♠️ BLACKAYE ♠️
PROLOGO
- Entre logo na Ilaja, sua escrava sem dono.
Obedecendo ao Mestre que pilotava a Ilaja, eu me prontifico a entrar no veículo.
Claro que não no assento da frente, jamais seria permitido a uma eru como eu tal honraria.
Por isso eu abaixo a cabeça e entro na parte de trás do transporte coreano de erus que chamávamos de Ilaja.
Alguns de nós que vieram de fora fofocavam que o mesmo canil móvel também era usado no transporte de escravas em outros países, uma forma padronizada e eficiente de movimentar animais domésticos como a gente.
- Oi, eu me chamo Kang. Tudo bem? Qual seu nome? Você também foi abandonada? A sua coleira diz isso, não diz? Alô?
Frente a minha enxurrada de perguntas, a outra eru que se encontrava colada no outro lado da grade da gaiola traseira que compunha a Ilaja, simplesmente faz um movimento semicircular de cabeça em negativa e não fala nada.
E eu não estava surpreendida.
Erus normalmente não falavam mesmo.
Eram poucas as escravas como eu que detinham a capacidade de falar e fazer-se entender. Ao nascermos brancas já sabíamos que éramos erus e que a nossa função seria nos submetermos como objetos às pessoas de verdade, os Orisas. A única diferença é que a minha mamãe foi uma eru um pouquinho mais inteligente que a média e me passou a capacidade de me comunicar, segundo ela a mãe dela tinha aprendido com a mãe da mãe dela, e que aprendeu com a mãe da mãe da mãe dela; e assim por diante.
- Mas, mãe. E como a primeira escrava da nossa geração aprendeu?
- Ela não nasceu eru. Ela era branca, porém não era escrava. Ela trabalhava e vivia igual a qualquer um dos Orisas que existem hoje. E assim ela passou pelo menos a sua língua e idioma adiante, assim como passei pra você. – Tinha me dito a minha mãe antes de falecer.
Brancas nascendo como pessoas e vivendo como nossos Deuses Pretos? Como um Orisa?
Com certeza isso era lenda da minha mãe, uma espécie de mentira que ela tinha fé para justificar que um animal inferior e com menos direitos que um cão como nós pudesse ser uma pessoa.
Sem mais como me comunicar com a outra eru, eu simplesmente a deixo de lado e espero chegarmos até nosso destino. Enquanto isso a Ilaja enchia e a todo instante mais e mais branquinhas entravam no cubo de grades de aço e ficavam quietinhas em seus cantos. Todas olhando pra baixo com mentes vazias e postura submissa natural da nossa espécie.
- Oi, alguns de vocês sabem falar? Alô?
Como se eu fosse uma entidade estranha, algumas erus fêmeas ao meu redor me encaram com olhos surpresos e arregalados de medo. Praticamente deixando claro que não sabiam que escravas podiam falar ou quem sabe só nunca haviam visto tal evento de perto.
Só que uma delas não se impressiona e me responde.
- Sim. Eu sei falar também. O meu nome é Ji.
Essa branca que me respondeu era uma eru pequena e magrinha, porém tinha um pelo preto médio muito parecido com o meu. Talvez ela fosse de uma ninhada tradicional como a da minha mãe eru.
- Oi. eu me chamo Kang. – Acabo por repetir a apresentação anterior, eu podia saber falar, mas não tinhas muitas palavras em meu vocabulário. – Tudo bem? Você também está sem dono, não é? Sua coleira é igual a minha e deve dizer isso.
Há muito tempo atrás a minha mãe e eu fomos chutadas pra fora pelo nosso Orisa, que até então sempre havia cuidado e criado gerações de erus caseiros (minha mãe e a mãe dela eram uma delas), mas ele tinha enjoado de nós e nos largado embaixo de uma ponte qualquer, e desde então a minha coleira de eru foi trocada por outra com novas palavras e que eu não sabia o que eram.
- Então você sabe falar, só não sabe ler. Sim, sua coleira é igual a minha. Está escrito ‘’eru de rua’’. É a maneira que os habitantes da Coreia usam para identificar as brancas abandonadas, assim podem diferenciar as escravas cuidadas, vermifugadas e alimentadas com donos daquelas sujas, doentes e famintas de rua.
Essa eru chamada Ji era diferente de qualquer uma que eu já houvesse visto. Ela podia ser verborrágica, mas sua fala era entediada. Talvez por ser uma escrava mais inteligente e afiada que as outras devia ser chato e maçante perder tempo com cadelas burras como as outras.
- Então você também recebeu? O cartão?
A eru Ji tira de um bolso um cartão pequeno, retangular e marrom escuro.
- Todas nós, Kang. Você acha que foi a única que recebeu a visita de um Orisa bonitão de noite prometendo te tirar da sarjeta como uma eru abandonada que tu era?
E quando ela vira, eu vejo o mesmo desenho misterioso daquele o qual recebi.
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- Pronto. Eu sei que muitas das erus de rua só reconhecem frases como ‘’fica de quatro pra mim’’ ou ‘’mama a minha rola’’. Então na hora de retirada eu vou empurrar a todas até ficarem em formação no momento de descarregar.
Nossa Ilaja chega até um cais, onde havia um enorme e colossal navio atracado nos esperando. Além disso várias outras Ilajas estavam alinhadas em um pequeno trânsito de uma faixa só, cada uma delas esperando alguma espécie de autorização numa cancela onde havia um Orisa policial.
- Ji, para onde você acha que estamos sendo levadas?
Ao invés de me responder, a outra eru que eu havia mais me aproximado apenas se finge de boba, como se quisesse disfarçar que sabia falar perto de outros Orisas.
- Eu se fosse você não daria tanto na bola que sabe falar. – Ela sussurra perto do meu ouvido, depois de se aproximar em pessoa dentro daquela caixa apinhada de escravas. – Não sabemos o que encontraremos no navio.
Após a cancela, o Orisa que nos conduzia continua e sobe com a Ilaja e tudo dentro de um grande pátio que devia ser usado pra contêineres.
E ficamos assim por um tempo. Quanto? Não sei, pois nunca aprendi como medir esse tal de tempo, relógios sempre me pareceram objetos estranhíssimos e movidos por magia. Só sei que foi o suficiente até que se embarcasse todos os veículos de transporte de erus que vieram e a embarcação subiu as âncoras e partiu pra longe de terra firme.
- Ótimo. Escravas de rua, desçam. Esperem em fila lá fora.
Todas nós saímos e o Orisa que nos guiava dá alguns tabefes em algumas cadelas perdidas até que estivéssemos como ele queria. Nada estranho e super natural. Eu até fingi não entender os comandos (como a Ji sei lá porque tinha dito para eu fazer), só para levar um tapão gostoso daquele Negro.
Que saudade de ser forçada a obedecer, como o meu antigo Orisa fazia comigo e a mamãe.
Bons e nostálgicos tempos.
Eu daria tudo para voltar a viver daquela maneira.
Agora em fila, o nosso Dono amarra uma corda em cada uma de nós pelo pescoço, em um nó intrincado e simples ao mesmo tempo e que formava uma espécie de centopeia de enforcamento caso fôssemos penduradas, e passa pra frente. A gente é puxada como o gado que éramos e ligeiramente esganadas pela tensão da corda, o que me excita muito.
- Meu antigo Orisa fazia isso comigo. Me acordando de noite e me sufocando até eu ficar roxinha e após isso gozava no meu rosto. Mamãe chorava de alegria e satisfação ao me ver assim e-Gloh! Ai! Qual é!?
Ji estava na minha frente e havia puxado a corda pra frente com o pescoço e corpo também, se auto sufocando porém calando a minha boca no processo.
- Guarde isso pra você, Kang. Não estou interessada em escutar a respeito.
Magoada com a violência abrupta e injustificada dela, eu me calo chateada. Não havia sentido no comportamento dessa escrava, já que eu havia sido uma amiga eru tão educada e tentei interagir o máximo com ela. O que eu poderia ter dito que a deixou assim tão estressada?
Somos levadas até uma sala limpíssima e de azulejos brancos e pretos que formavam um desenho. Não é igual ao do cartão? Parecia um coração invertido. Tinham também chuveiros nas laterais e Orisas fortemente armados ali.
- Aquelas erus de vocês que sabem falar, tirem as suas roupas e vão orientando as suas companheiras de sub-raça a fazerem o mesmo, depois coloquem qualquer objeto que possuam com vocês no chão na sua frente. – Diz em um tom super cordial para uma interação Orisa/eru, o homem mais próximo com um fuzil.
Assim todas ficamos completamente nuas. Na Coreia as erus normalmente andam vestidas em público. Porém eu lembro uma vez, na época em que vivi na rua embaixo de uma ponte com a minha mamãe, que passou uma eru estrangeira lindíssima. Era a branca mais bonita que já vi, mesmo sendo só um ser inferior como todas nós. Essa escrava estava totalmente nua e usava umas lantejoulas brilhosas perto dos seios e formando eu acho uma seta invertida no seu ventre pra baixo. Ela era conduzida pelo seu Dono através de uma coleira de elos dourados que devia ser de ouro. O Orisa que a possuía devia ser algum Mestre rico e influente de fora, eu imagino.
Depois da roupa, a gente tira o que detinha nos bolsos dos trapos que antes estávamos usando e colocamos no chão. Não podíamos ter posses pela lei, mas como escravas de rua também não era sempre que isso era verificado.
E assim diversos itens diferentes surgem.
Um cachimbo de crack.
Vários cartões daquele convite que nos foi dado, aqueles com o símbolo misterioso girando.
Uns tufos de grama, não sei porque.
Um sanduíche velho.
E só.
- Sério? Nenhuma de vocês têm dinheiro? São erus de rua e sobrevivem como? Comendo lixo e caçando pardais em praças públicas? Vocês serão revistadas.
Os Orisas vestem então luvas pretas de borracha e começam a dedilhar nossos corpos, procurando entre os dedos do pé e ouvido primeiramente.
- Abram a boca e botem a língua pra fora.
Prontamente obedecemos e as escancaramos para nosso Donos verificarem o que quisessem. Os nossos Mestres então enfiam o máximo de dedos e quase a mão inteira na nossa cavidade oral e forçam nossos maxilares até o ponto de doer e estalar, vasculhando o espaço entre nossas gengivas, bochechas e até nos buracos falhos da nossa dentição com cárie.
- Fiquem agora de quatro e botem as rabas pra cima.
Novamente ficamos na posição desejada pelo Orisa. Jamais passaria pela nossa cabeça desacatar nada que viesse deles. As ordens e comandos vindo dos Pretos e Pretas eram como leis naturais ou poderes da própria natureza em si. Logo não se luta contra, apenas se aceita e sente-se grata pela possiblidade de existirmos e servirmos a eles. Nossa subespécie servia pra isso. E foi assim que minha mãe me ensinou, mesmo até depois que foi expulsa do seu lar e morreu embaixo daquela ponte.
A seguir eles enfiam os dedos em nossos cus e bucetas, caçando em nossos interiores algo, eu fico toda molhada e me controlo pra não gemer de prazer.
- Opa. Achei. Deixa eu puxar.
Com dois dedos no ânus da escrava com a bunda empinada na minha frente, eu vejo aquele Orisa tirar um disco de liga metálica e escuro do cuzinho dela.
Era uma moeda de 10 BBCs.
- Mas que escrava insolente. Além de ser uma eru de rua, também é uma ladra. Eu disse para colocarem tudo que tinham no chão, não foi?
- Meu Grande e Sagrado Orisa, me perdoe! Eu esqueci que tinha este dinheiro comigo! Eu prometo, não irá se repetir!
Ele pega a moeda e guarda pra si em um bolso do colete militar que usava.
- Sei. Não irá se repetir mesmo não. Reze em nome do seu Grande Orisa para você saber nadar.
Ele então a pega pelo braço.
Se aproxima da borda do navio.
E a joga no mar.
- Pronto. Como diz aquela expressão de marujos: ‘’Vão-se os erus, mas ficam-se os BBCoins’’. Vistoria feita. Escaneiam as IDs das coleiras das restantes e tragam logo a próxima remessa de escravas pra inspeção. Já está quase no horário da minha folga e quero fumar um pouco.
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- Ai ai. Essas erus são fodas. E pensar que uma delas morreria por meros 10 BBCs, o que se compra com só isso? Uma lata de refrigerante? Haha.
- Na realidade 2. Temos desconto como funcionários.
- Verdade. Foi bom me lembrar que tô com sede.
Os colaboradores de campo estavam escaneando as eru IDs nas coleiras daquelas escravas e subindo no sistema as muitas informações que haviam nelas.
‘’Kang. 23 anos. Sangue A+. Eru de rua. Natural da Coreia. Competidora número 1.’’
Basicamente meu trabalho era verificar as informações coletadas na coleira de cada escrava e ver se estavam de acordo com os registros oficiais de BLACKAYE, e então eu gerava um número pro nosso sistema interno e para a competição em si.
Depois a eru acendi um grande losango luminoso no chão bem chamativo com sua foto do registro oficial de erus (o r.o.e) e assim que 1000 losangos acendessem, terminaria essa etapa enfadonha do meu trampo. Pois eu curtia muito mais as outras, que eram onde ficava a emoção de verdade.
Ou era isso que eu pensava.
‘’Ji. 16 anos. Sangue O-. Eru de rua. Capturada perto da fronteira entre a Coreia e a República Popular Socialista Asiática não-Negra Livre Democrática do Norte, e posteriormente inserida no r.o.e. Ex combatente comunista do referido país ao norte. Competidora 76.’’
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Aquele Orisa matou a eru.
Eu sempre soube desde pequenininha o meu papel dentro deste mundo. Eu nasci sabendo que, por eu ser uma eru, era uma existência abjeta, nojenta, branca, inferior e que foi concebida e vivia só para agradar aos Orisas, que são os homens, pessoas, cidadão, Deuses da raça humana. Isso era mais natural pra mim do que respirar até.
Mas eu nunca havia visto uma eru morrer na minha frente. Meu antigo Orisa gostava de nos torturar ao usar o meu corpo e o de minha mãe. Espancava o bumbum da minha mãe até ficar roxo e me obrigava a ver.
- Minha filha, meu filhote de eru fêmea, não desvie os olhos. Você é pequena ainda, mas com o tempo isso fará sentido. Nós somos escravas e nossa espécie é inferior e auxiliar ao da pura dos Orisas, somos o tapete em que eles pisam para poder não sujar o pé na lama. Um dia você deitará no chão lamacento para que eles te pisoteiem como deve ser e você amará.
E minha falecida mamãe (que o Grande Orisa lhe guarde) estava certa. Com o tempo eu passei a ser requisitada sexualmente também e a experiência foi a melhor coisa que já senti na vida.
- Mãe! Isso é tão bom! Dói um pouco...Mas é bom... Eu sinto que minha cabeça vai explodir e minha mente derreter! Ui! Oh!
O Dono da minha mãe e meu também era solteiro, e tinha a posse de 7 erus. Dessas sendo duas da mesma ninhada da mãe da minha mãe e só. Ele era violento quando queria e eu adorava o pulso firme dele, porém ao gozar dentro de nós ficava mais carinhoso e gentil e até nos fazia um cafuné.
Já na rua e após a morte da minha mãe, eu presenciei também algumas coisas mais intensas. E uma delas foi a maior de todas e me marcou bastante.
- Olha só, uma eru de rua. Não sabia que hoje em dia abandonavam escravas tão jovens. Pessoal, achei o café da tarde.
Eu me escondo atrás de um arbusto perto de um banco vazio. E então outros Orisas adolescentes com uniforme escolar aparecem.
- Mas ela não tem dono não?
- Você anda faltando às aulas? Está escrito ali no ID da puta de rua que ela não tem um Orisa.
- Eu sei. Mas vocês sabem como é. Talvez tenham raspado ou adulterado a coleira dela. Verifica antes no app.
- Tá bom, caralhos. Que exagero de precaução, mano. Ninguém virá reclamar propriedade dela não.
Eu vejo o Orisa colocar um retângulo de vidro na frente da coleira e depois dizer.
- Viu? A eru ID dela consta sem dona. Podemos fazer o que quisermos com ela.
Os Mestres se despem em volta dela e rasgam o pouco de frangalhos sujos com que ela estava se cobrindo antes.
- Cadela de rua, fique pelada. Eu sei que é feio e contra a etiqueta desse país as erus coreanas andarem desnudas. Mas você não tem mais um Orisa para cuidar de você e te vestir contra o frio. Você tem é que ficar nua, igual as escravas em outras partes mais conservadoras do Império de BLACKAYE ficam. Venha nos servir.
Aquele Donos jovens soterram ela com seus membros enrijecidos e a espetam de todos os lados possíveis. Eu fico só ali, me controlando para não surgir e pedir para ser espetada também.
- Glohglohgloh!!!
- Boa. Até que presta para algo. Eu ainda não tenho a minha eru. O que me obriga a sempre ir na casa de um amigo meu comer a dele, já que esse brother meu não se importa de dividir. Assim como eu te achei e estou partilhando com meus colegas Orisas de turma.
- Glohglohglohgloh!!!
Não só contentes em foder com essa eru de rua, eles também passam a socá-la, alternando suas estocadas de rola com as estocadas de punhos.
- Meus pais são muito radicais com essa questão de dar uma escrava aos filhos menores de idade. Eles dizem que todo brinquedo tem a idade correta, e que vocês não são diferentes. Acho pura bobeira, todo mundo ver sexo nas Big Black Coins ao comprar lanche desde pequeno e não faz mal a ninguém. Mas pelo menos eles me deixaram escolher da última ninhada de casa qual filhotinha eru seria a minha primeira escrava. Meus pais gastaram 5.000 BBCs comprando uma semente de eru bem especial e top de linha daquele laboratório lá com a matriz em BLACKAYE. Não é aquela comum que todos usam para se ter mais branquinhas normais, é uma premium e que tornou nossa última geração de escravas geneticamente mais obediente e servil ainda. No meu aniversário de 18 anos eu receberei a que eu escolhi de presente.
Eles continuam a usar dessa eru sem dó por uma eternidade. E eu fico só me tocando com um dedo agachada e tentando não gemer alto para não ser notada.
Quando já estava escurecendo, eles levantam e o líder deles recebe uma ligação.
- Mãe? Não. Tá bom. Eu estou bem. Sim. Estou voltando pra casa. Sim. Meus amigos estão comigo. O que??? Não, claro que não. Eu não estou pegando nenhuma eru de rua. Sim, mamãe. Sim. Você já disse várias vezes que elas transmitem doenças. Tá bom. Beijos. Também te amo. Tchau.
