2. Origens
Caminhando na praia sozinho, fui recordando todos os detalhes. Me lembrei de uma cena no banheiro da casa de meus pais, eu tomando banho de chuveiro e meu pai fazendo a barba diante do espelho. Eu estava ainda apenas na adolescência, devia ter uns doze anos, e meu pai disse:
—Você será um homem muito admirado e assediado pelas mulheres.
Na altura eu não entendia o motivo daquela fala. Eu ainda não tinha experiência nenhuma com mulheres. Meu pai se referia ao meu tipo físico. Sou mestiço, filho de pai branco com outra mestiça bem clara. Minha mãe também é filha de homem mestiço de índios e caboclos com outra mulher branca. Assim saí um mestiço muito claro, de olhos verdes e cabelos castanhos bem claros. Na estatura puxei meu pai, pois adulto tenho 1,78 m, e na beleza puxei minha mãe, que sempre foi muito bonita, dentes alinhados num sorriso largo, lábios perfeitos e nariz pequeno. Sou, desde pequeno, um menino bonito e elogiado por todos. Pratiquei muito esporte desde bem novo e com isso tenho bom físico com musculatura que aprendi a cultivar. E a natureza me dotou com um pênis acima da média, hoje, adulto, com comprimento e grossura respeitável. Talvez fosse esse conjunto que meu pai havia analisado ainda na minha adolescência. E por isso dissera aquilo. Na época eu não namorava e nem tinha experiência com mulheres, o máximo que tinha feito era só alguma pegação bem superficial com coleguinhas de escola e da vizinhança. Mas a adolescência passou rápido e as meninas da minha idade cresceram e ficaram muito ousadas. Meu pinto de adolescente também cresceu junto. Como minha educação sempre foi liberal, e meu pai sempre falando comigo abertamente, eu entendi logo cedo como as coisas do sexo funcionavam. E as garotas se jogavam bastante. E com os amigos da rua e do bairro de classe média onde eu cresci, fui aprendendo mais safadezas e malícias, que no início eram mais faladas e contadas do que realmente feitas. Mas logo chegou o dia em que as primeiras safadezas na prática aconteceram. Ocorriam nas festinhas de São João, nos quintais onde tinha árvores e muitos lugares para se esconder. As meninas estavam curiosas para beijar e serem beijadas, e outras até mais ousadas com peitinhos sensíveis por serem acariciados e beijados. Foi nessa altura que eu comecei a notar que as meninas ficavam sempre interessadas em me conhecer melhor. E me apalpavam com desejo. Eu não tinha ideia do meu poder de atração e me sentia feliz de que sempre houvesse alguma querendo me “conhecer” melhor. Eu nem sabia que eram elas mesmas que falavam umas para as outras, ampliando a minha fama. Mais adiante foi que descobri que elas tramavam entre elas para ver qual delas conseguia ficar comigo. As que conseguiam, que chupavam e se deixavam chupar, eram felizardas que depois contavam para as outras.
Com isso, não demorou para eu me tornar um sujeito admirado pelos amigos, desejado pelas moças, e cobiçado por mulheres até mais velhas. E foram estas mais velhas que me ensinaram a ser um bom amante. Aos poucos, de catorze aos dezesseis anos eu fui conhecendo novas “professoras”, mulheres separadas e carentes e até mulheres da prostituição que se engraçavam comigo. Tive tias e primas que me ensinaram muito em suas camas e sofás. Eu logo percebi que quanto mais discreto e dissimulado eu fosse, melhor era para preservar as minhas mestras. Meu pai era um homem muito vivido, liberal, e aconselhava, falava muitas coisas, dava dicas, ajudava, e com isso eu fui me tornando um rapaz cada dia mais experiente. As mulheres adoravam me ensinar o que mais gostavam no sexo. E com dezessete anos, já era considerado um homem “bom de cama”. Saí de casa para estudar e trabalhar e fui morar no Rio de Janeiro, pois buscava uma das melhores faculdades para me formar.
Os dois primeiros anos eu vivi deliciosamente livre na cidade maravilhosa, cheio de aventuras, com diversas amantes por uma noite, ou por poucos dias. Me dividia entre o surfe, o futebol de areia, o trabalho e os estudos para entrar na faculdade. E consegui. Minha primeira vaga na universidade foi em Jornalismo. E justamente quando entrei na faculdade com vinte anos eu conheci a Salva. Ela ainda era menor de idade, mas fez dezoito anos logo depois.
