Continuação:
Natasha chupou o pau de Aurélio durante todos os vinte minutos do trajeto até a casa dele. Nem ao passar pela portaria do luxuoso condomínio, ela parou de trabalhar. Os vidros escuros do carro impediam qualquer visão de fora. Ele também não saiu do personagem em nenhum momento, sempre me chamando de corno, elogiando o quanto "minha esposa" era gostosa e safada e que eu ainda tinha que comer muito arroz com feijão para dar conta de uma mulher tão quente como ela. Mesmo que incomodasse um pouco, eu levava tudo na esportiva, era apenas uma fantasia dele, um fetiche que ele pagava para realizar, ao invés de destruir o casamento dos outros. Aquele tipo de atitude merece o devido respeito.
Para um moleque pobre, que crescera com o mínimo necessário para a manutenção da vida, meu primeiro contato com um super rico me deixou de queixo caído. Nada naquela casa era comum. A garagem era subterrânea e estava mais para uma exposição de carros. De modelos antigos reformados, como Opalas, Mavericks, Karmann Ghias e afins, até modelos de última geração, como o Camaro SS e um Mustang Mach 1. Aquilo me tirou um pouco do personagem e me deixou bastante intimidado, mas Aurélio não me deixou esmorecer, falando com orgulho de sua coleção, mas de forma humilde, sem contar vantagem:
- Todo mundo tem suas preferências, as minhas são carros. Sou um apaixonado por esse mundo. Grande parte do meu patrimônio está aqui.
Eu nem habilitação tinha, mas já sonhava com um carrinho velho qualquer para chamar de meu. Aurélio, experiente, já mudou o foco da conversa, falando do que realmente importava naquela noite:
- Você vai ver, corninho, darei a sua esposa putinha uma noite para nenhum dos dois esquecer.
Enquanto Natasha me dava a mão, mantendo sua personagem, ele nos fazia sinal para sair da garagem e entrar na casa:
- Venham, fiquem à vontade. Não precisam se preocupar com nada. Temos comida, bebida e até umas coisinhas a mais se for do agrado de vocês.
Eu já imaginava o que seriam aquelas "coisinhas a mais" e por isso, nem dei atenção. Ele digitou uma senha em um painel numérico e toda a garagem foi trancada pelo sistema de segurança.
Sem perder tempo, ele deu um tapa leve na bunda de Natasha, a puxando para um beijo em seguida. Eu apenas assistia, sem saber como me comportar. Enquanto caminhavam, ainda aos beijos, Natasha me puxou e me levou junto com os dois.
O novo ambiente era decorado de forma impecável. Aurélio se jogou em um sofá estilo divã e puxou Natasha para o seu colo. Ele apontou para um canto dizendo:
- O que você quiser tem naquele bar, fique a vontade para se servir.
Decidi ser mais do que um corninho conformado, pois aquela noite era dele, não minha. Perguntei:
- Eu preciso de uma água. Querem alguma coisa?
Aurélio sorriu satisfeito com a minha gentileza:
- Pode me trazer um Bourbon? - Ele olhou para Natasha. - E você, quer beber o quê?
Eu não fazia ideia do que era Bourbon, mas para não parecer ignorante, imaginei que estaria escrito na garrafa. Natasha se decidiu:
- Eu gostaria de uma cuba.
Essa eu não sabia mesmo o que era e ela explicou que era uma mistura de refrigerante de cola, rum e limão. Os dois riram da minha inexperiência, mas eu não me importei. Não era um riso de deboche e ele ainda veio acompanhado de um elogio de Aurélio:
- Você foi bem criado. É difícil encontrar um jovem hoje em dia que ainda não foi seduzido pelo álcool.
Um pouco corado, mas lisonjeado pelo elogio, finalmente encontrei a garrafa que o rótulo indicava ser o Bourbon. Fiz a mistura para Natasha e servi uma dose para Aurélio. Sentei bem em frente aos dois, numa poltrona mais macia do que o meu colchão. Eu não queria perder a ação e ele estava pagando para ter o "corno" presente.
Eles bebiam devagar e trocavam beijos e carícias que iam ficando mais ousadas com o tempo. Aurélio sempre fazia uma pausa para se dirigir a mim:
- Fica olhando corno. Sua putinha gosta de ser o centro das atenções.