Após desligar o aparelho de vidro mágico, eles todos dão uma última gozada nela do alto em pé e um último chute.
- Valeu. Foi divertido. Pena que meus pais me deixariam de castigo se eu te levasse pra casa. Inté, eru gostosinha da sarjeta.
E vão embora.
Quando os Orisas jovens estão bem longes, eu pulo até ela e vejo como estava.
- Oi, você sabe falar? Está bem? Posso fazer algo por você?
Ela começa a chorar e eu achei que seriam pelos hematomas, talvez muito tempo sem servir aos Mestres e ela estivesse enferrujada.
Mas quando essa eru fala, eu entendo o que foi, e que não tinha nada haver com minha suposição.
- Eu só queria ter um Dono. Porque eles não me levaram junto?
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- Oi, Kang. Você tá dormindo acordada? Deve ser tarde lá fora. Descansa.
Os Orisas tinham nos posto dentro de um grande salão vazio e branco, com várias rainhas de espadas formando desenhos que eu não entendia. Eu só sabia que nas três paredes opostas ao lado em que tínhamos entrado havia um estrado macio branco e preto individual com números que nos foram dados. Kang era 1 e o meu 76. Eles tinham nos posto ali e dito que amanhã nos revelariam qual era o esquema desse lugar.
- Oi, Ji. Não. Eu estou só me sentido confusa. É que eu ainda estou encucada com aquela eru jogada no oceano.
Como essa cadela era burra e inocente demais, eu sentia até pena dela.
- Nunca viu uma de nós sofrer? Mesmo sabendo que nascemos pra isso?
- Eu já sei. Eu mesma já sofri. Só que, sei lá. Era o sofrimento gostoso, sabe? Aquele natural e que soa bom. Eu nunca vi uma escrava ser morta na minha frente não.
Eu dou uma gargalhada deitada no meu estrado no qual estava e que tinha puxada e instalado perto do da Kang.
- É porque você foi uma eru caseira antes de ser abandonada. Nunca saiu desse país, e antes da casa do seu Mestre. Há vários Orisas que nos usam como chicletes, chupam, mastigam, degustam e cospem o corpo fora, igualzinho nós vimos eles fazerem ao jogar aquela eru infeliz e tapada no mar. Ela mereceu, por ser tão burralda e desligada.
Kang não responde nada, possivelmente aquela boba estava com medo e impressionada.
- Eu não sei o que é um chiclete, mas acho que entendi o que quis dizer. Você é de onde, Ji? Nunca vi uma eru saber tanto e que fala tantas palavras novas assim.
Eu olho em volta. Todas as outras erus estavam dormindo. Só eu e ela éramos as bobas jogando conversa fora ao invés de preservarmos nossas energias para seja lá o que nos esperava no dia seguinte.
- Sou da República Popular Socialista Asiática não-Negra Livre Democrática do Norte. Ou melhor, eu era. Eu fui uma ex combatente que era responsável por proteger a fronteira com a Coreia.
Depois dessa grande revelação, eu imaginei que a Kang iria ficar impressionada, quem sabe me dedurar a algum Orisa atrás do único portão trancado do salão e vigiado por fora.
Mas ela se limita a dizer.
- República Popular do que? Você inventou isso, não foi?
E eu rio de novo.
- Aff, rsrsrs. Não, Kang. É real. Fica no norte de onde você nasceu. Eu patrulhava as fronteiras. Meu trabalho era interceptar dissidentes brancos que vocês chamam de eru de fugir pro sul, e soldados Negros que vocês chamam de Orisas de invadiram rumando norte.
- Mas... Como então você terminou como uma de nós? Digo, como uma eru de rua?
Isso eu não posso te contar, minha amiga escrava e ingênua.
- Boa noite, Kang.
- É segredo? Conta pra mim, vai. Prometo não contar pra ninguém mais.
- Vai dormir, sua chatonilda tagarela.
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- É só isso?
- Sim. O Partido cortou pela metade a verba com alimentação. Agradeça por ainda ter o que comer nesse fim de mundo, Ji.
Eu estava fazendo a minha patrulha habitual com meu camarada, enquanto comia do meu estojinho metálico de ração a porção mixuruca que enviaram essa vez para os destacamentos militares ao sul.
- Será que eles vivem pior que nós mesmo? O Partido Comunista sempre fala na TV que o resto do mundo enlouqueceu com a Ideologia da Supremacia Negra, e que todo mundo em BLACKAYE passa fome, com os Pretos criando bancos para as cozinhar em grande caldeirões malignos.
- Está questionando o seu país? É claro que é verdade. Por isso nunca ponha os pés fora dos limites da nossa pátria amada. Você será chamada de eru e feita de escrava sexual por vários negritos malignos que depois vão te fritar em pedaços e servir em um churrasco infernal.
Assim a gente continua a patrulha, passando por uma planície grande de onde se via o muro e os outdoors de LED gigantes postos no lado da Coreia.
- Como eles mantém isso ligado? As nossas cidades, mesmo as grandes, têm que desligar a luz 2 horas por dia para racionar energia.
- Eu sei lá, Ji. Magia negra. Olha, quer dobrar e pegar o meu turno? Eu estou de saco cheio dessas suas divagações e quero descansar no acampamento do nosso batalhão, meu pé ainda tá coçando.
Um pouco de paz não seria mal.
- Vai lá. Tenho certeza de que se trocar essas botinas fedidas e cheias de água seu pé ficaria menos bichado, camarada.
- Vai se fuder, camarada Ji.
E ele parte.
Sozinha na minha patrulha eu continuo fazendo a ronda na mata, dessa vez seguindo para o leste perto de Kumsong.
E a cada momento em que eu ficava fora na planície eu via os outdoors.
Eram malditos telões gigantescos virados para o nosso país, com cenas de propaganda pró BLACKAYE sempre de cunho sexual. Nela se viam jovens frágeis e brancas sendo montadas por vários negões fortes e musculosos como se fossem touros divinos besuntados em óleo.
‘’BLACKAYE é o único caminho’’.
‘’Você é uma eru e nasceu para ser escrava’’.
‘’Largue as armas e venha cumprir o seu propósito’’.
Eu já tinha visto isso uma centenas de vezes, e passando incólume.
Mas dessa vez eu fico a olhar para o telão, o encarando.
- Ah é? Asiáticos nasceram para serem escravas? Vem aqui então me buscar, seus desgraçados. Fique de frente pra minha Big Black Cano de fuzil.
Eu aponto para a tela a mais de 10 metros de altura.
Nele agora eu via uma eru, como eles nos chamavam, sentada em uma enorme mesa e se fartando de comer.
‘’Aqui você não passará fome. Cuidamos muito bem das nossas escravas. Você não precisará sofrer mais nessa miséria’’.
Meu fuzil treme na minha mão.
- É mentira! Aff! Maldita propaganda. – Eu resmungo de estômago roncando, mesmo depois da única refeição que teria no dia.
Então volta ao contexto sexual. O telão de LED mostra uma branquinha loira magnífica com um enorme pirocão preto no rosto e falando, como se fosse uma entrevista pornô.
‘’Você quer estar no meu lugar, não quer? Eu me chamo Melanie e eu sei que sim. Você quer ser uma eru e sentir essa gigantesca rola preta de um Orisa no seu rosto, não quer? Solte esse rifle então e venha ser uma eru comigo.’’
E minha arma cai no chão.
- Aff. Que merda. Que porra é essa que eu estou sentindo?! Minhas pernas estão tremendo.
Eu apoio a arma numa pedra e me ajoelho no chão para recuperar as forças dessa fraqueza momentânea.
Mas o monitor gigante não dá descanso pra mim e continua a me fuzilar com mais imagens e vídeos piscando na telona com putaria interracial.
‘’Esse tesão que você sente de querer se submeter aos Negros é o que te faz ser uma eru, uma branca, um ser inferior. Está no seu DNA. Faça um teste, coloque a mão no rosto e compare com este enorme salame delicioso de um homem de verdade que eu tenho na minha face.’’
Eu começo a obedecer a tal da Melanie e ponho a minha mão no meu rosto, na mesma bochecha em que estava aquele pirocão cor de ébano veiúdo.
- Aff. Eu estou ficando maluca? Porque eu tô fazendo isso??
‘’Boa menina. Agora bata. Bata no seu rosto. Se imagine recebendo esse magnífico pênis preto no seu rosto. Sinta a gravidade e o peso do poder dele. Da raça superior negra.’’
Eu começo a bater com palma no meu rosto, igual aquele Negão dotado fazia com a Melanie.
Na hora eu sou mergulhada em um tesão enorme. Meu corpo não aguenta e eu sento no chão. Cada pancada que eu dava observando com o olho livre pra fora da mão na direção do Outdoor eu via aquele Big Black Cock surrando a cara dela e era a coisa mais linda de todas.
- Eu... Porque isso é tão bom... É quase como se fosse natural... Eu estou ensopada lá embaixo. Será que eu sou uma eru mesmo?
E foi no meio desse transe, entre um tapa e outro, que eu escuto um baque mais forte.
Era um tiro.
- Droga! Orisas!
Eu me recomponho e, passando a ignorar a tela, eu corro afobada na direção do barulho, junto a uma pequena floresta de coníferas.
E lá eu vejo o meu camarada de patrulha lutando com um Orisa.
- Camarada, Ji! Me ajude! Pegue esse rifle e atira nele!
O negão estava em cima dele, com uma faca preta voando baixo do crânio do meu camarada e tentando fincar com o peso, enquanto o meu camarada socialista usava de todas as forças dos seus dois braços para evitar que descesse.
E só agora vi que estava sem minha arma, mas a do meu camarada comunista estava a poucos metros de mim, no meio do caminho entre eu e o Orisa agressor.
Se fosse em outro dia e eu não tivesse visto o outdoor, eu teria matado o Negão e salvado meu irmão de pátria.
Mas hoje eu não consigo.
- Camarada, Ji!! O que você está fazendo?! Camarada, Ji!!!
O mesmo tesão de antes volta a me intoxicar e a me inebriar. Aquele meu irmão de batalha que eu conhecia a 1 ano e meio, agora não passava de uma outra Melanie. E tudo que eu queria era ver aquela enorme faca preta descer, como se fosse a rola do filme estapeando o meu rosto.
- NÃO!!! JI, SUA VAGABUNDA TRAIDORA!!! NÃO!!! ALGUÉM ME AJ.
E ela desce.
Eu tenho um orgasmo naquele momento e gozo sozinha mesmo com todo o uniforme militar. Eu estava prostada, derrotada e vencida.
- Vocês estavam certos. Eu... Eu... Eu sou uma... Uma eru, não é isso?
Depois de limpar a adaga e prender na perna, ele vem até mim, de joelhos eu vejo o volume enorme e superior da rola dele fazendo marca na calça camuflada, quase como se ele fosse o Orisa que tinha atuado na propaganda de BLACKAYE com a Melanie.
- Sim. Agora venha comigo se quiser viver. Eles te matarão como uma traidora se ficar aqui.
Concordando com a cabeça, ele me coloca no ombro como se eu fosse um pedaço mofado de tronco qualquer e sem liberdade e parte comigo.
Minha vida como combatente comunista acabou.
Agora a minha como eru desse Orisa maravilhoso começa.
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- Acordem, erus. Venham conosco. Iremos apresentar o motivo de suas presenças aqui.
Todas as escravas do recinto fazem várias filas e vão marchando perante as ordens dos Orisas armados, além disso eles nos cutucavam com seus fuzis para que apertássemos o passo ou não colapsássemos a formação de brancas.
- Eu só não entendo o necessidade desse armamento de guerra. Somos erus. Se tivesse 1 Orisa e 1 milhão de nós teríamos que obedecer a ele. É a natureza. É como o mundo é e sempre foi. O que acha, Ji?
Ji me acompanha do lado e hoje parecia que ela que estava distraída e relapsa.
- Sim. É a natureza. Talvez as armas sejam uma contramedida contra outra coisa e não contra a gente.
Sem ter o que falar para puxar papo com ela, eu simplesmente sigo com ela por corredores infindáveis. Depois da morte da eru no mar, eu tinha ficado grogue e perdida. Eu só lembrava de termos atracados e depois sermos levadas para essa instalação por um túnel, o que me fazia pensar que o local era todo subterrâneo, e só agora depois de dormir estávamos trilhando o longo caminho para a resposta de tudo.
Por fim, chegamos a um salão maior que o anterior, ele era tão grande que o teto parecia não existir e ser algum céu artificial, algo que só a tecnologia e poder dos Orisas seria capaz de conceber.
- Escravas de 1 a 100 presentes, senhora Wakuma. – Diz o Orisa responsável pelo meu grupo.
- Escravas de 101 a 200 presentes, Front Orisa Wakuma. – Diz outro, com escravas que eu nem tinha visto quando dormi.
- Escravas de 201 a 300 presentes, Chefe Wakuma.
Ao ver a Orisa para a qual eles davam esses relatórios e que estava na frente e acima de todos numa plataforma, eu solto um gritinho de espanto.
Essa Mestra possuía um terceiro olho na testa.
- Ótimo, irmãos. Agora já temos as 1000 competidoras dessa edição. Vamos começar a apresentação.
Essa Orisa detinha não só aquele olho impressionante e que se movia sozinho, tipo nos vigiando por conta e vontade próprias, como também o cabelo dela parecia artificial e o pescoço dela tinha vários arcos metálicos que brilhavam com uma luz assustadora e azulada.
Eu sempre senti que os Orisas eram superiores a mim, a cor preta deles era tão superior à nossa de animais, e eles também eram mais fortes, mais inteligentes, mais bonitos, mais ágeis, tudo melhor e superior a nós.
Só que nesse caso eu me sentia com um certo pavor e reverência estranha. Como se ela fosse a Orisa dos Orisas. Uma espécie de Mestre que ascende e agora é mais superior que os superiores.
- Erus, escutem com atenção. Todas vocês foram selecionadas por serem escravas de rua, animais abandonadas e que não podem mais exercer as suas funções e desejos mais profundos: Dedicar as suas vidas aos Pretos e Pretas. Do que adianta ser uma escrava se não se tem um Mestre? Do que adianta ser um objeto sem ninguém pra te usar? Do que adianta ser inferior sem nenhuma figura superior vindo e te botando no seu lugar? Vocês sentem falta disso, eu sei.
A voz dela era grave e um pouco rouca. Soava até metálica e eu não sabia dizer se vinha dos tubos brilhosos no pescoço dela ou não.
- Por isso daremos a vocês, meros objetos inúteis feitos de carne branca barata, uma chance de ter um papel em BLACKAYE novamente, uma oportunidade de serem úteis aos seus Deuses mais uma vez. Olhem pra cima.
Todos nós contemplamos aquele teto distante.
E então uma enorme esfera de vidro desce e fica flutuando a alguns metros do chão.
- Vocês são escravas e podíamos portanto ter lhes trazido a força até aqui. Mas ao invés disso deixamos, em nossa divina e suprema benevolência, que vocês optassem. Ou ficar na rua até morrer de fome ou doença na esperança de que algum Orisa lhes adotasse. Ou arriscar tudo pelo prêmio. E aquela que sair vitoriosa decidirá quem irá receber isso aqui.
Então um barulho forte de cascalho ou várias pedras surge. Para finalmente a esfera transparente passar e se encher de enormes coisas pretas que cintilavam como estrelas negras espaciais.
- Não pode ser. Isso é tudo BBCs. – Eu escuto a Ji balbuciar com os olhos arregalados e brilhando mais que as ditas constelações de moedas do teto.
E quanto termina de encher, a Orisa Wakuma prossegue.
- 33 milhões de Big Black Coins. A vencedora da disputa poderá escolher um Mestre, o que será o seu Orisa, e na conta dele será depositada a quantia do cofre. Vocês serão a escrava de um Negro milionário que desejarem e poderão servir mais uma vez a sua natureza e à BLACKAYE. Boa sorte a todas.
Wakuma se retira e somos ordenadas a ficarmos nuas.
- Vistam seus uniformes. Vocês não poderão despir eles por nada. Há um orifício na roupa para necessidades fisiológicas. Agora peguem seus uniformes.
Dobradinho no chão estava um uniforme preto e branco com nossos números.
- Kang, vai ficar resfriada. Para de encarar a roupa e bota logo.
Só depois de a vestir e ver a ji e as outras brancas que eu entendo como era a roupa.
Era uma espécie de segunda pele. Ela era toda branca, preta e coladinha em nosso corpo. Eu sinto ela entrando até no meu bumbum se cavando mesmo que eu puxasse pra fora e ela entrava novamente.
- Escravas, a primeira competição começava agora. Venham.
Vestidas e mesmo assim me sentindo nua, eu sigo para onde o Orisa indicava.
- Você tem mesmo mais corpo que eu, Kang. Você deve ter sido uma puta que o seu Dono devia se orgulhar. – E ela dá um tapa na minha bunda. – Reparou o formato? Em volta dos números tem o mesmo símbolo, uma rainha de espadas.
Ji me parecia mais a vontade e feliz. Justo depois da Orisa com 3 olhos ter exibido o dinheiro do prêmio.
- Eu não sei o que é uma rainha de espadas. Lembra o cartão. Achei que era um coração invertido.
- Não. É outra coisa. Depois eu te falo. Mas saca só isso.
Eu esqueço completamente de qualquer símbolo, porque o que tinha na minha frente era algo bem mais absurdo e chamava a minha atenção a um ponto que eu sentia que estava em choque.
Santo Orisa, me salve! O que é isso???
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Num primeiro momento eu achei que era um Orisa geneticamente aprimorado igual à Wakuma, como meu ex Mestre Mikael havia me dito.
- Ji, você acha que pararíamos só em criar versões de erus mais obedientes e submissas? Nossos cientistas lá da capital em BLACKAYE começaram a desenvolver aprimoramentos cibernéticos e genéticos em Orisas. De um lado modificávamos os brancos para serem mais inferiores, e do outro passamos nesse último século a nos alterar também com o intuito de nos tornarmos mais superiores ainda que a sua subespécie. Você só não viu isso aqui em casa porque eu sou um soldado raso e meu salário não tem dígitos de BBCoins o suficiente para comprar sequer um dedo extra na mão. Haha! Mas mesmo que eu tivesse capital e cacique pra tal gasto eu não perderia meu tempo, acho isso um rolê mega do desnecessário e nos afasta da concepção pura da Superioridade Preta. Se é só comprar e fazer implantes ou modificarmos os genes lá dos nossos filhos, como que poderemos dizer que somos naturalmente melhores que os brancos, se a gente não se mantiver natural? Pra mim isso não passa de futilidade das elites e nada mais.
