra quê?! Aliás a essa hora com certeza vou estar dormindo. Eu estou tão cansado. Trabalhei muito nesse mês de dezembro.
_ Sei bem como é.
Enquanto eles jantavam, Eleven adormecia no sofá da sala. Depois de alimentado, Leandro já não sentia raiva de Abner. No fundo, até gostava de desfrutar da companhia dele e da gatinha dorminhoca.
Em meia a conversas, Abner recordava dos natais da infância, contando historias nostálgicas que, as vezes, fazia Leandro gargalhar.
Leandro também recordou dos natais passados, quando era a criança e a família se reunía no sítio.
_ Eu e os meus primos brincávamos a noite inteira. E o falecido tio Cosme se vestia de papai Noel quando o relógio marcava meia noite. Era assim que ele distribuia os presentes. Era tão bom! Saudades dos bons velhos tempos.
_ Me tire uma dúvida, o sítio ainda é da sua família?
_ Não. Há alguns anos, o meu pai vendeu pro Júlio. É uma pena, porque pelo o que soube pela Vanessa, o lugar tá tão negligenciado. E só de pensar que a minha avó cuidava daquele lugar com tanto carinho.
Abner foi percebendo que a tristeza foi dominando a expressão de Leandro. Compadecido, pôs sua mão sobre a dele.
_ O mais importante ninguém pode te tirar, que são essas lindas recordações que você tem.
Leandro o olhou sorrindo. Não que isso o consolasse, mas estava feliz por Abner estar por perto.
_ Sabe que tenho uma tradição de natal?
_ Sério, Abner? Qual?
_ Assistir filmes natalinos pela milésima vez.
_ Nossa! Eu também!_ Leandro se retraiu ao perceber a sua empolgação e que mantinha a mão sob a de Abner. Retirou-a envergonhado.
_ E se fizermos isso juntos? Podemos assistir um filme._ sugeriu Abner._ Que tal O estranho mundo de Jack?
_ Nossa é o filme natalino favorito da Vanessa! É uma ótima ideia. De alguma forma vou me sentir pertinho da minha filha.
Leandro levou para sala alguns travesseiros e lençóis. Entregou a Abner informando que ele dormiria ali.
_ Ah que pena! Eu quero dormir abraçadinho contigo, lá no seu quarto.
_ Vai sonhando.
O sofá foi aberto formando uma cama. Leandro deitou um pouco afastado de Abner, pondo algumas almofadas como barreira. Apagou as luzes, deixando somente a TV iluminar a sala.
O cansaço repousou em Leandro de um jeito imbativel. As pálpebras pesaram até caírem de vez.
_ Eu adoro essa cena._ Abner disse empolgado. Ao olhar para o lado, percebeu que Leandro estava adormecido.
Virou a cabeça em direção ao amado. Levemente acariciou o seu rosto e sorria, sentindo o calor de sua pele. Sentia o coração aquecido por poder observar de perto o amor da sua vida. Era tão bom amar! Era revigorante, necessário. Era uma a sensação de matar a sede, bebendo um copo com água gelada.
Retirou as barreiras de almofadas. Devagar, se aconchegou para perto de Leandro e o envolveu num abraço protetor.
Leandro pôs uma das pernas por cima das de Abner, e o abraçou, apoiando a cabeça em seu peito.
O relógio marcava meia noite e o natal chegava recebido por fogos de artifícios.
Leandro abriu os olhos assustado e percebeu que Abner o olhava com ternura.
_ Xuuuu! Tá tudo bem. Eu estou aqui, minha vida.
Leandro gostou de ouvir aquelas palavras e de ver aquele sorriso.
A medida em que a boca de Abner se aproximava, Leandro sentia o coração bater mais forte. Um arrepio percorria o seu corpo.
_ Eu te amo._ Abner sussurrou com os lábios próximos ao seus, antes de beijá-lo.
