Jean tentou sair de debaixo do animal, mas a fera abriu a boca e avançou sobre ele.
- Jeaaaaan! – Pierre gritou em desespero.
Pièrre se aproximou com o pau na mão pronto para desferir um golpe no cão, mas o animal uivou novamente e da mata, outros cães vieram correndo em grande velocidade e os cercaram. O animal saiu de cima de Jean e começou a metamorfosear de volta à forma de homem. Pièrre observava, aterrorizado àquela imagem horripilante. Seu corpo continuava a se arrepiar.
- Finalmente te encontrei, Pièrre Montagne! Muito prazer, meu nome é Marcel Bordeaux.
Jean se levantou, muitíssimo assustado; seu corpo tremia de medo e os olhos ficaram arregalados. Seu rosto sangrava por causa do arranhão feito pelos dentes do cão. Pièrre se aproximou dele e o limpou.
- Que cena comovente! Mas vocês dois virão comigo.
- Não ouse tocar neles! – disse uma voz feminina.
Todos olharam em volta procurando quem tinha falado aquilo. Kieza saiu do meio das árvores em direção a eles. Os cães, que estavam cercando o lugar se transformaram de volta. Dentre eles estavam Louis, Frédéric, e os irmãos Cristine e Maurice. Pièrre se admirou ao ver os dois últimos.
- Maldita bruxa traidora! EU VOU TE MATAR! Peguem-na! – Gritou Marcel.
Cristine e Maurice correram para atacá-la, mas ela conjurou um encantamento e os dois caíram ao chão sem conseguir se mover. Outros vampiros, cinco deles, partiram para cima de Kieza, mas ela conjurou o feitiço novamente sobre eles.
- Marcel, é melhor saírem daqui agora!
- Ou o quê? Vai lançar esse feitiço ridículo contra mim?
- Você sabe que o sol vai nascer em instantes; então, eu poderia te destruir com esse feitiço ridículo.
- A menos que eu te mate antes, sua meretriz dos infernos! – Gritou ele abrindo os braços e voando até ela com muita fúria.
Kieza então meteu a mão na sacola que carregava e tirou uma adaga de prata e apontou para cima, de onde Marcel vinha para ataca-la. Ao ver o objeto, ele se teletransportou no ar em uma névoa negra, e apareceu atrás dela. Antes que ela reagisse, ele segurou seu braço com uma mão e com a outra, a agarrou por trás, imobilizando-a. Sem pensar, Marcel cravou os dentes em seu pescoço, ferindo-a profundamente. De repente, a boca do vampiro começou a queimar e ele teve que solta-la.
- MALDITAAAA! Você me paga!
Mesmo queimando, Marcel tentou pegar Kieza novamente, mas com a adaga ela o feriu no braço, que começou a queimar também. Agora, ele tentava cuspir o sangue dela de sua boca, e ao mesmo tempo segurava o ferimento no braço. Os três vampiros que ainda estavam ao redor fugiram, pois o sol já estava apontando no horizonte.
- Você me paga, sua maldita!!
Marcel desapareceu em névoa, levando consigo Frédéric, Louis e os vampiros caídos ao chão.
- Meus caros, me perdoem por tê-los deixado sozinhos. Eu demorei mais do que o esperado. Mas eu fui buscar isso. – Disse Kieza, mostrando a adaga para eles.
- Tudo bem. Ainda bem que chegou a tempo. Que adaga é essa? – Perguntou Pièrre.
- Esta adaga foi forjada por meu pai; ela é de prata pura, o que basta para matar um vampiro se fincada em seu coração. Além disso, possui um encantamento que é capaz de teletransportar quem estiver com ela. Trouxe para vocês, pois vão precisar.
- Mas e você?
- Eu tenho meus meios contra eles.
Kieza os ensinou a usar o poder da adaga e fez a demonstração, ensinando-os a dizer o encantamento corretamente.
- Kieza, como Marcel nos encontrou?
- Marcel já tinha entrado na minha mente quando eu o servia, mas então eu descobri um feitiço para impedir o acesso dele. Porém, ontem, quando eu procurava a adaga usando magia, acabei ficando vulnerável e ele me encontrou. Mas agora eu dei um jeito e ele perdeu todo contato comigo.
- Que ótimo. Por que não vem com a gente?
- Vocês vão ficar bem, senhores. Apenas fiquem juntos e cuidem um do outro. Tenho que ensinar meus aprendizes as artes da magia, sobretudo contra esses malditos.
- Mais uma pergunta. Você sabe algum feitiço para alguém deixar de ser vampiro? – Pièrre perguntou.
- Bem lembrado, sr. Montagne. Isso foi a segunda coisa que fui buscar. Mas antes, me devolvam meu livro que vocês “pegaram emprestado”.
- Perdão. Não tínhamos a intenção. Mas como não sabíamos onde você estava... – Jean se desculpou
- Tudo bem, meu jovem.
Jean entregou o livro a Kieza. Ela procurou a página sobre o feitiço e conferiu uma informação. Depois, abriu a sacola e tirou um frasco contendo um líquido de cor escura.
- Dê ao seu amigo para beber. Ele precisa estar em forma vampírica e tem que beber tudo isso.
