BAILE DE MÁSCARAS.
O GRANDE PRÓLOGO.
SINOPSE: um grupo de amigos viajava sob a escuridão da noite por uma estrada deserta quando foram surpreendidos por vários pedaços de vidro e pregos estirados ao chão. Três pneus do veículo que utilizam estavam furados e, após um certo momento, um de seus integrantes passou a ouvir música ao longe e, assim, o grupo adentrou um estranho bosque que havia por perto em busca da tal música. E lá se deparam com um mundo totalmente diferente do que eles conheciam e algumas criaturas bem peculiares. Mais adiante eles encontram um antigo castelo erguido no ponto final daquele bosque e descobrem ser a origem da tal música que tanto buscavam. O grupo então decide entrar no castelo e pedir por ajuda ao proprietário do lugar. Entretanto ali se realizava um grande baile de máscaras o qual se tratava da confraternização anual dos Deuses; um momento único onde eles esqueciam suas diferenças e refletiam sobre os recentes acontecimentos na Terra e a influência dos humanos sobre o planeta. Alguns se mostram totalmente neutros. Outros defendem e até admiram a humanidade. Já os últimos. Ah. Esses últimos veem os humanos como vermes parasitas, sanguessugas da natureza e destruidores do meio-ambiente. Algo que consideram merecedores apenas da plena extinção. O caso é que o grupo fora considerado como invasores do baile pessoal dos Deuses. Sendo tal invasão considerada um total desrespeito e insulto perante alguns desses Deuses o que pode ter sido a “gota d’água” para estourar em uma terrível disputa entre humanos e divindades.
CAPÍTULO 1: PRIMEIRAS IMPRESSÕES.
A cantoria e o samba corriam livres dentro do veiculo enquanto Daniel (o motorista) e Ellen (copilota) guiaram o caminho dos amigos Bianca, Ricardo, Alex e Lily por aquela escura estrada. A luz da Lua e o brilho das estrelas eram a única fonte de iluminação por ali. Mas a festa regida por Alex tocando seu pandeiro e cantando inúmeras canções de grandes intérpretes do samba trazia grande alegria aos viajantes. Sua amiga Lily, grande amiga de Alex e colega de trabalho o acompanhava como podia atuando de segunda voz. Vez ou outra ela olhava em seu rosto alegre e, por um breve instante, esquecia as investidas de seu patrão que diariamente tentava possui-la. Sendo Lily protegida em cada ocasião pelo amigo Alex que também trabalhava para o patrão de Lily. Um poderoso empresário, dono de um grande conglomerado de lojas comerciais da indústria têxtil da cidade tendo como especialidade produtos íntimos. Ele como seu segurança pessoal e ela como sua secretária. Mas o homem nunca desistia e dia após dia tentava Lily alegando que um dia ela cederia e seria toda e somente dele. Fosse como fosse. A festa então se completava com os gritos ensandecidos de Ricardo e Bianca, estes não eram apenas amigos, mas sim um casal de “ficantes”, como insistiam em se autodenonimar. Ricardo e Bianca eram dois jovens mimados, filhinhos de papai e mamãe, acostumados a sempre terem tudo na mão sem fazer qualquer esforço e incontáveis empregados para serví-los quando, onde e como eles bem entendessem, o casal era o poço da arrogância e da irresponsabilidade. Típicos exemplos de “playboy” e “patricinha” acreditavam que nada nem ninguém no mundo era mais valioso que eles próprios. Diferentemente encontramos Daniel e Ellen. Simpáticos, alegres, fiéis um ao outro mesmo não havendo qualquer compromisso assumido entre eles, isso porque nutriam no mais profundo de seus corações um sentimento mútuo de amor sem a coragem necessária para assumirem seus reais sentimentos e seguiam como grandes amigos; como no caso entre Alex e Lily. Mas que tal analisarmos de uma maneira mais abrangente os dados pessoais de cada personagem?
