tudo apontava que ela estava melhor e que iria poder ir para casa mas tinha algo nos olhares dos médicos que me deixava em dúvida, ficamos sentados ao lado dela, ela contou muitas historias de quando Stepan era mais jovem e de quando ela era jovem, era uma mulher vivida e muito sábia que eu gostei bastante apesar do pouco contato, conversamos bastante e então ela foi medicada para dormir e nós fomos embora dormir, não rolou sexo aquele dia pois estávamos exaustos, durante a semana nossa rotina era assim eu ia para faculdade de manhã voltava para almoçar e ia pro trabalho a tarde, quando voltava comia algo e íamos para academia, Stepan passava quase o dia inteiro no hospital com a avó eu a via quando ia busca-lo, não queria ser babaca mas aquela situação estava chata pois Stepan estava ficando muito desgastado por conta de todo estresse, passamos a viver quase que como casal pois eu dormia quase todos os dias na casa dele e comia lá também, e eu amava estar perto dele todo esse tempo era muito bom
eu- oque faremos de janta hoje?
Stepan- não sei, oque você quer ?
eu- acho melhor pedirmos algo para você descansar um pouco
Stepan- eu estou bem não preciso descansar
eu- Stepan você está com olheiras grandes e escuras, precisa dormir
Stepan- eu não quero eu estou bem e por favor pare de me contrariar
eu- eu só estou preocupado com você
Stepan- eu sei disso mas não tem motivos, eu não quero dormir porque quero ficar um pouco com você
eu- eu sei mas eu me preocupo porque bem você não esta com uma aparência muito boa
Stepan- eu sei Bernardo mas deu eu não quero mais discutir por isso
ele saiu e foi tomar um banho quando voltou pedimos algo para comer e ficamos vendo um filme até tarde, tive que pega-lo no colo e levar para o quarto, no outro dia fui para universidade, quando voltei ele estava terminando o almoço mas estava muito estranho não me disse o motivo mas eu sabia que tinha algo errado, a tarde no trabalho eu não conseguia parar de pensar nele e oque poderia estar o incomodando de forma tão forte a ponte de deixar ele estranho, quando sai do trabalho fui para casa mas quando cheguei ele estava correndo feito louco pela casa se arrumando
eu- oque houve Stepan ?!
ele estava com um olhar de louco e chorando tanto que nem me deu atenção
eu- amor?!
eu o peguei e o segurei pelos ombros e o virei para mim
eu- Stepan oque aconteceu?
Stepan- me ligaram do hospital e me disseram para ir pra lá urgente que a minha avó ela... ela piorou muito..
eu- então calma eu vou com você
eu troquei de roupa rápido e fomos correndo para o hospital, quando chegamos lá o Stepan foi muito mal educado com o pessoal da recepção eu acho que se eu não estivesse lá com ele, ele teria entrado no hospital dando coices na porta eu tentava acalma-lo o tempo todo mas até eu já estava irritado comigo mesmo, quando chegamos no quarto ele entrou e em seguida entraram alguns médicos, a avó dele estava deitada na cama bem mal
eu- e então doutor oque houve?
médico- preferimos falar fora do quarto
nós saímos para fora e o Stepan veio junto
Médico- Stepan eu lamento mas fizemos todo o possível mas ela piorou e não mostra sinais que irá melhorar
Stepan- do que está falando ?
Medico- eu sei que pra você deve ser horrível ouvir isso mas não resta fazer mais nada
Stepan- então quer dizer que você e esses ótario passaram anos numa universidade aprendendo a dizer que não resta fazer mais nada?
médico- eu entendo que..
Stepan- oque você tem que entender é que pagamos caro para receber tratamentos e é oque vocês vão fazer, entrem lá e salvem ela
eu- Stepan..
Stepan- se mexam façam algo
eu- Stepan eu acho que..
