CAPÍTULO XV
*** EDUARDO ***
OS BRAÇOS DE JOÃO envolvem minha cintura, suas mãos acariciam minha barriga e minha cabeça está apoiada em seu ombro. É, apenas, surreal. Quando me convidou para jantar, imaginei que ele estava tentando remediar minha nova postura, mas nem em cem anos, imaginaria tudo o que ele fez. Suas palavras, a sinceridade nelas, a admissão de que sente falta do que estávamos construindo, mesmo que tenhamos vivido isso por tão pouco tempo e, muito menos, um final de noite como este.
Mas eu o entendo. O entendo, porque senti a mesma saudade em cada dia das semanas em que me obriguei a me manter emocionalmente distante. Mas, agora, ele está tornando manter essa resolução uma tarefa muito difícil, porque tudo o que meu corpo e mente querem é aproveitar cada segundo disso, dele, de nós dois, juntos, como um casal... O pensamento pisca em minha mente e eu me obrigo a colocá-lo de lado, porque eu posso até abrir mão da postura de homem de gelo, mas, definitivamente, enquanto eu for capaz de evitar, não voltarei à de tolo e iludido.
− Acho que deveríamos ser amigos... -comento e deixo que meus dedos brinquem com a espuma deliciosamente cheirosa ao meu redor, assim que a conclusão se forma na minha cabeça. Seria uma solução para os meus problemas, me aproximar de João Pedro não me preocuparia... Mas ele ri, na verdade, gargalha diante das minhas palavras.
− Eu não quero ser seu amigo, Eduardo...
− Por que não? -questiono e viro o pescoço, movimentando meu corpo na água, tentando olhá-lo, mas ele beija o meu pescoço, fazendo me voltar à posição original e abraça meu corpo com força.
− Porque amigos não fazem o que estamos fazendo neste exato momento. - sussurra no pé do meu ouvido.
− Não é verdade! -argumento: − Podemos ser, como é que dizem? Hum... Amigos... Amigos com benefícios! É isso!
Sinto seu sorriso em minha pele quando sua boca encosta em minha bochecha.
− Não, não mesmo.
− Por que não? -Sinto-me incomodado por ele ter descartado a ideia tão rapidamente.
− Porque eu quero isso aqui que nós temos, Eduardo. Nada menos.
− Mas isso que nós temos tem prazo de validade, João Pedro. -lembro e ele estala a língua.
− Voltamos ao João Pedro, é? Ele é um filho da puta irritante! -resmunga, e eu tenho vontade rir, mas me impeço, porque quero falar sobre isso seriamente.
− Sim! Porque você está me irritando! Por que não podemos ser amigos? Por que, João?
− Eu já disse, porque uma amizade é menos do que eu quero de você!
Me viro na água, me desvencilhando de seus braços e ficando de joelhos, na banheira, para encará-lo.
− E quando nós não quisermos mais isso? -Inclino a cabeça e percebo que a única maneira de fazê-lo entender é dizendo as palavras: − Eu não quero mais ter que sentir medo de perder você, João, simplesmente, não quero.
Suas sobrancelhas se unem e, por alguns segundos, ele parece sem palavras. Então, estica os braços, voltando a envolver meu corpo e puxando-me em sua direção. Faço sua vontade, sentando-me em seu colo e deixando-o entre as minhas pernas. A posição me deixa sentado exatamente sobre seu pau, e, assim que o sinto em minha intimidade, faíscas me atingem e eu mordo o lábio. Um sorriso de canto de boca surge em seu rosto e ele beija a ponta do meu nariz e liberta meu lábio de entre meus dentes com seu polegar.
− Por que nós não atravessamos essa ponte quando chegarmos nela?