ALEX: segurança de um poderoso e malévolo empresário da indústria têxtil. Possui ombros largos e braços musculosos, mede aprox. 1,80m e pesa por volta de 85kg; é calvo; divorciado e pai de dois filhos já adultos. Possui 50 anos de idade e é superprotetor para com Lily, defendendo-a sempre que pode das investidas de seu patrão tarado que sonha em tê-la toda para si. Seus olhos são castanho-escuros e sua pele negra como ébano. Alex também é músico sambista sendo especializado no instrumento pandeiro;
LILY: secretária do mesmo empregador de Alex. Sofre constantes assédios de seu patrão que a todo custo deseja possuí-la. Mas sempre é salva das garras malignas do homem por seu amigo Alex. Sua família acabou se afastando de Lily devido a uma série de falsos provérbios proferidos em nome da moça. Possui 45 anos de idade, mede 1,65m de altura e pesa uns 70kg devido o fato de seu corpinho de sereia morena ser fruto de longos anos de malhação;
RICARDO: cabelos loiros e olhos azuis. Filho único. Foi criado como um verdadeiro príncipe e, assim, cresceu acreditando ser verdadeiramente um. É egoista, irresponsável e até narcisista. Não leva nada com um pingo de seriedade, ao menos. Podendo isso ser sua total perdição. Para ele nada nem ninguém é mais importante do que a si mesmo, nem mesmo seus pais. Mede 1,60m de altura com 56kg de peso, seus 22 anos refletem exatamente o garoto mimado que ele ainda é e que sempre foi;
BIANCA: cabelos loiros e olhos verdes. Também filha única. Também criada como uma princesa e criada achando que nada nem ninguém no mundo é mais importante que ela. Bianca é como uma versão feminina de Ricardo. Ambos egocêntricos, arrogantes e irresponsáveis. Só pensam em beber todas, curtir festas e mais festas e, claro, sexo. Mede 1,60m e tem os mesmos 22 anos que Ricardo. Talvez as únicas diferenças entre eles sejam justamente a cor de seus olhos e seus pesos e, ainda assim, até nas diferenças os dois se combinam bastante. Curiosamente as pessoas os confundem não como um casal de ficantes mas como um de irmãos;
DANIEL: 32 anos de idade, formado em literatura, é escritor e um grande fã dos mais diversos contos da mitologia grega. É de pele parda, seus cabelos e olhos são da cor castanho-escura, mede aprox. 1,60m e pesa por volta de 65kg, tem origem simples e uma barriguinha saliente. Possui um grande e secreto amor por Ellen o qual não se permite assumí-lo temendo não somente ser rejeitado pela garota como também estragar sua forte amizade com ela;
ELLEN: uma bela modelo de apenas 23 anos de idade. Possui 1,70m de altura e tão magrinha, coitada, pesa apenas uns 48kg. Tem cabelos lisos e compridos de cor negra e os olhos de um castanho tão escuro quanto os de Daniel. Diferente de Ricardo e Bianca que nasceram ricos e são bem arrogantes, Ellen é muito simples e humilde. Não gosta de sair se exibindo por aí ou que as pessoas façam algo por ela, sendo, inclusive, muito independente. É bastante educada e gentil com todos à sua volta e isso a torna uma garota bastante querida por quem venha conhecê-la.
CAPÍTULO 2: ENGUIÇADOS NO MEIO DO NADA.
A turma seguia viagem envolta naquela grande festa. Alex e Lily eram os responsáveis pela trilha sonora da festa ao passo que Ricardo e Bianca gritavam como loucos sons parecidos com: “IHUUUU” e “IHAAAA”. A esse momento os dois já demonstravam sinais de embriaguez sendo que mal conseguiam segurar uma garrafa sem entornar seu conteudo sobre o tapete do carro de Daniel. A atitude dos jovens era constantemente repreendida por Alex que os pedia cuidado para não despejassem cerveja no interior do veiculo ou a forte fragrância de álcool se impregnaria por ali. E, com demasiada frequência, os jovens ignoravam as solicitações de Alex. Daniel dirigia com a atenção redobrada na estrada pois além de aquele ser um local totalmente desconhecido, era noite e isso dificultava bastante sua visão. Ao seu lado Ellen se concentrava em qualquer fator externo prejudicial aquela viagem.
Vez ou outra o casal trocava certos olhares acompanhados por doces beijos disparados em suas direções. De repente, pode-se ouvir um agudo estrondo vindo da parte inferior do carro. Logo em seguida o veiculo começou a perder aceleração, reduzindo gradativamente sua velocidade até parar.