Leandro não esboçou nenhuma resistência, apenas se entregou aquele beijo que desejava há tempos.
_ Abner..._ Leandro disse ofegante._ Eu não sei se é uma boa i...
A frase foi morta pelos beijos de Abner. Ajustou o seu corpo, se envolvendo em Leandro num abraço caloroso.
Leandro poderia negar fogo, mentir que não queria nada e expulsar Abner de sua casa. No entanto, não podia manter a farsa, já que sua ereção revelava o que realmente estava sentindo.
Abner sentia o mesmo. Há tempos o seu corpo não se satisfazia sexualmente e o desejo gritava faminto. Para provocar o parceiro, ainda mais, roçava o seu membro no de Leandro enquanto o beijava.
Leandro se mexeu para fugir, porém, ágil, Abner bloqueou as suas pernas, pondo-as entre as suas, e segurando os seus pulsos com firmeza. A língua úmida percorria pelo pescoço de Leandro, provocando arrepios em todo o seu corpo. Uma leve mordida no queixo foi dada, indo até os lábios e o beijando novamente.
_ Para, Abner.
_ Você não quer que eu pare._ Abner deu um sorriso sacana, que deixou Leandro trêmulo, em seguida, mordeu levemente o lábio inferior.
Abner soltou os pulsos de Leandro, o que o fez acreditar que conseguiria se libertar dos braços do amado. No entanto, perdeu as forças quando sentiu a mão de Abner invadir o seu short do pijama e segurar o seu pau latejante.
_ Vamos botar essa piroca gostosa pra gozar?_ Abner sugeriu. _ Depois é a sua vez de me fazer gozar...e será nessa sua boquinha deliciosa.
Leandro não resistiu e gemeu, mordendo os lábios.
Leandro o puxou pela nuca para beijá-lo com sofreguidão. Também pôs a mão por dentro da cueca de Abner e o masturbava com velocidade.
_ Calma, nenê. Eu não quero gozar agora.
Abner se afastou um pouco e retirou a própria blusa, revelando o seu peito liso e magro. Sem levantar, retirou a calça com a cueca junto.
Leandro o observava em silêncio. Sentia saudades daquele corpo nu. O seu pênis estava duro como rocha, era de um bom tamanho, o que mentalmente Leandro calculou que seria uns dezenove a vinte centímetros. A cabeça rosada e lustrosa, nem fino e nem grosso, numa medida ideal.
Abner o segurou com as duas mãos, levantando um pouco o seu tronco, o deixando sentado. Retirou a sua blusa enquanto beijava a sua barriga e mordendo levemente.
A língua percorreu nos mamilos, em seguida os sugou com vontade.
Leandro não conseguia reagir, estava em transe. Não pensava em nada. Só desejava aquele homem dentro dele comandando o seu corpo.
Sentiu o seu short sendo retirado das suas pernas bambas. Abner as beijava com respeito.
_ Você é tão gostoso, meu nenê. Ah como eu te adoro._ Abner sussurrou no ouvido de Leandro, antes de vira-lo de costas. Ergueu os seus quadris para cima, o deixando de quatro e abaixando o peito na cama, para que a bunda ficasse bem suspensa.
_ Que saudade desse cuzinho maravilhoso!
Leandro gemeu alto, quando sentiu a língua de Abner o invadir, e a mão do amante o masturbar no mesmo tempo.
Os gemidos eram inevitáveis. Leandro rebolava, lambendo os lábios. O prazer invadía o seu corpo, levando ao que não sentia há tempos, chegando a conclusão que o seu corpo era como um livro escrito numa língua que só Abner era capaz de ler.
Gozou na mão do amigo. Jogou-se no sofá, relaxando todo o corpo, aliviado.
Não conseguia conter o sorriso, o que agradou os olhos de Abner.
_ É tão bom te ver satisfeito, minha vida!_ Abner comentou, afastando uma mexa de cabelo negro de Leandro, para que deixasse a bochecha lisa para receber um beijo.
