Banho tomado, me olho no espelho, dou um sorriso, estava feliz com o que via no reflexo - um homem de barba bem feita, cabelo penteado, roupas legais - me aprontava para o aniversário de uma amiga, quem sabe não daria um beijos em outra amiga quando o álcool começasse a fazer efeito.
Talvez devesse voltar um pouco e me apresentar.
Me chamo Carlos, mas todos meus amigos me chamam de Carlinhos, o motivo é óbvio, sou pequeno, tenho 1,60m de altura, sempre fui o menor da turma, mas não me importo com isso.
Vou utilizar esse espaço como um diário, um diário anónimo público, uma forma de desabafar e compartilhar com vocês minha revolta, afinal, esse mundo é injusto, e quando terminar de contar tenho certeza que concordarão comigo.
Cheguei na festa por volta das oito da noite, era na república das meninas:
Letícia, uma amiga formada em pedagogia, branquinha de cabelo liso castanho, batendo nos ombros. A aniversariante, Marcela, uma branquinha de cabelo preto, bem gostosinha. Mari, uma morena de parar o quarteirão. E Fernanda, uma típica loira odonto.
Deveria ter em torno de dez pessoas contando comigo, quatro homens, o resto era garotas, todas mais ou menos da minha altura.
Vou dando aquele giro comprimentando todo mundo, sorrindo abraçando, gritando “amigaaaa” e dando um abraço apertado em todos ( sim eu falo amiga para homens e mulheres, ser confundido com gay pra mim é elogio, sou um cara desconstruído, esses padrões normativos me enojam).
Meu sorriso morreu num muxoxo quando vejo ‘ele’ na roda de amigos. ‘Ele’ era o João, nós fizemos faculdade juntos, nos encontrávamos eventualmente nos mesmos rolês por causa de outro amigo, Fábio, também da mesma faculdade. João era arrogante, se achava engraçado e melhor que todo mundo, me olhava com desprezo, mas era recíproco. O que mais me irritava nele era que parecia que ninguém via o que eu via, todo mundo adorava ele, de alguma forma ele sempre era o centro das atenções e isso me deixava enfurecido.
E agora ele conversava com o grupo e eu vi a Fernanda, que eu tinha esperança de ficar essa noite do lado dele, super entretida, mal me comprimentara.
Fui pegar uma bebida, quando chego na cozinha vejo Mari. Como descrever Mari, ela era uma tremenda gostosa, e sabia disso, tinha cabelo pretos cacheados e volumosos até a bunda, e que bunda, uma bunda grande, definida pela academia, acompanhada de pernas grossas e um pezinho pequeno, que naquela noite estava num par de sandálias do tipo gladiador. A cintura era pequena, os peitos também, mas não menos sedutores, com aquela marca de biquíni, contrastando com a pele bronzeada. Ela tinha uma boca carnuda, olhos pretos e um sorriso safado. Ela vira e me vê ali parado admirando ela.
E aí amiga? Como você tá? - Maria me pergunta, vindo me dar um beijo no rosto.
Estou bem amiga. Pega uma cerveja pra mim?
Ela pega e me passa, e nos viramos para voltar para a sala, no caminho ela chega perto do meu ouvido e coxixa:
E esse amigo seu, João, né? Achei ele gato, sabe se tá solteiro?
Ai amiga, não sei, mas sei que ele é um escroto machista, você não vai querer ficar com ele, tem coisa muito melhor por ai. - Tipo eu, pensei.
Nossa! É mesmo? Credo que nojo, Deus me dibre de macho escroto. Ainda bem que tenho você amiga pra me alertar né? - Disse ela com um sorriso branco.
Depois dessa conversa, muitas outras se seguiram. Cantamos parabéns, cortamos o bolo, rimos e bebemos mais. Por volta de meia noite decidimos estender para alguma balada no centro da cidade, porque o barulho poderia gerar multa no condomínio, Letícia estava bem preocupada com o barulho.
Quando todos estavam se arrumando pra sair e já fazendo a divisão do Uber Maria vira pra turma e fala.
Gente, eu agradeço muito, mas vou passar essa, to sem grana, não estou podendo gastar.
Foi um som generalizado de “Aahhhhh”, “Que pena Mari!”, “Poxa é mesmo?”. No meio disso João levanta a voz e fala:
Que isso Mari, vamos lá, eu tô de carro, e não estou bebendo, posso pagar sua cerveja sem problemas.
