Cuzinho afável

Um conto erótico de Satamnael di Deus
Categoria: Homossexual
Contém 1229 palavras
Data: 06/02/2023 22:51:30

Mais um dia se findava em Terra Quente. O sol poente se escondia por entre algumas nuvens, mas prenunciava uma noite pungente. Otelino Perfeito voltava de mais um dia de trabalho na feira do Buraco Doido, empurrando sua pesada carroça pela avenida principal do bairro em que morava, chamado Pato-real, com o que sobrou das frutas que vendera. Otelino era um homem baixo, buchudo e da bunda seca. No entanto, seu corpo era perfeito para aguentar a sua rotina extenuante, e fora adquirido a base do seu maior vício: farinha de mandioca: ele coloca farinha no pão com manteiga pela manhã; por cima do feijão no almoço; numa papa com café e bolacha cream cracker à tardinha; sopa à noite; e por aí vai.

Quando chegava na esquina de sua casa, Sincero de Souza, mototaxista, começou a tirar onda com a cara de Otelino. "Ó aí, lá vem o bucho de égua!", dizia Sincero com uma risada grave. O mototaxista era um homem alto, corpulento e com o rosto minado de cicatrizes de acne. Otelino olhou com cara fechada e respondeu robusto: "Saí daí, cara de chokito! Eu té comprei a tua passagem pra tua casa na lua, ô cara de lua!". Os demais mototaxistas e o próprio Sincero racharam o bico.

Ao dobrar na rua de casa, Otelino percebeu que Sincero se aproximava para ajudá-lo a empurrar a carroça. "Não, mano, não precisa. Hoje não", disse o feirante. "Bora logo lá, eu sei que tu precisa de ajuda pra colocar pra dentro". Pior que Otelino sabia que o mototaxista tinha razão: ele precisaria de ajuda para subir uma pequena rampa na entrada da garagem de sua casa. "Mano, já disse que não precisa! Cai fora!", disse impacientemente o feirante. Os dois foram fazendo birra um com outro até chegarem na casa de Otelino.

A casa de Otelino era modesta, só tinha a fachada rebocada, pintada de marrom cocô e com uma bandeira do Brasil pendurada na frente. "Depois que tu me ajudar, tu vai embora, mano! Nada além disso!", disse o feirante, e Sincero assentiu com um sorriso saliente. Então, Otelino abriu o portãozinho, e os dois adentraram a carroça com muito esforço. "Não vai me oferecer nem um copo d'água?", perguntou Sincero depois da força feita. "Não!", trovejou Otelino. "Tu vai fazer essa desfeita mesmo? Deixa eu entrar", replicou Sincero. "Tá bom, tá bom. Mas só a água, entendeu?", dobrando-se, por fim, o feirante. E Sincero apenas exclamou uma feição maliciosa.

Em seguida, ambos estavam na cozinha da casa de Otelino. Ele pegou um copo, encheu com a água gelada da geladeira e, quando virou para dar para Sincero, ele fixamente o olhava com volúpia; olho no olho. Otelino se arrepiou todinho. Deu o copo de água a Sincero, que não desgrudou em nenhum momento olhar de Otelino. Então, o feirante se virou, ficando de costas para Sincero. Foi em direção a pia da cozinha, encostando-se nela com as mãos. De cabeça baixa, disse: "Não, mano... A gente não pode mais fazer isso... Tava estranho...". "Tava estranho o quê?", disse Sincero no canto do ouvido de Otelino, que nem percebera a sua aproximação silenciosa. "Não, mano... Não quero que ninguém saiba disso...", falou estremecidamente Otelino. "Só vão saber se um da gente falar. Eu não falo", disse Sincero dando um cheiro no pescoço azedo de suor do feirante, que fraquejou de excitação.

Por conseguinte, Sincero virou Otelino para que ambos ficassem frente a frente. O mototaxista se manteve cheirando o corpo do feirante indo para baixo, até ficar na direção da virilha de Otelino. Então, Sincero deu um abraço em Otelino, colocando sua face em cima do pênis guardado do feirante, massageando-o com o rosto. Depois, desabotoou a bermuda de Otelino, ficando de cara com a manjuba do feirante: era pequena, cabeçuda e tava dura como pedra. Sincero pegou naquele cacete e começou a mamá-lo com habilidade graciosa. Otelino, quieto, revirava os olhos. Enquanto chuchava, Sincero, depois de um tempo, começou a carinhar o cuzinho do feirante com o dedo indicador. Otelino ululava calado o deleite.