− Porque eu não sei como caminhar até lá com esse medo... Você diz que não me quer distante, mas manter a distância é o único jeito que eu conheço de me proteger, João. Isso aqui ... -digo, fazendo sinal com as mãos para o ambiente ao nosso redor: − Isso aqui, estar aqui com você, tudo isso é incrível, é gostoso muito além do que eu posso dizer, por isso, a ideia de me permitir viver isso, pra depois acabar, é apavorante... -admito para ele o que venho martelando em mim mesmo há semanas, precisando, necessitando que ele entenda. Suas palavras essa noite foram muito sinceras, mas, talvez, ele ainda não tenha se dado conta do tamanho da minha preocupação.
Ele balança a cabeça, concordando.
− Tudo bem. Nós podemos ser amigos, mas eu tenho uma condição.
− Qual é?
− Só quando isso o que temos acabar.
− E o que é isso que temos?
− É tesão, é carinho, é saudade e vontade, é muita coisa Edu... Muita coisa pra caber dentro de uma amizade, mesmo com benefícios. E eu ainda nem sei tudo o que tem dentro disso, porque eu nunca tive antes... -admite, fazendo meu coração errar uma batida e minha boca se abrir levemente. Ai meu Deus! Pisco meus olhos três vezes, fazendo-o sorrir.
− Eu... Eu também nunca tive...
− Eu sei... -Seu polegar acaricia minha bochecha.
− E quando acaba?
− Eu não faço ideia, mas realmente não quero pensar sobre isso, nem hoje, nem amanhã, nem enquanto essa fome que eu sinto de você durar.
Fecho meus olhos, recebendo as palavras como um calmante para minha alma. Ele também sente, não importa o que seja, ele também sente! Mas há uma coisa...
− Mas nós temos um contrato, e ele vai acabar em nove semanas...
− Você também está contando, é? - pergunta, sorrindo, antes de encostar os lábios nos meus: − Renovamos, e de novo, e de novo, e outra vez, e outra, até que tudo o que a gente tenha seja a amizade...
− Você pode me prometer isso, João? -É patético, Deus! Eu sei que é, mas não consigo evitar, preciso dessa promessa como preciso do chão em que piso, ou cairei, despencarei do alto e não faço ideia de quão abaixo de mim está a terra firme.
− Você tem minha palavra... - sussurra em minha boca e soa tão doce, tão cuidadoso, que eu ignoro tudo que me diz para temer, para não acreditar, para não me entregar, e o beijo.
Intensamente, desesperado para imprimir essas promessas em nossos corpos, e línguas, e corações acelerados. É um beijo urgente, cheio de perguntas que tentam se firmar sobre uma única resposta, uma única garantia que eu sei ser falsa, porque, não importa o tamanho do nosso desejo, nós não podemos controlar o amanhã. Mas, para viver hoje, eu preciso dela. Preciso dessa falsa esperança, preciso dessa mentira disfarçada de verdade e envolvo sua língua com a minha como alguém que não pode mais perder tempo, porque eu realmente não posso.
Vai chegar o dia, em que eu vou acordar e ser obrigado a reconhecer que era uma mentira. Isso pode ser bom ou ruim, mas eu não quero me importar com isso agora, não quero. Quero apenas sentir tudo e todas as coisas que me cercam, afogam e eletrizam como se não houvesse tempo o bastante no agora para que eu sinta todas. Quero apenas os seus braços, quentes ao meu redor; seu corpo, molhado, deslizando no meu; sua boca, devastadora, devorando a minha; seu pau, ansioso e faminto, crescendo sob mim, me dizendo que a noite ainda está longe de acabar.
******************
− Você já esteve no Rio de janeiro, Eduardo? -João me pergunta quando estou deitado sobre o seu corpo, com os braços cruzados debaixo da cabeça, apoiando meu queixo para que eu possa encará-lo. Nus, sobre os lençóis de sua cama, passamos as últimas horas nos beijando, acariciando, tocando e fodendo. Apesar do banho, meu corpo já está colando de suor seco despois da última rodada.