Mari dá um sorriso sem graça, mas vejo sua malícia, ela estava acostumada a ter os homens na mão dela, e o João era o mais novo otário. Dou um sorriso interno com essa constatação.
Se é assim, eu vou né? Fazer o que? De graça!
O pessoal da uma gargalhada, comemora e nós vamos. Na divisão dos carros acabou que fomos eu, Mari, Marcela, Letícia e João de motorista no mesmo carro. Era um desses Jeeps do ano, o filho da puta ganhava bem. Trabalhávamos na mesma empresa, formamos na mesma turma, mas o desgraçado tinha sorte, fez especialização durante o curso numa área que pouco depois explodiu, demanda altíssima por profissionais. Então, enquanto eu era um reles analista júnior aos 30 anos de idade, ele era Engenheiro Sênior em outro setor, mas eu sabia que cedo ou tarde ele ia se fuder, era só esperar.
No carro a conversa fluiu entre séries, músicas, Mari ia na frente, toda vez que ela virava pra falar com a gente eu via ele olhando para as coxas dela, tarado desgraçado.
O trajeto era de pouco mais de vinte minutos, nada demais, até que Mari resolveu provocar, sinto meu celular vibrar, era ela:
“Vou zuar esse otário, se liga carlinhos.” - dizia a mensagem.
Então ela começa a falar, colocando a mão no braço dele:
Sabe João, gosto de homem assim, que sabe que tem que pagar tudo pra gente, não é meninas? - Marcela e Letícia riram concordando - Isso mesmo amiga, macho tem que pagar, a gente já tem muito trabalho ficando gatas.
Eu gargalhei alto e concordei.
João deu um sorriso e respondeu:
Você tem razão Mari, o papel do macho - ele enfatizou o “macho” - como as meninas disseram, é ser provedor, e o da fêmea é ficar bonita e desejável para o macho.
Que isso garoto, a gente não tem que fazer nada! - Leticia falava já mais exaltada, o álcool deixava qualquer menor discussão potencialmente mais acalorada.
Ué, você mesmo disse, macho tem que pagar, e que vocês gastam para ficar gatas. Só estou repetindo e concordando com vocês. - Ele disse rindo debochado.
Ah, mas não é assim do jeito que você falou - Marcela entrou no meio da conversa - Além do mais a gente só falou brincando.
E eu to rindo. - Ele respondeu rápido, com o mesmo sorriso de deboche.
Pouco tempo depois chegamos na balada, entramos e fomos para a pista, eu dançava com as amigas curtindo, logo Mari apareceu do meu lado com uma cerveja heineken.
Vou fazer aquele macho escroto pagar tudo, toma amigo bebe ai nas custas dele hahahaha.
Isso ai amiga. - Eu disse dando um gole.
Continuamos dançando por um tempo, quando olhei para o lado João estava beijando uma loira estilo patricinha, num vestido preto tubinho, ele apertava a bunda dela no meio da pista sem pudor, ela parecia não se importar. Não fui o único que vi, Mari, que dançava do meu lado até aquele momento, fechou a cara e foi pro bar. Acompanho ela com o olhar, ela pega um drink e senta numa das mesas redondas no canto da balada, vou até ela:
Que foi amiga?
Nada migo, só fiquei um pouquinho enjoada, acho que não comi direito hoje.
Entendi. Se quiser conversar, tô aqui viu? Ficou incomodada com o assunto do carro? Não liga pra ele, é um escroto aquele cara.
Ai, nem to pensando mais nisso - Ela respondeu ríspida, mas riu depois. - Além do mais tô bebendo de graça, e ele tá pagando amigo, nem ligo.
Ficamos conversando amenidades e aos poucos o grupo de amigos foi se juntando. Quando João chegou na mesa Mari falou de bate pronto:
Cansou de beijar a loira lá e lembrou que tem amigos?
Sentiu tanto minha falta assim? Vou achar que vc ta apaixonada nem
O pessoal da mesa riu com a troca de farpas e começaram a provocar a Mari, eu vi ela ficando irritada e tentando manter o sorriso respondeu:
Eu? Vai sonhando garoto, só queria ter certeza que você não foi embora sem pagar minha conta, tô aqui bebendo feliz, eu e o Carlinhos né Carlinhos? tudo na sua conta! hahahaha
Não se preocupe que eu sou homem de palavra. E sobre vocês beberem na minha conta, foi o que falei antes, macho provêm pra fêmea né, ou fêmeas hahahaha.
Ai escroto! Não fala assim do Carlinhos!