Stepan- cala boca, vocês vão entrar lá agora e salvar ela ou eu..
médico- escuta não temos mais oque fazer... já ultrapassamos o limite de administração de medicamentos, só nós resta deixar ela confortável e torcer para melhora dela
eu- Stepan vai ficar com ela
ele ficou em silencio e entrou no quarto
Médico- acho melhorar darmos um calmante para ele
eu- porque?
médico- esse tipo de situação pode ser muito estressante e frustrante e ele é muito jovem para tanto estresse
eu- bom se o senhor acha mesmo necessário então é claro
médico- me desculpa a pergunta mas vocês são parentes ou um casal?
eu- namorados
médico- e ele tem mais algum familiar?
eu- acho que é só eu
médico- entendo, bom eu fiz o possível mas em toda via desejo sorte
eu- obrigado
eu entrei no quarto e ele estava deitado na cama ao lado dela com a cabeça dela no peito dele, ele estava chorando muito, ela estava dormindo , eu me sentei ao lado dele numa cadeira que tinha ali e fiquei ali, o tempo passou e passou e e o Stepan rezando o tempo todo e então ouvimos o barulho da maquina, ela havia morrido e então médicos e enfermeiros entraram no quarto
Stepan- façam alguma coisa!! ressuscitem ela!!
ele estava abraçado nela chorando desesperadamente
médico- ela assinou uma ONR antes de piorar, eu lamento
Stepan- dane-se eu to mandando vocês fazerem então façam
ele estava desesperado agarrado nela, eu me aproximei dele e segurei o rosto dele e olhei nos olhos dele
eu- Stepan era a vontade dela
ele afundou o rosto no pescoço dela chorando, e então começou a gemer uma musiquinha baixa
Stepan- agora está bem.. a dor passou..
ele beijou ela na testa e continuou abraçado nela, não sei quanto tempo ele ficou assim com ela mas foi muito tempo
médico- eu sei que é horrível isso mas precisamos que saiam do quarto pois precisamos levar o corpo
eu- Stepan vem
ele não queria largar ela de maneira alguma eu, o médico e outros da equipe tentamos convencê-lo mas ele não queria, o médico me chamou lá fora
eu- sim?
médico- vocês moram juntos?
eu- sim
médico- então preciso que nos autorize a tira-lo de lá
eu- eu não posso fazer isso
médico- é preciso, eu sei que é algo horrível de se fazer mas é necessário
eu- faça oque tiver que fazer então
médico eu agradeço
ele entrou no quarto e eu fiquei do lado de fora, logo ouvi uns gritos e então enfermeiros saíram para fora do quarto com ele, eles o agarravam com muita força eu então fui e o abracei e ele me abraçou chorando ficamos um tempo assim no corredor, eu também não consegui conter as lágrimas, uma enfermeira nos mandou segui-la e fomos com ela até um quarto, ela deu uma injeção no Stepan disse que era um calmante ele pegou no sono, eu falei com os médicos e com pessoal sobre o corpo e os procedimentos e deixei acertado que quando Stepan estivesse melhor ele iria decidir sobre o velório e enterro, fomos para casa, eu tive que leva-lo até o carro e depois para dentro da casa, ele estava muito mal e abalado no outro dia eu resolvi ligar para minha faculdade e expliquei o que aconteceu e consegui que entendessem minha situação e ficou acordado que vão me mandar tudo por e-mail e eu faço de forma online por um tempo e depois liguei pro meu serviço expliquei toda situação e consegui uma folga de 3 dias, ele estava mal não comia e estava chorando quase que o tempo todo
eu- Stepan precisa se recuperar logo
Stepan- eu sei mas eu sinto falta dela..
eu- eu também sinto e talvez você me odeie pelo que irei dizer mas sua vida precisa continuar
Stepan- eu sei mas é difícil fazer isso eu a amava ela me criou
eu- eu sei disso e ela te amava demais
Stepan- eu vou prepara tudo
eu- tá bom
eu o deixei sozinho e fui fazer o almoço para nós, nós comemos e o enterro foi marcado para o ouro dia, ficamos o dia inteiro deitados vendo filmes e conversando eu queria fazer ele esquecer tudo que estava acontecendo mas era nítido que ele não estava infeliz apesar dos sorrisos forçados para mim, a noite nós dormimos abraçados e no outro dia eu levantei e preparei café fiz tudo para ele pois sabia que seria o pior dia de todos pra vida dele, o dia passou rápido e quando foi umas 17:00 era hora de ir lá, ambos vestimos roupas pretas e fomos para a funerária, quando chegamos lá, todos os convidados já estavam lá presentes, originalmente era pro Stepan falar algo mas ele estava chorando muito que não conseguia falar e quem acabou falando foi uma tia, pouco antes de levarem o caixão apareceram umas pessoas estranhas que até onde eu sabia eram desconhecidos
eu- quem são aqueles?