Era uma garota bem inteligente e amadurecida que frequentava o mesmo grupo de amigos na praia. Naquela época, em Ipanema, eu era um dos rapazes solteiros e desejados da turma. Embora eu fosse um sujeito discreto e bem controlado, eu já sabia o poder de atração que exercia nas mulheres, pois me tornara aos 20 anos um homem muito bonito, corpo com físico bem modelado, bronzeado de praia onde meus olhos claros e meu cabelo longo ajudavam a ser atraente. Estava sempre alegre, bem-disposto e animado, o que me ajudava a fazer muitos amigos. E minha habilidade sexual desenvolvida em alguns anos de encontros com mulheres muito mais experientes e mais velhas me dava uma boa vantagem em relação à maioria dos jovens da minha idade. Por isso, no início, mesmo notando um declarado interesse da Salva, eu evitava me aproximar muito por achar que ela era muito nova e eu não queria problemas. Ela, por outro lado, parecia ser uma garota muito legal e eu não queria ter compromisso com nenhuma. Mas a Salva soube alimentar a amizade, foi se aproximando, e tinha predicados que acabaram por me derreter. Ela era muito graciosa, não era tímida, era sexy sem ser vulgar, parecia mais madura do que muitas mulheres mais velhas, se mostrava sempre segura de si, era bem informada, culta, inteligente, e tinha os pés mais lindos e sensuais que eu tinha visto numa garota, calçava número 34. E mulheres de pés bonitos sempre me excitavam. Salva movimentava-se como uma bailarina, e seu corpo era uma escultura de tão perfeito. Tudo isso foi sendo fator de atração.
Ela não tinha uma beleza de bonequinha, era uma beleza mais brejeira, misturada, brasileiríssima, olhos grandes de cílios longos, boca bem desenhada de lábios sedutores, nariz pequeno, e um rosto harmonioso. O conjunto para mim se mostrou irresistível. E ela usava biquínis pequeninos, sem forro que marcavam tudo me deixando alucinado. Assim, eu, o grande sedutor, o rei da cocada, desejado por muitas, acabei seduzido pela jovem moreninha liberal que foi “comendo o mingau pelas beiradas”. E eu fui deixando acontecer. Me agradava muito o fato dela não ligar para usar sutiã, nem tinha vergonha de deixar os lindos seios médios de mamilos castanhos serem cobiçados, exibido em blusas bem decotadas ou justas. Ela me parecia ser uma mulher muito segura da sua feminilidade, que assumia gostar do sexo, e isso era para mim algo irresistível. Até fazer topless algumas vezes quando a praia estava mais vazia ela tinha feito, sem nenhum tipo de timidez. Mas era ainda virgem e eu esperei que se tornasse maior de idade. Assim, logo que ela completou dezoito anos, nós tivemos nossa primeira relação sexual. Sua virgindade foi perdia numa noite memorável poucos dias após a comemoração de seu aniversário. Eu a levei para jantar num barzinho, depois dançamos numa boate e finalmente fomos para o apartamento emprestado de um amigo. Eu levava lubrificante e com jeitinho e habilidade ela foi iniciada sexualmente de modo exemplar. Primeiro eu fiquei beijando e acariciando como sempre fazia. Mas como estávamos sozinhos em um quarto, pudemos nos despir lentamente trocando carícias. Nossa respiração estava muito ofegante, a emoção de fazer aquilo pela primeira vez, e não decepcionar, nem ser traumático, me fazia ser muito carinhoso e atencioso. Eu beijei o corpo daquela mocinha deliciosa por um bom tempo, em todas as partes e regiões. Quando lambi e beijava sua xoxotinha ela chegava a gemer em voz alta, deliciada. Salva deitada na cama de costas se oferecia com as pernas abertas e a cena era alucinante. Suguei também os seios com paciência e desejo e foi quando descobri que a Salva chegava ao orgasmo quando tinha seus peitinhos sugados. Depois de uns três orgasmos seguidos eu a deixei retribuir, e me chupar também. Ela foi aprendendo rápido, instintivamente acertava naquilo que mais agradava, e logo eu também estava a ponto de gozar. Foi delicioso esse processo inicial. Então, começamos a delicada e provocante etapa de preparar a primeira cópula, eliminando sua virgindade. Eu pelo fato de ser um pouco dotado, sabia que aquela bocetinha pequenina teria que se dilatar muito para receber meu pênis duro. Então, eu a provocava, a acariciava, coloquei um dedo, e depois deixava a pica na entrada, provocando sensações deliciosas. Foi a Salva que desesperada de vontade, aproveitou que estávamos bem lubrificados e relaxados e se pressionou sobre a pica, forçando a entrada e obrigando a romper o hímen pela primeira vez e definitivamente. Doeu, ela gemeu alto, sangrou, mas corajosamente, arfando, pedia, que eu a deflorasse, dizendo:
— Vem, mete, enfia, me faz sua! Me deflora. Meu macho! Me penetra e me possui inteira!
