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Livre de seu inconveniente guarda costa, Bruna se dirigiu ao grupo de homens que, juntos, seguravam seus copos e conversavam em pé, ao lado da piscina. Com o melhor sorriso que podia oferecer, provocou:
-(Bruna) E então senhores. O que vocês acham de a gente aproveitar esse calorzinho e cairmos nessa piscina que está nos convidando.
Todos olharam para ela e se entreolharam, porém, logo o Nildo informou que nenhum deles havia trazido roupa de banho. Sem se intimidar, Bruna informou:
-(Bruna) E quem é que precisa de roupa de banho? Afinal de contas, somos todos adultos aqui.
Dizendo isso, ela se aproximou deles, se virou de costas ficando próxima ao Marcílio e, virando o rosto para trás e levantando seus longos cabelos, pediu:
-(Bruna) Você pode me ajudar com esse zíper?
O homem, com as mãos tremendo, foi abaixando o zíper que ia até a altura da bunda da mulher. A cada centímetro que abaixava, ia mostrando sua pele alva e perfeita enquanto ele se esforçava para não tocar nela. Quando o homem chegou ao final, Bruna se virou de frente para eles e, com um meneio de ombros, fez com que o vestido deslizasse por seus ombros.
Primeiro apareceram seus seios médios, perfeitos e convidativos e depois a barriga, até que ficasse preso em seu quadril. Novamente ela se virou, voltando a ficar de costas e, mexendo sua bunda para um lado e para o outro, forçou o vestido com as duas mãos, deixando sua bunda a vista, pois a calcinha que usava era minúscula e não cobria nada.
Rindo da expressão dos homens, Bruna se atirou na água e, quando voltou à tona, olhou para eles e viu que os quatros se atrapalhavam na pressa de tirarem suas roupas.
Continua ...
Capítulo 05 – Escaramuças da Guerra
–(Bruna) Quem cair primeiro na água ganha um beijo. – Gritou Bruna se divertindo com a cena que via à sua frente.
Quatro homens, sendo que três deles eram pessoas de respeito e consideradas importantes para a organização de seu falecido pai e um que ela não sabia sequer de quem se tratava e, ao pensar nisso, ela se deu conta de algo que a deixou muito preocupada. Quem era aquele homem e o que ele estava fazendo ali?
Pensando bem, era bem pior. Se aquele homem era um estranho para ela e, da forma como ele agia, demonstrava também não ser conhecido dos demais, como é que ele tinha sido admitido naquela reunião? Forçando sua memória para esse fato, ela não se lembrava também de tê-lo visto no ambiente onde ocorrera a reunião, notando sua presença apenas pouco antes de se atirar na água.
Porém, em sua avaliação, era ele o mais bonito entre todos os outros que, diante de sua promessa já se atrapalhavam na pressa em se livrarem da roupa e, por esse motivo, apesar de ficar intrigada, resolveu deixar para questionar ao Djalma mais tarde, pois agora, apreciava divertida as cenas que se desenrolavam na sua frente. Cenas realmente hilárias, inclusive com o Nildo caindo sentado, provocando o riso de todos e atrasando ainda mais o ato de ficarem nus. Mas uma outra constatação a deixou irritada.
Não foi preciso para Bruna fazer nenhum esforço no sentido de descobrir quem era aquele homem, pois, notando que ela observava com atenção ao estranho, Lauro fez um intervalo em seu esforço de se despir e, se dirigindo a ela, explicou:
-(Lauro) Esse é o Cássio, Dona Bruna. Ele veio comigo. Nos conhecemos recentemente, mas ele provou ser de grande valia e, enquanto estávamos na reunião, ele ficou aguardando no jardim ao lado da piscina. Quando ele veio me procurar perguntando se já íamos nos retirar, eu falei de seu convite para nos refrescarmos na piscina e tive a liberdade de trazê-lo junto.
-(Bruna) E o que seria esta grande valia?
-(Lauro) Bom, ele me ajudou muito para conseguir algumas concessões que estavam difíceis de serem aprovadas e me mostrou algumas formas de conseguir o acordo com prefeitos que não estavam querendo colaborar com os esquemas da minha empresa.
Cássio, olhando fixamente para o corpo de Bruna que, com o movimento da água, parecia estar em uma dança sensual, disse com sua voz grave e, ao mesmo tempo, suave:
-(Cássio) Se a senhora se sentir ofendida com minha presença, eu posso sair e aguardar pelo Lauro lá fora.
Olhando para o rosto moreno e bonito do homem, cujo corpo, se comparado com os demais homens ali presentes, era o mais atlético, ela respondeu sorrindo:
-(Bruna) Os amigos dos meus amigos, são meus amigos. Vai ser um prazer se você ficar.
Ao dizer isso, notou pelo canto dos olhos que Djalma, tentando permanecer oculto, estava atrás de alguns vasos grandes. Era isto que a estava deixando irritada. Ela pensou que teria que conversar seriamente com seu empregado que estava agindo como se eles tivessem algo a mais do que aquelas duas transas, uma há muito tempo em um hotel e a outra mais recentemente.
Ela sabia que havia passado dos limites quando chamou Djalma de “amor” e tinha que resolver este assunto. E muito rápido. Mas, mesmo assim, quem ele estava pensando que era. Depois de pensar um pouco, ela decidiu que, se ele queria assistir a uma suruba, então ele presenciaria a maior orgia da vida dele.
Um outro fato, esse sim também preocupante, segundo sua própria a avaliação, foi Bruna ter percebido que Cássio não participava da disputa de quem entraria na água primeiro e receberia um beijo como prêmio. Ele se despia sim, mas de uma forma calma e metódica sem, em nenhum momento, perder a classe. Nesse momento seus olhos se encontraram e ela sentiu seu corpo nu, que podia ser observado através da água límpida da piscina, ser trespassado pelo olhar intenso que os olhos azuis e brilhantes do homem lhe dirigiam.
Mesmo estando dentro da água aquecida da piscina, não pode evitar o arrepio que percorreu sua espinha indo parar em sua xoxota lisinha e depois provocou a reação nela de esfregar suas pernas, uma na outra, como se isso pudesse controlar o seu tesão. Aquele olhar era algo muito intenso que, somado ao mistério que cercava aquele homem, provocava ainda mais sua libido.