Ele levantou o vestido de Natasha e acariciou a bocetinha sobre o tecido:
- Tá vendo, já está úmida. Mal comecei e ela já está se entregando.
Meu pau começava a crescer e ela também me provocava:
- Olha, amor! ele está com a mão na minha xaninha… que delícia, assim eu não aguento, corninho.
Aurélio colocou a calcinha para o lado e expôs a xoxotinha linda, de lábios carnudos e rosados. Ele abriu os grandes lábios com os dedos e disse:
- Pra você olhar, corninho! Daqui a pouco eu vou foder essa xoxota gulosa e apertada. Se for um bom corninho, quem sabe a noite pode ser boa pra você também…
Aurélio era habilidoso, com uma mão dedilhava a xoxota e com a outra começou a despir a parte de cima do vestido de Natasha, apertando os seios e arrancando gemidos dela:
- Ai, cacete! Assim eu fico louca…
Natasha era esperta e queria me colocar na ação:
- Acho que um pau só não vai dar conta… hoje eu quero que vocês dois acabem comigo.
Mas Aurélio também não era bobo:
- Se você se dedicar e o corninho se comportar, pode ser bom para todo mundo.
Eu já estava viajando com tudo aquilo. Meus olhos estavam vidrados nos dois.
Aurélio tirou Natasha do colo e a fez se ajoelhar à sua frente, tirando a calça e a cueca em um movimento só, mostrando para ela o pau completamente ereto, balançando a centímetros do rosto dela:
- Vai fazer o que, putinha? Já está até salivando, né? Pode pegar, eu deixo.
Eu tinha uma visão magnífica daquela bunda virada para mim, se empinando enquanto ela pegava pau e começava a mamar novamente. Eu pensei: "Ester é linda, Marcela também, até mesmo Jéssica é uma delícia, mas nenhuma delas está no nível de Natasha. Não importa se ela é puta, ela é, de longe, a mulher mais bonita e gostosa que eu conheço." Não sei se era o tesão falando, ou a situação, pois naquele momento, aquilo era uma verdade absoluta.
Natasha chupava aquela piroca como se a sua vida dependesse daquilo. Aurélio gemia como se não houvesse amanhã e eu assistia a tudo com o pau latejando, doido para tirá-lo pra fora e bater uma punheta ali mesmo, mas me contive.
Do jeito que Natasha enfiava a piroca inteira na boca, depois tirava e lambia toda a base do pau, brincando com sua língua nas bolas e voltando a abocanhar, Aurélio, apesar de tentar se mostrar dominante, acabava sendo totalmente envolvido pela habilidade única de Natasha:
- Vai dar leitinho para a esposa do corno? Vai melar minha cara inteira como prometeu? - Natasha o provocava.
Ele pegou o pau e começou a punhetar, esfregando a rola na cara dela e me provocando:
- Sua puta quer leite, corninho! Porra de macho é bom pra pele, fica tranquilo.
Os jatos vinham acompanhados de urros de tesão, mas eu percebi que nenhum deles iam na boca de Natasha. Ele estava extasiado, jorrando na cara dela, que sorria recebendo o esperma sem afastar o rosto.
Enquanto ela brincava com o gozo, esfregando nos seios e tentando limpar o que caiu em seus olhos, ele se jogou no sofá, satisfeito pela promessa cumprida.
Eu não sabia o que fazer, que atitude deveria tomar, e logo Aurélio voltou a se lembrar de mim:
- Essa puta é das melhores. Putinhas casadas são as mais safadas, corno!
E para a minha surpresa, ele disse à Natasha:
- Vai lá brincar com o corninho um pouco. Ele deve estar no ponto.
Natasha nem se levantou, veio engatinhando em minha direção. Mas Aurélio tinha condições:
- Pode chupar, o corno deve estar em estado de ebulição, mas a boceta é minha, não abro mão de ser o primeiro esta noite. - Aurélio se levantou e saiu da sala.
Aquela cara toda gozada me deu certo nojo, eu ainda não estava preparado para aquilo. Ela percebeu, mas foi sutil, e ao invés de me chupar, resolveu conversar:
- Obrigada! Não sei o que eu faria sem você. Não é a primeira vez que isso acontece. Se eu furasse com o Aurélio outra vez, iria perder o cliente. Espera um minuto, já volto.
Natasha saiu também, mas na direção oposta. Ela voltou alguns minutos depois, com o rosto limpo e totalmente nua:
- Vem comigo!