- Pow, Daniel, que porra foi é essa, mano? - perguntou furioso Ricardo por ter derramado a cerveja que segurava sobre boa parte de sua roupa.
- Olha aí. Enxarquei minha roupa. - completou.
- Eu bem que avisei... - observou todo brincalhão Alex.
Lily sorriu com o comentário de Alex e Ricardo gaguejou:
- Eu... Bem... qu-qu-que... A-a-... vi-vi.. sei.
Todos sairam do carrob para olhar o que havia acontecido e constataram que três de seus quatro pneus estavam furados.
- Nossa. Caramba meu. Que azar do caramba hein, meu amigo?! - afirmou Ricardo em um tom irônico.
- Você tem “step” no carro, Daniel? - indagou Alex.
Daniel balançou a cabeça positivamente mas sua expressão facial não era das melhores.
- O que foi, Daniel? Algum problema? - perguntou preocupada Lily.
- Sim, Lily. Eu tenho um pneu reserva na mala do carro. Acontece que é justamente esse o problema. Eu tenho apenas um e são três os pneus furados. - respondeu o motorista da noite.
- Ah, mas está tudo bem. É só você chamar um reboque. - comentou arrogantemente Bianca.
- Isso Bianca, muito bem lembrado, gatinha. - concordou Ricardo.
Então Daniel tomou seu aparelho celular de um dos bolsos da calça e tentou chamar por socorro.
- Más notícias... - comentou o homem.
- Ah, qual é? Não vem me dizer que o celular está sem bateria, né?! – resmungou Ricardo.
Com um cara aflita, Daniel respondeu:
- Sem bateria? É claro que não, Ricardo. Você esqueceu quem eu sou? Eu não passo o dia inteiro pregado no celular como você. – respondeu Daniel.
- Ufa. Ainda bem. – suspirou o jovem “playboy”.
- Agora quanto ao fato de o celular está sem sinal já é outra estória. – completou Daniel.
- Espere aí, Daniel. Você está querendo me dizer, por um acaso, que nós estamos aqui enguiçados no meio do nada e nossos celulares não têm sinal nem para pedirmos ajuda?! - questionou desesperada Bianca.
Daniel engoliu seco, deu uma leve coçada na parte inferior traseira da cabeça, respirou fundo e olhou para os companheiros de viagem sem saber de que maneira deveria responder Bianca. Ellen o consolou com um forte abraço. Ricardo e Bianca andavam desesperados de um lado para o outro e sussurrando que aquilo não poderia estar acontecendo com eles. Lily e Alex tentavam acalmá-los mas nenhuma palavra que dissessem era capaz de amenizar o nervosismo daqueles jovens.
CAPÍTULO 3: CURIOSOS SONS.
Decorridos alguns minutos começavam a alcançar os ouvidos de Daniel ritmadas e graves ondas sonoras. Por mero reflexo o rapaz perguntou aos demais se estariam por ouvir qualquer coisa. Todos responderam que não ouviam nada. Mas Daniel poderia jurar que detectou qualquer ruido chegando a seus ouvidos de algum local distante.
- Estranho. Podia jurar que ouvi alguma coisa parecida com uma música tocando ao longe. - comentou.
- Terá sido impressão sua Dani? - perguntou Ellen.
- Não sei Ellen, talvez.
- É. Talvez seja uma música ou talvez você já esteja ouvindo nosso cortejo fúnebre. - alegaram simultaneamente Bianca e Ricardo.
- Ah, parem com isso. Com vocês é tudo: “é o nosso fim. Nós morreremos aqui”. Uma mera porçãozinha de problemas e vocês já acreditam ser o fim do mundo. Já é hora de vocês crescerem, garotos! - afirmou impaciente Alex.
- Calma gente, nós precisamos manter a calma e tentar encontrar uma solução para o nosso problema. Estamos todos juntos nessa e não conseguiremos nada brigando uns contra os outros. - observou Lily.
- Concordo com Lily, pessoal. A situação já está bem difícil para o nosso lado. Por quê então haveriamos de piorá-la ainda mais com briguinhas desnecessárias? - lembrou Ellen.
