Sabe quando você se sente traído? Eu estava me sentindo traído duplamente. Por Fábio e Túlio, o que era até estranho, pois Túlio não me devia nada. Mas o que fazer quando não podemos controlar o que sentimos?
Sai daquela academia me sentindo o cara mais ótario do Brasil, e claro, me culpava totalmente por ter deixado minha vontade de fuder com um macho falar mais alto do que meu medo de ser descoberto.
Eu sentia que havia esquecido algo na academia, mas eu estava tão puto que nem sequer me importei.
Eu sentia nojo, repulsa e ódio, até mesmo pensei se não seria melhor fugir da cidade e ir morar com algum parente distante. Mas eu sentia medo de deixar tudo para trás, tudo o que havia conquistado. Acho que na época, eu era a merda de um covarde... Sim, era isso que eu era.
Cheguei no meu apartamento e deitei no sofá, nem sequer tomei banho ou troquei de roupa. Apenas fiquei lá, deitado, pensando no dia que tive. Eu queria sei lá, quebrar alguma coisa, ou me socar. Queria me punir de alguma forma... Mas para ser sincero, o que pior do que transar com um porco nojento como o Fábio? Isso se comparava a uma grande punição.
Fechei os olhos e descansei um pouco. Nem me dei conta de quando deu 18:00, só quando despertei que me assustei com o horário. Apesar de tudo, eu sabia que tinha que agradar Fábio, se eu pisasse na bola naquela noite, ele poderia contar para todos o que viu.
Me levantei e tomei um bom banho, mas a repulsa não saía de mim, era como se eu estivesse me banhando com água de esgoto.
Após o banho, vesti um calça moletom e uma camiseta branca. Passei perfume e me olhei no espelho. Aquele não era eu, era alguém que eu desconhecia, e isso me assustou de verdade.
Sentei no sofá, e fiquei lá, pensando na vida. O que era de fato alguns minutos, pareceu uma semana inteira, o que me deixava mais aflito.
Alguém bateu na porta do meu apartamento, eu sabia que era aquele cretino. Eu respirei fundo, e me levantei, como se estivesse carregando pedras grandes e pesadas em minhas costas.
Abri a porta e era ele, Fábio. Ele sorria para mim maldosamente, era um sorriso vitorioso. Naquele momento, realmente cogitei a chance de fugir para outra cidade. Mas já era tarde demais.
Dei passagem para ele entrar, e o mesmo olhava para mim com desejo, logo percebi em seu calção, o volume em sua cueca. Aquilo me fez querer vomitar.
- Uau, você tá muito lindo, sabia? Vou fazer um estrago no seu cuzinho. - Ele disse sorrindo.
- Olha, só vamos acabar logo com isso, ok? - Falei secamente.
Ele então me puxou para um beijo, mas eu virei o rosto, o que o fez me dá um tapa forte na cara, me deixando confuso, por conta de não esperar essa atitude.
- Olha aqui, sua puta, é bom você fazer o que eu quero. Não se esqueça que está nas minhas mãos. - Ele disse.
Novamente tentou me beijar, e eu retribui o beijo. Nunca esqueço do nojo que senti, da repulsa, da vergonha... Sua língua invadia minha boca rapidamente, como se há muito tempo esperasse por isso. Ele mordeu minha boca, o que me fez soltar um gemido de dor. Eu só queria que aquilo acabasse.
Ele segurou em meu ombro e me fez abaixar.
- Agora chupa meu pau. - Ele disse.
Mas antes que ele conseguisse o que tanto queria, alguém bateu na porta do meu apartamento. O que me deixou confuso, e ligeiramente grato, mesmo sem saber quem era.
- Você chamou alguém? - Ele perguntou.
Neguei com a cabeça, ainda de joelhos.
- Vai ver quem é, e dá um jeito de mandar quem quer que seja, cair fora. - Ele falou.
Eu me levantei.