Aurélio ainda não tinha voltado, mas eu não resisti a uma mulher tão linda e nua me chamando. Afinal de contas, naquela noite, eu era o marido. Corno, mas "dono oficial" de tudo aquilo. A segui pelo corredor e chegamos a um banheiro que parecia um SPA, maior do que a casa em que eu moro, e contando o quintal.
Ela tirou a minha roupa, sem ligar para os meus protestos, e me fez entrar junto com ela na banheira que mais parecia uma pequena piscina. Ficamos conversando sobre coisas sem importância, ela colada em mim, alisando meu pau com carinho, com a cabeça encostada em meu peito. Parecíamos um casal verdadeiro…
- Os pombinhos estão namorando? A putinha quer pau e o corninho quer assistir, não é?
Aurélio entrou na banheira também e se sentou ao nosso lado, com uma garrafa de champanhe na mão e nos servindo.
Seu pau era do mesmo tamanho que o meu, só que o meu era mais grosso. Eu achei que ficaria constrangido, mas estar nu na frente dele não fez a menor diferença. Sério, ele me fez uma proposta:
- Eu gostaria que você se tornasse o corninho oficial sempre que eu vier para a cidade. É lógico que eu vou pagar pelos seus serviços também. O que acha?
Natasha tentou me proteger:
- Não! Ele também é um cliente e está sendo muito gentil ao me ajudar. Não quero misturar as coisas. Podemos achar outro profissional como eu. Você é um cliente importante, mas ele também é.
Aurélio, surpreso pela reação de Natasha, preferiu não continuar a proposta. Parece que aquele momento nem aconteceu, pois os dois voltaram a se beijar, só que muito perto de mim. Conforme as coisas iam esquentando, os carinhos de Natasha no meu pau se transformavam em uma punheta mais intensa. Aurélio a beijava, sugava seus seios e pela forma que ela se contorcia, devia estar dedando a xoxota também. Eu não consegui mais segurar, tentando sair da banheira para não gozar e sujar a água, Os dois se assustaram:
- O que aconteceu: - Aurélio me encarava.
Um pouco sem jeito, constrangido, respondi:
- Foi demais. Vocês se pegando e Natasha me punhetando, não consegui segurar. Tentei sair para não sujar a água.
Os dois começaram a rir de mim. Ele disse:
- Fala sério, achei que estava passando mal. É só sexo, corninho. Relaxa! Em vez de desperdiçar, goza na putinha, ela vai adorar.
Natasha me encarava com cara de pidona:
- Dá leitinho para a sua esposinha safada, eu gosto.
Aurélio colocou Natasha apoiada na banheira, encapou o pau com uma camisinha e começou a forçar a pica na entrada da xoxota:
- Putinha assim merece leite, é um prêmio para elas. Dá o pau pra ela chupar enquanto eu fodo essa sua esposa safada.
Natasha revirou os olhos ao ser penetrada, segurando firme na minha pica meia bomba, que ainda se recuperava da gozada anterior. Ela deu um beijo na cabeça:
- Ainda tem leite saindo, o finalzinho. É docinho.
Aurélio incentivou:
- Ele é novo, chupa que vem mais. O estoque nessa idade é alto, tem fartura.
Aurélio estocava forte e as batidas dos corpos ecoavam alto. Natasha já tinha deixado meu pau completamente ereto de novo e chupava com muita vontade. Todo ambiente, aquela loucura, me faziam entrar num estado de excitação que eu nunca experimentei na vida.
Aurélio socava forte, com ritmo, arrancando gemidos cada vez mais altos de Natasha:
- Ai, caralho! Fode essa boceta, mostra pro meu corninho como se faz…
Aurélio empurrava fundo, dando tapas estalados naquela bunda branquinha que iam ficando marcados na pele:
- Isso, safada! Rebola no pau do seu macho para o corno ver. Que boceta apertada. Quanto mais eu fodo, mais ela aperta.
Eu me segurava para não gozar de novo, me concentrando com todas as minhas forças. Aurélio era pura euforia e potência:
- Isso, puta! Essa bocetinha está piscando no meu pau, você faz isso com o corno também?