Daniel seguia com a forte convicção de ter ouvido ruidos de canções ao longe e estava disposto a descobrir sua origem. Virava a cabeça de um lado para o outro buscando o ponto onde os sons se tornariam mais agudos a seus ouvidos. A discussão sobre sua situação atual prosseguia entre o restante do grupo e, sem perceber, Daniel acabou se afastando dos companheiros enquanto procurava pela origem dos desconhecidos sons.
- Dani? Aonde você vai? - perguntou a jovem Ellen notando que o amigo se distanciara do grupo, correndo, logo em seguida, para junto dele.
Ellen segurou as mãos de Daniel e perguntou se ele estaria bem. Ao que o homem respondeu:
- É aqui. Nesse canto da estrada os sons ficam mais agudos.
Ellen ficou em silêncio por alguns segundos e comentou:
- É verdade. Você tem razão, Dani.
- Você também consegue ouvir, Ellen? – perguntou Daniel animado por não ser o único que ouvia algum tipo de música vindo de longe.
- Sim. Agora estou ouvindo os sons que você mencionou. - respondeu a moça.
Daniel e Ellen então convidadam os amigos para se juntarem a eles E mais que depressa Ricardo falou:
- É música. Você tinha toda razão, Daniel. E onde há música há gente. Estamos salvos. Obrigado meu Deus. Ah muito obrigado, senhor. O que nós estamos esperando? Vamos logo atrás dessa música.
- Certo. Onde há música há gente. O caso é que a música parece vir desse bosque escuro e amedrontador. Você quer mesmo entrar aí? - comentou Ellen.
Ellen estava um tanto receosa de entrar naquele estranho bosque. E não era por menos. Eles literalmente estavam enguiçados no meio do nada. Em uma estrada iluminada apenas pela Lua e as estrelas e diante de um bosque tão desprovido de luz quanto. Após uma rápida votação ficou decidido assim. Ellen ainda não tinha plena certrza de que deveriam entrar naquele bodque mas não lhe haviam muitas opções após a votação. E o grupo apenas seguiu seu caminho bosque adentro.
CAPÍTULO 4: O BOSQUE, BELAS NINFAS E UM ANTIGO CASTELO.
O grupo penetrou o obscuro bosque e logo de cara teve uma grande surpresa. O bosque que, externamente, era sombrio como a estrada onde se encontravam, internamente tinha uma iluminação tão radiante que era como se o próprio Sol se fizesse presente. No busque havia inúmeros pássaros a cantar sobre os galhos das árvores, esquilos catando nozes a verde grama, uma pequena estrada de terra e um belo lago com água tão azul cristalina com o Céu.
Reparando um pouco melhor na composição vital do bosque, o grupo percebeu as presenças de estranhas criaturas o fitando de longe. Eram belas mulheres de aparências únicas e bem distintas umas das outras. Umas possuiam asas em suas costas e orelhas pontiagudas, outras carregavam uma simples coroa de rosas sobre a cabeça e um lindo ramalhete de flores as mãos, as últimas não eram dotadas de dons sobrenaturais como asas ou mesmo orelhas especiais e nem uma coroa em seu elmo ou rosas em suas mãos, essas, na verdade, era bem mais simples, usavam apenas uma pequena túnica que lhes cobria tão somente abaixo da cintura e uma pequena parcela de suas coxas. Boa parte de seus corpos permanecia completamente exposta sendo que, Ricardo, por sua vez, não conseguia tirar os olhos de seus belos pares de seios provocando em Bianca uma poderosa onda de inveja por Ricardo se encantar mais pelas belas mulheres do que jamais se encantou por ela própria.
- Oi. Tudo bem? Vocês moram aqui nesse bosque? Vocês poderiam nos ajudar? Nosso carro enguiçou aqui perto... – Lily falava tentando se aproximar enquanto as belas mulheres sumiam entre as árvores.
- Mal-educadas. Nem para socorrer quem mais precisa. - resmungou Ricardo.
- Ah, talvez elas tenham se assustado, coitadinhas. - comentou Lily.
- Certamente que não, Lily. Essas malcriadas não passa de um bando de egoistas. Nós todos precisando de ajuda e elas só pensando em si mesmas saem correndo para bem longe. – inconfomou-se o jovem demonstrando total indignação aos atos das belas mulheres.
- Engana-se, Ricardo. Você nem faz ideia do que está acontecendo aqui. Na verdade, nem eu mesmo sei. - comentou Daniel.