O que eu estava vendo era outra coisa.
- Robôs. São robôs pretos em formato humano...
- Erus, vocês estão testemunhando a primeira prova. Ela se chama Frango Assado 1, 2, 3. Tem 1000 Irins adaptados a essa competição, um pra cada escrava participante. Se posicionem na frente do seu Irin com o número desenhado.
Cada um dos robôs chamados Irin (eu já tinha escutado esse nome em algum lugar) estavam posicionados na frente de grandes monolitos de pedra brancos e pretos alternadamente.
Vamos então cada uma para o nosso humanoide de aço negro. O meu tinha um 76 escrito de branco e estava na frente de um recorte de paralelepípedo de pedra escura tão grande que parecia que foi esculpida ali mesmo e era indestrutível.
Eu deito na frente do robô, esperando a próxima ordem.
- Abram as pernas, eru. Isso. Recepcionem o Irin com suas bucetas. O objetivo da 1ª prova é o seguinte: Não fazer barulho ao final da música. Ao terminar o terceiro toque de sirene começa a prova. E só acaba quando a sirene tocar de novo.
Eu abro a perna pro robô preto que parecia um Orisa metálico e espero o último toque.
🔊
🔊🔊
🔊🔊🔊
Do nada o meio do abdômen do robô cai e vira uma enorme rola de ferro e ele segura a minha cintura e começa a me foder.
- Hey! Caralho! Que isso! Hey!
Os Irins então vão nos comendo, as erus, e não tem sirene nenhuma nos primeiros minutos. Até que do nada eles começam a cantar sincronizados.
‘’As flores vermelhas de eru desabrocham sempre para o seu Orisa.’’
Quando ele para, eu tinha congelado já e me mantido quietinha. O meu macho de aço também fica estático e o membro dele também dentro de mim.
- Ai. Tá me apertando. Pera. Que isso. NÃO. *CRACK*. NÃO!! AI!! SOCORRO!! *CRACK*.
Com a boca serrada, eu escuto muitos barulhos de coisas quebrando e viro para o lado, e o que eu vejo era uma eru sendo espancada pelo seu respectivo Irin. O robô sacou (da mesma forma que fez com o pênis na frente) um terceiro braço por trás com um martelo. Não era como se ele tivesse pego a ferramenta de algum lugar, e sim como se por mágica cibernética o volume do seu tórax tivesse virado um martelo.
E que ele agora batia na escrava e quebrava ela toda.
- PARA!! EU DESISTO!!! GRANDE ORISA, ME SALVAA!!!
Cada vez que ela fazia mais barulho, os sensores dele enlouqueciam e os olhos mudavam de uma luz negra padrão para uma branca opaca e assassina, e então batia nela.
Até que ela parou de fazer qualquer som, tava morta já.
‘’As flores vermelhas de eru desabrocham sempre para o seu Orisa.’’
A música volta e dessa vez os Irins nos comiam mais forte, quase como se os robôs estivessem animados e sentindo tesão.
E quando a música para, os robôs continuam a nos foder.
- A música parou. Porque você está me comendo ainda *BOOM*.
Eu forço o meu pescoço pra trás e na direção do som eu vejo a cabeça esmagada de outra eru eliminada nessa prova.
‘’As flores vermelhas de eru desabrocham sempre para o seu Orisa.’’
O ritmo musical estava mais veloz. O robô estava mais tarado, se isso era possível de dizer. E o meu amante robótico de número 76 apertava a minha barriga e cintura e eu sentira ele rasgando pontualmente a roupa colã e me machucando, se eu saísse viva dessa ficaria com alguns hematomas.
- Para!! Não! Não me bate com isso! Meu ombro!
- Minha perna! Orisa, me ajudem! Ele arrancou minha perna!
Eu paro tudo e tendo meditar pra longe do som das lamúrias e morte. Era sons de pernas e braços sendo quebrados, articulações sendo deslocadas, baques, batidas, erus morrendo e ruminando de dor e implorando por algum Grande Orisa que as salvasse.
Como quem estava mais perto de mim já havia morrido, eu só fecho os olhos e foco em sobreviver. Até pra mim que já havia matado e visto camaradas morrerem, aquilo era forte e impressionante demais.
Será que a Kang está viva? Meu coração está apertado, nem que seja um pouco.
Mas eu não tinha tempo pra pensar nela, só em mim. Eu não havia escutado nenhuma marretada a um bom tempo e nenhuma eru gritando com a voz irritante dela, então eu imaginava que isso indicasse que a Kang estava bem.
‘’As flores vermelhas de eru desabrocham sempre para o seu Orisa.’’
O ritmo estava tão intenso que a música passava a voltar quase a toda hora. Era tão intenso que a minha forma de sair ilesa era só uma. Não emitir nenhum som nenhum sempre.
As marteladas se tornam raríssimas e dançam pouco e cantam pouco nos ares, todavia o meu Irin 76 continua rápido, forte e vigoroso me fodendo.
Até que acabou.
🔉🔉🔉
Quando eu abro os olhos eu sento e a cena em volta era de guerra, na realidade pior, eu nunca havia visto nada igual na República do Norte. O ar fedia a sangue e ferro (e um pouco de fezes também), e havia pedaços de escrava por todo lado.
- Parabéns, vocês passaram. Agora levantem e sigam para a próxima sala.
Eu levanto e desvio de poças de sangue e tripas, seguindo as ordens dos Mestres eu não deixo de procurar a Kang na multidão, que estava muito menor agora.
E lá estava ela.
- Achei você, Kang! Você é mais sapeca e esperta do que as outras. Santo Orisa! Estou surpresa.
Eu até tento abraçá-la, mas a Kang faz um movimento com os ombros de repulsa a mim.
- Tá. Por favor, me deixa. Eu não tenho mérito em nada disso, Ji.
Kang estava com olhos vermelhos de chorar e pálpebras inchadas, o que me deixa mais impressionada em como ela conseguiu não fazer som se tinha ficado tão impactadas assim pelas mortes. Pra mim isso era sim mérito dela.
E então uma outra eru apareceu do outro lado da Kang, e só agora eu noto que ambas estavam de mãos dadas.
- Oi. Ela deve ter dito isso porque eu a ajudei, senhora eru. Eu disse para ela segurar a boca com a mão. Assim ela conseguiu não fazer nenhum barulho. Meu nome é Alia.
(Mas quem é essa eru vagabunda e metida?)
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- E então? Como foi a primeira prova?
- Front Orisa, das 1000 brancas, 728 morreram e 272 escravas sobreviveram.
A taxa de mortalidade estava alta dessa vez. Bem mais alta do que na outras edições na primeira prova.
- Bom, no final foi uma ótima ideia por o Frango Assado 1, 2, 3 como a primeira competição. Menos escravas lixosas sobreviventes, o que significa uma final de maior qualidade quando os VIPs chegarem. Vamos prosseguir logo para a próxima competição.
- Senhora Wakuma, não acha melhor deixar elas dormirem por hoje?
- Não. Sem descanso para as erus. Nosso cronograma está apertado. E um dos VIP é membro do Governo Central de BLACKAYE, me disseram que é próximo do Conselho dos 5, para você ter uma ideia da importância desse evento. Nada pode dar errado. Só lavem elas rápido e comecem o segundo jogo.
- Como quiser, Front Orisa Wakuma.
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- Kang, se veste logo. Daqui a pouco começa o próximo jogo e não fazemos ideia do que é e o que enfrentaremos. Temos que pensar conjuntamente em alguma estratégia para vencermos.
(Vão sem mim, eu cansei...)
Eu estava sentada, nua e desolada em um cantinho. Em um dia eu tinha visto mais mortes do que eu jamais havia visto até em ficção ou pesadelo forte, mesmo quando na TV eu estava deitada na sala no chão e meu Mestre passava pelos noticiários sobre os conflitos e guerras no Cinturão Racista. Talvez se eu permanecesse muito tempo naquele canto branco todo limpo e polido, os Orisas não me veriam e eu ficaria ali, camufladamente esquecida, porém viva.
- Vencermos? A gente vai morrer se continuarmos jogando. Não tem porque continuarmos.
Ji pega o meu uniforme e jogar em cima de mim e discursa, com a Alia do lado e sorrindo, mesmo sem entender muito bem nada aparentemente.
- Você é a competidora eru número 1 por algum motivo. Você não tem ambição? Quer dizer que vai desistir dos 33 milhões de BBCs? Você pode voltar ao seu Dono e resolver todos os seus problemas. Um novo recomeço. Vai. Não me obrigue a botar essa roupa em você a força.
Vendo a Ji e a minha nova amiga que havia salvo a minha vida, a Ali, eu percebo que sim, ainda havia uma chance.
- Tudo bem. Mas só se permanecermos juntas. Quando a Alia me deu o toque eu percebi o básico. Ninguém nos disse que tem só uma vencedora, ou que não podemos nos ajudar nas fases até o final. Vamos vencer juntas e dividir o valor do prêmio entre nós.
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Somos levadas direto a uma outra sala. Dessa vez não tão grande quanto a primeira. Era um ambiente todo forrado de areia marrom clara e com brinquedos gigantes de crianças.
Só que não era apenas isso que se encontrava naquele local.
- Erus, prestem atenção porque não repetirei a explicação. Na frente de vocês há tanques individuais com esperma de cavalo misturado com mel. A segunda prova se chama HoneyCock. Vocês vencem ao desenharem com o esperma e usando só a boca numa superfície circular de um prato metálico plano. Não se pode desviar do desenho imposto na base e deve-se preencher todo o espaço com sêmen. Valendo.
Alia, a Kang e eu vamos cada uma pra frente dos nosso tanques numerados e dos nossos discos.
- Ji, qual é o seu desenho? – A eru mais chata e perguntona de nós já começa.
- Uma rola, aparentemente. Uma haste e duas bolas. Fácil de fazer. E o seu Kang?
- O meu é a bandeira do país de vocês, da Coreia. Vejam. – Diz se intrometendo a Alia, ao que ela mostra a meia esfera grande e preta que simbolizava a dominância dos Orisas sobre nós, os erus.
Kang permanece quieta, olhando para o seu prato com uma cara de medo, preocupação e apreensão.
E então ela levanta e nos mostra qual era o seu desenho.
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Santo Orisa, como eu vou conseguir reproduzir isso?
- Valendo. Vocês têm 30 minutos para realizar a tarefa e quem não completar a tempo será sumariamente executada.
Contadores espalhados pelas paredes vão nos mostrando o tempo que tínhamos, se bem que eu não entendia muito bem os símbolos e o contexto em si do que significavam. Eu só sabia que tinha que me apressar e pronto.
Ji e a Alia pegaram desenhos mais simples e iniciam as suas tarefas, botando o gozo melado e doce na boca e cuspindo nos seus respectivos pratos. Com toda a delicadeza de todas para que o esperma caramelizado não vazasse e ficasse fora dos limites do símbolo exibidos na base do disco.
Já o meu era o único que tinha um ‘Q’ no meio como um vácuo, seja lá o que essa letra queria dizer para esses Orisas. O grande problema pra mim é que isso me obrigava a ter que preencher um espaço delimitado por dentro e por fora.
- Calma. Você consegue. Você consegue. Eu tento me acalmar e criar uma tranquilidade pequena e com prazo de validade pra assim conseguir me concentrar na tarefa.
Mas se eu estava tentando criar uma pequena fagulha de paz, ela é totalmente destruída pela fagulha do tiro de uma arma.
- Eru 23, eliminada.
Uma escrava perto de mim levou uma bala na testa ao errar seu desenho e deixar esperma caramelizado transbordar para além dos limites permitidos pelos Negros.
Essa morte perto e tão presente me faz pensar que a qualquer pequeno deslize, eu que seria a próxima branca a ser executada. Não havia espaço para erros de nenhuma natureza. Meu desenho com gozo em fava tinha que ser feito com muita dedicação e cuidado também. Um erro meu e que fosse notado pelo Orisa perto de mim que me fiscalizava e eu estaria acabada.
- Número 108, eru Alia, você está aprovada.
Aquela escrava um pouco mais moreninha e que havia se aproximado de mim e da Ji pula saltitante de alegria ao completar a segunda prova.
- Não se preocupe, Kang. Tenho certeza de que se você for com calma, atingirá o seu resultado antes do final do jogo. Você tempo ainda, eu sei ler estes símbolos que mudam. Vai ficar tudo bem.
Confiando na Alia, eu continuo criando o meu biscoitinho de esperma bem aos poucos, minha testa se umedecia de suor e eu tinha que enxugar toda hora para que ela não borrasse o meu desenho.
- Escrava 76, eru Ji, aprovada.
Droga!
As duas já haviam passado e eu escutava os barulhos esparsos de outras perdedoras sendo mortas ao falharem nas atividades exigidas pelos Mestres.
- Kang, se apresse. Você tem 9 minutos.
Alia não me parecia tão leve agora. Por mais que eu não entendesse o que minutos significavam, eu via que tinha um dígito a menos a sendo transmitido a nós. Então o meu tempo restante tava mais próximo de ser zerado, como frutinhas que estavam acabando.
Pegando pelo tubo do meu tanque succionando mais daquele gozo laranja, quente e viscoso com mel, eu vou o preenchendo com mais pressa, porém mesmo assim assoprando e dando umas linguadinhas onde imaginava que não podia secar tão rápido.
Quando já tinha dois dígitos, a Ji põe as mãos na cabeça e grita pra mim.
- Vai logo, sua lerda! Você tem 50 segundos!
- É muito tempo?
- Não! Vai logo, Kang!! Antes que você morra!!
Finalizando os espaços vazios e dando os acabamentos nas arestas eu acabo a tarefa antes de terminar o tempo (já na casa do 1 dígito) e mostro o meu biscoito de sêmen e mel em formato de um coração invertido vazado com um Q para os Negros que me fiscalizavam.
- Número 1, eru Kang, você está aprovada. E o tempo acabou. Todas as outras que não completaram estão fora.
E então eles atiram nas que ainda tentavam terminar os seus biscoitinhos.
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- Finalmente voltamos, Ji e Kang. E olhem, temos camas agora? Obrigada, Grande Orisa. Eu nunca dormi em uma.
Estávamos no mesmo espaço que tínhamos dormido na primeira noite. Só que dessa vez haviam beliches de verdade e camas macias com colchão e tudo.
- Deve ser porque morreram muitas brancas nos 2 games de antes. Aqui foi onde a Kang e eu passamos a primeira noite. Eles devem ter realocado as outras pra cá e nos dado algum conforto meio como um prêmio intermediário. Deitem. Amanhã tenho certeza de que arriscaremos mais ainda nossas vidas pelo dinheiro final.
Eu deito em um beliche baixo, eu até procuro a numeração e não acho em lugar nenhum. Aparentemente dessa vez as erus podiam se realocar e deitar onde elas achassem melhor.
Mas as duas ficam a rastejar no chão, olhando para a cama com espanto e pavor.
- Podemos deitar mesmo, Ji? Não é outro teste? Eu nunca dormi numa cama de verdade. – Kang comenta.
Elas olham com espanto o meu comportamento de ficar confortável em uma cama. Diferente delas, eu não nasci uma eru da maneira tradicional (sendo gestadas e ensinadas pelos seus Mestres e até pelas mães escravas biológicas que aquilo era o normal), eu meio que optei por aceitar o meu papel de submissão e escrava sexual de um Negão que eu passei a amar, o Mikael.
- Não é outro teste não. Vejam, sem armadilhas. – E eu pulo na cama. – É seguro. Venham logo dormir.
Elas (e muitas outras escravas no recinto) vão subindo vagarosamente e receosamente na cama, como se fosse um direito sagrado dos Orisas e que elas estavam transgredindo, quase como se estivessem ferindo uma lei da natureza e levitando no ar. Algumas eu vejo que não vencem o medo e dormem no chão, da maneira que estavam acostumadas geração após geração a fazerem.
E então, do mesmo ponto no alto onde naquele outro cômodo a Wakuma apresentou o cofre com 33 milhões de Big Black Coins, uma voz feminina rouca de uma Orisa fala a todas as erus presentes ali e que tentavam dormir.
- Erus, quero anunciar que o prêmio pode ser dividido sim entre mais de uma vencedora. Mas pensem, mesmo que não seja natural da sua sub-raça o ato de pensar, que assim que número de brancas reduzir para só uma, mais cedo vocês sairão daqui com vida e a fortuna será depositada na conta do seu futuro Dono. E não há nenhuma regra impedindo que uma eru elimine a outra no intervalo entre provas. Durmam bem, cadelas inúteis.
Então a voz some e a última coisa que eu podia fazer era dormir.
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- Ji, o que a gente faz?! Você não é uma ex guerrilheira lá da República da Coreia do Norte? Nos ajuda então.
- É República Popular Socialista Asiática não-Negra Livre Democrática do Norte, Kang. Mas sim, eu tenho uma ideia. Desmontem esse beliche nosso e peguem os pedaços dele como armas.
Mesmo no escuro eu, a Alia e a Ji conseguimos soltar as coisinhas que prendiam as camas e desmontamos a estrutura metálica. Agora nós três estávamos de costas uma pra outra e com um pedaço de ferro na mão para nos defendermos.
- E agora, Ji? – Eu digo, escutando os berros e gritos de dor e pancadas.
- Nós esperamos no nosso canto. Não engajem em nenhuma escrava. Apenas batam naquela branca que vier tentar nos agredir.
E assim permanecemos juntas e nenhuma eru se aproxima ou tenta bater em nosso trio unido de escravas. Por um longo tempo ficamos só escondidinhas no breu, controlando nosso medo e tentando divisar ameaças sorrateiras nas sombras.
Até que o ambiente é iluminado e alguns Orisas entram atirando pra cima.
- Chega. Por hoje está bom e a Front Orisa Wakuma está satisfeita. Agora durmam e preservem-se para a terceira prova, pois vão precisar.
E nesse momento eu percebo algo que até agora eu não havia dado conta, algo que com 1000 erus era difícil de notar.
Havia alguns erus masculinos ali.
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- Eles estão juntos. Formaram uma gangue. Como tantas erus com pintinhos existem aqui? Achei que não existissem mais na Coreia.
Na manhã seguinte estávamos já sendo conduzidas para a terceira prova, e eu discutia com a Kang e a Alia a pequena formação de escravinhos que havia matado algumas brancas e formado um grupo de escravos com pinto.