- Entendi. Obrigado, Kieza!
- Agora vão embora! Vocês têm o dia para ficarem seguros, mas não contem com isso. Marcel pode ter aliados humanos por aqui.
Eles a abraçaram e depois seguiram o caminho até chegarem na cidade.
Chegando lá, procuraram quem pudesse lhes dar comida, passando-se por viajantes. Uma senhora lhes deu alguns pães e frutas. Eles a agradeceram e depois encontraram um local mais escondido para se alimentarem. Pièrre estava pensativo.
- O que está pensando, Piè?
- Nada.
- Eu te conheço muito bem. Pode falar.
- É que... eu sei que é arriscado, mas estou pensando em voltar a Paris. Preciso ir no jornal e tentar destruir Marcel.
- Mas, é perigoso demais, e pelo que entendi há mais vampiros com Marcel agora.
- Eu sei, mas eu tenho a adaga e também meu “sentido vampiro”.
- Mesmo assim. E Anthony? Temos que encontra-lo.
- Encontramos Anthony e depois eu vou pra lá.
- Espere um pouco. – De repente, Jean percebeu o plano de Pièrre. – Você está pensando em me deixar sozinho novamente?
- Não posso arriscar levar você. Se acontecer algo contigo eu não sei o que faria.
- Pode acontecer algo comigo aqui e você não ficar sabendo, assim como já aconteceu quando me deixou em Paris, está lembrado?
- Mas dessa vez será diferente. E além disso, eles querem a mim.
Eles discutiram, e Jean ficou preocupado e chateado com o que seu amante queria. Pièrre se sentiu culpado por ter lembrado que deixou Jean sozinho da última vez e quase o perdeu. Ainda assim, ele queria seguir seu plano.
À tarde, eles andaram pela cidade, procurando onde Anthony poderia ter se escondido. Falavam apenas o necessário. Quase próximo do meio-dia, chegaram a um casarão abandonado. Lá dentro havia apenas alguns poucos móveis, todos empoeirados ou mofados, alguns quebrados. Eles entraram e procuraram em volta, mas não havia ninguém. Quando estavam no último cômodo, que parecia ser um quarto, o sentido de Pièrre o alertou. Havia no cômodo apenas um guarda-roupas velho, e um pano sujo cobria a janela. Pierre segurou a adaga com uma mão, e com a outra, abriu a porta do móvel; Jean ficou alguns passos para trás. Quando a porta foi aberta, Anthony despertou, fazendo um grunhido alto. Pièrre tentou fechar a porta, mas Anthony a empurrava com muita força.
- Calma, Anthony! Somos nós! – gritou Jean.
- Me perdoem. Não sei o que houve. Eu simplesmente quis atacar. – Disse ele de dentro do guarda-roupas.
- Tudo bem. Devíamos ter batido antes, mas ficamos receosos de ser outro vampiro.
Anthony saiu do móvel. Jean e Pièrre lhe contaram os últimos acontecimentos. Porém, ao saber da intenção de Pièrre em retornar a Paris, ele se opôs, considerando perigoso demais.
- Obrigado, Anthony! Está vendo, Pièrre? Ele também acha uma péssima ideia.
- Mas...
- Não tem “mas”, Pièrre. Quase morremos com esse bando de vampiros. Eu fui transformado em um deles.
- Eu quase morri nas mãos daquele tal de Marcel. O cara me dá calafrios.
- Já contei que tenho uma adaga que me teletransporta?
- Sim, já disse. E você se lembra que Marcel conseguiu escapar dela quando atacou Kieza?
Anthony e Jean tentaram dissuadir Pièrre da sua ideia, e ele concordou com eles, mas apenas de palavra. No fundo, ele ainda queria voltar a Paris. Depois de algum tempo, Jean pegou no sono e dormiu, encolhido no chão. Anthony entrou em um estado quase que de hibernação dentro do guarda-roupas. Pièrre, não conseguiu dormir. Andava pela casa, olhava por uma fresta na janela as pessoas na rua, tentando processar tudo o que estava acontecendo e descobrir o que fazer a seguir.
Por volta das 3:00 da tarde, o céu escureceu e começou a chover forte em Versalhes. As pessoas corriam para se abrigar da chuva e, em questão de minutos, as ruas ficaram quietas. Jean acordou com um forte trovão e foi até Pièrre.
- O que está fazendo?
- Só observando a rua. Se a chuva continuar, a noite vai chegar mais cedo. Tenho medo de ficarmos aqui. Marcel deve voltar atrás de nós.
- Pièrre, olha para mim.
Jean se aproximou de Pièrre, ficando os dois cara a cara. Pièrre olhou em seus olhos. Goteiras do telhado molhavam o cabelo deles, escorrendo em seus rostos.
- Pièrre, eu te amo muito! E tenho muito medo de te perder. Por favor, me escute.
