A NEVASCA DO SÉCULO - 7 - RISCOS

Um conto erótico de Escrevo Amor
Categoria: Gay
Contém 1552 palavras
Data: 28/02/2023 01:19:23

FALTA APENAS MAIS UM CAPÍTULO PARA O FIM DA HISTÓRIA. O ROMANCE DO MARK E JAKE SURGIU QUANDO VI NA TELEVISÃO AS NOTÍCIAS SOBRE A TEMPESTADE ELLIOT. A INSPIRAÇÃO SURGIU E DECIDI ESCREVER SOBRE. OBRIGADO AOS LEITORES QUE ESTÃO ACOMPANHANDO. CONTO COM O SEU VOTO, COMENTÁRIO E DIVULGAÇÃO. BOA LEITURA:

— Merlin! — grito, enquanto ando ao lado do Jake, que não diz nada. — Merlin.

— Espera. — o Jake pede. — Volta para casa, eu procuro o Merlin sozinho.

— Qual é, Jake. Eu não estou pedindo a sua ajuda. — respondo mais grosso do que eu gostaria.

— Eu...

— Ei, se a gente procurar junto vai ser mais rápido. Eu entendo que esteja preocupado, mas não sou um cavalheiro em perigo. — brinco para tentar desfazer a babaquice que falei anteriormente. — Beleza?

— Tudo bem. — Jake se deu por vencido e colocou as mãos nos bolsos do casaco. — Merlin.

O Merlim não é um cachorro pequeno, mas no meio da nevasca, não encontramos rastros, apenas os latidos, que se transformam em grunhidos. Aceleramos o passo e o encontramos preso dentro de um buraco.

— Ele não deve ter visto. Essa obra está empacada desde semana passada. — comento, olhando para Jake que procura uma maneira de libertar o cachorro.

— Não tem uma corda. — ele olha em volta, mas a maioria das casas está vazia, afinal, as pessoas sensatas saíram para destinos mais quentinhos.

— E se eu me debruçar e você segurar as minhas pernas. Eu peso 53 quilos. Não deve ser tão pesado, né? — sugeri e o Jake dá com os ombros.

— Pode ser. — ele responde, respirando fundo e tirando as luvas. — Só tome cuidado.

Eu me debruço no chão e chamo a atenção do Marlin, que fica choramingando. No fundo do buraco, existe bastante neve e o cachorro deve ficar incomodado. Respiro fundo e sinto o Jake segurar nas minhas canelas. O buraco não é muito grande, deve ter uns dois metros de altura. Eu bato na parede de terra e o Merlim 'fica em pé'. Alcanço sua pata, mas ele choraminga e desiste.

Parte da terra cede e eu caio dentro do buraco. Meu rosto vai de encontro à neve gelada. Puta merda. Escuto a voz do Jake, todo preocupado com a minha situação. Levanto com dificuldade e tiro toda a neve das minhas roupas. O Merlim fica todo animado ao me ver ali dentro e abana o rabo.

Com cuidado, seguro em sua coleira e o ergo na direção de Jake, que pega Merlin e o deixa amarrado em uma cerca. Agora, a atenção dele se volta para mim. Eu que deveria ser o resgate me tornei a vítima.

— Afasta, Mark. — Jake grita e eu o obedeço. — Cuidado.

De repente, uma caixa cai dentro do buraco. É uma caixa de madeira e uso para subir. O Jake estende a mão e me ajuda. Com o impulso, eu saio do buraco e caímos no chão. Apesar de parecer chateado, o Jake esboça um sorriso torto e eu o beijo. Ele se afasta e sorri.

— Eu amo te beijar, de verdade, mas podemos ir embora. As minhas costas estão congeladas. — ele pediu.

Devolvemos o Merlim para o seu dono, que fica todo feliz ao ver o animal querido bem. Como recompensa, ganhamos pacotes e mais pacotes de biscoitos caseiros. Alguns acabaram de sair do forno e as minhas mãos agradecem.

Voltamos para a minha casa em silêncio. O barulho do vento é muito forte e dá um certo medo. As árvores estão sem folhas e lutam para se manter em pé. Abrimos a porta e os meus amigos estão nos esperando no sofá. Tempestade e Avalanche saem do colo de Pam e se aproximam de mim. Eles são curiosos e tentam lamber a neve nas nossas botas.

Deixo o meu casaco de inverno no armário ao lado da porta de entrada. O Jake faz a mesma coisa. Em seguida, guardamos as botas. Eu só quero um chocolate quente ou um banho bem demorado. Sinto um pequeno desconforto no meu pé direito. Vou mancando até a cozinha.

— Machucou o pé, não foi? — o Jake pergunta me seguindo e se encosta na bancada da cozinha.

— Não. Eu estou ótimo. — respondo, tentando pisar com o pé direito, mas sentindo uma dor maior.

— Isso se chama: a adrenalina saindo do teu corpo. Eu que deveria ter descido no buraco. — ele disse, mas eu me fiz indiferente.

— Você é mais forte, eu não conseguiria te segurar, Jake. E outra, o Marlim está bem e ganhamos biscoitos de recompensa. — levanto os pacotes e me sinto vitorioso nesta conversa.