- Devem ter sobrevivido na rua ao se manterem unidos, Kang. Eu entendo que isso no seu país não seja habitual. Mas na minha antiga pátria escutávamos boatos que em outros países de BLACKAYE a quantidade de erus machos é maior. Aqui os Orisas te reproduzem com inseminação artificial e os machinhos da nossa subespécie são mortos.
- Sim. Da minha ninhada só eu nasci. E meu Mestre disse que se tivesse vindo uma prole escrava com pintinho, ele teria se livrado. É tão comum isso que eu estou surpreso de ver um outro animal inferior como nós só que com pintinho. Pra mim isso era quase uma lenda.
O mundinho da Kang era bem pequeno, coitada. Se ela soubesse que alguns desses machos erus na fronteira norte do seu país cresciam e até pegavam em armas para resistir às invasões dos Orisas, era capaz que ela não acreditasse em mim.
- Pois é. Mas agora fiquem juntas. Somos imbatíveis enquanto nós três permanecemos juntos.
Os Orisas nos levam até uma espécie de ponte. A altura era enorme, mesmo que ela fosse desfocada com a falta de profundidade que a cor preta faz.
- Erus, prestem atenção. Essa prova se chama ‘’As eruforcadas’’. Cada um deverá se organizar em equipes de 4 e depois derrubar a equipe adversária no poço. Vence aquela que não for eruforcada. Podem começar.
Os Mestres pegam as 4 erus e colocam ali de um lado da ponte com o vão da morte no meio com uma grande trave e uma corda grossa. Eles depois fazem o mesmo do outro lado e prendem as duas exterminadas da corda no pescoço umas das outras das erus, entrelaçando e emaranhando exatamente igual fizeram conosco ao descermos da ilaja.
- Valendo. Puxem.
Eles saem e as erus começam a fazer igual a Ji fez para me calar quando não queria me ouvir falando acho que sobre o meu antigo Mestre, só que dessa vez em larga escala. As 4 erus se puxavam pra trás e simultaneamente se auto enforcavam e enforcavam as escravas inimigas, na esperança de obrigarem o outro time a darem uns passinhos pra perdição.
- Glohhh!!! Oh!!! Ah!!!
O rosto das 8 estava ficando vermelho e depois roxo, elas puxavam a corda e se enforcavam cada vez mais e mais. Só para fazer as suas adversárias escravas realizarem alguns avanços a frente.
Finalmente um dos grupos chegam na ponta e são jogadas no buraco.
Como se houvesse um sensor, um mecanismo desce no meio e eu supus que cortaria a corda e as mataria pela queda.
Mas ao invés disso ela aperta a corda, como se fossem dois dedos pretos de um Orisa divino e grande. E então o grupo perdedor fica pendurado. Onde a de cima é enforcada pelas três debaixo e por si; a segunda pelo seu peso e mais duas; a terceira por ela e a última; e a última só pelo seu peso, o que mesmo assim a mataria.
- Pronto. Próxima rodada.
Mais quatro erus são postas de cada lado.
Só que dessa vez elas não se puxam.
- Santo Orisa, iremos vencer pela paz. Ficaremos paradas e então-Glah!!!
A trave sozinha começa a levantar e ao ficar mais fora de nível pra cima e ambas as equipes de brancas estavam sendo puxadas para serem eruforcadas.
Foi tarde demais, quando as 8 erus pensam em reagir já estavam na ponta, mesmo que uma equipe parasse não seria o suficiente.
E assim as duas equipes caem e formam uma espécie de penduramento duplo. 8 brancas morrendo estranguladas enquanto se debatiam e se abraçavam (as que estavam na mesma altura na extensão da corda), quase como se esse acalento entre cadelas sem alma pudesse servir de conforto nesse último instante e suspiro de vida.
- Próximas.
E então os Orisas armados me puxam.
- Senhor Orisa, me perdoem falar, mas só temos 3 aqui.
- Não seja por isso, eru Ji. Aqui. Quatro. – Diz ele catando uma outra eru aleatória.
E quanto eu olho pra ela eu quase infarto.
Porque se ver algum eru que possuísse pinto fosse raro.
Imagina uma eru idosa.
- Ji, olhe a outra equipe. – Kang em lágrimas acrescenta mais um problema. – São os 4 erus masculinos. Nós estamos mortas já.
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Eu subia já a pequena plataforma móvel e pra mim já estava mortinha da silva. Não tinha como eu, a Ji, a Alia e a velhinha vencermos 4 erus machos.
- Ji, o que faremos agora? Eles são mais fortes que nós.
Branquinhos também eram inferiores, assim como nós. A única real diferença é que eles eram ligeiramente mais musculares, talvez porque tiveram a função antigamente de nos dar as suas sub-sementes para termos ninhadas de ‘inferioridade pura’, se é que eu posso chamar assim.
- Calma, Kang. A gente vai pensar em algo.
Não tinha espaço para pensarmos muito. A cada metro que subíamos e não tínhamos uma estratégia, mais estávamos próximas de sermos eruforcadas e não vermos os nossos amados Orisas nunca mais.
Sem ideias ela e a Ali ficam a olhar uma pra outra. Todos as 3 perdidas como baratas tontas e sem saber como fazer ou como proceder.
Até que a eru idosa vira pra gente e diz.
- Olha, eu fazia muito cabo de guerra quando era bem jovem. Esse jogo é mais sobre jeito do que força. Eu posso ajudar vocês.
Desemparadas, o trio de escravas mais jovem que me incluía passa a escutar a branca anciã.
- Esse jogo pode ser vencido com uma boa posição de pé. Vamos ficar alternadas. Uma virada para um lado e a outra metade virada pro outro. A mais forte deve ir atrás. Essa escrava moreninha servirá. Você é de onde? Natural da Coreia que não é.
Sorrindo e balançando a cabeça servilmente até demais pra uma interação eru-eru, a Alia responde.
- Me chamo Alia. Eu sou originária da África do Leste. Obrigada, escrava? Não sei o seu nome, me perdoe ser rude.
- Não foi não. Oh, eu me chamo Oh. Pois bem, Alia, você ficará atrás. A formação deve ser sólida e a última é a que deve fincar o seu pé com força no chão e segurar a posição. Venceremos com essa estratégia. Confiem.
Já era tarde demais para não confiar e pensarmos em outra coisa, pois finalmente chegamos lá em cima e os Negões armados vão nos enlaçando com cordas em nossos pescoços.
- Pronto. Valendo! Puxem!
O que a velha escrava de nome Oh nos ensinou deu certo, porque ao começar a prova conseguimos dar um baque nas cordas e assustar os 4 erus masculinos e eles dão uns poucos passos em falso pra frente.
- Deu certo. Glah. – Eu comemoro meio engasgada. – Deu certo!
Com toda a força do mundo nós seguramos as cordas no pescoço e demos umas duas voltas na nossas mãos pra puxar. Agora eu passei a acreditar sim que poderíamos vencer.
E então, quando os erus ‘’homens’’ estavam na beiradinha e quase caindo.
Eles param.
Os erus com pinto se recuperam do susto e agora usam a sua força física um pouco acima da nossa para recuperar o terreno. Agora nós que estávamos sendo puxadas para a ponta, para sermos eruforcadas.
- Oh!! Glah!! Merda!! Cof cof!!! Faz alguma! – Grita a Ji na minha frente, eu conseguia ver a pele na nuca dela se arroxeando.
A cada passo que dávamos pra frente, eu sentia um desespero enorme se apossando de mim. Daqueles de quando se sente a morte inevitável e não há nada que você possa fazer contra.
Quando estávamos quase perdendo, eu tenho um ideia quase intuitiva pra viver. Eu não queria morrer agora e nem dessa maneira, não sem antes rever e servir ao meu Mestre mais uma vez, como devia ser e como era a ordem natural das coisas.
- Vamos nos jogar pra frente, vamos ficar de quatro!
(Como é???)
- Oi?! Gloh!! Cof cof cof!! Que porra você está fazendo, Kang?! Glah!!!
O pé da velhinha Oh já estava quase saindo da plataforma.
- Só obedeçam! Vamos!
E todas nós ficamos de quatro e começamos a puxar.
Nessa hora a corda para e a gente volta a recuperar território repentinamente. Ficar de quatro fazia com que a corda prendesse muito menos nos nossos pescoços e muito mais na mandíbula e na base do crânio, nos possibilitando respirar melhor.
- Viram? Continuem! Mostrem esses quadris de escrava definidos de tanto quicar na rola dos nossos queridos Orisas!
Nossas quatro patas no solo se mostram muito mais fortes do que esses erus da gangue eram capazes de enfrentar. Eram anos e anos de uso sexual a que fomos expostas. Uma vida inteira de ser usada e escravizada com gosto e gostoso pelos nossos Mestres para esse momento.
Por fim o primeiro da ponta deles acaba caindo, e em efeito cadeia todos os outros também acabam sendo precipitados no fosso e sendo eruforcados.
- Equipe da eru Ji, Oh, Alia e Kang, vocês estão classificadas. Podem sair.
Como se fôssemos de uma mesma ninhada alegre de pets pertencentes a uma mesma Família Negra, nós nos abraçamos e nos beijamos a contento e todas felizes por estarem vivas e respirando.
- Kang, de onde que veio essa ideia? Você nos salvou, sem exagero.
Eu fico sem graça um pouco e vermelhinha. Não sabia se era porque não queria receber os créditos de tal vitória, ou se eu estava ficando um pouco excitada com aquele contato físico e apalpadas de felicidade vitoriosa.
- Eu inventei. Foi improviso. Só isso.
Lá fora vamos até uma outra sala oval e vazia branca como todas as outras esperar a quarta prova.
- Quantas vocês imaginam que tem? – Pergunta a Alia.
- Suponho que estamos na metade. Eles não podem esperar que muitas de nós escravas sobrevivam se houverem tantos outros jogos e etapas. Cacete, meu pescoço ficou marcado.
Ji estava certa nesse ponto.
- Vamos continuar unidas. Nós 4 juntas venceremos qualquer problema. A força da Alia; a minha improvisação; a malícia da Ji e a sabedoria da Oh. Não tem quem nos vença.
- Malícia? Mas que escrava abusada você é.
- É só expressão.
- Então passarei a te chamar de lesada, só por expressão.
- Hahaha. Olha a briga rs.
Ficamos ali rindo e batendo papo até todas as eruforcadas da terceira prova serem determinadas. Eu estava me acostumando com a matança já. Era só um aspecto normal de animais inúteis e inferiores como o que eu era e nasci sendo, não é porque eu ainda não tinha visto esse aspecto da minha natureza que ele não existia. Ainda doía vê-las padecendo, mas se eram esses os seus destinos, o que eu poderia fazer sobre?
- Erus, a 4ª prova será realizada em duplas. Se organizem para a próxima etapa imediatamente. Vocês tem 20 minutos.
Não havia como não ficarmos em duas duplas entre nós quatro.
- Alia, quer ficar comigo?
- Oi! Quero sim. Muito obrigada, eru Ji!
Eu olho para a velhinha simpática da escrava Oh.
- Não precisa ficar comigo, Kang. Acho que vou acabar te atrapalhando e sendo um peso pra ti. Vá escolher outra cadela mais jovem que eu pra sua dupla. Tenho certeza de que alguma irá te escolher. – E sai.
Eu ia atrás dela protestar, porém a Ji segura o meu braço e me impede.
- Não. Deixa ela. Pensa em você primeiro. Não tente salvar outras erus que você nem conhece direito. Acha uma dupla forte pra você, Kang. – Me aconselha a minha amiga. Eu conseguia entender o raciocínio dela, mas eu sentia uma espécie de frieza quase má dela. Sem a dica do cabo de guerra da historinha de infância dessa escrava velha, eu jamais teria pensado a tempo em me jogar de 4 e teríamos sido todas eruforcadas.
A contra gosto e com meu coração inferior de escrava apertado no peito, eu saio procurando uma parceira. Uma branca jovem. E enquanto isso eu vejo com o canto da vista a coitadinha da Oh ficando sozinha e ninguém escolhendo ela.
- Oi, quer ser minha dupla?
- Não dá. Estou com minha irmã. Somos da mesma ninhada e muito próximas.
- Tá bom.
Minhas tentativas não estavam indo muito bem também, laços entre as escravas já haviam sido construídos. Mas pelo menos eu ainda estava sendo abordada uma hora ou outra. No caso da eru idosa ninguém se importava ou sequer se dignificava a dar uma chance pra ela, por menor que seja de conversa e dela se provar como uma sábia companheira de dupla.
Pensando muito mais em retribuir o carinho e a amizade dela do que em ser fria e objetiva como um Irin (o que deixaria a Ji orgulha de mim), eu vou até a Oh.
- Oi, quer ser a minha dupla?
Ela abre um sorriso tão inocente. Quase como se a Oh não tivesse a idade que seu corpo exibia.
- Sério? Não irei te atrapalhar?
- Não. Não vai não. Eu serei o corpo e você o intelecto da próxima prova. Nada pode nos parar, escrava Oh. Vamos nessa.
- Acabou o tempo. Venham com a sua dupla para o espaço destinado ao 4º jogo.
Os Orisas nos levam até uma espécie de grande cidade cenográfica. Parecia um modelo da minha cidade, de algum bairro ali da Coreia que me era familiar até. Haviam ruas, casas e tudo o mais.
- Essa prova se chama Big Black Balls. BBB. Daremos três bolinhas para cada uma da dupla. Vence quem estiver com 6 bolinhas ao final do tempo dentro do seu cuzinho arrombado. As bolas serão disputadas em jogos acordados pela dupla eru. A outra será eliminada. Valendo.
Não.
Não pode ser.
Escrava Oh...
O que foi que eu fiz?
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- Ji, vamos ter que jogar uma contra a outra? É isso? Eu não quero ter que te enfrentar não. Eu gostei muito de você.
Elas foram muito legais comigo e eu nunca havia sido tratada com respeito no meu antigo país, nem mesmo pelas outras escravas da África do Leste.
- Espera, Alia. Vamos pensar em alguma coisa. Quem sabe algum empate. Primeiro vamos pensar em algum joguinho para as nossas bolinhas.
Na realidade eram mais bolonas do que bolinhas. Elas eram pretas e grandes, como se fizessem parte de algum esporte coreano a lá muito esquecido.
- Que tal assim? Vamos adivinhar a quantidade de bolinhas dentro do cuzinho uma da outra, assim quem acertar leva uma bolinha.
- Tá bom. Fechado.
Ficamos então sentadas na frente uma da outra e com nossas mãos pra trás, encaixando as bolinhas nos nosso cus, porém sem deixar que a outra soubesse quantas foram que entraram.
- Tô pronta, Ji.
Ela coloca as duas mãos pra frente livres e diz.
- Eu também. Quer adivinhar primeiro?
- Pode ser. Tem 2 bolinhas?
Ele se abaixa e de lá de dentro de si surgem as duas bolinhas pretas.
- Acertou. Toma essa. E você tem 2 também no seu fiofó.
E eu repito o ato dela, só que dos meus interiores saem só uma bola.
- Infelizmente você errou, Ji. Quer continuar?
Minha amiga parecia nervosa e eu estava triste de ter que continuar esse jogo com alguém tão legal e divertida assim.
- V-Vamos sim. É... Próxima rodada.
Sentamos em bolinhas novamente e dessa vez ela que começa.
- Tem uma? Não é? Uma no seu cuzinho escurinho e arrombado.
Eu retiro do meu bumbum pra ela fazendo força 3 bolinhas grandes.
- 3, Ji. Você errou, sinto muito.
Minha amiga estava começando a suar muito e colocar o cabelo nervosamente pra trás.
- Tá. V-Vai logo, sua sortuda da porra.
- Tem 1?
Ji gela.
E então com uma mão puxando ela tira uma bola só de lá.
- T-T-Toma. Africana do leste cagada de sorte. Que merda.
E eu já tinha 5 bolinhas e ela só 1. Se perdesse mais uma bola, a Ji acabaria morrendo.
- Vamos então pra próxima? Tenho certeza de que você consegue recuperar alguma.
- Pera. Pera. Pera aí. Calma. É. Vamos pensar nisso melhor. Deve ter como empatarmos nesse joguinho. E se a gente jogar contra outra dupla? Não há regra contra isso. Vamos procurar outra dupla e disputar 2 erus contra 2 erus.
Ji estava em lágrimas com a sua única bolinha solitária na palma da mão.
- Claro, amiga. Boa ideia. – Eu sorrio por ela aliviada de não ter que fazer isso com uma irmã quase, jamais viveria com esse peso na consciência. – Então vamos lá procurar, Ji.
Ela segura o meu braço antes e diz.
- Espera. Temos que guardar as 6 bolinhas. Alguma eru maldosa e ladra pode tentar nos roubar. Vamos dividir elas em nossos bumbuns pra ninguém tomar. 3 com cada uma de nós, que tal?
- Claro, amiga Ji. Como você quiser. É bem justo mesmo.
- Ótimo. Fica de quatro.
- Eu posso botar.
- Calma, querida Alia. Eu garantirei que entrem bastante no seu ânus para não saírem sem querer enquanto você procura uma dupla para enfrentarmos.
- Tudo bem.
De quatro na terra, eu sinto as bolinhas entrando em mim. Pareciam um pouco ásperas e tals.
- Estou lubrificando com a minha saliva. Se sentir algo diferente é que eu estou manuseando uma bunda que não é a minha. Mas lá vaiE 3. Foi. Agora colocarei as minhas. Não precisa levantar não. PeraPera. E. E. Foi. Também botei as minhas. Agora vamos lá procurar.
E assim nós nos separamos e começamos a procurar outras erus para jogar.
Não se preocupe, Ji, eu não vou abandonar você não.
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Isso não pode estar realmente acontecendo.
- Nossa. Olhe bem para essa casa, Kang. Eu lembro de já ter vivido como escrava de um lar Negro como esse. Eu amava servi-los e eles amavam minha servidão total. Fazia de tudo pelos meus Mestres. Eles eram o sol da minha vida e me aqueciam.
Oh parecia distante e não estava falando sobre o Big Black Balls, a quarta prova em que estávamos uma lutando contra a outra. Ou pelo menos deveria ser assim.
- Eru Oh, temos que jogar.
- Sim. Sim. Foi aqui mesmo. Eu lembro que quando eu era jogada nesse muro e meu Dono me despia e comia meu cuzinho jovem para que todos os vizinhos vissem o quão boa escrava eu era. Eu amava aquilo. Foram os anos mais apaixonantes de uma sub-existência como a minha. Pena que o tempo continua sempre a avançar.