Nildo, apesar de ter caído enquanto se despia, venceu a competição e, rindo dos outros, jogou-se na água e nadou até ficar ao lado de Bruna que lhe deu um selinho. Eufórico, o homem entendeu aquilo como uma licença e suas mãos que, embora muito bem tratadas, não se livrara da aspereza do tempo em que foi ajudante de obras, segurou ambos os seios de Bruna e o apertaram com força além daquela que faz desse ato um gesto carinhoso. Bruna sentiu uma leve dor e, como estava disposta a tudo para conquistar o apoio daqueles homens, engoliu sua repulsa e sorriu para ele.
Não demorou para que Bruna estivesse cercada por, pelo menos três dos quatro homens que acariciavam todo seu corpo em uma nova disputa, agora para demonstrar quem atingia mais partes de seu corpo jovem e nu. Ela gemeu quando sentiu um dedo grosso forçar a entrada de sua buceta. Lauro, até então o mais recatado de todos, segurou o rosto dela forçando para que ficasse virado para ele e beijou a sua boca macia.
Imaginando que não haveria como organizar aquela orgia, mesmo porque sabia que suruba organizada não existe, a jovem mulher se deixou levar ao sabor do desejo daqueles três ávidos homens, estranhando o fato de ver Cássio sempre em pé, perto deles, com os braços cruzados e o brilho de sempre no olhar, assistindo a tudo sem esboçar sequer um sorriso. O único indicativo de que aquele estranho homem dava de que estava excitado era seu pau apontado para o céu.
Levada para fora da água, Bruna foi obrigada a se deitar de costas em uma espreguiçadeira e ali foi fodida, primeiro por Lauro, depois por Marcílio e finalmente por Nildo que, quando enfiou o pau em sua buceta já alargada pelos paus dos dois homens que a foderam antes, gemeu de dor, se dando conta pela primeira vez que Nildo era dono de um pau respeitável. Sentiu os vinte e três centímetros de nervos que formavam uma grossura equivalente forçar suas paredes vaginais e se deu conta de que estava sendo literalmente fodida.
Entretanto, Bruna não podia negar nada àqueles homens. Ela decidira ser a puta, a devassa, a biscate que usava o corpo para atingir seus interesses e agora não tinha mais volta. Assim, nem mesmo quando foi levada a subir sobre Marcílio que se deitara de costas e, enquanto sentia o pau ainda duro pelo efeito de remédio, dentro de sua xoxota, sentiu Lauro se posicionando atrás dela e não demorou a perceber a intenção dele que, posicionando o pau na entrada de seu cuzinho, segurou em sua cintura e começou a enfiar seu pau de tamanho médio dentro dela. Sendo duplamente invadida, Bruna abriu a boca buscando por ar, mas o que recebeu foi o pau enorme e grosso de Nildo que invadiu sua boca.
Com lágrimas turvando sua visão, Bruna mamava aquele cacete enorme enquanto recebia outro que, se não era gigante, também não ficava nada a desejar, medindo dezoito centímetros, fodendo seu cuzinho e a obrigando a rebolar. Mesmo sem administrar isso, seu rebolado fazia com que os paus dos dois homens que a fodiam se alternassem em entrar e sair de seus dois buraquinhos e a sensação de prazer teve início.
Primeiro, um leve calor no estômago que depois foi expandindo e aquecendo até parecer que seu abdômen queimava e seu coração entrava em desespero, acelerando as batidas. Depois, esse calor todo retrocedeu e se concentrou em um único ponto, no centro de seu peito para, em seguida, começar a se deslocar para baixo, primeiro lentamente e depois acelerando, até chegar à sua buceta que pareceu explodir naquela sensação deliciosa do orgasmo. Tentou gritar, mas não houve como emitir nenhum som com aquele pau grosso forçando sua boquinha até atingir sua garganta.
Como se seu gozo ligasse uma chave, os três homens começaram a gozar juntos. Lauro e Marcílio despejando todo seu sêmen dentro dela e Nildo enchendo sua boca de porra fazendo com que se engasgasse, pois com um pau daquele tamanho socando sua garganta, não tinha como ela fazer os movimentos para poder engolir aquele rio de porra que começou a escorrer pelos cantos de sua boquinha.
Extenuada, cansada e literalmente fodida, Bruna deixou-se cair de lado. Então sentiu que estava sendo levantada da espreguiçadeira e se sentiu flutuando enquanto era carregada até a enorme ducha que havia perto da piscina por dois braços fortes. Sentiu que estava sendo carinhosamente lavada. Até mesmo a pressão para que a porra de dentro do seu cuzinho e buceta fosse expelida foi feito de uma forma carinhosa.
Seu rosto e peitos, melados com a porra de Nildo, foram limpos com suaves movimentos. De seu torpor, percebeu que alguém mais estava de aproximando do local e ficou preparada para um segundo round. Um segundo round que ela não saiba se seria capaz de participar, se preparando para deixar que aqueles homens a possuíssem da forma que quisessem mesmo que não conseguisse mais interagir com eles.
Sua preocupação foi em vão e soube disso quando ouviu a voz rouca, grossa e ao mesmo tempo suave de Cássio que era a pessoa que estava cuidando dela sugerir de forma muito enfática e com uma autoridade que até aquele momento não havia apresentado, que os demais homens não se aproximassem e depois, completando a “sugestão”, que eles fossem embora. Ficou aliviada em saber que, dos males que teria que enfrentar, estaria com o menor deles, que seria ser fodida por um único homem.
A higiene do corpo de Bruna continuava de forma tão carinhosa que seu corpo já reagia de forma favorável a ele. Então foi novamente carregada para a beira da piscina e sentiu seu corpo ser acariciado por uma toalha macia e felpuda que depois foi estendida no chão e ela sendo conduzida de forma a se deitar sobre ela. Então teve início uma massagem. Uma das melhores massagem que já recebeu em sua vida.