Caramba, tô vendo que você sabe mesmo despertar o instinto maternal das mulheres em Carlinhos, que fenômeno. - João falou com desprezo.
Mari ia responder algo, mas começou a tocar funk na balada. João levantou e olhando pra ela disse:
Vamos dançar, deixa eu ver se você sabe rebolar ou se só sabe reclamar mesmo.
Eu não acreditei quando ela se levantou, caiu naquela provocação barata e disse:
Vamos lá, vou mostrar o que é rebolar a bunda, coisa que essas patizinhas loirinhas não sabem fazer.
João só riu e eu vi os dois indo pra pista de dança, logo ela tava rebolando de costas pra ele, e ele segurava a cintura dela encoxando. Ela ria com raiva, como que querendo se provar. Ele só ria debochado, às vezes cochichava algo no ouvido dela, ela só balançava a cabeça hora confirmando, hora negando.
Eles dançaram umas três músicas, eu fiquei lá o tempo todo na mesa assistindo, sem ver nada ao meu redor, só os dois, eu já tinha visto a Mari dançando funk, era indecente, sensual no nível extremo, ela dançava olhando pra trás, abaixava passando a mão nas pernas torneadas, rebolava com a mão no joelho. E agora ele em poucas horas que tinha conhecido ela estava encoxando a minha amiga.
No final da noite, enquanto pagávamos as comandas Mari esperava ao lado dele, João estava um cartão desses internacionais, platinum black super da vida. Se ele tinha achado a conta cara, não demonstrou.
João ofereceu carona para as meninas, como ele não tinha bebido disse que era o mais lógico levá-las em casa, ainda mantendo a pose de “macho”, pensei, patético. Fui para casa de uber, cheguei em casa, tomei um banho, quando estava pronto para dormir vejo uma notificação no meu whatsapp, era a Mari.
Amiga preciso te contar uma coisa.
Conta logo amiga - Eu disse.
Vou fazer faxina na casa do João.
Aqui cabe uma explicação: a Mari era a amiga pobre do grupo (não que a gente fosse rico), cresceu no mesmo bairro que Marcela, enquanto Marcela tinha feito faculdade, Mari só agora, aos 26 entrava em uma particular com bolsa, então grana sempre foi um assunto delicado para ela. Mesmo assim era de longe a mais gostosa.
Como assim amiga? Eu te falei que ele era escroto.
Eu sei amigo :(, também achei viu. Mas pensa comigo, posso aproveitar e tirar dinheiro desse otário.
Ele tá dando em cima de você - alertei.
Eu sei, não sou boba, mas vou me fazer de sonsa, cobrar caro pela faxina e ainda vou dobrar ele, vc sabe como sou, faço todos os homens comerem na minha mão.
Eu sei amiga, mas me conta tudo, amoooo uma fofoca.
hahahah eu sei! pode deixar, olha pelo lado positivo, ainda vou descobrir mais coisa podre pra gente rir da cara dele.
hahaha boa, e quando você começa?
segunda feira.
Então aproveita esse fds pra pensar se você quer isso.
Ok amigo, obrigada por cuidar de mim viu
que isso, te amo amiga
também amigoo beijooss boa noite
O final de semana passou e segunda feira chegou, estava me arrumando para o trabalho quando chega uma notificação de mensagem, abro a conversa com a Mari e o que eu vejo faz meu coração disparar.
Era ela sorrindo pra foto num espelho de corpo inteiro, usava um shortinho velho curtíssimo e um topo preto também velho, estava descalça fazendo um V com os dedos segurava uma vassoura com a outra mão. “Partiu faxinar” dizia a mensagem logo abaixo, não respondi, fiquei de pau duro na hora, ela era muito gostosa e eu percebi que estava com inveja do João.
Mas tudo piorou durante a tarde, uma reunião com diferentes equipes, eu na empresa, mas a reunião tinha pessoas remotas então acontecia pelo computador, sentado do meu lado um colega me cutuca e fala:
Olha que gostosa na câmera desse cara.
A gente estava mutado, e sempre comentavamos o que viamos nas cameras nessas reuniões enfadonhas, corri pra ver a que ele apontava, meu coração foi para na boca, naquele quadradinho estava a Mari no fundo de um quarto vazio varrendo o chão, sua bunda balançava naquele shortinho surrado, as polpinhas aparecendo, “ela sempre gostou de roupa curta” pensei.