Ela entra pelo portão e totalmente me ignora.
- Oh, se a gente não jogar e capaz que matem nós duas. Por favor, por favor. – Eu choro e beijo as mãos dela para acordá-la de volta pra realidade. – Joga comigo. Eu tô implorando.
Como se a mente de branca senil tivesse um lampejo de inteligência, ela me responde.
- Claro. Que tal, vamos apostar uma bola numa mão e na outra vazia. Quem acertar leva. Tá bom?
- Ufa. Tudo bem.
Começamos então o jogo. Nossas 3 BBBs ficam atrás de nós, e cada uma bota uma bola numa mão e a outra sem e ambas na horizontal pra cima e a outra eru tinha que adivinhar qual era a mão com a Big Black Ball.
- Aqui. Esquerda.
- Você acertou, Oh.
- Oba!
Eu dou uma bolinha pra ela.
- Direita.
- Errou, escravinha Kang. Agora minha vez. Esquerda de novo.
Mais uma vez ela acerta.
O Orisa armado que nos fiscalizava chega mais perto e põe o dedo no gatilho.
5 BBBs com ela e uma comigo. Eu preciso recuperar pelos menos uma e me manter com alguma gordura de folga.
- E-Esquerda.
- Poxa. Errado de novo. Tava na direita.
Meu Orisa do Céu.
Se a Oh acertar a mão de novo, aquele Negão me fuzilará no ato.
- Q-Qual você escolhe? – Eu pergunto com as duas mãos trêmulas.
- Hum. Direita.
Tava na direita.
Ela acertou.
Eu.
Vou.
Morrer?
- Você disse esquerda, não é?
A idosa eru Oh balança a cabeça como se não tivesse certeza do que tinha dito.
- Esquerda? Falei isso?
- F-Falou sim. E-Eu escutei.
- Hum. Tá bom. Acertei?
Ufa.
- Não. Tava na direita.
- Que pena. Sua vez. – E ela esconde as mãos e volta. – Onde está?
- Esquerda.
- Erro-
- Direita.
- Oi?
- E-Eu disse direita...
- Atah. Caramba, Kang, você é boa. Acertou de novo.
E agora eu estava com 2 bolinhas e ela com 4.
- Oh, sua vez. Onde está?
- Esquerda?
- Você errou. – Dessa vez sem truque. – Minha vez, esquerda.
- Toma.
3x3.
- Esquerda?
- Direita?
- Direita?
- Sim, direita?
- Então direita.
- Errou. Minha vez, esquerda.
- Aha! Você-
- Direita.
- Nossa. Você é muito boa.
Ela estava completamente gagá eu acho e eu repito isso até ficar com 5 e ela 1.
- Bom. Vamos jogar esse jogo de novo? Quando sairmos daqui? Foi bem divertido.
Com meu rosto inchado e mergulhado em choro e amargura pelo que eu teria que fazer, eu digo.
- Sim. Vamos sim. Mão esquerda.
Ela abre a mão vazia.
- Eu disse direita.
- Como? Direita?
Santo Orisa, me perdoe.
- Sim. Direita.
E ela me entrega a última bolinha.
- Uau. Você venceu. Você tem 6. E eu zero. Parabéns, Kang!
Com a mão enxarcada de suor e lágrimas eu guardo as 6 bolinhas dentro do meu cuzinho arrombado dos anos sendo chumbada pelo meu antigo Mestre e falo com o Orisa.
- Eu peguei as 6 Big Black Balls da eru Oh conforme a regra.
- Sim. Você está aprovada.
Eu dou as costas pra ela.
E então eu a escuto gritar ao fundo.
- Fico feliz que você tenha aprendido o lugar de uma escrava. Continue enganando e mentindo para sobreviver. Nós não valemos nada. Só os Pretos têm valor. Obrigada.
Então ela sabia o que eu estava fazendo!!!
POW.
E escuto um único tiro e silêncio.
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POW.
POW.
POW.
Eu não conseguia achar nenhuma dupla, as escravas perdedoras já estavam sendo mortas e eu não sabia o que fazer.
- Volto pra Ji? Eu não sei. Talvez ela saiba o que tenho que fazer.
Eu volto então para a minha amiga, a eru Ji.
E ela estava falando com um Orisa.
- Aqui. Eu venci a escrava Alia com regras acordas pelas duas. Aqui estão as bolinhas.
Ela fica de cócoras e 6 Grandes Bolas Pretas caem no chão saindo da sua bunda.
- Ué? E as minhas bolas...?
Eu faço força e o que sai do meu cu era um cascalho redondo, mas não era a bolinha.
- Desculpa, Alia. Eu tenho que rever o meu Mestre Mikael. Não vai ser uma escrava de rua da África do Leste que vai me comover a desistir do meu sonho. Sinto muito.
Ela vai embora e o Orisa aponta a arma pra mim.
Então eu fui traída.
Pelo menos o meu fim será dado por um Mestre, seres superiores que não precisam mentir.
- Obrigada, senhor Orisa.
(POW)
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Os VIPs já estava na sala de luxo bebendo do melhor e comendo muito e se divertindo.
- A edição desse ano está incrível. Teve agora na prova BBB uma eru matando a outra eru irmã sua da mesma ninhada. Várias tramas e traições. Está tudo divertidíssimo, Front Orisa Wakuma. Valendo cada unidade dos Big Black Coins pagos e investidos.
Os Orisas mais ricos e influentes de BLACKAYE se encontravam ali naquela sala luxuosa, bebericando os melhores drinks e se servindo das melhores ninhadas e cruzamentos modificados de escravas.
- Temos aqui as erus mais caras e com seus DNAs alterados para serem as mais suculentas dentro dos fetiches e desejos mais diversos que vocês possam ter. Brancas que sintam mais dor? Menos dor? Gozem mais? Menos? Temos todas no cardápio.
O Negro que era governador da África do Oeste decide me desafiar.
- Será? Que tal uma Boneca Francesa? Você teria essa iguaria rara?
Eu estalo os dedos e uma eru serviçal da casa traz uma bandeja de prata e platina fechada.
- Como queira. Bon appétit, meu irmão Orisa.
Ele abre e vê a Boneca em si, um dos pratos mais caros de BLACKAYE.
- Wakuma. Você sempre nos surpreende com o quanto de dedicação e esforço é posto em tudo. Perfeito. Vou provar.
Ele levanta, tira a robe preto de seda e fios de ouro bordados e completamente nu começa a comer a bucetinha da bonequinha.
- Está do seu agrado?
Sem ter como revidar, essa eru preparada a vida toda só para esse único uso se debate com seus cotocos e grita de pavor, mas sem ter palavras para articular e expressas tais sentimentos.
- HAAAAAAAAAAAAAAAA!!!! OHHHHHHHHHHHHHHHH!!!! IHHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!!! UHHHHHHHHHHHHHHHH!!!! HEEEEEEEEEE!!!
- Muito. Amo Bonecas Francesas e como elas gritam e esperneiam em sofrimento. Me sinto 20 anos mais jovem toda vez que tenho a oportunidade de degustar essa raridade.
O Orisa devora o seu prato, até ela parar de se mover e gritar pois estava morta.
- Fico lisonjeada pelos muitos elogios. Bem, o próximo jogo será em breve e é uma criação nova minha. Um segundo, parece que o convidado do Conselho dos 5 chegou.
Eu pensava que seria um funcionário público ou enviado especial do governo central.
Mas quem entra na sala dos VIPs foi um dos Conselheiros em pessoa.
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Completamente traumatizada pela perda da Oh e me tremendo da cabeça aos pés, eu encontro a Ji super a vontade e encostada em uma parede com a sola do pé apoiada nela, como se estivesse querendo parecer descolada.
- Então a Alia se foi, eu não acredito nisso...
Enquanto eu choro, a eru Ji abre um sorriso e me responde com a maior naturalidade de todas.
- Ainda bem que aquela retardada morreuComo você pode dizer um absurdo desses? Ela me salvou na primeira prova!
- E? O que isso tem haver? E agora se ela tivesse vencido eu que estaria morta. A mesma coisa com a Oh pelo que estou vendo. Você teve que se livrar dela para continuar no game. Que mal há nisso?
A maneira sórdida que ela se referia a uma irmã de sub-raça dela era fria e baixa. Eu sabia muito bem que não passávamos de escravas e que nossas vidas não valiam nada no grande esquema das coisas. Só que somos erus, então brancas inferiores como nós não tem acesso a essa visão total e por isso tem uma certa empatia por aquelas iguais da sua espécie inferior. Até agora sempre vi um companheirismo entre erus, mesmo que não fossem sequer da mesma ninhada. Quase como uma amizade fruto da identificação de uma semelhante de sua subespécie. Escravas unidas e que apoiavam umas as outras.
(Criávamos laços fraternos ao servirmos unidas aos mesmos Mestres)
Mas a maneira da eru Ji de se referir à falecida Alia era completamente diferente disso. Eu sentia sim um desrespeito tremendo.
- Você fala quase como se não fôssemos erus. Como se você fosse superior a nós e pudesse sair pisando nas suas amigas. Somos todas brancas. Somos todas da mesma sub-raça e que deve servir aos Mestres.
Ji dá de ombros e segue para onde os Orisas estavam já orientando uma fila única para o 5º jogo.
- Até somos. Porém a única que restará ao final no topo sou euzinha aqui. Se quiser vencer, é melhor estar ao meu lado, Kang.
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- Então? Eu cheguei já na porradaria? Ou estou adiantado?
Era realmente o Conselheiro Vermelho que veio assistir às provas.
- Senhor Conselheiro, eu não sabia que uma presença ilustre da sua importância e grandiosidade viria até a Coreia agraciar nosso singelo Jogo do-
- Calma, Wakuma. Não precisa de tanta pompa e formalidade. Eu sou um Orisa igual a você e detentor dos mesmos direitos civis perante às leis de BLACKAYE. Eu só tava com tempo sobrando e decidir ver como é esse jogo. Me falaram que há bastante pancadaria e sangue.
Agora eu me sinto um pouco constrangida internamente de ter mudado a ordem das provas.
- A próxima fase é nova e não se tem nos registros anteriores. Se chama ‘O Jogo das Plataformas de Vidro’. Eu sei. Não é muito original e depois a equipe de marketing pensará em algum nome melhor.
- Relaxa, Wakuma. Eu só quero saber se haverão mortes sangrentas. Adoro ver branquinhas agonizando e lutando para sobreviver. É muito belo. Eu poderia viver uma outra eternidade completa em guerra e esse aroma da nossa vitória e da derrota delas nunca enjoaria.
Satisfeita que o conteúdo definitivamente não o decepcionaria (apenas ainda não tinha sido testado na prática), eu foco meus 3 olhos nele e abro um sorriso.
- Claro, meu Grande Conselheiro da Guerra. Você não ficará desapontado nesse quesito.
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- Erus, prestem muita atenção. Esse quinto jogo é uma travessia de uma ponte. Como podem ver, há sempre 2 plataformas de vidro em um mesmo momento de um dado nível ou trecho do trajeto. Uma delas é feita de vidro temperado que suportará seus pesos, e a outra de vidro comum que se partirá assim que pousarem nele. Vencem aquelas escravas que conseguirem realizar a travessia completa até o outro lado. Valendo.
Em fila somos largadas em uma saleta comprida no escuro e pavimentada de vidro fosco escuro e com vãos para pularmos. As paredes eram coladas e davam uma falsa sensação de claustrofobia, quase como se quisessem tranquilizar nossos sentidos de que a queda talvez não fosse de uma altura tão grande assim.
Já no primeiro pulo daquela primeira da linha de brancas, eu vejo que estava completamente enganada na minha hipótese.
Ela quebra o vidro, se corta, e cai gritando até se espatifar em algum ponto bem fundo e só sobrar o eco da queda.
- Vá logo, você da frente. Pula na certa agora e-
Até pra mim, uma ex combatente comunista e que viveu muito e viu muito, o que eu testemunhei me fez soltar um suspiro de medo e me gelar o corpo.
Como se o corredor desafiasse as leis naturais, os pedaços da eru que morreu aparecem no onde ela tinha caídos segundos atrás.
Só que despencando do teto. Numa coluna de sangue e restolhos processados de escrava.
E não para. Aquilo se mantém em um ciclo macabro e autossustentável.
- N-Não. Eu não consigo. Eu quero morrer. – Surta a da frente.
Algumas outras erus atrás acalmam ela e fazem-na dar aquele primeiro passo seguro.
- Continua. Vai. Vai ficar tudo bem.
Ela pula.
E cai no sólido.
- Viu? Só continuar que ficará tudo bem.
Na próxima ela erra. E poucos segundos depois ela também vira uma tenebrosa coluna de sangue e pedaços.
- Droga. Eu não quero terminar assim não. – Eu me sinto acuada e nervosa, pois era a segunda na posição da frete. – Talvez se a branca na vanguarda der bastante sorte e testar todas as plataformas.
Tarde demais para que isso fosse meu plano de fuga.
Depois de uma corrida heroica e corajosa dela, a escrava na minha frente conquista duas plataformas de vidro na direita, uma pra esquerda e foi reto. Tudo isso numa corrida afobada e meio que mirando já o final. Numa sorte enorme ela acertou as 3 iniciais, só que na 4ª escolha reto à esquerda foi um erro e essa eru também morre.
Repetindo os passos que ela me deu de vantagem eu vou até a posição de liderança na fila. Reto a direita, reto a direita, esquerda, direita. E paro.
- Vai, continua. Vai! – As mongoloides brancas gritavam atrás de mim.
Agora eram as outras erus que tentavam me botar pressão para que eu avançasse e morresse pelo bem delas.
Mas nem fudendo que eu morrerei pra que brancas porcas capitalistas como vocês saiam vivas.
- Hey!! Escutem, suas vagabundas. Eu não darei mais nenhum passo pra frente. Caso queiram avançar terão que vir até a minha plataforma e assumir a liderança. Ou é isso ou todas nós morreremos.
E eu sento no vidro.
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- Porque estamos paradas? – Eu pergunto para a eru da frente.
- Eu não sei. Eu estou com medo, só sei disso. Talvez tenhamos que fazer outra coisa além de escolher o vidro, certo?
Eu estava no final da fila, literalmente na última posição e não conseguia antever ou divisar porque tínhamos parada abruptamente. Eu só sabia que não avançávamos mais sequer uma plataforma.
Ji, espero que isso não seja coisa sua...
Algum tempo depois voltamos a andar, ou melhor, pular.
- Viu? Deu certo, vai ficar tudo bem. Qual seu nome? Você lembra a minha antiga mãe de ninhada.
A escrava na minha frente era bem novinha e bonita, uma daquelas que eu não fazia a menor de ideia do porquê foi abandonada ou estava nesse jogo sanguinolento.
- Kang. E o seu?
- Cho. Meu nome é Cho.
A fila avançava e a gente vai atravessando mais colunas e colunas de derrotadas. O cheiro estava forte e nauseante no ar. Mais muito tempo ali e eu sentia que morreria só com o odor dos corpos caindo eternamente sei lá como.
Até que eu vejo o que estava travando o avanço de todas.
- Como assim você tá com medo de pular? Faça esse sacrifício por todas nós. Vai lá e voa, minha eru com penas.
E eu presencio (precisando inclinar o corpo lateralmente pro buraco) a Ji pegar uma outra eru pelos cabelos e arremessar na frente, e ela cair e morrer ao estilhaçar o vidro não temperado.
- JI!!! O que você está fazendo???
Gargalhando ela levanta a mão, como se notasse uma amiga escrava também enviada pra fila do pão com alguns BBCoins e me desse um oi.
- Olá, Kang. Estou só ensinando branquinhas inúteis como vocês a voar. É escolha delas ao me enfrentarem. Uma hora se elas baterem as asas bem forte tenho certeza de que conseguirão alçar voo. Próxima. Vem pro pau.
E ela senta no chão de vidro que ela conseguiu jogando a outra branca na plataforma errada. A segurança da Ji foi conquistada com o cadáver da outra irmã de subespécie dela e não havia nenhum remorso ou culpa no semblante dela.
Uma outra branca mais corpulenta que a Ji pula na plataforma dela e tenta disputar o quadrado limitado de vidro.
Porém com poucos socos bem dados na garganta e barriga da outra, a Ji conseguiu render esta outra escrava, que era maior, mais alta e mais forte que ela.
- Vocês são fracas demais, lhes falta ódio. Vocês são mimadas demais e só sabem sofrer quietas e submissas. Eu aprendi a lutar com fuzil na lama embaixo de arame farpado, com faca na selva e defesa pessoal em diversas artes marciais. Vocês não têm chance contra mim. Agora está na hora de outra eru tentar decolar, minhas cadelinhas voadoras. Haha.
A Ji joga a outra que havia espancado e dividia a plataforma com si.
Ela cai na escolha correta.
Só que a truculência da eru Ji foi tamanha, que ela rolou e caiu no espaço do vão. Se espatifando lá embaixo, e dessa vez sem a coluna de sangue e restos mortais.
- Uau. Deve ser um mecanismo de sucção e despejo continuo para nos assustar. Duvido que erus burras como vocês entenderiam. Próxima. - E ela senta novamente.
Eu tenho que fazer algo!
- Não avancem mais! – Eu grito. – Não deixem essa maldita usar vocês. Juntas somos mais fortes. Vamos repetir o processo dela. Vamos sentar no chão.
E todas as erus assustadas me escutam e sentam em suas plataformas firmes de vidro.
- Rsrsrs. Você sempre me surpreende, Kang. Daria uma excelente líder sindical, se você soubesse o que é isso. Mas não vai dar certo. Eu sei que estou na frente.
- Será? Então avança, ué? Está esperando o que?
Ji faz uma careta de raiva e seus olhos fulminam ódio virulento contra mim.
- Muito engraçadinha, Kang. Mas é você que está numa fria. Se essa prova não tem tempo, alguma coisa deve acontecer se vocês ficarem só aí paradas. É melhor serem os meus passarinhos e aprenderem a voar, do que aguardar o que os Orisas pensaram para essa situação. Lembrem-se das eruforcadas que quiseram não jogar e pediram paz. – Ela faz um misto de deboche e ameaça.
- Não seremos suas marionetes. Vamos esperar. – E todas me apoiam. Por algum motivo elas me seguiam e viam alguma qualidade de honra mim que as faziam depositar suas vidas em meus palpites.
- Que seja, suas erus burras pra caralho.
O tempo passa e a gente vai cansando. O cheio piora e o ambiente se tornava mais e mais insustentável.