Os beijos foram distribuídos pelo rosto, cabelo, nuca e costas. Abner deitou sobre Leandro, o envolvendo em seus braços, num gesto protetor.
_ Não deveríamos ter feito isso.
_ Você não precisa ter medo. O Júlio não está aqui. Se isso te incomoda, ele nem precisa saber. Ninguém precisa saber. Só quando você tiver pronto pra contar.
Leandro se virou de frente para Abner e acariciou o seu rosto. Gostou da proposta de manter em segredo, se sentiu mais seguro. Além de temer a ira de Júlio, não queria estragar a sua relação com Vanessa.
_ Obrigado.
_ Pelo o quê?
_ Por facilitar as coisas. Apesar de você não valer porra nenhuma, eu gosto de você. Mas não posso assumir nada agora. Não quero magoar a minha filha.
_ Não se preocupe. Tudo vai acontecer no seu tempo. Sem pressa. Só vamos curtir o momento. Tá bom?
Leandro sorriu e o beijou.
_ Eu tava com tanta saudades de nós desse jeito.
_ Tava com saudades da minha pica, né safado?
_ Ainda estou já que não brinquei com ela ainda._ Leandro respondeu piscando um olho.
_ Não seja por isso. Ela é toda sua.
Leandro respondeu com um sorriso tímido e ao mesmo tempo satisfatório. Num gesto de carinho, Abner segurou o seu queixo com as pontas dos dedos e o beijou, deslizando suavemente as mãos pela nuca de Leandro, provocando arrepios.
O moreno levantou, e se ajoelhou, ficando entre as pernas de Abner, que estava sentado.
Abner apoiou as duas mãos no sofá, inclinando a cabeça para trás. Revirava os olhos para cima, sentindo o seu pau ser sugado pela boca macia e úmida de Leandro, que a principio pôs tudo na boca de uma vez e retirou em seguida, não aguentando manter todos aqueles longos centímetros na boca.
Com uma das mãos, segurou delicadamente, fazia um movimento de frente para trás aumentando o ritmo á medida em que a excitação aumentava.
Abner tremia ao vê-lo ajoelhado diante de si, mamando o seu pau e gemendo ao mesmo tempo.
_ Aaaaah que delícia! Puta que pariu._ Abner dizia com uma voz grave, quase rouca.
Para provocar ainda mais o parceiro, Abner retirou o pau da boca de Leandro e começou a bater com ele levemente no rosto de amado, que sorria.
Leandro pôs a língua para fora, e Abner aproveitou para roçar nela a cabeça rosado do seu membro.
As mãos de Leandro percorreram pelas coxas rígidas de Abner, subindo pela barriga, onde ele distribuiu beijos. Levou a boca até a de Abner e beijou sentando em seu colo com as pernas abertas.
_ Entra em mim._ Leandro sussurrou, movendo os lábios úmidos lentamente, levando Abner á loucura.
_ Entro sim, meu amor. Por mim eu nunca mais saia de dentro de ti.
_ Vai ter que lubrificar com saliva.
Abner pôs as duas mãos nas nádegas de Leandro as apertando com desejo, afundando os dedos naquela carne macia.
_ Eu trouxe o Ky. Você acha que sou louco de comer essa tava gostosa sem lubrificar?
_ Olha só que safado! Já veio preparado!_ Leandro disse, sorrindo dando um leve tapinha no rosto de Abner, em seguida apertou o queixo e o beijou.
Abner levantou e foi até a mochila pegar o lubrificante. Pediu para que Leandro ficasse de quatro. Aproveitou para se deliciar, dedando aquele cuzinho pulsante, enquanto beijava o pescoço do amado.
Não resistiu e apoiou uma das pernas no sofá, encostou a cabeça do pau na entrada de Leandro, que estremeceu sentindo cada centímetro o invadir, o seu próprio pênis enrijeceu e pulsou.