− Não... Cidade maravilhosa... Sou louco pra conhecer, mas nunca deu...
− O que acha de vir comigo para o fim de semana? -Minhas sobrancelhas se levantam imediatamente.
− Outro convite no lugar de um aviso? -questiono, e ele sorri, antes de levantar a cabeça e colar um beijo estalado em meus lábios.
− Eu estava falando sério quando disse que não te trataria mais dessa forma, claramente, não funciona... - Revira os olhos, fingindo cansaço e eu rio baixinho e dou de ombros.
− Eu nunca te prometi obediência cega... - João estala a língua e estreita os olhos para mim.
− Coisinha atrevida!
− Você acha que eu sou muitas coisinhas...
− E você é! A porra de uma coisinha tão pequena, mas fodidamente gostoso, atrevido, teimoso pra caralho, irritante, sensual, porra, Eduardo! Você parece ter transtorno de múltiplas personalidades!
Arfo, ofendido. Meus olhos se arregalam e minha boca se abre, completamente sem palavras diante do comentário, mas ele logo se defende.
− Não é uma coisa ruim, eu adoro! Adoro cada uma delas! Mesmo as que me deixam louco de raiva! Como a coisinha teimoso e a coisinha dono da verdade!
− Dono da verdade? -questiono, ainda indignado, apesar da declaração fofa. Ele sorri.
− Sim! Dono da verdade! Ele aparece de vez em quando, mas quando aparece... Me deixa com dor de cabeça!
Balanço a cabeça em negação e me preparo para me levantar de seu corpo, mas ele me agarra e gira nossos corpos, invertendo nossas posições e ficando sobre mim. Expiro com força, alargando minhas narinas, e o maldito sorri! Sorri imenso! Como se alguém tivesse acabado de contar uma piada muito engraçada, e então me beija. Assalta minha boca, enfiando a língua nela e lambendo cada canto que alcança. Chupa minha língua, meus lábios, rouba meu ar e capacidade de pensar, me prende em instantes em que tudo o que existe são seus lábios, língua e dentes.
Suspiro, completamente abalado pelo beijo quando ele termina. Meu corpo mole grita cansaço, implorando por um sono necessário e eu acaricio o rosto de João sobre o meu.
− Eu acho que preciso dormir...
− Dorme...
− Você vai precisar sair de cima de mim pra eu levantar, João. -declaro o óbvio, e acabo rindo.
− Fica... -pede com a boca na minha, e não consigo impedir a surpresa de tomar conta do meu rosto.
− Ficar aqui? Dormir aqui? pergunto, precisando ter certeza de que entendi certo e ele confirma com a cabeça.
− Mas, mas você disse que...
− Eu sei o que eu disse. -me interrompe: − Mas nós já mudamos tantas coisas essa noite, por que não mudar essa também? Fica? -pede outra vez e eu só concordo, em silêncio. Ele sai de cima de mim, apaga a luz no interruptor ao lado da cabeceira, deitase ao meu lado e estica o braço sob a minha cabeça. Meu corpo é puxado na direção do seu e ele enfia a perna entre as minhas, transformando-nos em um emaranhado de membros. Ainda me sinto atônito, completamente pego de surpresa por essa novidade, quero comemorá-la, e, ao mesmo tempo, temo que seja mais do que eu posso lidar, e suas próximas palavras selam a dúvida dentro de mim, transformando-a em uma preocupação genuína.
− Você já me afastou por tempo demais, Eduardo. Agora eu quero recuperar cada minuto que foi perdido... -sussurra, no escuro. E eu acho que me enganei, talvez nem mesmo a mentira disfarçada de verdade seja capaz de me proteger quando esse trem chamado “isso” descarrilhar. O sono desliza suas garras mornas por minha consciência, e meu último pensamento antes de ser completamente abraçado por ele, é que eu posso ser completamente destruído pelo desastre inevitável, mas vou aproveitar cada segundo do aumento de velocidade.