Até que o que a Ji disse prova-se verdadeiro.
Os Orisas haviam sim pensado em uma contra medida caso não quiséssemos jogar.
Eu escuto sons fortes vindo de trás.
A parede estava se movendo.
- Kang, não podemos esperar! Temos que enfrentá-la! – As outras dizem.
Dado o desespero e o fluxo crescente de erus pulando pra frente, a própria Ji teve que se arriscar um pouco e meio que ‘’recuar pra frente’’ e pular na plataforma seguinte. A filha da puta dá sorte e não cai, e ali monta trincheira para enfrentar as outras que caíam no meio do caminho afoitas.
- Eu tô com medo. Mamãe. Eu quero a minha mamãe.
Cho estava em prantos na minha frente e eu não sabia o que fazer ali. Ver aquela eru filhote chorando me fazia muito mal, talvez fosse assim que a minha mãe biológica se sentiu ao me ver sem Dono no relento embaixo de uma ponte.
- Calma. Eu irei te proteger. Eu prometo.
Eu então pego a pequena Cho nos meus braços e a carrego como se fosse a minha preciosa filha de ninhada. E assim vou pulando nas plataformas corretas como se fosse a Núbia, A Incrível Orisa em suas aventuras.
(Quando eu era pequena meu Dono lia as histórias da Núbia pra mim e eu sonhava em ser sua eru)
Eu escuto o vidro se quebrar, erus gritando e colunas de sangue jorrando. Aquela coisa parecia uma maneira de resetar o jogo e esmagar tudo que estivesse ali, como se a gente fosse um lixão e precisasse ser reciclado.
Mas o meu foco era em chegar até o outro lado.
- Caramba. Você é corajosa mesmo, Kang. Fique comigo e vamos derrubar essa pequenina escrava na última plataforma que falta. Pelos bons e velhos tempos. Dividimos uma ilaja juntas, lembra? Rsrs.
- SUA DESGRAÇADA!!!
Eu dou um pulo em cima dela e lanço a Cho para a segurança do fim do jogo.
E caio junto com a eru Ji.
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- Então? Para onde você está me levando, moço?
Quicando no ombro daquele negão, eu era carregada como um espólio de guerra dele direto para o sul, para o interior da Coreia.
- Para o meu batalhão. E meu nome é Mikael.
Ainda havia riscos nessa volta. A fronteira era uma região cinzenta por assim dizer. Da mesma forma que ele tinha invadido o meu ex país, erus comunistas também entravam vindos do norte nesse país que integrava o Império de BLACKAYE.
- Entendi. Pera, você está agarrando a minha bunda? – Eu digo pra ele, pois aquele negão tava apertando uma das minhas nádegas com sua mãe grande e forte.
- Estou. Mas é para te equilibrar. Não quero que você caia no chão e se machuque.
- Sei. Tô sabendo. Mas eu deixarei você fazer isso.
A mão dele aperta mais forte agora repentinamente, deixando bem explícito que era intencional, enquanto ele ri todo satisfeito com algo.
- Você não tem que deixar ou não deixar nada. Erus são escravas nossas desde os primórdios da humanidade, vocês nascem pra esse fim apenas. Não importa o quanto lutem ou resistam a nós, Orisas, suas derrotas são inevitáveis e certas. Mas eu gostei de você. Que bom que você percebeu a tua inferioridade naquele momento e me deixou eliminar aquele branquelo. Você ficou molhadinha, não ficou? Haha. Pode contar pra mim.
Eu fico envergonhada com o quão fácil aquele negão musculoso conseguia me ler. A mão dele no meu bumbum me dava menos encabulamento do que aquele comentário certeiro do soldado Orisa.
- Fiquei. Mas eu não sei o que aconteceu comigo. Essas TV gigantes de propaganda erótica Blackayana devem ter me bitolado um pouco.
E ele troca, meio que enjoando de uma nádega minha e indo afofar a outra.
- É exatamente o inverso. Qual seu nome?
- Ji. – Era estranho me apresentar assim enquanto ele segurava a minha bunda e seus dedos grossos deixavam a minha calcinha cavadinha sem que eu pudesse puxar e ajeitá-la.
- Ji, você é uma eru. Você era bitolada quando servia a essa ditadura sangrenta comunista e fingia ser uma pessoa. Aquele prazer que você experimentou quando me viu cravar aquela faca fundo no crânio do comuna branquelo foi a realização desse fato. A consumação em tesão da hierarquia sagrada da nossa espécie. Você não é um ser humano, e sim uma sub-raça do homo sapiens e que existe para nos servir, criaturas inferiores e que sentem prazer ao serem feitas de escravinhas sexuais. Você é a prova definitiva de que BLACKAYE está certa. Como explicar uma branquinha do mundo ‘’livre’’ e criada tão longe da suposta doutrinação preta, e que mesmo assim caiu de joelhos aos meus pés e aceitou a verdade instantaneamente? Somos nós que bitolamos vocês com mentiras? Será? Ou é o inverso? Escute o seu corpo e seu DNA e descobrirá o correto. Chegamos.
Foi tanta coisa que ele disse que eu ainda tava processando o significado de tudo e como eu me sentia a respeito, quando eu chego a um acampamento militar cheio de Orisas.
- Mikael se apresentando, senhor! 2ª Divisão de Infiltração do 3º Batalhão do Norte. Capturei essa eru e abati o companheiro dela durante minha missão de reconhecer as movimentações dos erus na fronteira. Nenhum dano aos painéis.
Mikael me joga no chão e algum superior dele me observa de cima com um sorriso arrogante, outros pretos em volta começam a afofar suas rolas na calça sem o menor pudor e eu sentia que me comeriam a qualquer momento.
- Bom trabalho, soldado. Agora deixe-a aí, iremos dar um trato inicial nela e depois a enviaremos no comboio de ilajas para o Centro de Distribuição de Prisioneiras Erus da Coreia.
Agora sim os Orisas se despem e passam a me despir também.
E enquanto eu era sobrepujada por uma avalanche de enormes rolas pretas, que eu nunca pensei que poderiam ser tão grandes como as dos vídeos da Melanie mas eram, eu escuto o Mikael interceder por mim.
- Capitão, permissão para falar.
- Glohglohgloh!!! Gluhgluhglohgluhgloh!!!
- Permissão concedida, soldado Mikael.
- Glohhhgluhhglohgloh!!! Gluh!! Gloh!!!
Todos os meus orifícios estavam sendo abertos e arrombados por pauzões negros gigantescos comigo de quatro na lama marrom e úmida de alguma chuva torrencial passada e salpicada de marcas de coturnos militares aqui e ali marchando. Esses negões me fodiam à força e nem sabiam meu nome. Mikael conversava com seu capitão a poucos metros de mim e nenhum deles achava estranho uma ex combatente inimiga sendo estuprada num gangbang massivo ao seu lado.
Então eu finalmente entendi que isso era diferente da demonização dos pretos que a República da Coreia fazia para que tivéssemos um inimigo super cruel e mau em comum na população toda.
Os negros e negras de BLACKAYE realmente nos viam como animais e nos tratavam como tais.
- Glohglohgloh!!!! GLOHGLOH!!! GLUHHH!!!
- Então, eu gostaria de comprar essa eru. Eu quero ela pra mim.
Aquilo me chamou atenção. Mesmo com vários negões me dominando e me comendo brutalmente e o resto do pelotão fazendo fila para vir depois, eu me esforço para pescar um pouco da conversa.
- Soldado Mikael, você sabe que os espólios são administrados por BLACKAYE aqui na Coreia. Eu não posso fazer vista grossa pra você, nem eu poderia pegar uma eru prisioneira assim. Se todo Orisa militar saísse pegando pra si cada nova escrava que encontrar, estaríamos incentivando uma guerra aberta e invasões de Orisas só pra esse fim. Eles podem ser brancos, mas esses comunas inferiores têm armamento nuclear. Não posso fazer nada. O protocolo aqui é assim. Ela vai para o Centro de Distribuição, e lá será dada uma finalidade para essa escrava.
- Glohglohgloh!!!!
Pra mim eu tinha perdido neste ponto. Esses negões iriam continuar me comendo até quase me matar de cansaço, pra depois me enviar a algum lugar aonde eu seria categorizada, etiquetada e distribuída como animal para algum outro destino. Que possivelmente e realisticamente falando também envolveria surubas insanas e fodas constantes comigo até minha morte.
- Comandante, eu insisto. Essa eru me salvou. Ela viu o seu superior ser morto por mim na frente dela e não pegou a arma para salvá-lo. O mínimo que posso fazer é tê-la como minha cadela.
- GLOHGLUHGLOH!!!
- Bom. Eu até tenho como te ajudar, informalmente falando, mas nesse caso você viverá como um desertor da vida de soldado da ativa. As leis de BLACKAYE são claras e se aplicam a todos os cidadãos, obviamente as que envolvem punições aos Orisas são mais brandas pelos crimes cometidos por nós que não envolvam outros negros, é o natural. Se você não obedecer às minhas ordens e, digamos, pegar ela pra si e cadastrar a eru ID dela como sua escrava de rua adotada; acabará saindo da linha de frente e sendo aposentado com alguns acréscimos de salário poucos, se comparado ao quanto de Big Black Coins que faria se seguisse a sua carreira militar. É isso mesmo que você quer, soldado Mikael? Sendo que você poderá comprar escravas muito melhores e geneticamente de pedigrees mais refinados?
Enquanto minha buceta, meu cu e minha garganta eram usados como depósito de porra de negão; eu achei que o Mikael iria olhar para baixo e então desistir de mim. Ver o quão degradada e digna de pena eu estava e reconsideraria a sua ideia de me ter como sua puta, como sua escrava, como sua eru.
Mas então aquele Orisa termina com o que me faria depositar nele pra sempre o meu amor e confiança.
- Sim. É isso mesmo que eu quero. A eru Ji será a minha propriedade pra sempre. E enquanto ela me servir, estarei sempre lá por ela.
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- Me solta! Larga a minha perna!
Eu consegui me segurar na beiradinha e sobreviver à queda.
Só que a Ji tinha também se salvado e se prendido a mim, como um carrapato.
- Claro, e me suicidarei agora por você, gênia eru. Escuta, Kang, sua lesada, eu irei reencontrar o meu Mestre Mikael. Nem que para isso eu tenha que me livrar de todas vocês. Sirva de corda pra mim, sua vadia.
A maldita daquela eru assassina começa a me escalar e eu a balançar pra ver se ela caía.
- Só sobrou nós 3! Aos outras foram mortas e você tem parte nisso!
- Tenho? E daí que morreram quase 1000 erus? Você é tão tapada que não tem ideia do que acontece no resto do mundo. Há colônias que tem temporadas de caça de erus para reduzirem nossos números na natureza, e numa escala muito maior ao que você viu hoje. Acorda pra realidade, Kang!
Sem ter como me soltar dela, eu me limito só a fazer força pra cima carregando ela comigo no processo.
- Cho, se afasta de nós. Eu estou subindo.
Trazendo a eru Ji nas minhas costas, eu uso todo o meu resto de energia para subir. E depois de muito esforço consigo e deito no chão seguro e que não era feito de vidro.
Ji ia avançar pra cima da Cho, mas Orisas armados aparecem apontando para nós três suas armas.
- Chega. O quinto round acabou. Guardem suas forças para se matarem só no round 6, que será o último. Venham, escravas.
Eu, a Cho, e a Ji obedecemos e somos levadas para longe da ponte.
- Eru Cho, vem cá. Fica comigo. Vem.
Eu abraço a Cho e fico com ela perto de mim. Eu ainda estava em choque que todas as outras erus que eu vi, em tantas ilajas vindo para o navio e então para essa ilha misteriosa, todas estavam mortas. Cuidar daquelas eru mirim pra mim virou uma espécie de refúgio mental para que eu não precisar pensar nisso.
Somos conduzidas ao grande salão do prêmio flutuante do cofrinho com 33 milhões de BBCs e que agora tinha apenas 3 camas. Uma em cada parede oposta à entrada.
- Vão. Durmam. Amanhã vocês serão levadas à última prova. Tem um banheiro ao fundo para se lavarem e comida e água perto de suas camas.
E sem falar mais nada eles nos deixam ali e fecham a porta dupla.
- Vem. Está com sono?
- Um pouco, moça Kang. Estou cansada, eu acho. Não sei porque.
Eu a coloco na cama e ia dormir ao lado dela, quando então eu vejo algo que destrói todo o meu chão, como se ele fosse feito de material não temperado e fosse se partir também.
Ela tinha um pedaço de vidro enorme na barriga. Aquela explosão das plataformas por causa da parede móvel de trás deve ter feito um fragmento voar como uma bala nela e a Cho nem notou por causa da adrenalina.
- Não... Não... Até você não, Cho...
- Oi, eu preciso de te dar algo. Talvez não consiga dar aos meus Mestres. Espera.
Sem escutar ela pro seu próprio bem, dada a urgência de imediatos cuidados médicos, eu corro até a porta e começo a bater nela como uma louca desvairada.
- Orisas!! Me ajudem!! Uma das participantes está ferida!! Ajudem!! Alguém!!!
Depois de alguns minutos a porta abre.
- Grandes Orisas, obrigada, a compaixão de vocês é infinita. Ela está. O que é isso?
Várias Orisas carregavam uma espécie de caixãozinho branco com a rainha de espadas estampada nele.
E ao olhar pra cama onde a havia deixado, eu me deparo com a Ji do lado do corpo inerte e com a garganta cortada da Cho.
- Pronto. Agora só falta mais uma. Hihi.
- JI!!!! SUA MALDITA!!!! EU VOU MATAR VOCÊ!!!
Furiosa eu queria partir pra cima dela e esmurrar a cara debochada dela tanto até não sobrar fisionomia aparente alguma, porém alguns outros Orisas me imobilizam no chão e me impedem.
- Guarde seu ódio até amanhã. Você terá bastante tempo e oportunidade para extravasarem.
Eles colocam o corpinho da jovem eru Cho no caixão e eu fico a sós com a eru Ji, que vai até a sua cama numa normalidade assombrosa. Aparentemente matar uma outra da sua subespécie era como tomar um café da manhã reforçado.
- Que vir lutar comigo? Vingar a sua amiguinha? Podemos ignorar o dia de amanhã, que tal? Quanto mais cedo eu botar as minhas mãos na grana mais rápido voltarei ao meu Orisa Mikael.
Eu vou até onde tinha deitado a Cho e acho ali um bilhetinho de papel quadrado e escondo na minha roupa, entre os meus seios.
Poucos segundos depois um Orisa aparece do nada e anuncia inesperadamente.
- Mudança do cronograma oficial. Front Orisa Wakuma deseja realizar um jantar com vocês. Venham comigo.
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- Posso pegar mesmo? Esse algodão doce?
Meus papais haviam me levado a um parque de diversão. Eu nunca tinha ido em um até hoje, mas eles disseram que hoje era uma ocasião especial.
- Pode, claro. Pode pegar.
O moço do algodão doce me dá um com a cara feia. Sem entender nada eu o agradeço e como.
(Que gostoso!!!)
Depois disso a gente vai em muitos outros brinquedos, e em todos eles me olhavam feio.
- Papai e mamãe, porque me olham sempre com cara de nojo? E porque todos os outros são da sua cor e não da minha?
- Filha, digo, Cho, viemos aqui para ter uma conversa importante com você. A gente quis guardar isso como segredo até os seus 18 anos. Até você ter maturidade para entender algumas coisas. Nós, seu pai e a sua mãe, como você nos chama, somos na realidade seus Orisas, seus Mestres. E você, pequena Cho, não é nossa filha, na realidade é nossa eru, nossa escrava. Nós somos um casal Negro sem filhos biológicos e queríamos saber como é essa sensação de ter filhos já que minha esposa é estéril. Por isso separamos você da sua ninhada e te criamos como uma de nós. Sabe as erus da casa?
- As empregadas? – Eu respondo perguntando, totalmente desnorteada.
- Isso, você chama elas de empregadas. Elas são da sua cor, não são?
Eu sempre tinha notado isso. Nunca ninguém da minha cor ia a lugar nenhum quando eu saía com papai e mamãe. Só eu. E todos os outros me olhavam com caras feias. Aquelas que eram brancas como eu sempre usavam coleiras esquisitas.
- São sim.
- Então. A mais velha é a sua mãe biológica. Você não tem pai. Tem só mãe e irmãs escravas. Instruímos elas a te tratarem como se você fosse a nossa filha, por isso você não se importou com isso aqui.
E ele aproxima o seu braço do meu, para que eu visse a diferença das nossas cores de pele.
Era muita coisa na minha cabeça e debulhando no meu coração. Eu queria simultaneamente chorar e rir. Eu havia perdido meu papai e mamãe e ganhado uma mãe só. Não sabia como me sentir. Se triste ou feliz.
- Mas vocês ainda me amarão?
Meu papai me bota no seu colo e minha mãe me abraça forte junto com ele.
- Claro. Mas não nos chame mais de papai e mamãe. Somos os seus Mestres. E você não é mais a nossa filha. Agora você é a nossa escravinha chamada Cho. Nossa cadelinha pra uso desse casal Preto.
Mamãe me beija na boca e meu papai começa a agarrar meus seios e a desnudá-los em público.
Ninguém em volta me ajuda, enquanto meus pais me bulinavam e me despiam no meio de um parque de diversões.
Na realidade acontece o inverso.
Agora as pessoas negras, que durante a minha vida toda fizeram cada de nojo pra mim, abrem enormes sorrisos de alegria.
- Parabéns ao casal, bela cadela que vocês têm. – Um moço que passava comenta.
Depois de me beijar, minha mãe tira uma coleira de sua bolsa e coloca no meu pescoço. Era igual a todos os modelos que as outras pessoas brancas que eu vi usavam.
- Aqui. Sua eru ID. A gente te cadastrou como nossa posse a muito tempo, mas evitávamos botar em você a sua identificação de escrava para que não desconfiasse de nada. Agora não faz a menor diferença, não é?
Ao final daquele abuso sexual livre, eu pego a minha blusa e meu sutiã e tento recolocá-los.
Mas meu pai me impede e diz.
- Não. Você vai se acostumar à sua vida de escrava. Nada de usar roupas mais. Erus não podem se dar ao luxo de sentirem vergonha de estarem peladas. Vem. Vamos passear nos mesmos lugares que você foi. Só que dessa vez será como a escrava que você nasceu para ser.
Voltamos então para o homem negro que vendia algodão doce.
(Vão comprar mais um pra mim? É isso?)