Se Bruna estivesse de posse de toda a sua capacidade de agir e pensar, ficaria intrigada de como aquele homem conseguira tudo aquilo. Primeiro a toalha e depois o óleo aromático que ele esparramava com sua mão macia sobre o corpo dela. Sabia, pelo perfume, que o óleo era seu e que sempre havia um frasco disponível em um armário próximo à entrada da sauna, de onde também devia ter sido retirada a toalha.
O que a admirava era o fato de um homem estranho, não só ter a capacidade de ir até esse armário e pegar esses objetos, como também pelo fato dele se preocupar com isso. Em sua cabeça, qualquer outro homem já estaria fodendo sua buceta, sem nem mesmo esperar que os outros acabassem.
Deitada de bruços sentiu as mãos macias acariciando seus ombros e depois descendo por sua espinha e voltando ao ponto de partida percorrendo a lateral de seu corpo. A pressão do corpo dele, sentado sobre sua bunda se deslocou para baixo e ficou sobre suas coxas, dando assim espaço para que as mãos chegassem à sua bunda e se dedicasse àquela tarefa que era um misto de massagem e carinho. Bruna se surpreendeu ao notar que sua xoxota já tremia e estava totalmente molhada de desejo.
As mãos, ao contrário do que ela desejava, não ousavam. Apenas se movimentou sobre suas nádegas sendo que, o máximo de sensação erótica que provocaram nela foi quando forçou as nádegas as abrindo e um dos polegares ficou fazendo leves carinhos em seu cuzinho marrom, antes de descerem mais em direção à suas pernas, indo até os pés que foram deliciosamente massageados.
A um pedido do homem, que falou com ela pela primeira vez ao ordenar que ela se virasse, começo a viagem de volta que transcorreu com a mesma normalidade até chegar à altura de sua buceta. Bruna, sem que fosse pedido, abriu as pernas e deixou sua xoxotinha exposta e, ao atingi-la, o homem começou a fazer carinhos nas laterais dela até que ela mexesse os quadris como se sua buceta, adquirindo vida própria, procurasse por um contato mais contundente com aquela mão macia.
Sentiu sua primeira vitória quando seu grelinho foi levemente tocado pelos dedos de Cássio que logo iniciaram um movimento circular, arrancando suspiros de Bruna. Depois os dedos percorreram os grandes lábios e forçaram pela abertura, sentindo o mel que escorria da xoxota excitada. Sorrindo, Cássio sentiu a consistência do mel que grudou em seu dedo antes de levar o dedo a boca e sugá-lo com um olhar que não negava seu prazer. Então se curvou e deu um beijo naquela buceta linda, lisinha e apetitosa que, mesmo tendo sido fodida a menos de meia hora, parecia ter se fechado em um esforço supremo para voltar a proporcionar prazer.
Se Cássio mostrara o que podia fazer com as mãos no corpo de uma mulher, sua boca provava que aquilo não era nada com o que estava por vir. Bruna foi chupada e teve dois orgasmos sucessivos com aquela língua áspera na medida certa e macia na medida necessária, explorava todos os cantos de sua buceta ou de seu cuzinho que logo foi experimentado e pode sentir a delícia de ser possuído por uma boca experiente.
Sem conseguir mais se conter, Bruna puxou os cabelos de Cássio fazendo com que ele deslizasse seu corpo para cima até que suas bocas se encontraram em um beijo pra lá de apaixonado. Ainda beijando a mulher, ele tentou a penetração, mas foi surpreendido por ela que interrompeu o beijo para pedir com voz lânguida:
–(Bruna) Ainda não querido. Eu quero chupar seu pau antes.
Cássio surpreendeu mais uma vez. Ele não ficou em pé ou fez qualquer outro movimento que apenas trouxesse seu pau para ficar ao alcance da boca gulosa de Bruna. Em vez disso, ele foi virando seu corpo de forma que ficassem na posição de sessenta e nove e atacou a buceta dela com sua língua que, sem conseguir se conter, abocanhou aquele pau que era mais pra grande, devendo estar próximo dos vinte centímetros e começou a chupar como se sua vida dependesse do que aquele cacete grosso poderia dar a ela.
Cássio, porém, se controlou para não gozar na boquinha dela e, depois de fazê-la gozar em sua boca, a deixou quieta por alguns minutos aguardando que ela se recuperasse do orgasmo intenso que acabara de ter. Entendeu que ela já estava pronta quando ela mesma tomou a iniciativa de levar a mão até seu pau e começar a bater uma carinhosa punheta. Beijou sua boca e depois perguntou com sua voz grave:
–(Cássio) Onde você quer agora? Quer que eu foda sua bocetinha apertada ou prefere ter meu pau enfiando nesse seu cuzinho guloso?
Bruna respondeu com a voz carregada de tesão, sem perceber que, desde o momento em que Cássio a carregou no colo para lavar seu corpo usado pelos três homens, deixara de representar e a sua resposta foi autêntica em desejo e excitação:
–(Bruna) Onde você quiser meu macho. Quero você em todos os meus buracos. Quero que você me foda como nunca fodeu ninguém em sua vida.
Sem responder, com apenas um sorriso no rosto, Cássio se posicionou sobre ela que logo foi segurando o pau dele e direcionando para a sua buceta que foi devidamente invadida. Na posição papai e mamãe, sem que suas bocas se desgrudassem em um beijo que durou enquanto ambos não gozaram, abafando os gritos que Bruna teria dado ao atingir um orgasmo tão intenso, como havia muito tempo não fazia.
Depois de descansarem, quando Bruna tentou se levantar dizendo que ia se lavar, Cássio a impediu dizendo:
–(Cássio) Calma aí, minha linda. A gente ainda não terminou aqui. Você disse todos os buracos, está lembrada?
Bruna apenas sorriu e aguardou pela recuperação total dele já antevendo o prazer que sentiria em receber aquela pica deliciosa em seu cuzinho.
De seu posto de observação, Djalma que não arredara o pé e a tudo assistira, agora estava duplamente preocupado. Para ele, Bruna se deixara foder por aqueles três homens por ser muita safada e com o objetivo de conquistar o apoio deles. Já, com o Cássio, ficara claro que existira uma aura em torno deles que demonstrava o enorme tesão que ela sentia.