Ela não deixava as provocações passarem batidas, gemendo e o desafiando:
- Pro corninho eu faço de tudo, mas ele prefere sentir o meu cuzinho piscando…
O homem endoidou ao ouvir aquilo, socando ainda mais forte, até sendo um pouco bruto:
- Sua puta safada, eu também quero comer esse cuzinho… eu mereço.
Natasha, sorrindo para mim, não parava de aticá-lo:
- Não pode! O cuzinho é só do corninho. Que delícia, fode essa boceta que está muito bom assim, você está me arrombando.
Não consegui mais me segurar, deixando o êxtase do momento se apossar de mim. Até tentei tirar o pau da boca de Natasha, mas ela me segurou firme, sorvendo cada gota do meu gozo, sem desperdiçar nada. Aurélio insistia, inclusive, saindo do personagem:
- Deixa eu foder esse cu, eu pago. Por favor!
Mesmo inexperiente, percebi que Natasha estava negociando e enquanto me recuperava, fiquei quieto no canto. Ele não parava de implorar:
- Poxa, eu sempre te pedi isso, libera aí, vai?
Natasha não era só penetrada, ela se batia contra ele, o deixando ainda mais louco:
- É só um cu, você já deve ter comido dezenas. O que tem de mais? - E aproveitava para gemer manhosa. - isso! Assim está muito bom, não para! Mete nessa safada casada.
Era visível que Aurélio estava prestes a gozar, pois seus movimentos eram cada vez mais fortes e mais rápidos. Ele não parava de pedir:
- O dobro! Eu pago o dobro. Vai, para de regular. O corninho está aqui, vai ficar doido vendo isso.
Natasha piscou para mim uma última vez:
- O dobro eu aceito, mas com uma condição: eu quero uma dupla penetração. Você no cuzinho e o meu corninho na boceta. Pode ser assim?
Aurélio não aguentou mais, explodindo finalmente:
- Ah, caralho! Pode, claro que pode. É ainda melhor… vamos arrombar de vez sua putinha, corno! Eu e você juntos.
Enquanto os dois se recuperavam, eu servi mais champanhe. Aurélio era só sorrisos, acho que aquilo era uma coisa que ele queria muito e não era só naquele momento. Natasha o deixou só e veio se juntar a mim, como uma esposinha liberada com a cumplicidade do marido. sinceramente, eu não não tinha a experiência necessária para entender o momento. Não sabia se ela estava feliz por conseguir dobrar seus ganhos, ou se ela estava apenas me agradando por gratidão, ou se ela realmente gostava muito de foder e fez daquilo sua profissão, unindo o útil ao agradável.
Aurélio pegou o smartphone e depois de alguns poucos minutos, disse:
- Pronto! Já fiz o pagamento, sua vez agora.
Enquanto ele avançava para cima dela, ela o parou:
- Calma! Meu marido está aqui e ele vai meter na minha bocetinha primeiro. Depois você vem por trás e entra na brincadeira.
Aurélio chegou a se tremer inteiro de excitação, voltando rapidinho ao personagem. Natasha me fez sentar na borda da banheira, chupou meu pau por alguns minutos, o deixando em ponto de bala, colocou uma camisinha em mim e sentou com muita vontade.
O que aconteceu a partir daquele momento, aquela experiência nova de dividir uma mulher com outro homem, foi um marco na minha vida. Mas ao invés de descrever como foi aquela transa a três, vou me prender ao detalhe que mais ficou gravado na minha memória, as reações de Natasha.
Ao me cavalgar, ela me encarava com ternura, beijando minha boca, meu pescoço, mordendo de leve o lóbulo da minha orelha e aproveitando para me provocar:
- Vai deixar outro homem foder o cuzinho da sua mulher? Ele vai me arrombar inteira, depois não tem mais volta.
Eu senti, pelo aperto do corpo dela contra o meu, que Aurélio começou a receber pelo que pagou. O rosto de Natasha mudou de feição, passando do prazer à dor:
- Ai, amor! Ele está entrando… é grosso demais, me beija. Aiiiiii…
Eu a beijei, tentando ajudá-la a superar. O inocente aqui achou que ela estava realmente sofrendo. Ela voltou a me provocar:
- Ai, amor! Que delícia, está tudo dentro. Dois paus dentro de mim. Que loucura, como é bom. - Natasha já demonstrava sentir um prazer intenso.
Eu sentia as estocadas fortes de Aurélio naquele cu, que verdade seja dita, eu nunca comi, era tudo um jogo de Natasha para aumentar os seus rendimentos.