Respirei fundo. Estava me sentindo de uma forma que nunca havia me sentido antes. Eu queria chorar, tinha vergonha e acima de tudo, ódio. Pensei em quando ele novamente mandasse eu chupar seu cacete, eu o arrancasse com uma mordida. Isso me faria me sentir vingado por tudo o que estava passando.
Caminhei até a porta, sem nem sequer imaginar quem seria que estivesse alí fora.
Abri a porta, e não posso negar a grande surpresa que tive. Era Túlio, ele estava na minha frente, olhando para mim com um sorriso de lado.
Eu fechei e abri meus olhos algumas vezes, será que estava sonhando? Aquilo não poderia ser real. Talvez pela pressão do momento, eu estivesse alucinando.
Foi quando ele estendeu sua mão aonde segurava um blusão, que eu logo reconheci como sendo meu. Então, era isso que eu havia esquecido na academia. Mas eu tinha tantas perguntas. Como Túlio soube onde eu morava? E por que veio me devolver naquela noite, sendo que poderia devolver no dia seguinte?
- Você esqueceu o seu blusão. Eu vim devolver. - Ele disse, com sua voz grossa e máscula. Aquilo fez meu pau ficar duro na hora.
- Ahh... É, obrigado. É a primeira vez que isso acontece. Que cabeça a minha.
Peguei o meu blusão fazendo questão de tocar em sua mão.
- Bom, eu vou indo, até amanhã. - Ele disse e saiu andando.
Meu coração apertou. Então, ele iria embora sem mais nem menos? Apenas me deixaria ali? Eu iria entrar, quando pensei bem e disse:
- Túlio, espera!
Fui até ele e o beijei, sentindo o gosto doce do seu beijo. Sua mão segurou minha nuca, enquanto nossas línguas dançavam entre sí sensualmente. Aquele era um beijo de verdade. Um beijo com desejo, com luxúria e prazer. Ele mordeu meu lábio inferior, e o gemido que soltei dessa vez foi de prazer. Eu não queria deixar de beija-lo, meu pau pulsava na cueca, e sua língua fazia movimentos que me deixavam com vontade de querer mais que beijos. Imaginei o que sua língua faria no meu cuzinho, tenho certeza que eu ficaria louco e gozaria muitas vezes.
Mas afastei os pensamentos e virei meu rosto ao lembrar de Fábio e do que eu teria que fazer essa noite.
- Você está bem? - Ele perguntou.
- Sim, só que eu preciso voltar para meu apartamento. Tenho que dormir. - Disse e ganhei mais um beijo carinhoso dele.
Foi quando ouvi Fábio me chamar do meu apartamento, mas não fui o único que ouvi, Túlio também ouviu. O que fez olhar em direção aonde eu morava.
- Essa é a voz do Fábio? - Ele perguntou.
Eu fiquei sem reação. Já Túlio foi até meu apartamento e adentrou, eu o segui, tentando pará-lo.
- Túlio, é melhor você ir... - Eu disse, mas Túlio já encarava Fábio que estava olhando sem compreender nada.
Fábio estava só de cueca, então não teria como negar o que aconteceria alí. Até mesmo um idiota notaria.
- O que esse cara faz aqui? - Perguntou Túlio e eu pude encarar seu olhar de fúria sob Fábio.
- O que você acha? Eu vim comer a noite toda o Maxiel. - Ele respondeu, mas vi que parecia um pouco nervoso. Como se não quisesse que Túlio o tivesse visto. Aposto que ele queria negar, mas estando apenas de cueca e de pau duro, não havia como mentir.
Túlio me olhou, e eu abaixei a cabeça. Fiquei envergonhado mais do que já estava.
- É, pelo visto, me enganei em relação a você, Maxiel. Não passa de mais um. - Túlio disse e caminhou até a porta.
Eu queria chorar, queria gritar, e dizer o quanto eu queria que ele ficasse, e que Fábio fosse embora. Queria espernear, agir como um adolescente e correr para meu quarto...