— Vou preparar uma compressa para este pé. — o Jake avisa, antes de subir para o segundo andar da casa e pegar alguns materiais.

A Pam se oferece para fazer o chocolate quente, enquanto o Reyb devora um dos pacotes do biscoito do vizinho. Eu sento em uma cadeira e o Jake volta com os materiais para diminuir a dor no meu pé. O meu coração acelera, pois é impossível não ficar com o coração acelerado com Jack Harris ajoelhado aos meus pés.

Com todo cuidado, ele tira a minha meia fofinha, que tem a temática do BTS, sim, eu sou K Poper. Para a surpresa de ninguém, o meu tornozelo direito está com o dobro do tamanho e com uma mancha arroxeada. O rosto do meu vizinho diz: "Eu te avisei", mas eu tento não levar para o coração. Odeio estar errado.

Ele informa que a lesão vai piorar, mas que a compressa gelada é tiro e queda para evitar a dor. A minha espinha treme quando o Jake toca o meu pé. Seus dedos tem uma leveza e agilidade que nunca vi na vida. Já o choque da pele com o saco de gelo não é tão gostoso.

Não muito longe dali, Pam e Rayb analisam o momento. Eles cochicham e riem. Era o que me faltava, Jesus. Busco uma maneira de parecer indiferente com os toques do Jake, mas pelos risinhos paralelos não tenho sucesso nesta missão.

— Vou te levar para o quarto. — ele avisa e me pega no colo.

— Ei, Jake. — protesto, mas não adianta.

— Que romântico. — brinca Pam, suspirando fundo e sorrindo. — Já levo o teu chocolate quente, mas, por favor, estejam vestidos.

— É, mocinhos. Usam proteção. — é a vez de Rayb jogar uma indireta.

Os passos do Jake são pesados e tremem as fotos que estão posicionadas na parede da escada. Ele compensa a respiração para não se cansar. Já vencido e humilhado, eu passo os braços em volta do seu pescoço.

— Ótimo, virei piada. Vou ter que aguentar as indiretas da Pam por uma semana. — eu falo, querendo parecer revoltado com a situação.

— Pensasse nisso antes de bancar o Indiana Jones. — ele me repreende parecendo chateado.

— Tá, Jake, eu errei. Acidentes acontecem. Eu estou bem. Estamos seguros e... — espirro na cara do Jake, que me olha atravessado.

— Ótimo. Vou preparar os remédios para gripe. — sua voz sai áspera demais. — Para nós dois.

— Desculpa.

O dia passa no tédio. Pelo menos, eu aproveito as vantagens de estar machucado em uma casa cheia de pessoas. A Pam traz o chocolate quente com biscoitos. Enquanto o Jake toma um banho no banheiro do quarto de hóspedes e o Rayb fica de babá dos furões. Cada um na sua função e o reizinho deitado na cama mais fofinha da casa.

Cochilo e já acordo sentindo um desconforto no meu pescoço. Acho que estou febril. Droga, não posso falar para o Jake. Ele vai me matar. Fora que a feição de vitória do meu vizinho é pavorosa.

— A Pam fez uma sopa, quer dizer, esquentou uma sopa. — Jake segura uma bandeja e se aproxima da cama. — Você está suado?

— Só estava com muitos cobertores e...

— Espera ai. — ele deixa a bandeja na prateleira, segue na minha direção e coloca a mão na minha testa. — Febre. Vou pegar um termômetro.

— Não. — peço, segurando em sua mão. — Eu já pedi desculpa, ok. É tudo culpa minha.

— Você não tem culpa de nada, Mark. Eu só me preocupo com você. Desculpa, eu nunca gostei de outra pessoa. Desculpa, por favor. Posso cuidar de você?

Me rendo. Os olhos verdes conseguem tudo de mim. Sou bobo pelo Jake. Ele vai até o meu quarto e pega um termômetro. Depois de um tempo, o resultado sai: 38º graus de febre. Tomo um antitérmico e o sono toma conta de mim.

O Jake passa a noite cuidando de mim, principalmente quando uma árvore cai no quintal de casa e todos se assustam com o barulho. Para a segurança de todos, Pam e Rayb levam colchões para o quarto dos meus pais. Precisamos de todo o calor humano possível.

Antes de dormir, a Pam se certifica se os furões estão bem. Ela manda uma foto dos dois monstrinhos dormindo em suas caminhas, que foram colocadas estrategicamente ao lado de um aquecedor. A minha amiga retorna para o quarto e desaba no colchão. Em seguida, ela se cobre com umas cinco mantas.

Apesar do frio, o meu corpo está quente. Eu quero tirar os cobertores, mas o Jake não deixa. Ele tira a camisa e me abraça. Eu não lembro de muita coisa, apenas de tremer bastante e da voz do Jake me consolando.

— Eu estou aqui, Mark. Você vai ficar bem. Tudo vai ficar bem. — ele me acalenta e vou me perdendo em sua voz.

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Comentários

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Algum acidente tinha que acontecer, mas o bom dessa parte é ver o Jake tão atencioso com o Mark...

Amar é uma delícia!!!!!

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