A toada assim continuou. Quando Sincero percebeu que o cuzinho de Otelino estava bem gosmado, ele percebeu que era a hora de atolar a rola na bunda do feirante. Sincero levantou calmamente, desabotoou as calças, colocou o pinto fino, comprido e pulsante para fora, tirou uma camisinha do bolso e trajou a pica. Antes de enfiar e bombar, gostava de brincar com o buraquinho de Otelino para melecar bem o cacete com a gosma para, assim, entrar fácil. A falta de bunda do feirante excitava Sincero, porque não se tinha esforço para se abrir as nádegas; era basicamente só enterrar.

Otelino já não se aguentava mais. Queria aquele cacete dentro dele. Então, só olhou para Sincero com uma cara imploradamente safada. O mototaxista entendeu, abriu um pouco as suas pernas para compensar a diferença entre as alturas, e calmamente traspassou Otelino. Sincero gostava de sentir o momento passar devagar, num vai e vem constante só até a metade do pau, para começar. O cuzinho do feirante era macio e acomodava muito bem o pau do mototaxista. De repente, ambos aumentaram o movimento, e o cuzinho de Otelino recebia Sincero até o talo.

Um som de batida pegajosa era a única melodia que se ouvia agora na cozinha. Os corpos esquentavam. O movimento aumentava. Otelino, riso mudo. Sincero, afinco eufórico. Vai-vem, vai-vem. Rápido, forte. Vai... Vem.... Explosão! Sincero gozou primeiro! Num primeiro impacto gigante, que se estabiliza em seguida e é duradouro. Mas, sabia que o serviço ainda não havia acabado: continuou fudendo com força o cuzinho de Otelino. O feirante não sentia mais a bunda; era puro prazer! Então, subitamente goza! Numa mistura de arrebatamento com fraqueza, mal conseguia ficar em pé. Contudo, ele queria mais: Otelino começou a punhetar o próprio pau até gozar novamente. Quando chegou lá, foi tanta gala que saiu que, por um momento ligeiro de lucidez, pensou que vai ter trabalho em limpar tudo depois.

Estavam os dois felizes, cansados e satisfeitos. Eles não sabem exatamente quando isso começou, mas sabem que é bom demais, por mais que Otelino seja relutante em admitir na maioria das vezes. Sincero saiu lentamente do cuzinho de Otelino, e desabou sobre uma cadeira. O ar cheirava a suor e a sexo. Otelino estava duplamente ofegante; não sabia o que pensar, só sentia o tempo passar. Agora sim Sincero lembrou de tomar a água, que agora não estava mais gelada. O mototaxista tirou a camisinha, e jogou no lixeiro. Então, foi até o ouvido do feirante e disse: "É bem bom te ajudar!", dando uma risada fortuita em seguida. Otelino deu uma olhada fulminante ao mototaxista. "Té parece que tu não gostou!", retrucou Sincero. Otelino tentou responder com um "não" que não saiu direito. "Tu quasemente mente! Hahaha! Relaxa, mano: boquinha de siri", disse Sincero.

Por fim, ambos se recompuseram. Otelino limpou rapidamente toda a cozinha. Sincero pediu mais um copo de água, mas dessa vez sem malícia. Ao se dirigem até a frente da casa, deram-se uma última olhada sorridente, apertaram as mãos e Sincero foi embora para continuar a trabalhar. Otelino tomou um banho e preparou um xibé para recuperar as energias. Enquanto comia, prometia a si que nunca mais veria Sincero, que mudaria de casa se fosse preciso. Porém, como de costume, não cumpria nenhuma das promessas.

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Foto de perfil genéricaSatamnael di DeusContos: 10Seguidores: 7Seguindo: 9Mensagem Se Deus tudo criou, então Ele deu à luz ao Diabo e aos filhos dele.

Comentários

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Essa série de Terra Quente é muito boa. Teu estilo é fluido, possui um humor ácido e sútil que detém o leitor, as expressões calculadas nos lugares certos, parabéns!

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