Bruna sabia que Djalma estava ali. Em vários momentos ela conseguira visualizar até mesmo seu rosto crispado pela raiva que sentia em vê-la transando com outros homens. Em seu íntimo, seus sentimentos em relação a esse fato eram dúbios, pois se de um lado a deixava vaidosa saber que tinha a paixão de um homem que ela sabia que a seguiria até o inferno se ela pedisse, por outro, nunca fora prometido nada a ele e poderia ser um problema se ele passasse a agir como se tivesse algum direito sobre ela.
Entretanto, esse era um problema para ser administrado mais tarde. Ela não podia deixar que isso atrapalhasse o prazer que estava sentindo e que sabia que ainda teria naquela noite. E realmente teve. Cássio só foi embora naquela madrugada.
No dia seguinte àquela transa deliciosa com Cássio, Bruna acordou cedo e mandou avisar ao Djalma que logo estaria de saída para o escritório. Estranhou quando ele agiu diferente do que era acostumado, dirigindo ele próprio o carro que a conduziria até a empresa, pois normalmente ele ocupava um dos carros que fazia a escolta, deixando a função de motorista para um de seus subordinados. Entretanto, não demorou a perceber qual era a intenção de Djalma que, mal iniciaram a percorrer o trajeto, já foi chamando a atenção dela, dizendo:
–(Djalma) O que foi aquilo ontem à noite? Precisava mesmo de tudo aquilo?
–(Bruna) A ideia foi sua! Foi você quem disse que eu deveria usar minhas melhores armas e você sabe muito bem como sou boa nisso. Ou não sabe?
–(Djalma) Quando eu disse aquilo, não me referia a você se tornar uma puta.
Ser chamada de puta naquela altura era algo que não incomodava em nada à Bruna. Porém, ela sentiu que aquela conversa, se ela permitisse, ia acabar se transformando em uma DR e isso era a última coisa que ela faria com um cara que, se ela precisasse definir, seria apenas uma bela pica que era usada com precisão quando necessitava ser bem fodida. Talvez por maldade, acrescentou a esse pensamento outro de que, embora Djalma fosse bom de cama, estava longe de poder ser comparado com Cássio.
Ao lembrar-se de sua foda na noite anterior seu corpo sofreu um leve estremecimento. Há muito tempo ela não tinha gozado tanto. Talvez, a última vez que havia gozado assim foi quando o Renato, em um momento que resolvera marcar território, lhe dera uma verdadeira surra, e aquela não foi uma simples surra de pica. Ela apanhara literalmente, a ponto de ficar toda roxa por vários dias. Portanto, era necessário pôr um fim naquela conversa e foi direta:
–(Bruna) Olha aqui Djalma. O fato de que a gente tenha transado não lhe dá o direito de querer dirigir a minha vida. O meu corpo eu uso quando, como e com quem quiser e, se isso não estiver bom para você, basta avisar que resolvemos isso.
Djalma não esperava por uma reprimenda tão direta por parte dela e, sabendo que, se insistisse poderia perder seu posto, ou talvez o emprego e, o que era pior, a chance de estar próximo de Bruna de quem, se dependesse dele, jamais se afastaria.
Ao chegar ao escritório, já esquecida da pequena discussão que tivera com Djalma durante o trajeto, Bruna percebeu logo que era impossível que todos não notassem a transformação por qual ela passara. Não só por sua expressão estar diferente e ela agir de forma exuberante, sempre bem-humorada, provocando comentários entre seus subordinados de que a felicidade do chefe só podia significar uma coisa, ela estava amando alguém.
Não bastasse isso, ela era vista com frequência cochichando ao telefone enquanto exibia um brilho nos olhos que há muito havia desaparecido. O que rolava agora, até com algumas apostas, é de quem seria o sortudo que tinha conquistado o coração de uma mulher que, além de linda, também era extremamente rica, poderosa e inteligente. Porém, todos estavam redondamente enganados.
O coração de Bruna ainda estava fechado para o amor. Pelo menos para um novo amor. Naquele momento o que ela estava mesmo precisando era extravasar sua necessidade sexual e ter prazer como desejasse e precisasse, administrar seu recente interesse por Elisa e conseguir sobrepujar o ex-marido na disputa pelo poder na organização.
Contudo, era incrível como a mudança de comportamento de Bruna provocou uma alteração no ambiente da empresa. De repente, as pessoas riam mais, brincavam mais umas com as outras e, por incrível que pareça, a produção de todos também era maior. Só que, ninguém notava que duas pessoas não compartilhavam da felicidade geral. Renato e Elisa se sentiam incomodados com o comportamento da sócia e, embora tentassem esconder isso de todos, havia momentos em que não conseguiam, apenas reagindo de forma diferente.
Enquanto Renato a tudo assistia com uma expressão séria e tentando demonstrar que aquilo não lhe afetava, Elisa ficava inquieta e nervosa e passou a implicar com a Bruna em sua forma de agir.
Edna, que a tudo assistia sem interferir, estava feliz por achar que Bruna finalmente demonstrava interesse por alguém e, para ela, tudo o que importava era ver seus três queridos amigos felizes. Nada do que acontecera até aquele dia impedia Edna de amar Renato e Bruna como se fossem seus filhos e a única mudança que sofrera a esse respeito desde os tempos da faculdade, foi o surgimento de Elisa que, com sua pureza e seu jeito de menina precisando de amparo logo se alojou no coração daquela boa senhora.
Para Bruna, nenhum desses comportamentos deixavam de ser notados por ela. Também tinha ela suas próprias interpretações. Para ela, Renato agia assim porque desconfiava que sua alegria era em virtude de estar tramando alguma coisa que a deixaria em vantagem na luta que surgia no horizonte de suas relações. Quanto à Elisa, ela não conseguia decifrar direito, porém, um friozinho em sua barriga ocorria todas as vezes que ela imaginava que aquele comportamento pudesse ser ciúme. Já, com relação à Edna. Bom, Edna era apenas a mãe zelando por suas crias.
Bruna não sabia que só estava errada com relação ao Renato. Com todos os problemas que tiveram e que sabia que ainda teriam no futuro, imaginar que Bruna pudesse estar amando a outro homem o incomodava. Bruna então resolveu agir, porém, apenas com relação à Elisa, entendendo que com o ex-marido só poderia haver briga, intriga e disputas e esses eram problemas que ela evitava a todo custo trazer para o seu ambiente de trabalho.
