**CAPÍTULO 10**
MATTHEW
Chego ao cinema e encontro Henry com pipoca e refrigerante. Sorrio ao vê-lo.
- Já comprou os ingressos? - pergunto animado para saber qual filme ele escolheu. Ele sorri eacena. - Então me diz qual filme vamos ver? - peço a ele. Henry me abre um sorriso travesso.
- Adivinha! - ele mexe as sobrancelhas. Olho em volta para ver os filmes que estão em cartaze meus olhos para em um.
- Ah não! Não acredito que você fez isso Henry. Não e não. - falo não acreditando no que ele fez. - Eu falei que não queria filme de herói e você comprou ingresso logo para ver Wakanda Para Sempre. - elevo a voz. - Henry eu vou te matar. - falo e ele morre de rir.
- Ah! Vamos lá, não vai ser tão ruim assim. - ele fala rindo. - E eu quero ver esse filme, estão todos falando dele.
- Então viesse sozinho. - bato o pé.
- Até parece. O povo iria pensar que sou nerd. Todos vêm acompanhados de amigos, namorados, maridos e amantes e só eu sozinho. Nem morto querido - reviro os olhos. Não posso acreditar que ele vai me fazer ver filme de super herói. Não que não goste, mas fala sério, minha vida está uma loucura para poder ver filme de ação.
- Não acredito que você vai me fazer ver esse filme. - digo. - Vamos ver isso logo antes que eu desista e deixe você aqui para assistir o filme sozinhoHenry para e me olha.
- Você não faria isso comigo. - eu rio da sua cara de espanto.
- Oh querido você não faz ideia. - ele ri.
- Você é uma pessoa má.
- Aprendi com a vida. - entramos na sala do cinema e sentamos nos nossos lugares. A sala estava cheia, esse povo gosta desse tipo de filme.
- Henry. Vamos embora. Você não serve para ver filme. - ele nega com a cabeça.
- De jeito nenhum, eu paguei para ver isso e vou terminar. - suspiro sem saber o que fazer. - Presta atenção no filme Matthew. - Ele diz como se fosse eu que estivesse o atrapalhando.
Continuamos vendo o filme e como sempre Henry continua a fazer os seus comentários engraçados. Presto mais atenção ao que ele fala do que ao filme.
- Você ao menos viu o filme anterior? - Pergunto.
- Não, não vi. - bufo é claro que não viu.
- Então você não pode falar o que não sabe Henry. E é apenas um filme pelo super herói de Deus! -Henry dá de ombros.
- Que seja, até que foi legal. Vamos comer alguma coisa. Estou faminto.
Resolvemos ir a uma lanchonete que tem perto do cinema. Henry não tinha outro assunto se não o filme.
- Cara você é pior do que mulher. - falo rindo dele.
- Até parece. Agora vou ter que ver o primeiro. Quero saber o que acontece. Isso não pode terminar assim. - Continuamos conversando, aliás Henry continuou com os comentários do filme. Comemos e ele me deixa na esquina da casa de Connor. Sorrio feliz pelo dia de hoje, são raros os dias em que me sinto feliz, e hoje é um desses. Entro em casa e Connor está vendo filme, meu celular começa a tocar, Connor percebe a minha presença e pausa o filme, sorrio para ele meio sem graça. Vejo que é Henry, reviro os olhos quando atendo.
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CONNOR
Ouço Matthew chegando e dou pausa no filme em que estava vendo. Seu celular começa a tocar e ele me olha com um olhar de desculpa.
- Não acredito que você está me ligando para falar do filme. - ele diz assim que atende. Matthew solta uma gargalhada. - Eu já te falei que você está parecendo uma mulherzinha. Sai dessa cara. - Parece que Matthew não foi ao cinema sozinho Começo a sentir raiva ao saber que ele estava acompanhado. Presto atenção na sua conversa. - Semana que vem? Sim estarei livre o final de semana todo. - ele faz uma pausa. - O que? Está maluco? Isso vai me criar problemas. Sim, sim eu sei. Tudo bem eu vou. – ele sorri. - Pode deixar, vou esperando então. Sábado de manhã às seis. Está combinado. Boa Noite seu chato. – ele deliga sorrindo. Quando ele olha para mim sua cara se fecha, chega a ser fofo de se ver.