Um tempo depois uma figura masculina surge na cena, ele olha para o computador direto para a câmera e reconheço o João, ele fala algo, de forma ríspida pela forma que gesticulava (ele estava com o microfone mutado) e ela sai apressada do quarto, ele logo se senta na frente do computador e o show acaba.
Eu fiquei com muita raiva e muita inveja, esse cara que eu detestava estava com uma gostosa que era MINHA amiga na casa dele desfilando e arrumando a casa dele, e eu só podia olhar e babar.
O pessoal do meu lado continuava comentando:
Porra, será que esse cara ta comendo essa gostosa? - disse um.
Certeza que sim - disse outro.
E eu só pensava em avisar ela, mas avisar o que? Que ela apareceu na câmera numa reunião de trabalho e acharam ela gostosa? Como isso provava meu ponto que o João era um escroto?
Eu não sabia, mas o destino me deu uma ajuda, Mari me mandou uma mensagem no final do expediente me pedindo pra ir na república que ela morava ajudar em um trabalho ( sim eu sempre ajudava ela nos trabalhos da faculdade, amigo é para essas coisas).
Chegando lá, cumprimentei as outras garotas e fui para o quarto dela.
Ela estava deitada na cama mexendo no celular, eu tirei meu notebook da mochila e comecei a ver as perguntas do trabalho, ela ria olhando o celular e prestava pouca atenção, mas já estava acostumado com esse jeito avoado dela, eu achava até fofo.
Mari, vem cá! - Letícia gritou da cozinha.
Prá que? - Retrucou Mari.
Vem logo! - falou Letícia lá dentro já impaciente.
Mari levantou e foi, continuei concentrado, quando escuto o barulho de uma notificação, olho pro lado, era o celular da Mari, em cima da cama. Olhei a notificação de rabo de olho, era uma conversa com o João. O sangue subiu rápido para a cabeça, senti meu coração acelerando e a boca ficando seca.
Sem pensar muito peguei o celular, já conhecia Mari a anos, então sabia a senha de cor de tanto vê-la desbloquear o mesmo. Rapidamente entrei no whatsapp, fui na versão web, ela não tinha notebook, e era uma negação com tecnologia então achei que seria fácil, se ela descobrisse eu inventaria qualquer desculpa que ela mesmo tinha colocado no meu notebook e tinha esquecido.
Pronto, tinha agora logado no meu computador o whatsapp dela, tomei o cuidado de desabilitar a notificação de última vez acessado no whatsapp web para cobrir meus rastros. Agora era só esperar um momento seguro para ler as mensagens.
No final fiz o trabalho todo sozinho, cheguei em casa por volta de uma da manhã, e teria que acordar cedo para o trabalho, mas a curiosidade falou mais alto, a última conversa era com o João, não tinha novas mensagens então pude abrir sem problemas.
Rolei para o início, não era nada de interessante, apenas combinando os horários, os dias, e o endereço do João, ela iria lá todos os dias pelo jeito. Continuei lendo e cheguei numa mensagem do João por volta das 18h:
João
quando eu estiver em reunião, não é pra entrar no meu quarto, não é porque estou de home office que não estou trabalhado, e mesmo que não estiver em reunião, viu a porta fechada, não abre, bate primeiro porra
Mari
Ai! Escroto! Eu só queria varrer logo e deixar limpo
João
blz, mas mesmo assim, meu escritório é fora dos limites, se for entrar, tem que pedir
Mari
nossa, vc é muito macho escroto mesmo… já entendi… aff
João
quero ver se entendeu mesmo, fêmea burra do caralho.
Mari
que isso garoto! me respeita, não te dei liberdade pra falar assim comigo! babaca!
João
ué? só você pode falar o que quiser e eu tenho que ouvir calado, vc pode chamar quem vc quiser de “macho escroto”, ou babaca” e fica por assim mesmo? Se falar merda vai ouvir merda pior, e se achar ruim não precisa voltar, vc não tá me fazendo nenhum favor. To te pagando então faz o trabalho direito.
Mari
ai blz… nossa não precisava apelar, eu quero continuar trabalhando aí sim, vou prestar mais atenção, só quis mostrar serviço.
João
tranquilo, mas acho bom vc lembrar com que vc ta falando, não sou seus amiguinhos.
Mari
não tem como esquecer né, vc não deixa…
Terminei de ler as mensagens com um sorriso no rosto, estava tranquilo, o João era um escroto, a Mari já estava vendo isso e logo logo toda a turma de amigos ia ver a mesma coisa, todos iam concordar comigo.