Planejou então sua ação para o final do expediente, escolhendo um dia em que Renato havia saído para uma reunião com clientes e voltaria mais tarde. Sabendo que Elisa aguardaria pelo noivo na empresa e que estaria sozinha, esperou que todos se retirassem e só então se dirigiu ao escritório da jovem.
–(Bruna) Boa noite. Fazendo hora extra?
Elisa estava com um péssimo humor, justamente por ter ouvido nos corredores o comentário feito pela secretária de Bruna a outra funcionária de que a sua chefe hoje, novamente, chegara tarde, mas que devia ter tido uma noite e tanto, pois estava transbordando de felicidade. Então respondeu rudemente:
–(Elisa) Não se faça de boba. Você sabe muito bem que o Renato saiu e que eu sempre espero por ele aqui no meu escritório.
–(Bruna) Epa! Parece que a bela adormecida hoje está de TPM. Desculpa aí hein! – A expressão zombeteira de Bruna ao dizer isso fez com que Elisa se irritasse mais ainda.
–(Elisa) Olha aqui. Porque você não vai à pu ... – De ... Desculpe. – As duas ficaram se encarando e Bruna não resistiu a provocar sua sócia.
–(Bruna) Hum! A Santa Elisa quase disse um palavrão!
As duas se encararam. Elisa com um olhar fulminante e Bruna tentando parecer séria, porém, sem conseguir esconder a expressão zombeteira que se apoderara de seu rosto. Então desafiou:
–(Bruna) Vamos lá, Elisa. Solte o palavrão. – Elisa apenas a olhava sem conseguir dizer nada e ela continuava a provocar: – Se solte garota. Pelo menos uma vez na vida aja como uma mortal comum e demonstre raiva, ódio, vontade de matar. Faça alguma coisa. Coloque essa coisa que está te incomodando para fora. Vamos lá! Fala, porra.
Elisa sabia que não tinha forças para enfrentar esse tipo de situação. Principalmente tendo Bruna como adversária. Então, por maior que fosse seu esforço, não conseguiu evitar que lágrimas escorressem de seu rosto. Aquilo mexeu com Bruna que se aproximou dela se desculpando:
–(Bruna) Oh meu amor! Não fique assim. Eu só estava brincando, não queria te magoar.
Então veio a explosão por parte de Elisa. Como um rio represado que, quando livre sai derrubando tudo em sua frente, lá se foi a timidez, a educação, o receio de ofender os outros e ela disparou:
–(Elisa) Vai à pu ... Vai à merda Bruna. Ah! Quer saber. Vai tomar no seu cu. – Bruna ficou estarrecida e, com a boca aberta em forma de um ‘o’, a encarava sem conseguir falar nada. Então Elisa continuou: – Isso mesmo, sua biscate, vadia, vagabunda. Por que você não vai dar essa sua buceta usada para o novo amor que você encontrou e para de me encher o saco?
–(Bruna) Novo amor? – Conseguiu dizer Bruna antes que a torrente de insultos continuasse.
–(Elisa) Isso mesmo. Você não gosta disso? Não é você que gosta de dar pra todo mundo e já deu até por dinheiro? Então, agora fica aí flutuando com sua felicidade só porque pensa que encontrou outro trouxa para você trair e fica enchendo o saco. Vai se foder bem longe de mim. E quer saber mais ...
Nesse exato momento, caiu a ficha e Bruna percebeu qual era o motor que alimentava toda a raiva de Elisa. Em outro momento, ela poderia tentar racionalizar como aquela garota poderia estar sentindo ciúme dela, mas, naquele exato momento, da forma como isso fora revelado, ela não conseguiu controlar e uma sonora gargalhada invadiu o ambiente.
–(Elisa) Pare de rir de mim sua puta.
Elisa disse essas palavras aos berros e, ao ver que nem assim Bruna parava de rir, perdeu de vez a calma e partiu para cima dela tentando lhe empurrar para fora da sala que, ao perceber a reação da outra, apenas segurou os dois braços que se estendiam para ela e, num movimento inesperado, empurrou-os para que passassem por cima de seus ombros.
Isso fez com que Elisa se aproximasse ainda mais dela que, soltando os braços da garota, levou uma mão à sua nuca e a outra à cintura e, mantendo-a imóvel, levou sua boca até a dela e a beijou. Antes que as duas se dessem conta, Elisa correspondia ao beijo e também apertava o corpo de Bruna ao encontro do seu.
A intensidade daquele beijo só foi aumentando com as línguas das duas mulheres lutando na busca de espaço na boca uma da outra. De repente as mãos abandonaram a posição inicial e começaram a passear em busca dos pontos erógenos. As de Bruna deslizaram pelas costas de Elisa até chegar à sua bunda para apertar em um movimento que ia fazendo com que sua saia subisse chegando quase ao ponto de descobrir sua bunda.
Enquanto isso, Elisa puxou sua mão para frente e tateou pelos ombros e foi se movendo até atingir os seios que ela massageou com carinho. Depois, com ousadia maior, procurou pelos botões da blusa e abriu os dois primeiros, com isso permitindo que sua mãozinha delicada tivesse contato com a pele macia do seio de Bruna.
Tudo isso acontecia sem que suas bocas se desgrudassem, o que abafava o gemido que ambas emitiam e o fato de não estarem fazendo ruído permitiu as duas ouvirem passos que vinham pelo corredor. Desgrudaram-se no momento exato em que a porta se abriu e, por trás dela, surgiu o rosto sério de Renato.
A cena que se desenhou diante dos olhos de Renato era reveladora. Elisa olhava para ele com os olhos arregalados e o rosto muito vermelho, exatamente como fazia quando estavam transando e ele ainda conseguiu perceber o gesto dela abaixando a saia e a alisando com as mãos. De Bruna ele não conseguiu ver o rosto, pois ela ficara de costas para ele, mas era nítido, pelos movimentos que fazia e a posição de seu braço, que ela estava fechando os botões de sua blusa.