- Vejo que sua noite foi muito boa. - sorrio para ele, Matthew abaixa a cabeça sem graça. Mas depois ele levanta e olha para mim e sorri.
- Sim minha noite foi maravilhosa. - ele diz com calma. - O filme foi ótimo e minha companhia foi muito boa. - tenho certeza que ele está fazendo de propósito, só para me deixar nervoso. Esse menino mexe comigo de um jeito que não consigo explicar. Dou um passo à frente e ele dá um para trás. Sorrio para ele.
- Isso é para completar a noite. - chego mais perto e o pego pela nuca e beijo seus lábio, mas o beijo é bem de leve para não assustá-lo e para que eu não receba um belo de um tapa na cara. Meus lábios tocam o dele como uma sinfonia, Matthew suspira e abre a boca, mas minha língua não entra, apenas mordo seus lábios e encosto minha testa na sua. - Não sei o que você está fazendo comigo Matthew, não consigo me controlar. Mas não posso deixar esse sentimento me dominar. Boa noite Matthew. - Com isso beijo mais uma vez seus lábios e vou para o quarto deixando um Matthew atordoado no meio da sala sem saber o que houve comigo.
Entro no banheiro e vou direto para o chuveiro, preciso de um bom banho para tirar Matthew da minha cabeça, o sabor doce de seus lábios está impregnado nos meus. Meu corpo clama pelo dele. Estou ficando louco, meu pau está duro e nada do que eu faça o fará amolecer.
- Mais que droga. - digo batendo a minha mão no vidro. Fecho os olhos e deixo a água quente escorrer pelo meu corpo. Penso em cachorrinhos, gatinhos, bebês e um monte de porcaria que não seja ele. Depois de alguns minutos consigo me controlar e meu pau toma jeito. Saio do banho e vou para cama. Durmo pensando em Matthew e como deve ser tê-lo debaixo do meu corpo me implorando para fazê-lo gozar.
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MATTHEW
Fico parado na sala sem saber o que fazer. Não sei explicar o que foi que acabou de me acontecer. Levo a mão até a boca, meus lábios estão formigando do simples beijo que Connor me deu. Ele foi tão cuidadoso que não senti medo. Senti-me seguro e amado, o que é estranho. Vou para o meu quarto e me preparo para dormir. Henry me ligou para me convidar para passar o final de semana no rancho dos seus pais, não estava muito convencido a ir, pois não quero arranjar problemas com o Connor, mas ele me prometeu que não tinha problema nenhum. Então como Connor não estaria em casa mesmo, eu aceitei o convite, só espero que ele não descubra e fique com raiva de mim.
Tomo o meu banho e vou direto para a cama dormir, o sono não vem de jeito nenhum então resolvo ver um filme e quem sabe eu acabo dormindo. Resolvo ver o filme na sala de cinema do Connor, desço as escadas em silêncio, todos estão dormindo. O que para mim é ótimo, não sei se tenho permissão para isso. Sento em uma das poltronas e escolho o filme que irei ver, tem tanto tempo que não tiro uma noite para assistir filmes que meus olhos se enchem de lágrimas por poder fazer isso agora. Escolho o filme '' As bem armadas '' com Sandra Bullock, o filme é de comédia. Era disso que eu estava precisando. O cansaço começa a chegar e o sono por fim me leva com ele.
Acordo assustado, sem saber onde estou. Olho em volta e percebo que estou no meu quarto, na minha cama e vestido apenas com minha cueca, nada mais. A última coisa que me lembro, é de estar sentado na sala de cinema vendo filme. Não sei como eu vim parar aqui. Com certeza Oliver me viu e me trouxe, mas acho que ele não teria a coragem de me despir. Meu pensamento vai direto para Connor, não posso acreditar que ele tirou minha roupa e só me deixou de cueca. Olho para minha cama e percebo que o outro lado dele está bagunçado, como se alguém estivesse dormido comigo. Connor não teria feito isso não é? Saio desse pensamento e vou me arrumar para preparar o café da manhã.
Quando chego na cozinha dou de cara com Connor só de cueca. Respiro fundo me controlando para não olhar seu corpo, o que se torna quase impossível.