- Então? Vão querer dar mais doce caro se comparado ao que esta eru merece? Com todo o respeito, senhores, mas me sinto dando pérola a porcos.
Meu pai me pega forte nos ombros e me coloca na frente dele, totalmente nua da cintura pra cima.
- Seu comentário é pertinente, sim. A gente mimou demais essa escrava, eu sei. Mas não se preocupe que a partir de hoje ela aprenderá o seu devido lugar. Se quiser prová-la.
Me provar?
Como assim?
O negão solta os palitinhos em que enrolava algodão doce e se abaixa na minha frente.
- Esses melões brancos de uma escrava jovem. Que delícia.
Meu papai torce meus braços pra trás e deixa meus peitos totalmente indefesos para esse moço negro.
Que então começa a chupá-los.
O negão os chupava e dava mordidinhas, enquanto eu chorava e gemia me contorcendo inutilmente.
Era tudo mentira.
Eu era um objeto que foi tratado e criado como uma pessoa. E agora descobria que minha vida inteirinha foi uma ilusão do início ao fim.
Quando termina ele agradece aos meus pais e eu sou levada para outros lugares do parque que antes eu havia visitado.
- Escrava, tire o tênis. Agora.
Com eu rosto inchado de tanto chorar já, eu tiro o meu tênis branco e que piscava quando eu pisava. Papai foi pessoalmente comigo no shopping e tinha me deixado escolhê-lo a poucos meses.
- Sim, Mestre. – Eu lembro de tratar o papai como ele mandou, até para evitar de levar uma surra também.
- Ótimo, eru. Agora joga no lixo.
Na cesta mais próxima eu solto o meu tênis lá dentro.
Depois meu papai me leva até onde tinha comprado uma bomba de chocolate pra mim.
- Olá, vocês de novo? Vão querer mais um pra ela? Vejo que a sua eru está com uma aparência mais condizente com a sub-raça dela.
- Não. Viemos saber se deseja provar da nossa branquinha. Pode fazer o que quiser com ela.
Com um sorriso de orelha a orelha, o moço preto do doce coloca seu pau pra fora e começa a enchê-lo de calda de chocolate e granulados coloridos.
- Pronto. Agora vem mamar, sua putinha mirim.
Meus pais me forçam a ficar de joelhos e trazem a minha cabeça até o pau dele.
- Abre a boca, Cho.
Eu obedeço e o negão dos doces enfia seu pinto preto gigante na minha boca e vai forçando ele la dentro.
- Glohglohglohgloh!!!
Meu rosto vai se empanturrando e se sujando de granulados multicoloridos e chocolate que meus lábios raspavam pra fora, ao mesmo tempo que eu engasgava naquele enorme pirocão negro e me sentia o ser mais miserável e patético de todo o universo.
- Meio enferrujada ela. Nunca mamou?
- Não. Você está estreando a garganta dela. E pode ser violento com a nossa cadela filhote, nós como donos dela damos permissão.
O negão da loja de doces segura a minha cabeça e vai puxando os meus cabelos pela raiz e me forçando até enfiar mais daquela rola escura sem fim na minha boca. Eu não podia dizer não a isso, basicamente quem tinha controle sobre o meu corpo e ditava se algo entrava ou não em mim eram os meus pais negros, e não eu.
Eu continuo a ser humilhada e trucidada oralmente até que eu conheço uma nova sensação.
O negão goza na minha boca.
(Glohhh. Glup. Cof cof. Que gosto é esse? Glup.)
Um gosto forte e que me dá ânsias de vômito surge. Mas meu papai tapa a minha boca e me impede de cuspir.
- Sua vagabunda mimada, não cuspa. Você tem que aprender a engolir e não desperdiçar a semente superior de um Orisa. Isso. Boa escrava.
Com o rosto sujo de gozo, chocolate e granulado colorido, eu levanto e acompanho meus pais.
- Mestres, eu posso limpar meu rosto?
- Não. – Minha mãe responde. – Não pode não, eru Cho. Sinta orgulho da sua face assim. Agora tira a saia e a calcinha.
Totalmente nua eu ando ao lado deles e ninguém estranha. Ao contrário, várias famílias negras sorriem e algumas até aplaudem.
- Oba! Uma eru pelada! Não vimos uma assim naquela viagem pra fora da Coreia? – Um menino negro mais jovem que eu comenta com seus papais enquanto comia algodão doce.
Minha sensação era a de que eu havia sido despida não só da minha roupa, mas também de cada pedaço de amor e apreço por mim mesma. Pelo menos todos olham pra mim com orgulho, eu pensava resignada.
- Aqui. Último brinquedo. Entra aí no labirinto. Se algum Orisa quiser te possuir, você deixa. Iremos esperar do lado de fora, eru Cho.
E assim eu sou empurrada pelo meu pai e largada dentro de um brinquedo que era um grande labirinto com paredes grossas de folhas.
- Eu não quero viver como uma escrava deles. Alguém me ajuda! Eu faço de tudo se alguém me ajudar. – Eu confesso solitariamente pra mim em um canto vivo do labirinto quando não tinha ninguém brincando.
Então eu vejo uma das paredes de folhas se abrirem como que por mágica, um arco pequeno e feito sob medida pra mim.
E eu o atravesso e fujo dos meus pais pra sempre.
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- Estão gostando da carne? Não se preocupem, não estamos na Mongólia Chinesa. Isso não é carne de eru não, podem comer.
Em uma mesa enorme e triangular, a Ji comia em uma ponta, a Orisa dos três olhos em outra; e eu na última.
- Sim, obrigada, Orisa.
Eu tento usar as coisas pontiagudas para pegar a comida, mas não consigo e acabo por pegar com a mão no final.
- Olha como essa vadia é primitiva e sem modos. – Ji caçoa de mim e usa os objetos com pontas prateadas como se fosse uma Orisa e soubesse comer em mesas de pessoas.
- Eu saberei cravar isso na sua garganta, Ji.
- Porque não tenta agora, Kang? Acha que eu tenho medo de você?
- Você vai pagar pelo que fez com a eru Cho, maldita!
- Me obrigue, sua puta. Me obrigue.
- Chega! – Wakuma ordena e nós nos calamos. – Eu as chamei aqui exatamente por isso. Comam e se recuperem. Deixem as suas mágoas descansarem até o round 6. Os VIPs ficarão aborrecidos se vocês se matarem antes do jogo final.
Obedecendo à Orisa chefe, nós entramos numa trégua e assim ficamos até o final do transcorrer do jantar.
- Estão satisfeitas? Querem alguma sobremesa?
Sobre-o-que?
- Sobremesa? Com todo respeito, Grande Orisa Wakuma, mas isso que comemos já não estava sobre a mesa?
Wakuma rir fartamente e de uma forma tão descontraída que até o seu olho da testa parece gargalhar sozinho e fica pulando o foco divertidamente de um lado pro outro.
- Não, Kang. Sobremesa é algo que nós comemos depois do prato. Escolha um desses aqui. Clap clap.
A Orisa dá palminhas no ar e após isso erus serviçais surgem com coisas coloridas muito bonitas e que parecem bem apetitosas e as colocam na minha frente e outras iguais e simétricas às minhas na frente da eru Ji.
Qual escolher? Eu nem sabia o que estava vendo. Eram várias cores e formas que eu nunca tinha visto antes.
- Essa aqui?
E do nada, ao invés de deixar a outra eru me servir (o que já seria uma honra que eu nunca tive), a Preta líder de nome Wakuma senta na mesa perto de mim e diz.
- Framboesa de Ouro? Isso é uma iguaria maravilhosa. – Ela pega um pedaço com uma colher. – Sabia que esse doce é caríssimo? Claro, não é tão caro quanto uma Boneca Francesa, mas também não é um brigadeiro ou donut de padaria. É uma torta de framboesas silvestres salpicada de puro ouro em cima. Como temos muitas colônias de mineração com milhões de escravos trabalhando nelas, metais preciosos de toda sorte são vastos e abundantes em BLACKAYE. Coma.
E ela me dá na boca.
- Não. N-Não precisa, Mestra Wakuma. – Eu respondo assustada.
- Que foi? Metal puro sai do organismo. Se você sobreviver ao último round não se preocupe que isso será excretado de dentro de ti sem riscos ou danos. É isso que te preocupa?
Os olhos dela eram gentis (os três), de tal forma que eu genuinamente sentia que ela estava preocupada com meu bem-estar.
- Não. É que... Vocês são Deuses e Deusas pra mim... E você me dando comida na boca... Nem meu Mestre fazia isso tudo por mim. Me perdoe.
E eu começo a chorar emocionada, enquanto a Wakuma me servia a Framboesa de Ouro na boca.
- Que fofinha você, Kang. Sei que pode ter sido duro pra ti ver outras brancas morrerem como moscas nessas provas. Mas a intenção desses jogos não é a crueldade, e sim dar uma chance a vocês de se reinserirem na sociedade de uma forma justa. Não foram vocês, erus, que escolheram disputar as provas? As regras e brincadeiras não seguiram de forma isonômica e igual para todas as escravas? Nosso domínio sobre vocês é natural, e nossa mão pode ser forte e pesada.
E ela faz (meio que pra demonstrar a analogia) um carinho na minha cabeça com uma mão concomitante ao doce delicioso vermelho e dourado que me dava com a outra.
- Mas nós também podemos ser benevolentes e nossas mãos carinhosas ao afagar com amor nossas erus. Cabe a vocês aprenderem a adorar essas duas facetas da nossa Superioridade Orisa.
Quando o doce acaba ela descruza as pernas da mesa e se prepara para voltar à sua cadeira.
Mas antes ela sussurra no meu ouvido o seguinte.
- E entre você e a Ji, eu torço por você, Kang. Mostre amanhã para aquela ex comuna e assassina socialista de Negros o quão incrível você é como uma eru nativa da nossa pátria, a Coreia, país orgulhoso do Grande Império de BLACKAYE.
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Hoje eu estava muito feliz.
Eu havia caçado no parque moedas e descolado uma singela moeda de 5 Big Black Coins.
- É pouca coisa, mas conseguirei pelo menos descolar um pão velho para a minha mãe.
(Essa moeda está meio velha, mas dá pra usar)
Erus não podiam, de acordo com a lei de BLACKAYE, ter dinheiro pra si e comprar nada. Mas no mundo real esse formalismo não era lá muito respeitado. Muitos mercadinhos locais pequenos tinham como donos Orisas flexíveis nesse sentido e que não se importavam de vender comidas de segunda ou fora do prazo para brancas de rua em troca de alguns BBCoins.
E quando eu voltava para a ponte que era a minha casa, encontro um grupo de Pretos com suas calças arriadas e fazendo minha mãe chupar suas rolas.
- Glohgloh. Gluhglohgluhgloh. Glup.
- Que putinha gostosa. Você tá sozinha? A gente te dá uma esmola maior se você tiver outra eru vivendo contigo embaixo dessa ponte.
Chupando com gosto e se esforçando para agradar eles, minha mãe de ninhada balança a cabeça no horizontal. Indicando que não mesmo com uma enorme rola preta entalada na sua garganta.
- Que pena. Então vamos acabar logo com essa puta.
- Glohglohgloh!!!! Gluh!!!! Glohgloh!!!!
O que forçava minha mãe a mamá-lo, segura a cabeça dela de uma força estranha, com uma mão atrás da cabeça dela e outra na frente. Esse Mestre era forte e desajeitado, quase como se não fizesse isso com suas erus, ao ponto do seu polegar entrar no olho da minha mamãe e ela ter que fechar a vista direita.
E assim ele goza fundo na garganta dela e na sua face. Depois jogam algumas moedas de Big Black Coins nela, uma até gruda espalmada na sua bochecha esquerda e fica ali.
- Vamos, pessoal. Eu não entendo porque outros Orisas têm branquinhas. Muito mais barato usar essas putas de rua que topam tudo por migalhas. Vamos lá.
E eles partem.
Eu dou tempo e vou até a minha mãe.
- Mãe! Você tá bem? Suas febre ainda não passou. Porque você fica servindo aos Mestres e evitando que eu a ajude também?
Ela se recosta perto da caixa de papelão sujo que eram as nossas casas e camas, e descola uma moeda de 10 BBCs e me dá do seu rosto.
- Como você acha que eu fiquei doente? As erus caseiras são cuidadas para não transmitirem doenças sexuais. Mas nós ao relento não. Eu só espero que estes Negros depois se cuidem, ao usarem objetos de rua inúteis como nós.
Eu abraço a minha mãe e fico no chão agradecendo. Mesmo nessa penúria em que estávamos e sem um Mestre para cuidar da gente, minha mãe de ninhada fazia de tudo para que eu tivesse saúde e voltasse a ter um Orisa ao qual servir.
- Eu prometo mãe, assim que eu arranjar dinheiro suficiente eu farei com que um Orisa carinhoso nos receba. Voltaremos a ser escravas felizes em um lar de Pretos e Pretas, eu prometo.
Com o peito chiando e a boca seca de falta de água, minha mãe raspa o gozo dos Negões da sua cara e usa aquilo como fonte de alimento e hidratação antes de me sentenciar.
- Tudo bem. Mas se eu não sobreviver até lá, eu quero que você cuide de outras erus da rua como nós que encontrar. Nada mais feio e cruel que uma branca que pisa nas outras achando que é uma Preta.
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- Nossa, tô vendo que você está com sangue nos olhos, Kang.
O dia do round 6 chegou e eu e a lesada da Kang somos postas em uma grande arena a céu aberto, com aquela Rainha de Espadas desenhada na terra escura com cal bem branca.
- A última prova será o Jogo da Rainha. Vocês ficarão dentro desse símbolo e perde aquela que sair ou for morta. Não há limite de tempo.
Eu e a Kang recebemos um escudo em forma de QoS do jogo de cartas e também uma espada real.
Rainha de Espadas.
Bem criativo o round 6, eu penso.
- Então? Pronta pra me matar para voltar ao seu Mestre, Kangzinha?
Kang dá uma pancada forte com a espada no escudo, fazendo um som metálico alto e ameaçador.
- Eu estou pouco me fudendo para o prêmio de 33 milhões de Big Black Coins. Eu só sei que eu vou tirar essa sua cabeça desses seus ombros, custe o que custar.
E ela parte pra cima de mim com muita violência e velocidade. Eu não esperava essa mudança brusca e pensei que poderia tentar desestabilizar emocionalmente com uma provocação aqui e ali ela.
- A putinha tá com raiva, né? Ngh!! – E eu defendo com meu escudo. – Você nem conheceu a Cho para se importar tanto com uma escrava criança.
Kang não parava e eu sou empurrada pela espada dela e estocadas até um dos cantos do desenho de Queen of Spades.
- Isso não é por ela, é por todas nós. Você nos mata e nos usa como se fosse uma Orisa. Mas hoje eu vou te lembrar de uma verdade que você se esqueceu. VOCÊ É UMA ERU, JI!!!
Kang me derruba no chão e com as duas mãos segura a sua espada encima do meu rosto, igualzinho o Mikael fez quando nos conhecemos, e eu sou forçada a repetir o ato e soltar meu escudo para conseguir momentaneamente detê-la.
Mikael...
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- Mikael... Mestre Mikael, está tudo bem?
Eu estava na sala da casa do meu Orisa e abraçava os pés dele servilmente e amorosamente, enquanto ele preocupado ficava a olhar para várias folhas de papel e a batucar com a caneta.
- Sim. Estou. Não precisa se preocupar, minha escravinha amada. Eu estou ótimo.
Mesmo que falasse isso, eu sentia que algo o aborrecia. Algo que ele não queria se dignar a falar com um mero pet doméstico como eu.
- Que bom! E se precisar de algum carinho especial, eu estou sempre a postos e obediente. Sua cadelinha pra você abusar a vontade.
Eu me ajoelho embaixo da mesa e vou beijando o pau dele na calça jeans. Quem sabe um boquete gostosinho com sua eruzinha querida fosse deixá-lo mais confortável e disposto.
Mas ao invés disso ele só me empurra com o pé.
- Não, Ji. Hoje não. Não estou com cabeça. Olha, eu vou ter que sair agora também e resolver algumas paradas. Cuida da casa.
- Tá bom, vou latir se surgir algum invasor e abanar o rabinho pra ti assim que voltar. Mestre?
E ele pega a chave da casa e do carro e sai, sem sequer notar a minha brincadeira para animá-lo.
E quando fico sozinha em casa, eu aproveito para levantar e ver o que o preocupava.
- Mas que tanto de cifras negativas são essas?
Meu Coreano era bom, só que em BLACKAYE se falava uma língua única e que fazia com que os idiomas secundários dos países do império sofressem miscigenações e fossem diferentes. Mas mesmo assim eu consigo ler mais ou menos o seguinte:
• Ração da Ji:BBCs
• Luz, água, internet:BBCs
• Roupas da Ji:BBCs
• Aluguel:BBCs
• Remédios, castração e cuidados gerais da JiBBCs
• Aposentadoria:+ 2000 BBCs
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Saldo:BBCs
Meu Mestre estava gastando muitas Big Black Coins comigo para me dar uma vida de eru de luxo, só que a sua aposentadoria do exército em baixa patente não comportava aquele padrão de conforto que ele estava querendo me dar.
- Eu fui a culpada por ele perder o seu emprego. Eu tenho que fazer alguma coisa para ajudá-lo.
Essas palavras ficaram ao vento e nos meses seguintes eu fiz de tudo para tentar auxiliar, só que em vão.
- Mestre Mikael, que tal você gastar menos comigo? Eu posso comer os seus restos ou aquelas rações de eru mais baratas, se isso for te ajudar.
- Não, Ji. Eu não quero te dar uma vida ruim. Eu tenho que arranjar outro emprego para te sustentar.
E ele não conseguia arranjar uma realocação, o salário dele eram bom e daria para se manter bem, até cuidar e possuir várias escravas como os outros criavam fora de casa e em canis. Mas o Mikael era um Orisa de classe média e que queria ter uma eru de casa tradada como se fosse uma escrava de ricos.
- Mestre, que tal você me alugar? Eu aceito ser usada e fodida diariamente por vários Pretos lindos e gostosos se isso for te deixar mais feliz.
(Eu posso te ajudar assim, o que acha?)
- Não! Para! Você não tá me ajudando! Você é só minha!
Não importava o que acontecesse esse estado de coisas nunca mudava.
Até que um dia Mikael me parecia mais leve e me chama para um passeio.
- Vem, minha eru. Vamos dar uma volta.
- Tá bom, Mestre.