Renato ficou paralisado, olhando para aquela cena, até que Bruna se virou e, sussurrando um “até amanhã”, passou por ele com passos rápidos em direção ao corredor. Ele olhou mais uma vez para Elisa e depois se virou e saiu apressado atrás de sua ex-esposa. Quando a alcançou, segurou em seu cotovelo, fazendo com que ela se voltasse para ele e disparou:
–(Renato) Você é mesmo uma pessoa horrível. Onde já se viu usar Elisa para me atingir assim? Pois fique sabendo que ...
Algo na expressão de Bruna calou a boca de Renato. Ela o olhava com uma expressão que ia da dor ao desespero. Ele conhecia aquela expressão. Fora a mesma que Bruna lhe mostrara quando ele a acusou de ter transado com outro homem, quando, na verdade ela havia transado com Ester. Sem que ninguém precisasse explicar, ele entendeu que havia algo muito maior que um sentimento de vingança ou de uma tática para atingi-lo. Consternado, baixou a cabeça e perguntou com voz baixa:
–(Renato) Por quê?
Bruna respondeu com um fio de voz:
–(Bruna) Eu não sei. Só aconteceu. – Depois ela engoliu a bola que pareceu se formar em sua garganta e continuou: – Eu sei que você vai dizer que eu estrago tudo o que toco. Mas fique tranquilo, não vou fazer nada que machuque a Elisa. Não vou fazer nada que te machuque mais do que já te machuquei. Você sabe que pessoas como eu estão proibidas de amar alguém, pois sempre acabam machucando àquelas as quem ama. Então, vou só acertar as coisas por aqui e vou me distanciar da vida de vocês. Eu te prometo isso. Eu não quero mais fazer ninguém infeliz.
Renato nada disse. Era a primeira vez, depois de muitos anos, que ele conseguia ver através da expressão de Bruna. E ele sentiu sua tristeza. Mas também havia amor e uma necessidade enorme de ser amada, além uma dor enorme. Ele estava confuso, porém, se ele pudesse ler o pensamento de Bruna, talvez ficasse mais tranquilo. Finalmente, aquela necessidade que Bruna vinha sentindo de mudar seu modo de ser e de se tornar uma pessoa mais controlada, inclusive, conseguindo manter uma conexão entre amor e prazer, estava começando a tomar espaço em sua consciência. Ela não sabia o motivo nem como, mas sabia que a última coisa que queria em sua vida era ver Elisa ou Renato sofrendo.
Mas Renato ainda tinha outro problema para resolver. Como tratar do assunto “Bruna” com Elisa? Eles ainda estavam se reconciliando da mentira que ele contou para ela e, além de imaginar que pudesse haver algum tipo de sentimento envolvido na situação, não queria ter que abrir definitivamente o jogo para Elisa, contanto para ela as suas suspeitas, fossem elas relacionadas à disputa de poder na organização ou o fato de Bruna poder estar interessada em Elisa. Decidiu que iria esperar outro momento para tocar no assunto.
Durante o restante daquela semana, o ambiente no escritório voltou a ficar tenso, para desespero de Edna que ficara tão feliz em ver novamente uma expressão alegre no rosto de Bruna e agora, não só ela voltara a agir com seriedade e parecer triste, como Elisa também passou a agir de forma estranha. O único que continuava o mesmo era o Renato, mas isso não era motivo de contentamento, pois o mesmo, no caso dele, significava que ele andava cabisbaixo e demonstrando uma preocupação extrema.
Para o final daquela semana, estava prevista a chegada de uma grande carga de contrabando no porto de Santos. Bruna era a pessoa mais interessada no sucesso daquela operação, pois esse sucesso serviria para ela afirmar sua posição na chefia da organização e demonstrar que era capaz. Renato, dividido entre o desejo de não atrapalhar e ao mesmo tempo desejando um fracasso, determinou ao Ademir que enviasse homens para acompanhar de perto a operação, com ordens claras de que não deveria intervir sob nenhuma hipótese.
O que nenhum dos dois sabia é que Jürgen, depois de receber o relatório verbal de Clara a respeito das atividades da família, determinou que Bruna e Renato, além de seus mais diretos seguidores, fossem vigiados vinte e quatro horas por dia. Esse conjunto de ordens fez com que, em um único local, estivessem reunidas pessoas de três grupos diferentes.
No início, a operação correu normalmente, com dois contêineres sendo fixados em duas carretas e dirigindo para a saída do porto. Ao carregarem a terceira, penúltima delas, houve um problema no engate que fixava o contêiner na carreta, provocando uma movimentação anormal em volta do veículo e fazendo com que Djalma determinasse a um de seus homens que fosse verificar o que estava acontecendo.
Ao ver um dos homens aparentando estar fortemente armado se dirigir para o local de estiva e que, ao fazer isso ficaria por algum tempo fora da vista dos homens de Renato que a tudo observavam sem serem vistos, Ademir ordenou a um de seus homens para segui-lo.
Aquela movimentação estranha chamou a atenção dos homens de Jürgen que, imediatamente, abandonaram o local de observação para ver o que estava para acontecer e isso foi um erro que quase põe toda a operação a perder. Ademir percebeu o movimento estranho de dois homens se dirigindo para onde acabara de ir o seu subordinado e, preocupado com a segurança dele, ordenou aos demais para que aguardassem e foi atrás.
Tantas pessoas agindo furtivamente e agora deixando que suas presenças fossem descobertas, era uma receita cujo resultado não prometia nada de bom. Os homens de Jürgen, ao verem que eram seguidos por Ademir e, sabendo que, em caso de uma escaramuça teriam inimigos à sua frente e atrás, cortando a retirada, voltaram correndo para o veículo que ocupavam, já empunhando suas armas. Ademir não vacilou e atirou acertando a perna de um deles, enquanto seu companheiro, ao ouvir o tiro, retornou correndo para ver o que acontecia. O mesmo aconteceu com o outro que havia sido enviado por Djalma.