Stepan- meu pai e a família dele
eu- não vai cumprimenta-los ?
Stepan- vou
nós fomos até eles, o pai dele era um homem grisalho que aparentava ter uns 40 anos e estava bem conservado e com um olhar muito triste, a esposa dele tinha um olhar de indiferença aparentava ter uns 35 anos e pela cara que fez quando viu o Stepan era bem obvio que não gostava dele e junto deles havia uma garota que parecia ter uns 16, ela tinha o mesmo olhar da mãe mas quando viu o Stepan ela mudou para um olhar de surpresa
Stepan- oi
Celso- Stepan
Tania- olá
Julia- oi
Stepan- oque vocês estão fazendo aqui ?
Celso- entendo que esteja bravo mas tenho todo direito de estar aqui é o funeral da minha mãe
Stepan- você não vem a mais de 14 anos e nunca se importou com nenhum de nós então vai embora
Tania- ei vamos nos acalmar isso aqui é um funeral
Stepan- cala boca
Celso- deu, é o funeral da minha mãe eu a amava e vou ficar quero dizer algumas coisas
Stepan- você não vai dizer nada
Celso- eu..
Stepan- você pode ficar se quiser mas não vai dizer nada e depois vai sumir de novo que eu não quero nunca olhar pra tua cara
ele disse isso e deu as costas para ele, fomos para um canto e ele ficou pro lá cuidando aquele pessoal, eu estava de luto mas não consegui esconder que estava surpreso, eu não esperava por isso e o Stepan não se parece nada com o pai dele, após isso nós a enterramos foi algo muito difícil e doloroso para o Stepan ele ficou abraçado em mim o tempo todo e se recusou a olhar quando enterravam ela, depois dali nós cumprimentamos os convidados e fomos embora, no caminho estranhei um carro nos seguindo achei que era só coincidência mas quando paramos na frente da casa do Stepan e descemos vimos que do carro que nós seguia desceram os três, nós fomos em direção ao portão para entrar e vi que eles nos seguiam mas antes que eles pudessem entrar o Stepan barrou a entrada deles
Stepan- sumam
Celso- Stepan deu dessa besteira tá bom saia
Stepan- não
Tania- olha só garoto já chega dessa pirraça saia logo da frente que estamos todos abalados pelo enterro e cansados da viagem
Stepan- cala boca vagabunda aqui você não fala e com certeza não entra
Celso- chega! saia da frente agora ou tirarei você
eu- só passando por cima do meu cadáver
eu fui e fiquei na frente do Stepan encarando o pai dele
Celso- escuta rapa eu vou te dar a chance de sair da frente porque essa casa agora é minha era da minha mãe
eu- não é nada, essa casa é do filho que foi criado pela avó quando você o abandonou depois que a mãe dele morreu
Celso- você não sabe oque está dizendo
eu- eu sei de tudo ela me contou tudo que houve, inclusive o fato de você ser a maior vergonha da vida dela
eu consegui abalar ele dizendo isso
Tania- não importa ele era filho dela e por lei é dele então saiam da frente ou chamarei a policia
eu- se você acha que a lei funciona assim então você claramente não sabe nada sobre direito e se quiser chamar a policia chame
Tania- acha que eu não chamo ? eu chamo e mando jogar vocês dois na rua
eu- chame eu quero ver você dizer pros policias jogarem para fora um garoto que foi criado pela avó e que cresceu nessa casa para que vocês que não falavam com ela a mais de 15 anos entrem e sejam os donos
Celso- Stepan eu não quero problemas só quero conversar e descansar um pouco
Stepan- aqui você não entra e você sua vaca se quer a minha casa? venha pegar num tribunal
ele disse isso e fechou o portão e chaveou, assim que entramos ele começou a chorar de novo eu fiquei abraçado nele até ele se acalmar e depois o fiz ir tomar um banho para aliviar um pouco, enquanto ele tomava banho eu pensei um pouco no futuro eu sabia que esse "pai" dele iria incomodar e que precisaríamos de um advogado logo então resolvi fazer algo que nunca pensei que faria, peguei meu celular e liguei para um numero, demorou mas logo atenderam
Jean- Bernardo
eu- eu não te perdoei ainda e não sei se algum dia irei faze-lo mas.. pai preciso de ajuda