Na posição papai-e-mamãe eu fui enterrando a rola e ela dava ligeiras reboladas para facilitar a penetração. Ali vi que minha namorada era uma mulher que gostava muito de sexo, e gostaria sempre de foder e ser fodida. Ela ofegou e me unhava as costas, me beijava, me pedia para meter tudo. E foi assim que eu a deflorei de forma inesquecível para ambos. Nos tornamos desde então um casal inseparável. Naquela semana nós fizemos sexo todos os dias e a cada dia ficava melhor e mais fácil. Como ela tinha a xoxotinha pequenina, por mais cuidado que eu tivesse, ela sangrou várias das primeiras vezes, mas nem por isso ela deixou de fazer e de gostar. Na mesma semana fomos a um ginecologista que lhe receitou pílulas anticoncepcionais e nos libertou do uso de preservativo. Assim foi a nossa iniciação. E bastou isso para que passássemos a andar quase todo o tempo juntos. Viramos namorados em tempo integral. Minha vida de devasso aventureiro acabou, pois eu só tinha olhos e interesse para ela. E ela parecia que agia da mesma forma. Tivemos muito tempo e muita oportunidade para ela ir aprendendo a ser uma grande amante, uma mulher experiente e deliciosa no sexo. A diferença é que eu era um homem experiente e fazia a minha opção monogâmica já tendo muitas outras aventuras anteriores. Ela tinha sido iniciada sexualmente por mim, aprendera tudo comigo, e só a mim conhecia como amante. Isso era bom, mas a história provou que não foi algo favorável. Ela no fundo tinha vontade de conhecer mais.
Os anos passaram rápido, eu me formei como jornalista, e já trabalhava como fotógrafo em uma organização que demandava muitas viagens para reportagens. A Salva estava fazendo faculdade e ficava muitas vezes dias seguidos sem a minha presença. Foi quando ela passou a me cobrar aquilo, reclamar, se sentia insegura, solitária, passou a ser desconfiada, controlava para ver se eu não tivera casos paralelos nas viagens. Eu, mais velho e mais maduro, me tornara ainda mais desejado por muitas mulheres. Às vezes era até constrangedor, perceber que mulheres acompanhadas dos maridos ficavam olhando e se insinuando com segundas intenções. E eu tinha que disfarçar. Essa era a situação. Eu me segurando fiel e a Salva achando que eu aprontava.
No quinto ano do nosso namoro, eu já tinha um ano de formado, e a empresa para a qual eu trabalhava, confiando em minha competência, me enviava para muitas missões de trabalho em outras capitais. As mulheres sempre me assediaram, mas eu evitava a todo custo. Mas a Salva se tornou muito ciumenta, insegura, desconfiada, briguenta, implicante, e isso nos fez brigar algumas vezes. Por qualquer bobagem ela se zangava. Eu me exasperava com aquilo e a harmonia foi acabando. Ela foi ficando geniosa e implicante. A relação não era mais tranquila. Decidi que devíamos nos separar, tivemos uma discussão bem feia e rompemos.
E nessa altura eu me senti novamente liberado. Nessa época as mulheres se tornavam muito atraentes e oferecidas. Já com 24 anos eu me recordava da frase de meu pai na minha adolescência, e entendi finalmente o que ele queria dizer na altura. Acho que no período em que estava separado da Salva, ainda na fase de namoro, saí com mulheres de todos os tipos, casadas, solteiras, separadas. Cheguei a ter dois encontros num único dia, um à tarde, quando deixava o serviço, e muitas vezes na madrugada, se saísse na noite, ainda acontecia uma outra aventura casual. Foram três meses de total liberdade e devassidão. Eu era um homem livre, bem de vida, muito viril, e atraente.
Havia montes de mulheres lindas, gostosas, liberais, e sensuais interessadas, e eu gostava daquilo. Numa época muito liberal e com mulheres profundamente independentes. Salva, pelo contrário, nesse período se isolou, sofreu pela nossa separação, emagreceu, ficou deprimida. Uns amigos comuns me disseram que ela estava muito triste e carente.
