CAPÍTULO 11
**MATT**
Os dias se passaram tão depressa que quando dou por mim já é sexta-feira, um dia antes da minha ida ao rancho da família de Henry. O meu estúdio está indo a todo o vapor, ontem contratei uma assistente para me ajudar com minha agenda, agora estou à procura de mais duas fotógrafas para tirar as fotos quando eu não puder ir. Coloquei um nome falso para o estúdio já que não quero que saibam que é meu.
Connor decidiu que quando ele for comer qualquer refeição eu tinha que fazer companhia a ele. Ele me pediu desculpas por ter sido frio e sem coração comigo. Isso não significa que ele ficou um amor, mas está mais gentil, me perguntou uma vez sobre minhas fotos e respondi que consigo vender algumas, o que não é mentira. Estou preparando meu almoço quando minha caixa de e-mail apita revelando que tenho uma mensagem, leio e sorrio ao saber que é uma menina que está fazendo curso de fotografia e que procura um trabalho para treinar. Marco com ela uma entrevista na segunda já que não estarei em casa no final de semana.
Termino de fazer o almoço e vou tomar um banho antes de sentar à mesa para almoçar. Quando desço eu fico surpreso ao encontrar com o Connor.
- Não era para você estar no escritório? - pergunto sorrindo. Connor sorri para mim.
- Resolvi vir almoçar com você hoje, já que não vamos nos ver no final de semana. – sorrio pela sua gentileza. Connor tem um sério problema de humor. Não falo nada, não sei o que está acontecendo com a gente nesses dias, mas cada dia que passa Connor se mostra mais amoroso.
- Tudo bem. Colocarei a comida na mesa. - saio e começo a preparar a mesa para o nosso almoço. Quando está tudo do jeito que eu quero, nós nos sentamos e começamos a comer nossa refeição.
- Então qual é o seu plano para o fim de semana? - fico tenso com sua pergunta, eu não posso falar que vou para o rancho da família de Henry. Mas também não vou mentir pra ele.
- Vou sair com um amigo. - digo observando sua reação. Connor me encara.
- Não sabia que tinha namorado. - fala em um tom acusador.
- Isso é porque não tenho um. - ele bufa.
- Sim, sim acredito nisso. - fecho os olhos e conto até três.
- Sr. Willians, o fato de sair com um amigo, não significa que ele é meu namorado. - digo com toda calma que consigo reunir. - Ele é meu amigo e o respeito muito. - sem falar que eu gosto de você idiota. Penso. Putz! Da onde veio isso? Oh Deus! eu realmente gosto do meu chefe super ogro. Preciso controlar esse sentimento, mas a cada dia fica mais difícil, quando Connor era um ogro eu conseguia guardar bem, mas agora que ele está sendo todo cuidadoso e me tratando bem, fica difícil ignorar o que sinto por ele.
- Tudo bem, me desculpe. É só que me preocupo com você. - diz na defensiva. Conversamos mais um pouco, ao terminarmos Connor se despede e volta para o trabalho e eu faço o mesmo. Termino tudo o que tinha que fazer e resolvo pela primeira vez desfrutar da piscina enorme que tem na casa. Visto-me e saio para o sol. Perco-me no tempo enquanto olho para o mar a minha frente.
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**CONNOR**
Meu dia estava indo a mil maravilhas, passei a manhã em reuniões e quando parei a primeira coisa que pensei foi em Matt, e que vou ficar dois dias sem vê-lo. Então resolvo almoçar em casa só para ter sua companhia mais uma vez. Sua presença é refrescante para mim, meu sentimento por ele tem aumentado a cada dia que passa, o que me deixa em pânico. A única parte do meu almoço que eu não gostei nem um pouco foi quando Matt me disse sobre seu amigo. Meu ciúme foi às alturas, mas soube me controlar. Infelizmente tive que voltar para o escritório. Assim que chego percebo minha secretária em pânico.
- Eu sinto muito Connor, mas não tive como segurá-lo. - diz Jahanna. Respiro fundo já sabendo de quem ela está falando. Olho para Johanna e sorrio, ela é uma mulher muito bonita pra sua idade de cinquenta e três anos.
- Pode deixar comigo, vou lidar com isso. - falo me dirigindo para minha sala. Antes de entrareu falo com minha secretária. - Johanna, pede para um segurança subir aqui, por favor, e esperar o meu chamado. - entro na minha sala e Octávio está sentado na minha cadeira atrás da mesa com um sorriso no rosto. Vejo vermelho de tanta raiva que estou sentindo.
- Posso saber o que diabos você está fazendo aqui? - pergunto tentando controlar a minha fúria. Octávio abre o maior sorriso.
- Isso é jeito de falar com o homem que você ama? - o carniça ainda tem a coragem de falar que eu o amo. Começo a rir.