Sentiu os cabelos serem puxados para trás, Abner virou a sua cabeça de lado para beijá-lo.
As estocadas já começaram com força. Abner estava sedento demais por Leandro. Há tempos não transava e estar dentro de Leandro era como estar no paraíso, o pau sendo contraído.
Ambos gemiam muito. Leandro rebolava com vontade, acompanhando as metidas de Abner, seus corpos gritavam um pelo outro, se esbaldando de prazer.
Abner procurou pelo membro de Leandro para masturba-lo, enquanto metia.
_ Bora gozar de novo?
Novamente Leandro respondeu com um sorriso, amolecendo o corpo e deixando para Abner todo o controle.
O líquido quente o invadiu, despertando uma deliciosa sensação de prazer. Abner jorrava tanto que se sentia mais leve, enquanto Leandro inundado.
_ Cara, você gozou muito!_ Exclamou Leandro.
_ A culpa foi sua, que me deixou tanto tempo sem esse corpinho gostoso.
Abner devorou o seu pescoço com beijos e chupões, prosseguindo na masturbação até que Leandro gozasse.
Ambos se jogaram sentados no sofá. Estava exaustos, suados e ofegantes.
_ Caramba! Eu confesso que estava com saudades disso._revelou Leandro sorrindo, que recebeu um beijo em seguida._ Foi muito bom, meu amor.
_ Foi o cacete. Vai achando que acabou. Pode botando essa bunda gostosa pra rebolar de novo.
_ Mais?!
_ Sim. Pode sentando no meu colo e quicando no meu pau.
Leandro sorriu com a proposta. Apesar do cansaço, se animava com a possibilidade de foder novamente. Subiu em Abner, sentando de frente, envolvendo os seus braços no pescoço do cozinheiro. Por baixo, sentiu Abner encaixar o próprio pau, que entrou com facilidade, já que Leandro estava um pouco dilatado da foda anterior. Abner o abraçava com carinho. Beijaram-se e Leandro cavalgava com gosto, gemendo baixo.
Abner levou a boca até os seus mamilos, chupando com carinho, sem parar de meter.
Leandro aproveitou o quanto pode, sentido-se preenchido. Ia ao delírio quando a cabeça macia do pau de Abner batia na sua próstata.
_ Isso, gostoso. Me come com vontade vai! Aaaaaaaaaaa! Mete fundo, vai! Mete! Me destrói.
As palavras de Leandro o excitavam ainda mais. Não demorando muito para mais uma vez depositar naquele cuzinho quente o seu esperma.
O pênis saiu a medida em que amolecia.
Trocaram olhares ternos e gestos carinhosos. Sentiam os seus corações baterem mais forte e um colorzinho gostoso no peito.
_ Eu te amo tanto! Eu prometo que vou fazer de tudo para te fazer feliz._ Abner se declarou, acariciando o seu rosto._ Eu prometo que vou ser seu companheiro, vou estar do seu lado em todos os momentos, vou cuidar de você.
_ Eu gosto muito de você, Abner. Gosto de verdade.
Abner sorriu e o beijou.
Cansados, Leandro o convidou para dormir na cama, depois do banho.
Deixaram-se abraçados. Leandro apoiava a cabeça no peito do amado e entrelaçava as pernas com as de Abner.
_A vida é engraçada, não é Abner?
_ Por que, meu neném?_perguntou Abner, dando um beijo na testa de Leandro.
_ Há um ano a minha vida era completamente diferente. Ou melhor, a nossa. Nos odiavamos sem ao menos nos conhecermos. O motivo era porque éramos apaixonados pelo mesmo homem. Hoje estamos aqui, apaixonados um pelo outro.
Novamente Abner o beijou.
_ Eu me arrependo muito por todas as burradas que fiz. Mas gostaria de reparar tudo e deixar as coisas ruins no passado.
_ Eu também. Só uma coisa me deixa triste.
_ O que, minha vida?