Jean já tinha dito que amava Pièrre antes, mas foram poucas vezes que o fizera. Dessa vez, no entanto, suas palavras entraram nos ouvidos e no coração de Pièrre com muita força, fazendo-o ficar com os olhos mareados. Ele tinha certeza do amor de Jean por ele, sabia o quanto seu amigo tinha se sacrificado para ficar com ele, e o quanto sofreu por ele ter se reduzido ao amante de um homem casado. Pièrre o amava na mesma intensidade; entretanto, sua preocupação excessiva em manter as coisas em ordem o impediam de expressar esse amor às vezes. Ademais, ele queria vingar a morte de seu pai a todo custo.
- Eu também te amo, Jean! Te amo demais! Mas tenho...
- Shhh. – Ele colocou o dedo sobre os lábios de Pièrre. – Eu sei que não irá mudar de ideia, mas quero que me inclua nela.
Pièrre franziu a sobrancelha, indicando que não entendeu.
- Eu irei com você.
- Mas é muito perigoso.
- Não importa. Eu não quero te deixar novamente, ainda que custe a minha vida.
Eles se beijaram apaixonadamente ao som da forte chuva caindo no telhado. Jean se abaixou e abriu as calças de Pièrre. Parou um segundo para contemplar o pênis meia-bomba, e cheirou os pelos pubianos. O cheiro de suor de macho lhe causava grande excitação. Jean colocou o membro na boca, e rapidamente ele ficou ereto. Pièrre segurou a cabeça de seu amante e, com movimentos pélvicos, fodia sua boca macia e úmida. Jean com maestria engolia o pau por inteiro, chegando a engasgar-se. Tirava-o da boca e o abocanhava novamente. Em alguns minutos, Pièrre não conteve o orgasmo, e segurou a cabeça de Jean firmemente e gozou. Jean engoliu cada gota do leite, mesmo sentindo seu gosto um pouco amargo. Ele se levantou e Pièrre se virou de costas. Jean entendeu o recado. Tirou seu pau para fora e cuspindo na glande, pincelou o rabo de Pièrre. Forçou a entrada. Pièrre sentiu dor, mas manteve-se firme. Logo a rola grossa entrou por completo e Jean parou ali para que o cu dele se acostumasse com o mastro. Logo a dor de Pièrre foi diminuindo e o prazer aumentando, e começou a forçar seu corpo para trás. Jean o segurou pela cintura e meteu com voracidade. Enterrava o pau até as bolas e depois tirava. Fez isso algumas vezes e depois se deitou no chão; Pièrre se sentou em sua rola e começou a cavalgar deliciosamente, subindo e descendo. Seu próprio pau, duro novamente, balançava com os movimentos.
- Vou gozar. – Avisou Jean.
- Então me enche de leite, meu amor!
Enquanto seu cu era cheio de esperma, Pièrre se masturbou e gozou pela segunda vez; ofegante, ele deitou sobre o peito de Jean, e ficaram no chão abraçados por alguns minutos.
Em seguida, levantaram-se e decidiram ir até a estação. Lá, foram informados de que o próximo trem para Paris seria às 20:15h. Já estava anoitecendo quando chegaram de volta à casa abandonada. Anthony tinha acabado de despertar. Pièrre lhe contou que ele e Jean decidiram voltar a Paris, e sem outra saída, Anthony decidiu ir também para lhes oferecer apoio. Só havia uma questão: eles não tinham dinheiro para a passagem. Pensaram em pedir às pessoas, mas isso poderia levar tempo e talvez não conseguissem.
- Bom, tenho uma ideia. Vamos para estação. – Disse Anthony.
- O que vamos fazer? – Perguntou Jean.
- Não se preocupem. Quando lá chegarmos, vocês verão.
Chegando na estação, Anthony deu um passo à frente e se apresentou ao atendente do trem que recolhia os bilhetes dos passageiros à entrada do vagão principal, e olhando fixamente em seus olhos, o hipnotizou por alguns instantes. O atendente os indicou uma cabine da primeira classe. Jean e Pièrre ficaram admirados com Anthony. Às 20:15h em ponto, o maquinista acionou o apito do trem, anunciando a sua saída da estação. No ar, uma coruja branca, com olhos vermelhos, acompanhava o trem de longe. O pássaro então, deu meia-volta e desapareceu em uma névoa escura.
Distante dali, em Saint-Denis, acontecia um baile na mansão de Paul Cartier. Havia convidados ilustres, desde autoridades políticas e grandes comerciantes a autoridades militares. O ruivo encantava a todos enquanto seus dedos deslizavam em um piano, tocando um famoso Noturno de Chopin. No andar de cima da mansão, em um dos quartos, a coruja branca entrou pela janela e se transformou em uma pessoa, a srta. Lyana Richards. Ela usava um vestido belíssimo de seda azul, bordado e sem alças. Quando desceu a escada, atraiu olhares de vários homens, alguns dos quais já tinham transado com ela. Lyana parou próximo a Paul e o aguardou terminar de tocar. Paul finalizou a canção e recebeu intensos aplausos de todos ali presentes. Ele se inclinou, agradecendo.
- Dê-me boas notícias, Lyana.
- Não sei se são boas. Os três estão neste momento em um trem para Paris.
- De fato, isso não vai ser bom, a não ser que eu intervenha.
Fim do décimo segundo capítulo.
__________________________________
Estão gostando da história?
Comentem!!!