*** JOÃO PEDRO ***
QUENTE. MUITO QUENTE. Quente de um jeito estranho, um jeito bom. Desperto do sono e a primeira coisa a me atingir é o seu cheiro. Abro os olhos com pressa, como se minha mente estivesse ansiosa para ter certeza de que está acordada, porque, porra! Eu não sabia que queria tanto isso, até ontem à noite quando Eduardo disse que queria sair da minha cama. Eu estava pronto para argumentar o que fosse necessário para convencê-lo, mas tudo o que ele fez foi me olhar assustado com minhas palavras, e a sensação foi o caralho de um soco no estômago.
Ele estava apavorado com o que isso pode causar a médio e longo prazo, mas eu não me importei, porque me importa apenas o agora e eu não vou perder tempo com nada além disso. Observo seu rosto, tão tranquilo durante o sono. Seus cabelos, espalhados sobre os travesseiros e lençóis brancos, parecem ocupar toda a cama, e eu afundo meu nariz deles, me afogando no cheiro gostoso para um caralho que ele tem.
O que é que você está fazendo, João Pedro? Contrariando minha própria determinação, a pergunta flutua em minha mente, me confrontando, enquanto o corpo delicioso de Eduardo está espalhado ao meu lado. Eu não sei porra! Eu, fodidamente, não sei! Tudo o que sei é que não menti sobre nada do que disse ontem. Eu quero esse homem com uma ânsia que me consome, mas, ao mesmo tempo, pensar em algo além do que o “isso” que disse a ele que temos, é completamente inadmissível para mim mesmo. Então não, eu não faço ideia do que estou fazendo, me esgueirando cada vez mais em sua vida, e, infiltrando-o cada vez mais profundamente em meus próprios pensamentos.
Levanto com cuidado, para não o acordar, mas, assim que deixo a cama, Eduardo simplesmente se reorganiza, aproveitando o espaço extra em uma cama que pode ser considerada tudo, exceto pequena, o que quer dizer que ele já tinha muito espaço. Olho enquanto ele se espalha sobre os meus lençóis, abrindo mais as pernas e os braços, movimentando-se sobre a roupa de cama, enrolando-o em seu corpo pequeno e, lentamente, passando a estar deitado na diagonal. Sorrio, porque acabo de descobrir mais uma coisinha que ele é: espaçoso.
Assim que entro no banheiro, meus olhos imediatamente buscam a banheira e meu pau se contrai, completamente desimpedido, sinto-o inchando apenas com as lembranças de tomar Eduardo sentado sobre a borda da banheira, de afundar meu rosto entre as sua bunda e devorar sej cuzinho completamente. Puta que pariu! Olho pela porta, ele continua dormindo, tranquilo e pacífico, completamente distante daqui. Porra! Um cara legal não perturbaria seu sono... Mas foda-se! Eu não sou um cara legal, nunca fui, e não vai ser agora que vou começar, além disso, acordei cedo para me exercitar, e eu estou para descobrir um exercício melhor do que o que Eduardo e eu fazemos juntos.
Volto para cama e engatinho até alcançar o corpo de dele, deitado de barriga para baixo. Cuidadosamente, desfaço o casulo de roupas de cama que ele fez, até que seu corpo nu esteja completamente revelado diante de meus olhos. Passo alguns segundos apenas observando-o. Olhando a bunda redonda e arrebitada, as covinhas na parte baixa de suas costas, a cintura estreita e um mamilo rosado, exposto pela posição em que ele está deitado. As últimas semanas fizeram maravilhas pelo seu corpo já gostoso, e a aparência magra demais ficou no passado. Não resisto, brinco com seu biquinho entre meu polegar e o indicador e Eduardo se retorce na cama, mudando de posição e escondendo-o de mim.