Já estava fechando a aba do navegador quando um outro grupo me chamou atenção "república das gostosas feministas”, abri a foto de perfil, eram as garotas da república abraçadas numa dessas calouradas de faculdade.
Abri o grupo, as últimas mensagens eram sobre coisas da casa, compras, de quem era a vez de lavar a louça, misturado com assunto de novela e séries, fui subindo a conversa e vi algo que me assustou, no meio de tantas mensagens eu vi meu nome “carlinhos”, parei a conversa e comecei a ler, procurando o fio que iniciava o assunto.
Fui subindo e cheguei em fotos, eram prints da conversa da Mari com o João, o que eu imaginava já estava acontecendo, não pude deixar de dar uma gargalhada sozinho no escuro, agora era ver os comentários das meninas, estava doido pra ver o que a Fernanda ia falar, ficou dando mole pra ele e agora ia ver que ele era um macho escroto.
Mari
Olha ai o que ele falou comigo
Let (Letícia)
Nossa achei desnecessário o tom dele…
Mah (Marcela)
Ai né gente, pra que? Vamo combinar que foi totalmente escroto!
Mari
Eu sei! Falei isso com ele e olha essa resposta que ele deu!
Let
hahahah aaa mas vamo combinar que a tirada foi boa
Mari
Eu não achei…
Fer (Fernanda)
ahahhaha eu dei uma risada amiga, desculpa, mas ele tem razão nesse ponto, falou o que quis ouviu o que não quis né hahahahaha
Fer
Além do mais, achei a atitude dele bem decidida, eu gosto de homem que tem atitude, sem papas na língua
Nessa hora eu me mordo de raiva, ver a Fernanda, a menina que eu estava investindo a meses e sempre falava que gostava do meu jeito de ouvir ela, concordar com ela, não impunha nada, falando isso.
Let
pois é, até concordo parcialmente, mas não precisava apelar né
Mah
sendo totalmente imparcial, ele no início foi ok, mas depois apelou e não precisava
Let
Concordo
Mari
Aa… pode até ser, acho que vocês tem razão…
Fer
A Mari, para de graça, vc ta toda com raiva ai porque sempre falou o que quis pros homens, e eles todos babando atrás de você aceitavam tudo caladinhos, você tá brava pq o João não aceitou, seu charme não funcionou com ele. hahahahahah
Let
hahahaha iiiii temos uma psicóloga no grupo, to indo pro time da Fer em!!
Mah
hahahahah eu também!!! acho que pegou no seu calcanhar de aquiles…
Mari
ai suas chatas… sem graça hahahaha
Mah
calma amiga, vc ainda tem seu pet ai fazendo tudo pra você, o carlinhos… ahahahahah
Let
Nossa gente, coitado haahhahaha ele é muito carente, e é muito feio!! como pode? eu tenho dó
Fer
nossa gente… credo ahahhahahaha mas é verdade, tô rindo de nervoso, ele é horroroso, baixinho, e fica correndo atrás de vc Mari o tempo todo, vc fica alimentando as esperanças do coitado.
Mari
Eu não fico nada! nunca dei chance pra ele, trato ele como amigo, um amigo escravinho, mas eu compenso ele gente, fico aqui deitada do lado dele e às vezes deixo ele olhar minha bunda, ou mando umas fotos pra ele escolher qual vou colocar nos stories hahahahah
Mah
Certeza que ele se acaba nas punhetas com as fotos ahahahhaha
Fer
CREDOOOO AHAHAHAHAHAHHA
Let
NOSSA GENTE hahahahahah vou ter pesadelo imaginando isso ahahahahahhaha
Mah
Ai Mari deixa ele aí no quarto e vem aqui na cozinha ficar com a gente, vou te chamar pra vc fingir que tem que fazer alguma coisa aqui tá?
Quando terminei de ler eu chorava de raiva e humilhação, não falei no início desse desabafo, mas elas tinham razão, eu sou feio, eu sei que sou, mas eu sou legal, sou inteligente, sou carinho eu sou o NICE GUY, o cara bonzinho!
Porque elas estavam me tratando assim? Falando assim de mim? Todas elas, mulheres são só más, humilham a gente de graça, faço tudo por elas e recebo isso!
Mas tudo bem, eu estava decidido agora a continuar, eu ia mostrar pra elas que eu era melhor que o João, melhor que todas elas, elas ainda iriam vir pedir desculpas pra mim, e eu ia ver esse João humilhado, derrotado.