- Amor? Você está falando comigo sobre amor? - rio mais ainda. - O amor que eu sentia por você já passou há cinco anos Octávio. Eu não sinto nada por você. Agora me fala o que você está fazendo sentado na minha cadeira, aliás o que você está fazendo no meu escritório sem ser convidado. - ele se levanta e vem andando em minha direção.
- Vim ver você. Senti saudades. - ele coloca as mãos em meu peito e sorri. Pego suas mãos e retiro de perto de mim.
- Você não tem permissão de vir aqui. Fora daqui. - Octávio apenas sorri para mim.
- Sabe, fui até a sua casa, conheci seu novo empregado. Você se rebaixou Connor, ele é tão sem graça. É Matthew não é? - minha raiva aumenta quando ele fala de Matt. Dou um passo à frente.
- Você não tem o direito de pronunciar o nome do Matthew, ele é totalmente diferente de você. -elevo a minha voz, Octávio não se intimida em momento nenhum, ele já está acostumado comigo, mas ele não sabe que esse é o meu lado bom. Espero que ele não desperte o lado ruim, pois vou acabar o machucando. Octávio começa a rir. - Não sei qual é a graça.
- Você é tão ingênuo Connor. Um homem apaixonado que não é capaz de ver o que está bem em baixo do seu belo nariz. Ele é exatamente igual a mim querido. – pego-lhe pelo braço e aperto.
- Nunca, eu disse nunca compare Matt a você. - digo bem perto do seu rosto. - Você é um vagabundo que só pensa em dinheiro, Matthew é um homem que se valoriza. Ele.Não.É.Você.
Octávio arregala os olhos. Bom. Ele está com medo. - Agora quero saber o verdadeiro motivo de você estar aqui, antes que um dos meus seguranças te jogue no olho da rua. - ele bufa revirando os olhos.
- Tudo bem, a verdade é que preciso de dinheiro. - eu olho para ele e não me contenho e começo a rir, mais rio muito que fico sem ar, lágrimas escorrem pelo meu rosto.
- Você precisa de dinheiro? - a sala se enche ao som da minha risada, eu nunca ri tanto em toda a minha vida. - Você precisa de dinheiro e veio até a mim? - tento me acalmar. - O dinheiro que você desviou da minha Empresa não foi o suficiente para você? Cadê os seus amigos de foda? - pergunto. Acalmo-me e meu rosto fica sério, chego bem perto dele. - Me deixa adivinhar onde eles estão. - minha boca para a centímetros da dele. - Eles te deixaram Octávio, te deixaram, pois finalmente perceberam que você não vale o tempo deles, que você é um homem frio e sem coração, um homem que só pensa em dinheiro. - sorrio para ele. - E olha o que é a ironia do destino. Ele te trouxe até a mim. - saio de perto dele e me sento na minha cadeira.
- Você está enganado se pensa que vou te ajudar, nós não temos nada, eu não te devo nada, ao contrário você me deve. Você me deve muito dinheiro e principalmente gratidão, pois não te denunciei para as autoridades por furto. - falo tirando a minha gravata. - Agora que você já falou o que quer, peço para se retirar da minha sala e se você tentar fazer alguma graça tem um segurança te esperando do lado de fora da minha porta. - Octávio se dobra na minha mesa e me fuzila com os olhos.
- Se você pensa que isso vai ficar assim está muito enganado Connor, vou tirar tudo o que você tem até não sobrar nada. - sorrio para ele.
- Tenta a sorte querido, pois da última vez você falhou feio. - ele se joga para cima de mim.
- Seu desgraçado, você me tirou tudo e eu vou fazer o mesmo. Começando por aquele seu empregadinho. Ele é igual a mim Connor, mais cedo ou mais tarde você vai ver as garras dele. E não diga que e não te avisei. - meu segurança entra e pega Octávio pelo braço e o leva para longe da minha sala.
Passei a tarde toda pensando no que Octavio disse, primeiro de tudo, não sei por que ele falou que eu tirei tudo dele, ele foi o único a me roubar e segundo e mais importante eu estava com medo de ele ter razão sobre Matt. Sinto que ele é diferente e que é confiável, mas eu também senti isso quando conheci Octávio e ele me enganou, não só traiu minha confiança, mas a da minha família também. Ele tirou de mim o que eu mais preservava que era a minha boa vontade, o meu altruísmo, eu gostava de ajudar cada pessoa que precisava sempre tive um bom coração, mas nunca imaginei que um dia eu iria acabar sendo pisoteado pela pessoa pela qual movi céus e terra. Não é qualquer pessoa que pega alguém que não conhece e a leva para casa, dá emprego, comida e amor. Eu fiz tudo isso e fui esmagado.
Não posso de maneira nenhuma deixar que isso aconteça outra vez, Matthew exerce um poder sobre mim que eu não sei o que fazer com ele, eu quero tanto me entregar, mas só de pensar que posso ser engando mais um vez, recuo. Frustrado é o que eu estou neste momento. Estava navegando em meus pensamentos quando Henry entra na minha sala.