_ Eu não quero mentir para a minha filha. Não acho justo. Ela já foi tão enganada pelo Júlio. Está se sentindo tão traída.
_ Por mim qualquer coisa que você decidir está bom. Mas você sabe que ela não vai aceitar né?
_ Eu sei. E sinto muito por isso. E até entendo. Ela é só uma adolescente. Não é fácil pra ela. Mas não quero trair a minha filha. Não acho justo. Quero muito ter com a Vanessa uma relação de confiança.
_ Então conta pra ela, lindo. Ela vai ficar brava, mas quem sabe aceita com o tempo?
_ Eu não sei. Tenho medo de....esquece.
_ Você não precisa ter medo do Júlio.
_ Eu não quero falar sobre o Júlio. Não agora.
_ Tudo bem. Mas eu posso te fazer uma pergunta sobre a Vanessa?
_ Claro.
_ Como foi a adoção dela? Vocês sempre quiseram ser pais?
_ Foi muito estranho.
_ Como assim?
_ Aconteceu do nada. Eu sempre quis ser pai. Desde jovem, eu sonhava em ter uma família completa. Morar no sítio da família e ter pelo uns três filhos. Mas Júlio sempre foi o oposto. Viver no sítio pra ele era um inferno, se diz um homem urbano. Ele só comprou o sítio para esfregar nas caras dos meus pais. E falar em filhos perto dele era ouvir um não na hora.
"Mas, uma vez, eu descobri mais uma das traições dele. Estava me traindo com um jovem estagiário do escritório. Eu estava decidido a ir embora. Sofri muito e tomei a decisão de sair de casa e voltar para a casa dos meus pais. Eles me acolheram. O meu pai ficou muito feliz pelo fim do meu casamento.
Até que numa noite, eu lembro que chovia muito, eu cheguei em casa e encontrei o Júlio sentado no sofá da sala conversando amigavelmente com o meu pai. Eu estranhei porque eles nunca se davam bem. Não conseguiam trocar uma palavra sem trocar ofensas. O Júlio disse que tinha uma surpresa pra mim. Foi até o meu quarto e desceu com a Vanessa no colo. Disse que ela havia sido abandonada numa avenida.
Ela era uma menininha tão magrinha, quase desnutrida, parecia assustada, com os olhinhos arregalados. Eu senti um amor tão grande quando eu olhei pra ela! Uma vontade de proteger, de cuidar! Peguei no colo, e fiquei abraçado por alguns segundos.
Júlio me disse que precisava de mim para adota-la, já que éramos casados. O meu pai ajudou o Júlio a me persuadir a voltar pra casa, alegando que aquela criança precisava de um lar. Foi a primeira vez que o meu pai defendeu o Júlio."
_ E quem eram os pais dela?
_ Eu não sei. No começo a Vanessa não dizia uma palavra. Até acreditei que ela era muda. Ela começou a falar depois de meses. O médico dizia que isso poderia ser sequela de algum trauma. Eu me reconciliei com o Júlio. Adotamos a Vanessa. Eu me apeguei tanto a Vanessa, que tive medo de pesquisar sobre a origem dela, a Valéria sempre me criticou por isso.
"Mas as coisas mudaram depois da chegada da Vanessa. O Júlio mudou muito. O homem que antes não pudia nem ouvir falar em criança, estava completamente apaixonado por ela. Os olhos dele brilhavam perto da filha, fazia todas as vontades. Quando ele chegava do trabalho, era uma festa, Vanessa saía correndo para abraçá -lo. Acho que Vanessa é a única pessoa que Júlio ama de verdade."
_ Será que o Júlio não é o pai biológico dela?
_ A Valéria vive dizendo isso. Mas eu duvido. Júlio é muito gay. Não conseguiria dormir com uma mulher.
_ Mas essa menina apareceu do nada. E por que você tinha medo de saber as origens dela?