- Bom dia! - ele diz sorrindo, o desgraçado sabe que estou me controlando para não babar pelo seu corpo.
- Bom dia! - falo andando em direção ao balcão. - Seu café estará pronto em vinte minutos. - digo começando a preparar tudo do jeito que ele gosta.
- Não tenha pressa, e você irá me acompanhar no café hoje. - Connor está bem atrás de mim, meu corpo fica em alerta, ele abaixa sua cabeça e deposita um beijo nos meus cabelos. - Quando for assistir filme na sala de cinema você pega um dos cobertores que tem para se cobrir, te encontrei toda encolhido ontem, você estava muito gelado, por isso te coloquei na cama.
- E tirou a minha roupa para eu ficar quentinho. Sei. - não consegui me segurar e falei sem medir esforços. Connor ri. - E ainda deitou ao meu lado pra se certificar que eu estava quente o suficiente? Sei como é.
- Muito espertinho você. - Ele aperta o meu nariz, parece que somos amigos há muito tempo eque sempre fomos assim, me sinto estranho com esse tipo de tratamento, tenho medo que daqui a alguns minutos tudo volte a ser como era antes. Connor sendo o ogro de sempre e eu sendo sua vítima.
- Está me atrapalhando aqui. Vai se vestir e me deixa fazer o café. - Connor sai da cozinha rindo. Solto o ar que não sabia que estava prendendo. O quê será que está acontecendo com o Connor? Isso é uma pergunta que eu não sei a resposta.
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CONNOR
Quando encontrei Matthew deitado na poltrona toda encolhido, não pensei duas vezes o peguei no colo e subi as escadas para o seu quarto. O depositei na cama e tirei seu pijama o deixando apenas de cueca. Deitei do seu lado e nos cobri com o cobertor, puxei Matthew para os meus braços e o observei dormir.
Matt se mexe em seu sono, parece que meu menino está começando a ter um pesadelo, o puxo mais apertado contra o meu corpo e o meu calor o envolve, Matt se acalma na mesma hora.
Não posso mais continuar o tratando mal, tenho que ao menos ser mais gentil com ele, não significa que vou depositar toda a minha confiança em suas mãos, mas tenho que dar algo para ele. Não sei nomear o sentimento que eu sinto quando ele está por perto, ou quando ele sorri. Só sei que passei cinco anos da minha vida amargurado, frio, sem sentir nada, e quando eu digo nada é nada mesmo. Mas não posso continuar assim, tenho que ser melhor, preciso ser melhor, sinto falta do homem que eu era. O apaixonado, romântico e carinhoso. Mas o que posso fazer se meu coração foi destruído pela pessoa que mais amava. Que eu queria construir uma vida.
Amor é uma merda, ele pode te fazer a pessoa mais feliz do mundo e ao mesmo tempo pode te deixar miserável. Olho para Matthew dormindo em meus braços, ele é tão calmo, fala o que quer, tem vontade própria e não aceita as minhas merdas. Matt é tão quebrado quanto eu sou. Tenho que fazê-lo confiar em mim e só assim poderei confiar nele. Beijo seu cabelo inalando seu perfume, Matthew é perfeito com sua imperfeição. Ele é o meu anjo.
- Eu prometo tentar ser melhor daqui em diante. Prometo que não irei agir igual a um ogro. A não ser que veja alguém dando em cima de você querido, pois isso me transforma em um homem das cavernas. - digo bem baixinho para não acordá-lo. Matt sorri em seu sono. Fecho os olhos e acabo dormindo.
Acordo com o corpo de Matt colado ao meu. Droga. Acabei dormindo aqui. Olho para ver se ele ainda está dormindo, não quero que ele se sinta ameaçado ou assustado comigo aqui. Levanto-me devagar e saio do seu quarto, sorrio para mim mesmo. Eu tive uma das melhores noites da minha vida, a melhor foi quando eu dormi com Matt pela primeira vez no meu quarto e na minha cama.
Desço indo direto para a cozinha, não me importo de estar apenas de cueca, tomo minha água pensando no que vou fazer a partir de hoje, sei que preciso mudar, mas estou tão acostumado com esse jeito que não sei se consigo ser a mesma pessoa de antes.