De joelhos, entre as suas pernas, deslizo as mãos por seus quadris e acaricio a pele lisa e macia até alcançar sua bunda, espalmo uma mão em cada banda, alisando, apalpando, meu pau já está completamente duro, louco para se enterrar dentro dele.
Abaixo a cabeça e começo meu trabalho de acordá-lo. Desço a língua por sua bunda gostosa, lambendo um lado inteiro, depois o outro, ele se remexe, me fazendo sorrir, e aumentando minha vontade de vê-lo acordar sentindo minha boca em sua bunda. Enfio o nariz em sua carne quente, sentindo seu cheiro delicioso, e dou uma leve mordida em sua bunda. Eduardo de remexe, vira, e para, de barriga para cima, facilitando muito minha vida. Levanto sua bunda e afundo minha cara no meio dela.
Eduardo tenta abaixar, mas eu
mantenho, segurando seu quadril, e passo a lamber seu buraquinho, que se apertar em minha língua, provocando meus lábios, pedindo para ser chupado. Ele é delicioso, fodido e absolutamente delicioso. Meu pau se contrai e eu sinto minhas bolas incharem enquanto lambo cada centímetro da sua bunda em que afundo meu rosto, mergulho a língua, circulo, beijo sua entrada e brinco ali, mas ainda não o penetro. Os gemidos de Eduardo vão ficando mais constantes, até ele dizer meu nome.
Levanto os olhos para encontrar os seus abertos, ainda embriagados de sono, mas também, tomados por prazer.
Volto a saborear seu cuzinho e ele levanta mais ainda os quadris, esfregando-os em minha boca, passeio um dedo pelo cuzinho quente e já molhado com a minha saliva, até encontrar sua entrada. O penetro com um dedo e Eduardo grita, tão gostoso, tão manhoso, que puta que pariu! Eu mal posso acreditar que abri mão disso por quase um mês inteiro.
Aumento a intensidade das lambidas e enfio mais um dedo dentro dele, passo a chupá-lo e fodê-lo e ele fica completamente alucinado, levantando os quadris, empurrando minha boca na direção de seu cu, gemendo, gritando, me deixando a ponto de explodir de tesão e de vontade de me afundar dentro dele. A sensação de sua carne quente sugando e apertando meus dedos serve apenas para me enlouquecer ainda mais, e quando Eduardo explode em minha boca com um grito agudo, eu quase agradeço aos céus.
Arrasto-me pela cama sem nenhuma disposição para dar a ele sequer um minuto de trégua. Beijo sua boca com vontade, misturando os gostos de nossas salivas com o de seu pau delicioso, e gemendo em sua boca, ao mesmo tempo que engulo seus gemidos preguiçosos. Agarro sua nuca e enfio os dedos por seus cabelos, segurando sua cintura, viro-nos na cama, invertendo nossas posições e deixando-o em cima de mim. Sua bunda se esfrega em meu pau duro, me levando à loucura. Conduzo seu quadril, levantando-o e encaixbund-o sobre minha ereção.
− Desce, Eduardo... -Minha boca continua colada à sua, e ele obedece, mas ao contrário do que pensei que faria, Eduardo não desliza lentamente, ele desce de uma vez, engolindo-me inteiro e me fazendo precisar interromper o beijo para apertar os dentes.
− Porra, homem! Você vai acabar comigo! -Seu rosto ainda está sonolento e afetado pelo orgasmo anterior, mas também há um sorriso nele. Ele se ajeita sobre mim, rebolando, esfregando meu pau. Seus lábios se entreabrem e eu aperto seus quadris, querendo controlá-lo, mas ele não está disposto a ser controlado. Eduardo rebola em cima de mim, movimentando-me dentro dele, me fodendo sem nem mesmo me tirar e colocar de dentro de si, e eu engulo meus grunhidos de prazer.