_ Eu me apaguei tanto a Vanessa, que não me sinto como um cara que a adotou. Eu a amo como se ela tivesse o meu DNA. Eu tinha medo de alguém aparecer e querer toma- lá de mim. Era um medo bobo. Mas como somos um casal gay, eu temia que isso pudesse pesar e eu perder a guarda da minha filha.
_ Eu duvido. O Júlio é um advogado tão influente.
_ Mas e se a Vanessa foi sequestrada? Ela foi encontrada sozinha numa avenida. É isso que eu temia.
_ Conhecendo o Júlio, isso não me espanta.
_ Eu não digo o Júlio. Mas se ela foi sequestrada por um grupo de traficantes de crianças e o Júlio a adotou por meios ilegais. A Vanessa é uma menina bonita e loira. Num mundo racista, crianças assim são caras. Júlio tinha dinheiro para pagar. Ele poderia ter inventado aquela história de avenida só para não contar a verdade. O nossa casamento estava em crise. Júlio poderia ter adotado na ilegalidade para tentar salvar o nosso casamento. Uma adoção legal poderia demorar muito.
_ É...faz sentido.
_ Eu temo que a mãe dela possa estar por aí, a procurando e um dia a encontre e a tome de mim. Eu sei que é um pensamento egoísta e que isso é horrível. Mas é o que penso.
_ Relaxe. Eu fui GP, e sei que nesse mundo há muitas GP que vendem os filhos. Vai que alguma puta vendeu a Vanessa pro Júlio?
_ Eu nunca pensei nisso.
_ Mas, então quer dizer que o senhor queria ter pelo menos uns três filhos? Isso é muito bom.
_ Por quê?
_ Ora! Eu também quero ser pai. E nós teremos um menino lindo.
_ Ah! É assim?! Você decreta que vou ter outro filho sem me consultar e tá tudo certo?_ Leandro perguntou sorrindo.
_ Nem venha de cu doce, que eu sei que você curte a ideia. Depois que nos casarmos, podemos comprar um sítio e adotar um menino. Um bebêzinho. O nome será João Pedro. Imagina que maravilha nós dois trocando fraldas.
Leandro gargalhou.
_ Você não tem limites mesmo hein. Já tá planejando casamento e filhos.
_ Nós nos amamos, Neném. O nosso destino é vivermos juntos. A nossa relação vai se fortalecer ainda mais com tempo. Construiremos uma linda família._ Abner dizia enquanto, acariciava os cabelos de Leandro. Ambos se olhavam com ternura. Suas bocas se encontraram num beijo quente e acolhedor. Mantiveram-se abraçados num silêncio tranquilizante.
...
Abner despertou ouvindo o barulho do chuveiro ligado. O sol invadía o quarto pela janela, trazendo um calor insuportável. Ele olhou para o lado e percebeu que a cama estava vazia. A malícia tomou conta dos seus pensamentos. Seu pênis endureceu ao imaginar Leandro nu.
Levantou retirando a cueca. Ao entrar no banheiro, foi direto para o box e abriu a porta de vidro.
Leandro olhou para trás sorrindo. As águas percorriam o seu corpo nu o deixando ainda mais sexy.
Abner se aproximou, o abraçando por trás.
_ Bom dia, minha delícia._ Abner disse, devorando o pescoço de Leandro com beijos e chupões, fazendo o parceiro gemer de tesão.
As suas mãos foram em cheio nós quadris de Leandro. Esfregava o pênis duro entre as nádegas, que Leandro rebolava sedento por mais.
_ Me arrombei!_ Leandro pedia com uma voz manhosa e Abner obedeceu com gosto. Penetrou profundamente.
Os seus corpos se chocam rapidamente, os gemidos ecoavam pelo banheiro mesclados com o som do chuveiro molhando os seus corpos.
Leandro apoiava as duas mãos no azulejo, enquanto empinava a bunda para aproveitar cada centímetro de Abner.