- É impressão minha ou acabou de sair um Octávio daqui muito puto? - ele pergunta e senta em
uma das minhas cadeiras.
- Não, não é impressão sua. - falo abrindo os primeiros botões do meu blusão.
- O que é que esse louco queria com você? - me levanto e vou até o bar no canto da minha sala. Pego uma garrafa de whisky, ofereço ao Henry, mas ele recusa.
- Pode acreditar que ele veio aqui querendo dinheiro? - começo a rir mais uma vez, não acreditando na cara de pau deste cara.
- Mais que desgraçado cara, ele teve a cara de pau de vir aqui pedir dinheiro. Ele deveria ter vindo é para beijar teus pés em agradecimento por você não tê-lo denunciado e nem ter destruído a vida dele. - Henry fica furioso junto comigo. - mas sei que ele disse alguma coisa para você que te deixou com essa cara de preocupado. - Henry me conhece melhor do que ninguém, ele sabe quando estou escondendo algo.
- Octávio falou de Matthew. - digo voltando a me sentar. - disse que eles são iguais. Que Matthew vai fazer exatamente o que ele fez comigo.
- E você acreditou no que ele disse? - ele pergunta não acreditando em mim. Passo a mão pelo cabelo em frustração.
- Não eu não... sinceramente, eu não sei. - falo a verdade. - Sei que Matt é diferente, mas e se ele não for quem aparenta ser? - meu medo é bem óbvio pela minha voz. Sim tenho medo de amar outra vez.
- Connor se você ficar pensando nos '' e se '' da vida você não vive. Matt não é Octávio, ele não vai fazer nada com você. - Henry diz com toda a certeza do mundo, mas não foi ele que foi enganado.
- Quero muito acreditar nisso Henry, realmente quero, mas não consigo, sempre vou viver como pé atrás, preciso ter cuidado. - ele olha para mim finalmente entendendo o meu lado.
- Tudo bem cara, faça o que você quiser. Só por favor, não desconte sua raiva no Matt, ele não tem nada a ver com a sua história, ele não tem culpa que um dia você amou Octávio e foi enganado. Então não o coloque no meio disso tudo. - ele diz e eu tenho que concordar. Matt não tem nada a ver com isso, não posso culpá-lo pelo meu passado e nem confundi-lo com Octávio. Tenho que dar uma chance para ele.
- Tudo bem cara pode ficar tranquilo, não vou descontar meus problemas pessoais nele. - falo, Henry se levanta para sair.
- Assim espero. - ele diz já na porta. - A gente se vê na casa dos meus pais então.
- Tudo bem até mais tarde. - ele acena com a cabeça e sai da minha sala. Suspiro, meu dia estava bom demais para ser verdade.
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HENRY
Saio da sala do Connor e suspiro, espero que no final de semana ocorra tudo bem, convidei Matt para ir comigo para o rancho dos meus pais, nem ela nem Connor sabem que eles vão se encontrar. Só espero de todo o coração que ele não tenha uma crise de ciúmes na frente de todos e acabe maltratando ele, pois isso eu não irei permitir de jeito nenhum. Ele tem que perceber que Matt não é e nunca será Octávio. Meu amigo está realmente quebrado, aquele homem o destruiu, e se ele continuar a interferir na vida dele vou acabar com ele.
Vou para a minha sala, mas antes passo na mesa do meu secretário, que está debruçado sobre a sua mesa procurando algo na bolsa, mais que droga, sua bunda está empinada me dando uma bela visão. Meu pau fica duro na hora. Merda, esse homem me deixa doido, pena que não tenho um plano de como fazê-lo se interessar por mim, se não Adam estaria na minha cama gemendo o meu nome. Limpo minha garganta e ele dá um pulo.
- Meu Deus! Morri mil mortes agora. - ele olha para mim e cora. Ele é tão lindinho. Seus olhos azuis são fascinantes. - Me desculpe Sr. White, estava tão distraído que não vi o senhor. - ele sorri.
- Está tudo bem Adam, só queria avisar que estarei indisponível amanhã e domingo. Então se houver algum problema não me ligue, tente contornar para mim até eu voltar. - ele acena com a cabeça e volta ao que estava fazendo. Vou pra a minha sala e me sento, Adam é um homem lindo, pena que não valoriza a sua beleza, ele se veste como um velho, não tem nenhuma noção de moda, não sabe de nada, e mesmo assim ele é lindo.
Suspiro. Esse homem me deixa maluco. Sorrio com o pensamento dele e Matt juntos, os dois iam se dar muito bem.
Meus pensamentos se voltam para amanhã, para a hora em que eu chegar com Matt e Connor vê. Por favor, que ocorra tudo bem.