O quadro que esses dois homens se depararam quando chegaram ao local onde ocorreu a confusão não deixava dúvidas de que um grande problema estava ocorrendo. Pensando primeiro em se proteger, ambos se enfrentaram, atirando um no outro e esse foi um erro fatal, o homem de Djalma foi atingido no peito e no braço, porém, como usava um colete a prova de balas, o pior ferimento foi o do braço. Porém, o cumplice de Ademir não teve a mesma sorte e foi atingido por uma bala na cabeça, morrendo instantaneamente.
Com o tiroteio sendo ouvido, sirenes foram disparadas e um verdadeiro inferno ocorreu no local. O resultado foi que o cúmplice de Djalma foi detido como suspeito de assassinato, o contêiner que estava sobre o caminhão e mais um que seria o próximo a ser embarcado foram apreendidos, causando um grande prejuízo a Bruna que, além de perder a carga desses dois contêineres, ainda gastou uma fortuna para libertar o membro de seu bando que fora detido, sem falar no valor dispendido para impedir que investigações mais efetivas a ligassem ao contrabando apreendido.
Para tudo ficar pior, ela ficou convencida que tudo o que acontecera foi um ataque dos homens de Renato aos seus e isso a deixou tão enfurecida quanto o fato de ter que justificar para os demais membros importantes da organização que a acusaram claramente de ser incapaz de dirigir a organização que seu pai criara, e lhe deixara.
Assim, entendendo que sua situação com Renato só piorava, pois a guerra entre os dois que antes era apenas uma possibilidade, finalmente foi formalmente declarada. Agora eram inimigos e nada mais. Ela entendia que tudo ficara ainda pior, pois em sua mente vinha sempre a impressão de que, a cena entre ela e Elisa interrompida por Renato no escritório da garota tinha sido o motivo de fazer seu ex-marido se encher de ódio por ela e ordenar aquele ataque que os colocaram em um caminho sem volta.
Enquanto isso, o alvo da raiva de Renato foi o Ademir que, segundo sua avaliação, fora o culpado por todo o imbróglio ocorrido no Porto de Santos. Teve uma reunião com ele, gritou, ofendeu e se conteve a todo custo para não pedir para que ele sumisse de sua frente, porém, quando o próprio Ademir se ofereceu para ser excluído de todas as operações, Renato não aceitou.
Primeiro porque, mesmo tendo passado pouco tempo dentro da organização, já tinha conhecimento de coisas muito importantes e deixá-lo sair assim representava um alto risco. Além disso, apesar do erro, sabia que não existia ninguém entre seus homens para fazer o papel de um general caso a guerra piorasse. Então apenas pediu para que seu lugar tenente tivesse mais cuidado no futuro e o dispensou, contendo seu ímpeto de xingá-lo mais um pouco.
O que Bruna e Renato não sabiam era que, embora estivesse em uma situação crítica, aquele episódio todo deixara alguém em uma situação muito pior que eles. Jürgen estava furioso, não com o que acontecera, mas ao descobrir, com a ocorrência daquele episódio, que as informações que Clara lhe dera eram apenas superficiais e estavam longe de conter toda a verdade que ele necessitava saber.
O que Clara lhe contara com detalhes versava mais sobre a forma como Sylvia vivia e como ela era uma mulher devassa, nunca deixando que qualquer obstáculo se interpusesse entre ela e algum homem, ou mesmo uma mulher, com o qual ela gostaria de transar. Também deixava claro em suas informações que Bruna não era diferente.
Também sabia algumas coisas, porém, muito poucas, sobre algumas atividades ilegais, como suborno a políticos e autoridades, além de sonegação de imposto. Agora, ele tivera uma prova de que seu desafeto que, embora morto era alvo do seu desejo de vingança, estivera envolvido em coisas muito mais pesadas e, em sua cabeça de homem-de-negócio, isso também significava que havia muito dinheiro envolvido.
Com os ânimos exaltados, os dias seguintes se passaram sem que Renato e Bruna sequer conversassem entre eles e, embora Elisa tivesse feito alguns esforços de conversar com Bruna, essa fez de tudo para evitar ficar a sós com ela e, sempre que trocavam algumas palavras ao se encontrarem, Bruna agia com uma formalidade que chegava ser ofensiva para Elisa que ficava imaginando como é que alguém que a beijara com tanto desejo, de repente se tornasse uma pessoa fria que fazia de tudo para se manter afastada dela.
Enquanto isso, investigadores profissionais contratados a peso de ouro por Jürgen e outra fortuna gasta para comprar informações, foi deixando o alemão a par do tamanho da organização que ele estaria enfrentando, fazendo com que ele contratasse mais capangas, deixando claro que estava se preparando para uma guerra.
Entretanto, havia alguém que ele considerava responsável pelo fato de ter perdido tempo, pois poderia ter tomado as providências de recorrer a profissionais experientes antes e, talvez, a um custo menor. Então resolveu se vingar de Clara e passou a imaginar qual seria a melhor forma de fazer isso.
Essa oportunidade surgiu logo. Jürgen havia entrado em contato com dois figurões que pertenciam à organização de Bruna e os convidou para uma reunião depois de encomendar uma vasta investigação sobre a vida deles. Eram esses dois homens os mesmo que Bruna sabia ser essencial para fortalecer sua posição na organização, sabendo que se eles a apoiassem, muitos outros seriam obrigados a fazerem o mesmo.
Nessas investigações, além das informações sobre a importância desses dois homens, ele descobriu que ambos gostavam de perversões sexuais e já haviam sido livrados de processos em virtude de abusarem de mulheres à custa de muito dinheiro. Ambos estavam na reunião de Bruna, promovida por Djalma, mas não participaram da orgia por já estarem dispostos a confrontá-la.
Juntando essas informações, resolveu aproveitar a oportunidade para agradá-los, ao mesmo tempo em que se vingava de Clara, pois estava notando que a linda morena estava muito confortável interpretando o papel de sua amante e estava na hora de colocá-la no lugar ao qual ela realmente pertencia. Planejou então, sem que Clara soubesse, e a ofereceu aos dois, deixando explícito nessa oferta de que poderiam fazer com ela o que bem entendessem. Depois pediu para que Clara, como se fosse um favor, que fizesse companhia aos dois homens e lhes oferecesse alguma diversão.