_ Aaaaah! Que delíciaaaa! Que piroca gostosa._ Leandro gritou, quando Abner o masturbou e beijava o seu pescoço.
_ Tá gostando das pirocadas, seu puto?
_ Tô adorando! Mete mais! Não me coma, me devora!
Chegaram juntos ao ápice do prazer. Seus espermas se dissolvia debaixo d'água. Leandro foi puxado para frente com brutalidade. Abner o abraçou, segurando em cheio a sua bunda e se beijaram.
....
O cheiro das panquecas dominavam o apartamento. Desde que aprendeu essa receita, Leandro estava se aprimorando cada vez mais na preparação do prato e desejava que Abner experimentasse.
Distraído, cantarolava alguma música, quando sentiu as suas nádegas serem apertadas com vontade, e a nuca beijada, fazendo o seu corpo se arrepiar por inteiro.
_ Gostoso!_ Abner elogiou, seguido de estalar um tapa naquelas carnes macias. Leandro sorriu excitado.
Abner sentou á mesa em frente a Leandro. Pegou uma uva da mesa, pôs na boca e deu uma apertada no próprio pau pulsante.
_ Pode baixando o fogo, que nós acabamos de transar.
_ Ah só mais um pouquinho?_ Abner pediu fazendo beicinho.
_ Nem pensar. Pra você é moleza, mas já estou todo ardido.
_ A culpa é toda sua por ter me deixado tanto tempo sem sexo. E ainda me provocar com essa raba gostosa.
_ Oh, coitadinho dele! Uma vítima!_ ironizou Leandro.
_ Mas tá calor aqui hein!
_ No Rio de janeiro inteiro, meu bem. Estamos no verão.
_ Aqui tá mais ainda. Você precisa colocar um ar condicionado aqui. Detesto passar calor.
_ Olha que sujeito folgado!
_ Os nossos encontros terão que ser lá em casa.
_ De qualquer forma sim. A Vanessa agora passa mais tempo aqui, então pelo menos temos que ser discretos. Mas eu já ia comprar um ar condicionado. Aqui só tem no quarto da Vanessa. Eu ia comprar esse mês mesmo, mas com esse correria de fim ano nem tive tempo.
Abner bateu nas pernas para que Leandro sentasse em seu colo. Esse o fez, e o beijou assim que sentou e trocaram carícias.
O celular de Abner notificou uma mensagem.
_ Quem é, gatinho?_ Leandro quis saber. Temia ser algo que fizesse com que Abner fosse embora. Tinha planos de passar o dia com ele.
_ É a Pati. Ela está nos convidando para almoçar na casa dela.
Leandro o olhou desconfiado, sem deixar de abraça -lo.
_ Como ela sabe de nós?
_ Uh, é? Como é que você acha que eu soube que você estaria sozinho na noite de véspera de Natal?_ Abner disse mordendo o lábio inferior, com o olhar de menino travesso que deixava Leandro louco.
_ Olha que safada! Aliás...os dois safados._ Leandro deu leve tapinha no rosto de Abner e o beijou em seguida.
_ Ela quer que levamos refrigerante. Disse que se importou tanto com cerveja que esqueceu dos refrigerantes para os filhos.
_ Ih, gatinho. Pior que nem tenho aqui em casa. Eu não tenho o costume de beber refrigerantes e evito comprar pra que Vanessa não abuse. E hoje é feriado, né. Nem há onde comprar.
_ Não esquenta não. A gente passa lá na confeitaria e pegamos algumas garrafas do estoque.
Depois de tomarem café da manhã, se preparam para sair. Leandro optou por vestir roupas frescas como uma blusa regata branca, uma bermuda jeans escura e chinelos. Abner também se vestia de um jeito informal. Antes de sair, Leandro se despediu da gatinha Eleven com um beijo na cabecinha da bichana, já estava se apegando a ela.
Abner optou por dirigir o seu próprio carro, o que Leandro concordou.