Eu entro no carro e já ia para minha gaiola de erus clássica nos bancos traseiros do lado direito dos carros coreanos.
- Não. Senta comigo na frente, no carona.
Encabulada eu sento no banco da frente e ele sai. Eu sentia como tivesse feito algo de errado e fosse ser castigada em breve.
- Para onde estamos indo? Você tá bravo comigo, Mestre Mikael?
Com um sorriso estoico e melancólico ele me diz.
- Não. Não. Hoje tudo se resolverá. Você verá.
E só.
Durante horas ele vai dirigindo rumo ao norte e nenhum de nós 2 falava mais nada.
Até que numa estrada deserta e cercada por uma campina selvagem e montanhas distantes na paisagem, ele para no final da estrada.
Não bem no final propriamente dito, mas na frente de uma placa militar que impedia o avanço no meio das faixas.
- Onde estamos? Mestre??
- Aqui é o mais longe que um civil pode chegar. Mais à frente terão controles humanos de entrada e eu teria que me identificar. Eu te trouxe para o máximo ao Norte que eu pude. Eru Ji, você está livre. Eu estou te devolvendo ao seu antigo país. Pode sair.
E ele abre a porta automática que subia como asas de um falcão.
- Mestre Mikael, por favor! Não faça isso comigo! Eu sei que é falta de grana. Mas eu sou a sua escrava! Você pode me ter como sua eru e não gastar tantas Big Black Coins comigo. Eu viverei de lixo se for necessário pra te fazer feliz. Mestre, não me abandone. Você é tudo que eu tenho.
E do nada Mikael começa a chorar copiosamente.
- Ji, você não entende. Não torne esse momento mais difícil do que ele já é. Eu sei que Negros são superiores e que branquinhas são inferiores e nasceram para nos servirem como escravas. Mas você meio que me fez quase contestar essa verdade. Eu te amo, eru Ji. Aos meus olhos você é menos cadela que as outras erus e é quase uma Preta, entende? Meu coração não suportaria te manter degradada e sem cuidar bem de você. Infelizmente eu não tenho dinheiro pra isso. Como pedido de desculpa por ter te raptado da República da Coreia lá do Norte, eu estou te liberando aqui o mais perto possível. Se você for pela mata e selva conseguirá retornar à sua pátria. Vá ser feliz como achar melhor, Ji. Adeus.
Ele me empurra do carro e eu implorava que não. Que ele não fizesse isso comigo. Que ele mudasse de ideia. Que ele me perdoasse. Que ele comesse meu cu ali se isso fosse resolver.
Mas meu Mestre Mikael fecha a porta e vai embora pra sempre.
- NÃO!!! MESTRE!!! Eu prometo que arranjarei muitas BBCoins e voltarei pra ti! Nem que pra isso eu tenha que pisar em todas as erus da Coreia, seja do Sul ou do Norte!!
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- Sê acha que vai acabar comigo tão fácil, sua vagabunda? Vaza, sua puta!
Ji pega um punhado de terra e joga na minha cara e eu recuo instintivamente, tentando dar espadadas no ar enquanto piscava nervosamente com areia nos olhos.
- Ji! Sua genocida! Você irá pagar por tudo que fez!
Quando eu consigo enxergar melhor, a eru Ji chuta a minha espada da mão e começamos uma luta feroz baseada em socos.
- Para de descontar suas frustações em mim. Eu irei acabar com todas vocês para retornar ao meu Mestre! Tenha a dignidade de fazer o mesmo e cala a porra da sua boca!
Uma chuva forte começa a cair onde antes tinha um dia ensolarado e a gente vai se matando na chuva. Um hora corríamos atrás de um escudo negro e a oponente dava bicudas nele pra longe, na outra rolávamos na terra molhada e que soterrava uma espada e só os punhos bastavam.
Soco após soco cansávamo-nos mutuamente e a nossa luta vira uma disputa de resistência pura, como uma eruatlo daqueles que se vê na TV.
- Eu confiei em você. Fui sua amiga. E você me traiu!
Ji consegue me escalar e enfia os dedos impiedosos no meu pescoço.
- Eu não te traí, sua vadia idiota. Minha fidelidade é apenas ao Mestre Mikael. Agora morra, por favor.
Eu tava sendo esganada e com a visão embaçada, porém eu vejo alguma coisa estranha surgir sorrateira atrás da Ji, como uma planta gigantesca, branca e molenga, com um rosto.
Esse rosto infantil de escrava...
Cho???
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- Mas o que é esse monstro?!
Invadindo a arena, uma planta disforme e do tamanho de uma casa de dois andares havia surgido de um buraco no chão como um verme pálido e gigante vindo das profundezas dos piores sonhos humanos.
Atônita eu vejo aquela coisa abrir dentes estranhos e irregulares como gravetos ou estacas mortais e formar uma bocarra enorme e partir a Eru Ji ao meio e mastiga-la como se ela fosse um lanchinho da tarde.
- Enviem homens armados!
- Quantos, senhora Wak-
- TODOS ELES!!! AGORA!!!
Pessoalmente eu corro para fora da sala dos VIPs e tento assumir uma postura mais controlada para dar um recado antes de sair.
- Senhores, fiquem aqui. O vidro é blindado e da melhor qualidade. Seja lá o que for aquele demônio branco e gosmento, não entrará aqui. Irei pessoalmente lidar com aquilo.
Eu pego meus homens e vou em primeira pessoa ver a situação.
- Homens, protejam as instalações e os Orisas. Erus mortas serão só dano colateral. Mas que porra é essa???
Aquela coisa tinha um rosto humano na ponta, como uma cabeça menor e secundária de aspecto humanoide acima da cabeça arvorosa e monstruosa.
E estava próxima da Kang e conversando com ela?
- Fire!! Shot that damn monster!!
Meus Orisas abrem fogo naquela coisa, a eru Kang pega um escudo e consegue se proteger e sair da zona de tiro. A criatura recua até a parede com as saraivadas de tiro e fica inerte.
- Parem. Está morta. E.
E eu pisquei.
Nem meu terceiro olho conseguiu captar aquela movimentação. Em poucos milésimos de segundo aquela coisa deu um salto no ar e estava caindo na minha direção, eclipsando até as nuvens pesadas que também antes eclipsavam o sol.
Eu nunca havia sentido medo antes na minha vida.
Até esse momento pelo menos.
Um vidro se quebra e eu vejo uma figura vermelha dando um soco e jogando aquela coisa colossal e pesadíssima (dado o tremor de seu deslocamento) na parede como se fosse peso de papel.
- Conselheiro Vermelho!!!
Ele tinha me salvo de uma morte iminente e partiu pra cima da criatura.
- Wakuma! – Uma voz retumbante como um trovão vermelho ou chama na pradaria seca ressoa do Orisa Vermelho, como alguém que estava feliz de finalmente estar em um terreno que adorava e de ter encontrado um oponente à altura de seus poderes. – Essa edição do Jogo da Rainha foi a mais divertida de todas. Eu virei nas próximas.
E então ele enfia as mãos naquela criatura e elas brilham rubro. A criatura solta um estertor de dor e agonia e gemendo começa a secar, como uma árvore maligna sendo tostada na raiz de seu mal de origem.
E acabou, dessa vez em definitivo.
Com a situação mais calma e o bicho eliminado, os meus funcionários limpando o local e colocando os restos da eru Ji no caixão dela para cremação, e o Conselheiro isolando o cadáver da coisa e ligando para o pessoal da capital; eu anuncio a vencedora.
- Kang, você é a vencedora da 135ª Edição do Jogo da Rainha. Parabéns, escrava. Os 33 milhões de Big Black Coins são seus, ou melhor, do Orisa que você escolher.
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Como escrava eu não sei muito bem o que aconteceu depois, tudo foi um filme pra mim e passou em flashes.
- O que a criatura disse? – Uma investigadora Negra havia me questionado.
- Ela tinha o rosto da Cho. Ela pediu desculpas a mim. Por ter se perdido. E me chamou de mãe. Eu não sei o que isso significa, Mestra Orisa Policial.
Depois disso e de dar todas as informações pedidas e solicitadas, a Wakuma me chamou no seu escritório privado (uma sala linda com lareira e móveis pretos e dourados) para que eu escolhesse o meu futuro Mestre.
- Senhora Wakuma, com todo o respeito, mas eu posso escolher dois? Eu quero dividir o prêmio entre dois Orisas.
- Pode. Você é a vencedora do Jogo da Rainha. Isso não te torna uma Negra, mas digamos que você é menos eru do que era antes de tudo isso. Quem serão os felizardos?
- Orisa Mikael, o ex Mestre da eru Ji. E os Mestres da Cho. Por favor, eles merecem.
- E quanto a você?
Cansada de tudo, eu respondo.
- Voltarei a ser uma eru de rua, como a minha mãe foi.
Assim eu fiz e eles me trouxeram, dessa vez em uma limusine caríssima e não numa Ilaja, até a ponde onde morei por anos e anos.
- Kang, sério mesmo? Você pode ser minha eru assistente. Eu sei que você tem um bom coração e que nos servirá bem. Vem ajudar a organizar as próximas edições do Queen Game, se você acha que algo tem que ser aperfeiçoado. Você pode ajudar a melhorar o sistema de dentro, sendo uma escrava que tem genuína empatia por outras escravas.
Eu desço e me ajoelho na frente daquela Preta.
- Wakuma, eu agradeço. Mas se forem me dar uma escolha, voltarei a viver embaixo dessa ponte até morrer. Adeus, Front Orisa.
- Se é o que você quer. Adeus, Kang.
Durante os meses seguintes, eu simplesmente vivo embaixo da ponte com aquele bilhete da Cho, mas com medo de abrir e ver o seu conteúdo interno.
Até que uma figura conhecida aparece.
- Eai, eru campeã. Quer participar de um jogo inocente? Ganhar umas Big Black Coins fácil fácil?
Era o Orisa de terno que me aliciou ao Jogo da Rainha. Um acontecimento até recente mas que agora me soava como de séculos atrás.
- Claro. Dessa vez eu lhe darei uma surra, com todo o respeito, Mestre Orisa de Terno.
Minutos depois eu estava tomando uma surra de rola dele igual da primeira vez.
(Como posso ter vencido de todas as erus e pra esse Orisa perder de forma tão vexatória?)
- Parece que a tão incrível vencedora Kang não é lá grandes coisas. – Ele batia seu enorme pauzão preto no meu rosto e eu chupava suas bolas agradecida e feliz de servir a um Negro. – Mas leve na esportiva. Nem a melhor das melhores das erus consegue vencer contra o pior dos piores dos Orisas. É a natureza do universo.
Quando eu fico sem Big Black Coins para apostar, eu pergunto.
- Mestre, o que desejas de mim? Não me diga que é pra eu voltar ao jogo de novo. A Orisa Wakuma te enviou?
- Não. Haha! Não foi ela não. Ninguém me enviou, na real. Eu só passei por aqui e achei que você gostaria de rever a sua velha amiga que tá com saudade de ti, ou seria amiga velha? Enfim. Aqui. Inté.
Ele me dá o mesmo cartãozinho marrom de convite aos jogos que antes tinha me dado e vai embora.
Só que no verso havia um endereço escrito à caneta.
Eu vou até o endereço e era a de um prédio grande no centro da Coreia. Eu fico até com medo de estar poluindo o local e que uma Ilaja de limpeza passasse e me jogasse dentro.
Mas ao mostrar o cartão na recepção da entrada, uma eru toda bonitinha de terninho faz cara de nojo (como se não fosse uma branca) e diz.
- Elevador de serviço pra você. 16º andar.
E assim eu subo no elevador de escravas e vou até o andar correto.
Lá eu encontro um ambiente todo vazio. Não tinha nada. Nem móveis. Nem erus. Nem Orisas. Nada.
Mas em um canto perto da janela eu vejo uma cama com aparelhos estranhos fazendo barulhinhos mais estranhos ainda e apitando.
E nela uma eru muito idosa descansava.
- ERU OH??
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- Olá, Kang. – Soube que você não quis ficar com o prêmio. Nunca que uma eru vencedora do Jogo da Rainha fez isso.
- V-Você tá viva?! C-Como isso é possível?
- Sendo, minha criança. Desculpe por esconder isso de você. Mas somos muito mais parecidas do que pensas.
- O que você quer dizer com isso?
- Eu venci a 100ª Edição do Jogo da Rainha. Ao invés de dar o meu prêmio a um Orisa de fora, eu me apaixonei pelo sistema dos jogos e a Orisa Wakuma me adotou. A justiça inerente a cada etapa. Como cada uma das brincadeiras tentam demonstrar e purificar o equilíbrio básico do mundo: Orisas acima e nós embaixo, só que como iguais. Sem uma eru achando que é melhor que a outra. Veja, Kang. Observe com atenção.
E eu aponto para uma eru no frio, lá embaixo na rua.
- Eu estou vendo. É uma branca abandonada. Assim como eu.
- Assim como nós. É um ser inferior e que mesmo assim merece seu espaço no mundo. Merece viver. Ela está implorando por salvação. Mas perceba, essa eru não está implorando pra ser superior aos Pretos e Pretas, essa branquinha está suplicando por um lar quente e comida pra sobreviver, uma casa onde possa ser usada e sua inferioridade natural exercida como a Natureza nos programou. Agora repare. Nenhuma delas ajuda.
Alguns Orisas ricos passavam e suas escravas na coleira riam da cara dessa eru morrendo no frio na calçada.
- Brancas rindo e debochando de outras brancas. Erus corrompidas pela quantidade de Big Black Coins na conta de seus Mestres como se fossem delas e não Deles. E nenhuma ajuda. Nenhuma divide seu pão velho. Nenhuma dessas cadelas ajuda a sua irmã ao lado delas. Nenhuma é empática com a sua própria subespécie. E você sabe disso. Você viu aquela eru Ji crescer arrogante e sabia que tinha que matar o mal pela raiz. Tanto que escolheu dar o prêmio a outros Orisas e quis voltar à sua ponte. Seu refúgio moral. Para nunca esquecer da sua origem humilde, não é? A empatia foi maior.
- Me chamou aqui só pra esse discurso motivacional? Eu achei que tinha te matado e fiquei cheia de remorso e dor. E você me parabenizou por ter mentido pra você no jogo das bolinhas, lembra? Isso não faz sentido com o que está dizendo agora.
Eu sinto a morte chegando mais cedo do que previa, o meu tumor cerebral tirando tudo de mim antes que eu pudesse ensinar a ela mais da vida.
- Pobre eru inocente que você é, Kang. O mundo não é preto no branco. Até mesmo em BLACKAYE as contradições surgem. O que nós podemos fazer é aceitar o tempo que nos é dado e.
- E? Oh? Eru Oh?
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- Mãe? Papai? Eu mudei de ideia. Cadê vocês?
Eu tinha fugido deles no parque de diversão e agora estava com medo e arrependida. Não queria ficar longe dos meus pais, mesmo que eles se chamasse agora de Orisas e quisessem fazer aquelas coisas eróticas comigo.
- Mudou? Depois de eu ter me esforçado para salvar-lhe?
Um moço alto e branco com uma capa preta para do meu lado e eu quase grito.
- Quem é você? V-Vou chamar meus pais!
- Calma, criança. Eu escutei o teu chamado de ajuda. Se tu voltares aos teus pais, eles te escravizarão sexualmente pra sempre.
A voz dele era fina e fraca. Ele era meio transparente como se fosse um fantasma das histórias que meu papai me contava quando era pequenininha.
- Eles me amam. Eu não sei o que são erus, mas mesmo sendo uma eles irão me amar como filha.
O moço da capa preta e pálida sorri.
- Será? Deixe-me mostrar-lhe o que erus fazem. Venhas tu comigo.
E eu não arredo o pé de onde estava.
- Não vou. Meus pais me ensinaram a não confiar em estranhos. E se me obrigar gritarei por ajuda até a polícia te pegar.
- Não confias tu em mim? Quem obrigas tu e outros humanos a serem objetos sexuais, são os negros. Eu sou apenas um bom samaritano e que vê o absurdo desse reinado e sistema cruel de escravidão branca. Aqui. Talvez isso convenças a tu. Podes tu comestes e não te forçarei a transastes comigo em troca.
Era um algodão doce.
- Tá bom. Me dá isso, moço estranho.
- Boa menina és tu. Venhas comigo.
Mordiscando o algodão doce, eu o acompanho pelas vielas e becos. Ele se movimentava tão levemente que parecia um fantasma mesmo.
Até que ele para na frente de uma loja de conveniência 24h aberta de noite.
- Aqui? Porque aqui?
- Olhes tu o óbvio, pequena Cho. Quem estas presa ali na tua frente?
Completamente nua uma menina branca estava presa com uma coleira na grade e se tremia de frio.
Então um homem negro sai do lojinha com outros de sua cor e solta ela de lá.
- Olha só, a sua eru tá com frio. Você não falou que importou ela de fora pela Amazon?
- E importei. Paguei caríssimo para ter uma branquinha estrangeira e cadastrar a eru ID dela. Ela veio de Neggon e lá as escravas andam nuas de boas, eu vi isso na internet. Vem, carrega as compras. Em casa tu vai compensar os meus amigos por ser uma puta com defeito e sentir frio.
- Kkkkk. Eu disse que de Neggon tu tinha que comprar só mangás. Kkkkk. Mas quis também importar erus, dá nisso.
E eles colocam as comprar em cada metade de um suporte na coleira e deixam ela carregar as sacolas de quatro rastejando no chão.
- Isso é a vida de uma eru, Cho. Ela foi separada de sua família e terra natal e veio para a Coreia ser a escravas deste homem negro. Quando chegarem no apartamento dele, ela será montada por todos e forçada a transar coletivamente com vários negros. É isso que te espera. Quer mesmo voltar?
Eu não sabia ainda o que responder.
- Não sei. Papai e mamãe são diferentes. Quando eu os reencontrar eu farei que eles mudem. Talvez meus pais nunca tenham visto isso.
E ele gargalha.
- Que seja. Coma teu doce até o final, ele dará a tu o que precisas para enfrentar os Orisas. Quando você for escolhida para o jogo, talvez possas tu finalmente revê-los. As convocações acontecem sempre neste endereço. Adeus.
E o moço fantasma some e me deixa com um bilhete e uma canetinha.
- Aff. Quem era ele? Aí. Tá estranho isso aqui.
No centro do doce tinha uma coisa molenga, com uns fiapos vermelhos dentro de uma massa branca como se fosse leite com linhas de morango.
Eu termino o algodão e no verso do papel eu deixo um desenho, para quando reencontrasse meus pais.
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