O corpo dela reagia às estocadas de Aurélio com ondas de choque que faziam ela se apertar ainda mais contra mim, me beijando e tentando encontrar o sincronismo entre as penetrações. Senti a bocetinha apertada ordenhando meu pau e os gemidos se transformando em berros de prazer:
- Puta que pariu! Estou gozando nas rolas dos meus machos tesudos. Como isso é bom… Eu sabia que com as pessoas certas seria maravilhoso.
No embalo, gozei também, vendo aquela carinha de pura satisfação que Natasha fazia. Aurélio não tardou a nos acompanhar, gozando como um urso selvagem, rugindo e bufando:
- Caralho, mulher! Que putinha do cu apertado, quase não entra.
Natasha ainda tinha argumento para debater:
- É porque ele é quase virgem, foi muito pouco usado.
Ela falava aquilo sem esconder o sorrisão de quem gozou muito gostoso, parecia até estar realizando uma vontade, juntando o prazer sexual e o financeiro.
Aurélio se afastou, sentando na banheira e tentando recuperar as forças, mas Natasha ainda ficou em cima de mim, enquanto meu pau era expulso de dentro dela com o relaxamento natural pós-gozo da ereção.
Ela me beijou. Um beijo calmo, carinhoso, de agradecimento e disse baixinho, só para eu escutar:
- Foi muito bom. E eu ainda ganho para isso. Como o preço aumentou, seu pagamento também será maior.
Eu fui direto e honesto:
- Só essa experiência já valeu totalmente a pena. Eu não quero dinheiro, quero o que combinamos.
Enquanto nos beijávamos novamente, ouvimos Aurélio dizer:
- Corninho, sua esposa é a melhor. Pense no que eu disse, já vi que você é confiável e para um homem na minha posição, sigilo é essencial.
Eu não respondi nada e nem Natasha deixou que eu respondesse. Ficamos ali na banheira por mais algum tempo conversando e Aurélio ainda fodeu Natasha mais uma vez.
Já eram quase quatro horas da manhã e eu precisava ir embora. Duas noites dormindo fora de casa deixariam minha mãe preocupada. Me despedi dos dois, que ainda tentaram me segurar e vesti a minha roupa. Chamei um carro pelo aplicativo e voltei para casa.
É claro que minha mãe levantou ao me ouvir entrar, mas ela não disse nada, apenas agradeceu a Deus por eu estar seguro e em casa. Só troquei a roupa, colocando um short mais confortável e me joguei na cama, apagando minutos depois.
No dia seguinte, acordei por volta do meio-dia, sentindo o cheiro da comida que minha mãe fazia tomando conta de toda a casa. Fiz minha higiene matinal e tomei um banho, pois ainda estava melado da noite anterior, o cheiro de Natasha estava impregnado em mim.
Almoçamos no clima familiar de sempre, com meu irmão fazendo sua algazarra. Minha mãe sofrendo para lhe dar limites e minhas irmãs sempre reclamando de qualquer coisa. Família normal, né?
Voltei a me deitar depois do almoço e Jéssica começou a dominar os meus pensamentos. Após uma breve reflexão, achei que era necessário resolver a situação de vez. Independente de qualquer coisa que aconteceu no passado, se eu pudesse fazer alguma coisa para ajudá-la, por menor ou maior que fosse, eu faria tudo o que estivesse ao meu alcance para trazê-la de volta ao mundo.
Levantei, me arrumei e disse à minha mãe que não pensava em demorar. Como toda mãe, ela queria saber mais:
- Você saiu dois dias seguidos, amanhã é segunda. Não acha que já está bom de farra?
Ela não esperava a minha resposta:
- Estou indo ver a Jéssica. Não estou indo para a farra.
Minha mãe abriu um sorriso de orelha a orelha:
- Faz bem, meu filho! Mesmo que o caminho de vocês não seja mais juntos, é importante não deixar nada incompleto no passado. Se você puder ajudar aquela menina, faça de coração, sem esperar nada em troca. - Eu dei um beijo carinhoso em sua testa e saí.
Nossas casas eram separadas por apenas um quarteirão, mas a dela ficava na rua de trás. No curto trajeto, passei em frente a padaria do bairro e lembrei que Jéssica adora Carolinas, um doce que a massa tem o nome complicado - Pâte á Choux - apesar de ter um preparo simples e com recheios variados. O preferido dela era com o tradicional recheio de doce de leite. Entrei e comprei uma porção caprichada, a desculpa perfeita para quebrar o gelo.