- Hã? O quê? Então dar para você explicar para gente ô gostosão? - Ricardo desafiou.
- Eu não sei como isso é possível, mas aquelas diante de nós agora a pouco não eram simplesmente belas mulheres.
- O quê? Como não eram belas mulheres? Você não as viu? Tão lindas como princesas ou anjos. Será que sua visão já está ficando turva?
- Elas não são mulheres porque são, na verdade, Alseides!
- Affz, lá vem você de novo com essa sua mania de Mitologia, Daniel. - afirmou furioso Ricardo.
Ricardo respirou fundo e com um tom de deboche, falou:
- Ok. Diz aí então. O que diabos é esse negócio de Alseides?
- Se você não fosse tão arrogante, você saberia, pois isso eu já falei inúmeras vezes com vocês. – comentou Daniel.
Alex, Lily e Ellen apenas concordaram com o amigo e Bianca virou o rosto disfarçando a própria ignorança compartilhada com o ficante.
- Mas vamos lá. Alseides são as Ninfas que habitam em arvoredos e bosques. - explicou Daniel.
- Então, você está mesmo querendo me dizer que aquelas belas mulheres eram... Digo... São Alseides? - indagou Ricardo.
- Exatamente.
- Mas como isso é possível, Daniel? Isso é loucura. Se você procurar saber não passam de mulheres fantasiadas, Daniel. - alegou a jovem Bianca fingindo tranquilidade.
- Poderiam ser, Bianca. Mas como você explica esse estranho bosque? Você, por acaso, reparou que aqui não existe qualquer iluminação artificial? Ou seja, esse local é bem original à realidade do planeta nos tempos mitológicos. O ambiente é puro e limpo. Não há construções como casas, vilas, indústrias, não existe lixo jogado ao chão, não há sinais de poluição e de nenhuma interferência humana. Prova? A reação assustada que as ninfas tiveram no momento da aproximação de Lily. - explicou Daniel refutando completamente a teoria da adolescente.
Todos fizeram um breve silêncio. Por fim Alex perguntou qual seria o próximo passo do grupo. Se continuariam seu caminho em busca da famosa música que ouviram ou se dariam meia-volta, retornando ao veiculo de Daniel e esperando amanhecer para, então, procurar por ajuda. Foi aberta uma nova votação e a decisão foi quase unânime. Com cinco votos a favor e o contra de Ellen, o grupo prosseguiu caminho ao encontro da tal música. Caminharam por cerca de 15 minutos e enfim chegaram a um antigo castelo com uma coloração predominantemente branca, construido por pedras e tijolos, com uma ponte de madeira interligando o castelo ao bosque e, em seu entorno, um belo lago com águas cristalinas tão azuis como o pequeno lago visto anteriormente.
O grupo se entreolhou impressionado. Alex, Lily, Daniel e Ellen começavam a se preocupar a respeito de tudo que estavam vivendo aquele momento. Seus corações já palpitavam como se estivessem com algum mal pressentimento. Por outro lado, Ricardo e Bianca se animaram bastante ao ver aquele castelo.
- Nossa, que castelo enorme. Com certeza as pessoas que moram aqui devem ser podres de ricas. - comentou Bianca.
- Com certeza, gata. Saca só. Além de terem um grande castelo e essa enorme piscina pessoal. Ainda têm um bosque com maravilhosas e jovens ninfetas.
- Ninfas, Ricardo. São ninfas. - consertou Alex.
- Está bem. Ninfas. Que seja, Alex.
- Ok. Mas e o que estamos esperando? Vamos logo entrar nessa magnífica mansão, pessoal.
Essas talvez não fossem as palavras mais sábias que Ricardo poderia pronunciar aquele momento. Mas será que Ricardo sendo quem é tinha alguma possibilidade de pensar por alguns instantes e pensar bem a respeito? Ficou então resolvido que o grupo seguiria seu caminho para dentro do castelo.
CAPÍTULO 5: O BAILE DE MÁSCARAS.