Um dia nos encontramos na praia e ela chorando me confessou que estava muito arrependida de ter sido uma boba, ciumenta, confessou que me adorava, e faria tudo para que pudéssemos reatar. Ela soube por outros amigos comuns que eu estava saindo com muitas mulheres e achou que uma hora qualquer eu me apaixonaria por alguma. Me disse que tinha até pensado em suicídio, tal foi o seu desespero. Eu gostava muito dela, era muito companheira, me dava bem com ela na cama, era uma garota lida e sensual, e concordei em voltar. Eu queria um namoro sem crises e com harmonia. Fizemos então um trato de agir sempre com confiança no outro, não ter mentiras, não enganar, sempre usar da sinceridade, não ter cobranças, e deixar as coisas fluírem sem pressão. Então reatamos e voltamos a namorar. Foi uma volta muito feliz, os amigos festejaram, nossa paixão voltou intensamente, e três meses depois, por insistência dela, já estávamos casados.
Foi numa cerimônia muito simples na casa de uma tia dela, que juntou apenas as famílias e amigos mais chegados. Nessa época eu havia comprado o meu apartamento de solteiro que nós redecoramos para a vida a dois. Mas esse casamento teve somente o primeiro ano de alegria e grande companheirismo. Já no início do segundo ano, naquelas férias na praia, estávamos naquela situação crítica. E eu perdido e tremendamente ferido pela traição. Me senti muito triste. Mas de uma tristeza demasiadamente dolorida.
Refletindo naquele passado, quando andava pela praia sem rumo e sem saber o que fazer, naquela noite em que soube da sua traição, entendi um pouco das forças que levaram a Salva a fazer o que fez. Ela inexperiente, tinha curiosidade, e se sentia necessitada em ser desejada, se sentir sensual e sexy. Talvez até por competição comigo. Tudo aquilo podia até explicar sua atitude. Mas a sensação de ter sido traído, especialmente por um pretenso amigo, me revoltava muito.
Por duas horas eu andei como um zumbi, perdido em recordações, ferido nas melhores lembranças e me sentindo muito deprimido. A sensação de falência era avassaladora.
Aos poucos, à medida que a madrugada avançou, consegui formular um plano. Como era amanhecer de segunda feira, muitos dos amigos que tinham vindo passar o final de semana na casa, já havia partido de volta ao Rio de janeiro, pois trabalhavam. Assim, pude voltar à casa sem chamar a atenção. Entrei antes do sol nascer, e todos já tinham ido dormir. Adentrei no quarto sem fazer barulho e vi que a Salva havia adormecido exausta, ainda nua, talvez angustiada com a minha atitude de sair sem falar nada. Foi com muita dor no coração e contendo as lágrimas que olhei para ela deitada nua, dormindo sua beleza deliciosa. Mas que agora, a simples imagem, me trazia um gosto amargo de fel na boca.
Recolhi silenciosamente algumas coisas pessoais, não todas, para não dar nas vistas, coloquei na minha mochila, fui até na cozinha, onde podia acender a luz, e escrevi num caderno um bilhete para a Salva dizendo:
“Vou voltar para o Rio de janeiro. Você pode e deve ficar aqui. Não precisa dizer a ninguém o que houve, se não quiser. Uma hora eles vão saber mesmo. Esse é o tipo de coisa que não se pode esconder. Eu não tenho vergonha de ter sido traído e corneado. Só tenho muita tristeza e mágoa. Se preferir, diga aos outros que eu tenho uma questão urgente para resolver no trabalho e viajei ao amanhecer. Honrarei com nossa parte nas despesas da casa alugada. Mas não voltarei aqui nunca mais. Se você puder ficar aqui até o final das férias e me deixar em paz no Rio de Janeiro, até que eu consiga superar a raiva, eu agradeço. Não voltaremos a viver juntos. Se você puder ver para onde vai quando voltar, ajudará. Não a quero mais na mesma casa. Não quero mais nada com você. A casa já era minha antes do casamento e continuará sendo. Você sai, vai para onde quiser com o que desejar. Não faço questão de ficar com nada que não fosse meu antes do casamento. De hoje em diante, nada temos mais em comum a não ser uma certidão de casamento, inútil, e uma ferida que você abriu e talvez nunca mais cicatrize. Eu gostava muito de você, até hoje. Por isso a ferida arde. Espero poder um dia esquecer isso. Perdoar não creio. ”
Datei e assinei.
Fui deixar no quarto, na cama perto dela, e depois parti silenciosamente. Como era ainda muito cedo, todos dormiam na casa o que facilitava a minha partida.
Continua
Meu e-mail: leonmedrado@gmail.com
NOTA DO AUTOR: Esta história é parte integrante de meu próximo romance a ser publicado em breve. Trata-se de uma história de pessoas reais cujos nomes foram alterados propositalmente. Portanto, direitos reservados e história exclusiva. Não é permita sua reprodução. Vou publicar aqui algumas partes, até onde acho que é conveniente. Faz parte da divulgação de minha próxima obra.
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