Sem saber onde estava se metendo, Clara foi ao encontro dos dois que foi marcado para o restaurante de um hotel, levando consigo duas garotas de programa que ela contratara para fazer sexo com eles. Tiveram um almoço descontraído, com muita conversa, diversão e risadas, até que, logo depois do almoço, os homens convidaram Clara e as garotas para subirem até um apartamento que eles reservaram.
Clara notou que havia algo errado quando as duas garotas que contratara, alegando outro compromisso e que o contrato delas se referia apenas a fazer companhia durante o almoço, se despediram e saíram do restaurante, afastando-se do hotel. Sem saber o que fazer, ela resolveu acompanhar os homens até o apartamento onde foi exposta às muitas perversões sexuais.
Durante mais de quatro horas, Clara foi obrigada a praticar sexo com os homens que a fuderam de todas as formas, não antes de a amarrarem e a deixarem indefesa aos seus desejos insanos. No final desse tempo, uma mulher ferida em todos os sentidos, físico, psicológico e emocional foi deixada naquele apartamento que, sem que ela soubesse, tivera sua reserva sob um nome falso. Foi encontrada somente quando a noite já avançava e encaminhada a um hospital da forma mais discreta possível, com o hotel se utilizando de um esquema que funcionava nesses casos e impedia que houvesse alguma publicidade negativa para o mesmo.
Três dias se passaram e o clima entre Renato e Bruna não melhorara em nada. Elisa, cada vez mais preocupada com a postura de Bruna, estava murchando diante suas tentativas infrutíferas de se aproximar dela. A intenção da garota era a de pedir a Bruna que ambas se unissem para encontrar uma forma de acabar com aquele clima que surgira entre elas, voltando a agir como antes. Elisa, em sua ingenuidade e aflição, não desejava de maneira alguma conviver com Bruna em um clima de desconfiança e indiferença. Se elas não podiam ser amigas, pelo menos que convivessem contribuindo para um ambiente agradável.
Naquela quarta-feira, diante das informações que obtivera, Jürgen estava crente que a cabeça pensante em toda a operação que ele desejava enfraquecer para depois se apossar dela era Renato. Também tinha certeza de que atrai-lo para o seu lado era algo totalmente fora de cogitação, afinal, um homem que fora traído, não só uma, mas várias vezes, pela mulher que amava e que se mostrava uma puta, e mesmo assim nunca agira contra o pai dela e nem mesmo contra a organização que ele criara, não iria jamais aceitar qualquer oferta para mudar de lado. Diante dessa incapacidade de ter Renato ao seu lado e, acreditando ser ele a peça-chave em toda a organização, tomou a decisão que achava ser necessária para atingir seus objetivos. Assim, contratou homens estranhos ao seu grupo de cúmplices para assassinar o rival.
Mais dois dias se passaram. Era uma sexta-feira e Renato e Elisa haviam combinado de saírem à noite. Em seus planos constava uma peça de teatro, um restaurante italiano e depois uma boate que tocava músicas da década de oitenta e noventa. Com todos esses planos acertados, combinaram também que sairiam mais cedo do escritório, iriam até um barzinho para um Happy Hour e depois iriam para casa se arrumar para a noite. Eles estavam acompanhados de uma pequena escolta. Renato acreditava que apensas um carro e dois homens seriam o suficiente para protegê-los. Logo iria saber como estava errado.
Tudo correu bem até deixarem o bar e se dirigirem para a casa. Quando estavam a menos de trezentos metros de chegarem ao local, o carro da escolta foi abalroado por grandes pick-ups onde os seguranças perderam os sentidos, e o carro de Renato foi fechado por um veículo tipo VAN e teve que frear para evitar a colisão. No exato momento em que parou, duas motos pararam, uma de cada lado do veículo. Em cada uma delas havia o motorista e alguém na garupa e foram esses da garupa que, portando uma arma, começaram a atirar no carro de Renato que, por ser um veículo especial, provido de proteção e a prova de balas, impediu que tanto ele como Elisa fossem mortos naquela hora.
No mesmo tempo em que eram alvejados pelos motociclistas, Renato percebeu que um terceiro homem descera da VAN e caminhava em direção a eles portando uma arma de grosso calibre e ele não tinha certeza se seu carro tinha blindagem contra aquele tipo de arma. Como se fosse acostumado a esse tipo de situação, Renato agiu imediatamente. Manobrou o carro para trás até que ele colidisse com algum veículo que estava parado atrás dele.
Voltou a movimentar a alavanca de câmbio e pisou no acelerador com toda a energia que dispunha. Ouviu-se primeiro o guincho dos pneus derrapando no asfalto e em seguida o som de uma motocicleta sendo atirada para longe, com um de seus ocupantes caindo sobre o capô do carro e depois do lado oposto do carro. Em seguida, outro som, dessa vez como se fosse um estalar de ossos e o homem que descera da VAN e caminhava em direção ao carro estava sendo esmagado contra o próprio veículo do qual descera.
Com uma ligeira torção do volante, o carro se livrou da pressão que exercia sobre o veículo e o corpo do assassino e ganhou o asfalto. O motociclista que havia ficado ileso por estar do lado de Renato, ainda se movimentou numa tentativa de perseguição, porém, alguém deve lhe ter dado alguma ordem, pois ele desistiu retornando alguns metros para poder entrar em uma ruazinha lateral e sumir do local.
Renato dirigia em alta velocidade e não respeitava os sinais de trânsito enquanto dava ordens para alguém através de seu celular, mas teve sorte e chegou ileso em um local que Elisa não conhecia, porém, notou que era uma residência fortificada e que alguns homens armados corriam para os muros adotando uma postura de defesa.
Para a garota, tudo aquilo era muito estranho, principalmente quando, ao descerem do carro, percebeu que Renato ainda gritava ordens. Uma delas, entretanto, a deixou muito apreensiva. Aos berros, sem se importar que ela ouvisse, Renato se dirigia a um homem mal-encarado:
–(Renato) Eu quero aquela filha da puta morta e enterrada antes deste final de semana acabar.
Em silêncio, Elisa pensava: “Meu Deus! Quem é esse homem com quem estou a ponto de me casar? E quem é essa mulher que ele está condenando à morte?”
Continua ...