O grupo penetrou o castelo e ficou maravilhado com sua enorme beleza. Era bem iluminado, com lustres espalhados por todos os cômodos, nas paredes haviam enormes espelhos que chegavam a refletir boa parte do local onde foram expostos; cortinas vermelhas próximas as janelas; uma claraboia ao teto; trepadeiras de rosas das mais variadas cores decoravam os corrimões da escada principal; um longo tapete vermelho que cobria o solo da entrada ao topo da mesma escada; uma bela lareira cujo fogo era formado por chamas que tinham uma cor bem singular, parte vermelha, parte azul, parte amarela e, caso reparasse bem, podia-se identificar até a cor verde e um grande salão principal, o qual inúmeras pessoas vestiam trajes seguindo o padrão abaixo:
FIGURAS MASCULINAS: trajes unicolores (cada qual usava um traje de uma cor específica) confeccionados em malha cetim acompanhados por capa, protetores para pulsos e parte dos braços, coroas de cores idênticas as de seus trajes sobre suas cabeças, todos os demais itens dourados, máscaras decoradas com símbolos representativos que lhes cobriam os rostos, para finalizar, usavam sandálias rasteiras sob os pés;
FIGURAS FEMININAS: assim como as masculinas, as figuras femininas trajavam vestimentas confeccionadas em malha cetim, umas se diferenciavam das outras pela cor do figurino, sobre suas cabeças descansavam coroas douradas, seus pescoços eram envoltos em colares, pulseiras penduradas em seus braços, cintos amarrados as cinturas, ambos de cor prateada, e para proteção de seus pés, o mesmo tipo de sandálias rasteiras dos exemplares masculinos, mas com inúmeros detalhes a mais, além, de, é claro, máscaras a cobrir suas verdadeiras faces.
Essas pessoas ouviam uma bela canção tocada por uma grande harpa (a harpa tocava a canção por conta própria), comiam belas frutas, pães, certos artigos derivados de soja, bebiam taças e mais taças de vinho e discutiam sobre qualquer assunto e outros, por sua vez, dançavam em pares no grande salão principal. O grupo ficou verdadeiramente maravilhado com a cena que presenciava. Seus corpos estavam paralisados com tamanha beleza jamais vista anteriormente por eles. Quando, de repente, soou por todo o grande salão principal do castelo uma voz aguda e estridente indagando com grande descontentamento:
- Quem são esses infelizes seres que ousaram invadir nosso castelo?
CAPÍTULO 6: MALDITOS INVASORES.
Todas as figuras presentes no salão imediatamente se voltaram para o grupo. Em um simples piscar de olhos todos ficaram completamente imóveis apenas fitando os seis “invasores”; os que conversavam se calaram, os que dançavam pararam de se mover, os que comiam e bebiam largaram imediatamente seus alimentos e bebidas ao chão. Todos demonstravam estar bastante chocados com as pessoas diante de si. Nenhuma daquelas pessoas ou mesmo do grupo de amigos se atrevia a falar qualquer palavra que fosse. E novamente a voz aguda e estridente foi ouvida por toda a extensão do castelo:
- Respondam, vermes insolentes! Quem são vocês? - questionou esbravejando um “homem” com uma coroa sobre sua cabeça tão negra quanto sua vestimenta, e um símbolo de garfo estampado em sua máscara se aproximando rapidamente do grupo.
O grupo permanecia calado e imóvel no mesmo lugar em que esteve até o presente instante. O tal homem caminhava até eles com grande imponência uma aura sombria se formava em torno de seu corpo. Seu olhar era impiedoso como que o prelúdio de uma aniquilação. O homem enfim chegou ao encontro dos seis amigos e repetiu sua pergunta de forma ameaçadora:
- Perguntarei pela última vez. Quem são vocês suas coisas imundas? Respondam ou destruirei todos vocês agora mesmo!
- Opa. Muito prazer. - adiantou-se Ricardo estendendo uma mão para o homem desconhecido.
- Não me toque, seu parasita imundo! - recuou rapidamente o homem impedindo que a mão de Ricardo tivesse qualquer chance de tocá-lo.
Ricardo baixou o braço e voltou-se encabulado para perto dos amigos. Os demais pressentiam algo estranho no ar e seus corações se inquietaram bastante e Daniel suava frio, o pobre homem mal conseguia respirar, suas mãos tremiam e seus olhos chegavam a chorar por dentro de tanto pavor. O homem então abriu os braços se preparando para exterminá-los, dizendo:
- Morram! Vermes imundos!
(CONTINUA)...