Eu deveria deixá-lo ir? O que eu poderia fazer? Contar a verdade? Olhei para Fábio, que me olhava como um pedaço de carne. Foi quando gritei por Túlio:
- Espera. Não me deixa aqui com esse porco. Ele só está aqui porque nós viu no banheiro juntos, e me ameaçou de contar para todos o que viu. Garantindo que eu perderia meu emprego e minha carreira, junto a minha reputação. Túlio, eu só iria transar com esse babaca, por conta de suas ameaças, só isso.
Túlio ouviu tudo de costas, enquanto eu falava, nenhum momento se virou.
Passou alguns segundos depois de eu terminar o que disse e ele finalmente me encarou. Não consegui decifrar seu olhar. Túlio caminhou até Fábio, o próprio Fábio parecia surpreso com o que eu disse, acredito que ele achava que eu não teria coragem de contar para Túlio.
Túlio disse:
- Olha, Fábio, tenho que admitir, você é esperto. Vai transar com um cara e tanto. Eu diria que você é um filho da puta muito inteligente. Estou orgulhoso...
Aquilo me destruiu. Era sério o que eu estava ouvindo? Túlio era realmente um babaca? A minha noite só piorava.
- Sim, cara. E quer saber? Você pode participar, eu deixo você foder ele primeiro. - Falou Fábio, o que me deu ânsia de vômito.
Túlio olhou para mim e sorriu. Então, ele fez algo que me deixou muito satisfeito. Deu um soco fortíssimo na cara de Fábio, fazendo o mesmo cair.
- Olha aqui, seu filho de uma puta. A partir de hoje você vai ficar longe do Maxiel. Não vai olhar para ele ou sequer falar com ele, tá me ouvindo? Se eu ao menos sonhar que você está o incomodando, eu juro que mato você. - Disse Túlio.
Fábio se levantou com o nariz sangrando:
- Você vai se arrepender disso. - Ele falou.
- Ah, eu vou é? Experimenta fazer algo contra mim ou contra o Maxiel, e eu te mostro quem vai se arrepender. Eu não tô brincando, é bom você ficar na sua, ou então, eu faço questão de acabar com a merda que você chama de vida.
- Eu vou contar para todos o que vi. Você vai ver. Eu sou Fábio Almeida, ninguém me trata dessa maneira.
- Conta, conta que eu conto para o Marcos que você compra drogas do meu primo traficante. O que será que o papai Marcos vai pensar ao saber que o único filho dele, motivo de tanto orgulho, é a porra de um noiado? - Falou Túlio, me deixando surpreso ao dizer tal revelação.
Fábio ficou sem jeito. Eu nunca imaginei que Fábio poderia usar drogas, pois o Marcos, seu pai e dono da academia, costumava dizer claramente que abominava qualquer tipo de droga ilegal. E que jamais aceitaria um viciado em sua academia, não importa quem fosse.
Fábio ficou todo desconcertado, eu não tinha dúvidas de que o Túlio havia dito era pura verdade. E o porco do Fábio sabia que isso iria pôr sem dúvidas, sua reputação e sua carreira a ladeira a baixo. Ele não disse mais nada, vestiu sua roupa e saiu, com metade do rosto sujo de sangue.
Eu simplesmente corri até Túlio e o abracei. Ninguém nunca havia me defendido daquela forma. Meus olhos estavam cheios de lágrimas, e eu sentia um grande sentimento de gratidão por ele.
- Você está bem? - Ele perguntou.
- Sim, você acaba de me salvar. É meu herói.
Ele riu e disse:
- Não é para tanto.
- Posso ser sincero? Eu não queria transar com ele, mas se tivesse acontecido, com certeza eu tentaria imaginar, você no lugar dele.
- Bom, podemos fazer isso se tornar realidade. Se você quiser, é claro - Ele disse e sorriu ao me beijar, apertando meu corpo ao seu.
Eu sabia que naquela noite, eu seria somente dele, e não importava as consequências...
CONTINUA...
NO PRÓXIMO CAPITULO VAI ACONTECER O QUE TANTO QUEREMOS. MAS ME DIGAM, O QUE ACHARAM DESSE? DIGAM SUAS OPINIÕES, MEU AMORES. BEIJOS E ATÉ O PRÓXIMO.