Ele deita o corpo sobre o meu, deixando a bunda empinada, e afundando os dedos em meus cabelos, cola a testa na minha e lambe meus lábios, rebola outra vez e faz o inimaginável, bate os quadris em minha pélvis, empurrando-me mais fundo dentro dele, antes de levantá-lo, e fazer de novo, e de novo, e outra, e outra vez, me enlouquecendo completamente. As palavras fugiram da minha mente e tudo o que eu tenho são rosnados de tesão.
Eduardo não para. Ele senta, levanta e rebola, senta, levanta e rebola, e quando eu acho que é impossível ser melhor do que isso, ele volta a deixar o corpo reto sobre mim, e com os olhos vidrados nos meus, quica. O desgraçado quica no meu pau e a sua expressão de prazer arrebenta o que quer que estivesse mantendo o meu fio de autocontrole intacto.
− Porra, Eduardo! Caralho! Eu vou gozar, seu puto! -As palavras o deixam ainda mais descontrolado, ele senta e rebola rápido e se masturbar e eu fecho os olhos, desistindo de qualquer coisa que eu achei que poderia recuperar, me entrego completamente as sensações provocadas pelo bruxo sobre mim e, quando ouço seu grito, e sinto seu corpo estremecer no meu, meu gozo esporra em seu cuzinho quente com a força de mil foguetes, me arremessando da terra direto para a lua com um gemido rouco completamente irreconhecível.
Ele desaba sobre mim, mas por vários minutos, eu não sou nem mesmo capaz de envolvê-lo em meus braços, embora eu queira. Meu peito sobe e desce em um ritmo frenético comandado pelo meu coração descontrolado, batendo em meu peito feito um bumbo de escola de samba e eu não quero mais nada além disso, além dele, além desses momentos.
Expiro com força, expulsando o ar dos pulmões, tentando, e falhando, miseravelmente, na tarefa de recuperar o controle de mim mesmo. É isso o que esse bruxo faz comigo, é claro que eu não tenho ideia de que porra estou fazendo aqui, porque ele arranca de mim toda e qualquer gota de controle que circula pelo meu corpo. Depois de algum tempo, consigo abraçar o corpo pequeno de Eduardo e deixar um beijo em sua testa suada.
− Puta que pariu, Edu! -Ele ri baixinho, deitado sobre mim, e eu balanço a cabeça, negando.
− Foi você quem começou... Acordar assim quase me causou um ataque cardíaco! Eu só queria retribuir o favor... -sussurra em minha boca, me fazendo sorrir.
− Coisinha terrível! -Lambe os lábios gostosos e eu não suporto ficar nem mais um segundo sem beijá-los, agarro seus cabelos e empurro sua boca na direção da minha só para devorá-lo inteiro.
− Você não me respondeu ontem se quer ir ao Rio comigo ou não. Vai ser uma viagem de trabalho, mas eu prometo separar um tempo pra te mostrar a cidade. -Digo, com a boca ainda colada na sua quando o beijo acaba pela necessidade de respirarmos.
− Eu vou... -Me faz sorrir, e, percebo, feliz.
− Você precisa comprar roupas... Sem nenhum tipo de vergonha, aproveito se momento de vulnerabilidade para trazer o assunto que sei que irá reder uma discussão à tona.
− Quê? -Afasta o rosto do meu, mas aperto os braços ao seu redor, espremendo seus seios nus em meu tórax e impedindo-o de se afastar.
− Sim, Eduardo. Roupas...
− O meu closet tá cheio... -rebate, fazendo um biquinho delicioso.
− Não com roupas para o Rio de Janeiro... Rio, quarenta graus, lembra? Além disso, você vai precisar de mais de uma sunga...
− João, você tá exagerando... desdenha.
− Não tô não! Você ainda não gastou um real desde que veio pra cá, Eduardo. Você precisa de roupas! -Sibilo as últimas palavras, deixando claro que estou falando sério e ele revira os olhos.
− Inegociável? -Pergunta ainda com os olhos revirados.
− Absolutamente! -Respondo com um sorriso no rosto.