Quando chegaram na confeitaria, Leandro decidiu aguardar por Abner dentro do carro, que não demorou muito. Ele ajustou as bebidas no porta malas e entrou beijando Leandro.
As mãos percorriam o corpo do amado, tentando entrar por dentro da bermuda a procura da bunda de Léo.
_ Para com isso, Abner! Estamos na rua! Controle esse fogo!
_ Não dá. Você é muito gostoso! Tá me dando um tesão.
Leandro desejava arrancar as suas roupas e fazer amor ali mesmo dentro do carro, mas sentia medo.
_ Qual é, neném? É natal e não tem ninguém na rua. Vamos lá pro banco de trás pra dar uma rapidinha. Você curtir.
Leandro sorriu empolgado com a ideia.
_ Ah não sei.
Abner pôs o pau duro para fora, deixando Leandro com água na boca.
_ Então, mama um pouquinho. Vai!
Leandro sorriu e obedeceu. Adorou a sensação de adrenalina que aquela situação provocava.
Começou segurando na base, e lambendo lentamente para provocar o parceiro, terminando chupando a cabeça e dando um beijnho nela.
Para a surpresa de Abner, Leandro a engoliu de uma vez.
_ Aaaaah caralhooooo!_ Abner gritou quase urrando, quando sentiu o seu pau ser masturbado e chupado ao mesmo tempo.
Leandro saboreava, deixando bem molhadino e engolindo novamente.
Retirou a boca molhada a levando ao pé do ouvido de Abner. Para provoca-lo, disse enquanto o masturbava.
_ Enche a minha boca.
Abner sentiu as pernas tremerem e o coração disparar naquele momento delicioso.
A boca de Leandro o dominou novamente, seguindo no oral até que Abner se fartasse de tanto gozar. Mesmo de pau mole, ficou excitado ao ver que o parceiro engolia tudo com a maior satisfação.
_ Ah você é incrível! Puta que pariu! Nunca mais te deixo escapar, minha delícia.
Abner segurou o seu rosto com as duas mãos e o beijou.
_ Espero que esteja satisfeito agora.
_ Eu estou sim. Mas ainda te comeria no banco de trás.
Leandro gargalhou.
_ Mas gente que fogo é esse?! Nem pensar. Você já me esfolou todo.
_ Oh amor, só um pouquinho! Esse cuzinho é tão gostoso. Se eu pudesse morava nele.
Mais um vez Leandro riu. Abner o abraçou para beijá-lo, mas foi interrompido pelo barulho das batidas do vidro do carro.
Leandro se sentiu aliviado pelo vidro ser fumê. Só de pensar que alguém o veria naquela situação, fez o seu rosto corar de vergonha. Catou uma franela para limpar a boca e Abner pôs o pau de volta dentro da bermuda.
_ Oi, Abner!_ Fernanda cumprimentou.
_ Fernanda?! O que você está fazendo por aqui?
A mulher percebeu a presença de Leandro e sorriu, acenando para ele, que devolveu o cumprimento.
_ Esqueceu que eu disse que ia me mudar? Estou morando num apartamento perto daqui e vim trazer o meu bebê para passear. Ela disse pondo o yorkshire no colo. E você? Aconteceu alguma coisa na loja?
_ Não. Eu só vim buscar umas bebidas para levar para a casa de uma amiga.
_ Ah tá. Então vou indo nessa. Beijos e feliz natal pra vocês dois.
_ Feliz natal._ os dois responderam.
_ Até amanhã, Nanda.
_ Até amanhã, Abner.
Assim que Abner saiu com o carro, Fernanda pegou o smartphone do bolso e pôs na orelha.
Do outro lado da linha, uma voz masculina atendeu sonolenta.
_ O que foi, Fernanda?
_ Júlio, você está sentado?
_ Por quê?
_ Se não tiver, sente, ou você vai cair pra trás quando eu terminar de te contar o que eu acabei de ver.