Cheguei na frente de sua casa em poucos minutos e chamei:
- Ô de casa!
Vi um vulto passar pela cortina da sala em direção a porta. O Sr. Sérgio foi quem atendeu:
- JB? O que você está fazendo aqui?
Fui direto:
- Vim falar com a Jéssica. Ela está?
Ele não se conteve, abrindo o sorriso, mas com os olhos marejados:
- Entra JB, eu já vou chamá-la. Fique à vontade.
Ele deu dois tapinhas nas minhas costas, puxando assunto:
- Soube que você está indo bem no novo emprego. Sua mãe, toda orgulhosa, contou para a minha esposa.
Eu ainda estava um pouco acanhado, dado o nosso último encontro, onde acabei falando uma mentira para mudar o foco:
- Acho que eu estou indo bem sim, até me ofereceram uma bolsa de estudos.
Achei melhor esclarecer a situação:
- Sobre aquele dia, eu acabei confundindo as coisas. Eu estava conhecendo uma pessoa, mas parece que não temos futuro. Eu me precipitei ao dizer que era a casa da minha namorada.
Eu não entendi porque estava dando satisfações da minha vida, talvez por respeito? Mas achei que devia esclarecer.
Ele também foi educado:
- Me desculpe também, nada daquilo era da minha conta. Acho que foi a surpresa de reencontrá-lo daquela forma depois de um ano. Vê-lo me fez lembrar de Jéssica, da época que vocês namoraram, do quanto a gente gosta de você… enfim, vou chamar a Jéssica, já volto.
Ele subiu as escadas do sobrado rapidamente. Só com a cabeça visível, pela porta da cozinha, dona Áurea, mãe de Jéssica, me chamou:
- JB, como é bom ver você. Vem aqui para eu te dar um abraço, estou cozinhando, não posso parar de mexer a panela.
Segui até ela, que me recebeu com um abraço carinhoso:
- Como você está maduro, parecendo um homem feito já. Até as roupas mudaram.
Eu agradeci o elogio enquanto o Sr. Sérgio adentrava o recinto:
- Ela já vai descer. Ficou surpresa, mas muito feliz por saber que você está aqui.
Dona Áurea, tensa, pediu:
- JB, Jéssica está um poço diferente, não é a mesma de um ano atrás. Por favor, tente não se impressionar.
Um ano é tempo considerável na vida de um jovem adulto, muitas coisas mudam. A aparência, o corte de cabelo, o corpo, as preferências, os gostos… é uma coisa normal na vida de qualquer um.
Enquanto esperava Jéssica descer, fui respondendo a todas as curiosidades deles sobre a minha vida. Não levei a mal, nem achei que estavam sendo invasivos, pois os dois sempre me trataram como um filho, ajudando a minha família sempre que passávamos por necessidade no passado. E além de tudo, os dois sempre foram uma força do bem para mim, incentivadores, conselheiros e generosos. Eu poderia ficar ali o tempo que fosse necessário esperando, pois o meu objetivo era reatar os laços com a filha deles, minha primeira e verdadeira amiga. Como ela fazia falta na minha vida…
Ouvi os passos na escada e a voz doce que eu conhecia tão bem me chamando:
- JB, há quanto tempo.
Ao me virar, tive a visão mais triste da minha vida até aquele momento: Jéssica, de cabelos curtos, em um corte sem nenhuma simetria ou precisão, muito mais magra do que eu lembrava, pálida, com cara de doente, sorrindo com esforço.
Aquilo me destruiu completamente, e por mais que eu estivesse na minha razão sobre tudo o que fiz, vê-la assim me fazia sentir culpa, remorso, uma sensação de que eu poderia ter feito as coisas de forma diferente e evitado todo aquele sofrimento para ela. Me senti um covarde, aproveitando a situação para fugir, sem ao menos dar a ela a chance de se explicar, pensando somente no que era melhor para mim.
- JB? Tudo bem?
Acabei me perdendo em meus pensamentos. Eu precisava me recompor e passar tranquilidade à ela. Voltar a ser, pelo menos, o seu amigo. O melhor que eu pudesse ser.
Continua.