Hélio não precisava mais se segurar, era hora de colocar seus planos em ação. Vender a empresa traria Vincenzo para seu lado, fazendo com que Anastásia continuasse no Brasil. Era hora de Mila trabalhar e se ela não conseguisse seduzir o italiano, Hélio iria usar suas armas de sempre: a intimidação, a enganação e o poder do dinheiro. Era hora de fechar o negócio, fazer o convite para a sua festinha e cercar Vincenzo por todos os lados.
Quando Hélio queria uma coisa, ele não media esforços ou custos para conseguir. Era hora de voltar a ser o Hélio implacável de sempre, o vitorioso, o conquistador.
Ele foi atrás de Mila na casa dos fundos, onde ela atualmente morava sozinha, passando as noites em sofrimento por suas escolhas. Já entrou de forma grosseira, sem bater, chamando alto por ela:
– É hora de trabalhar, ligue para o italiano e marque com ele para a assinatura definitiva dos papéis de compra e venda daquela fabriqueta.
Mila, assustada pela forma com que ele entrou no quarto, não reagiu. Ele puxou o lençol que a cobria e ordenou:
– Vamos logo! Mas dessa vez, eu irei pessoalmente, você será apenas uma acompanhante. Ligue, depois tome logo seu banho e se arrume, mas quero você bem linda e sensual, está na hora de você justificar todo o investimento que eu fiz ao mantê-la do meu lado.
Sem opções, Mila se levantou, pegou o celular, uma toalha e enquanto se dirigia para o banheiro, antes que a deixasse sozinha no quarto, ele disse:
– Quero você bem puta, safada, disposta a tudo. Aquele italiano tem o que eu quero e para tirar dele, você tem que estar na sua melhor forma.
Assim que Hélio saiu, ela fez a ligação e deu a notícia a Vincenzo, pedindo que os encontrasse na fábrica, pronto para fechar o negócio e levando consigo todas as garantias do pagamento.
Mila tomou um banho caprichado, com atenção especial à depilação da perna e a higiene específica das partes íntimas, preparando o seu tão desejado cu para ser, novamente, oferecido por Hélio. Separou um vestido comportado, mas que marcava bem os contornos do seu corpo, sem deixá-la vulgar. Em menos de uma hora estava pronta, esperando por Hélio, seu olhar demonstrava toda a sua insatisfação com a situação atual de sua vida.
Após elogios sinceros de Hélio para a sua produção, os dois entraram no carro. Ele fez uma ligação e ao ser atendido, ordenou:
– Hoje eu quero que vocês preparem a minha área particular para um convidado especial. Isolem aquele espaço. Quero também, umas duas atrações especiais para um show exclusivo. Escolham as mais belas para nos servir. – Hélio deu partida no carro e acelerou.
No centro da cidade, no hotel em que estava hospedado com Anastásia, cerca de uma hora antes, Vincenzo desligou o telefone após receber a notícia do tão esperado fechamento definitivo do negócio por Mila. Ele estava preparado para o momento, na expectativa de que Hélio, assim como fazia com todos seus parceiros e investidores, tentasse, com ele também, suas táticas sujas de negócios.
Sorrindo, olhou para Anastásia, nua na cama do hotel, dormindo tranquilamente. Sua vontade era pular em cima dela, mas não tinha tempo. Com beijos e carinhos, acordou a amada:
– Eles finalmente ligaram, já devem ter recebido os resultados da investigação sobre nós. Pelo jeito, deu tudo certo, já que fui chamado para fechar a compra.
Anastásia o abraçou:
– Parabéns! Saber que aquele empresa ser importante. Você sempre deixar claro que querer ele de volta.
Ele se lamentou:
– Eu queria comemorar com você, mas preciso ir, não posso me atrasar. Precisamos que eles confiem plenamente em nós.
O telefone de Anastásia tocou. Ela o pegou, olhou quem ligava e virou a tela para Vincenzo. Ele fez sinal para que ela atendesse, e ela o fez, voltando a falar em inglês:
– Alô! Hélio, que surpresa.
Ele foi direto:
– Desculpe ligar tão cedo, pois daqui a pouco irei me encontrar com seu noivo. Como tenho a certeza de que iremos fechar o negócio, acho que está na hora da gente se encontrar, fazer uma última homenagem à Yelena e ao meu filho, para que eu possa lhe entregar as cinzas de sua irmã. O que acham de um jantar na minha casa?
Como estava no viva-voz, Vincenzo novamente consentiu com um movimento de cabeça:
– Tudo bem, se vocês estão finalizando o negócio, eu devo voltar à Rússia muito em breve. Nós aceitamos, me informe o dia e o horário depois.
Cordialmente, Hélio se despediu, aquela era uma parte importante de seus novos planos. A segunda, ele colocaria em ação após finalizar a venda da empresa que o seu falecido filho administrava.
Vincenzo e Anastásia tomaram banho juntos, mas sem tempo para sexo, pois ele precisava se arrumar rapidamente e ir ao encontro de Hélio. Ela estava um pouco tensa e ele percebeu:
– Está preocupada com o que?
Anastásia não enrolou:
– Saber muita bem como Hélio gostar de comemorar suas negócios. Saber também, que a gente se preparar para todos possibilidades. Mas eu voltar atrás, eu nau querer você se envolver com Mila em nenhum hipótese. Você prometer?
Anastásia o encarava muito séria. Ele tentou se defender:
– E você acha que eu me envolveria com ela novamente? Tenho nojo daqueles dois, dela principalmente. Pode ficar tranquila.
Após pensar, enquanto se enxugava, Anastásia sugeriu:
– Eu ligar pro Natasha? Ela conhecer casa, já nos ajudar. Nela eu confiar para o que for necessária, o que for precisa ser feita.
Vincenzo riu e a abraçou, dando um beijo apaixonado e reconfortante em sua boca. Ele concordou:
– Ok, façamos do seu jeito, mas apenas a avise, veja se ela pode nos ajudar novamente. Eu vou dar um jeito de sugerir, de rejeitar a Mila, mas isso se ele me convidar, lógico. Pode ser que ele apenas feche o negócio e vá embora.
Nem Vincenzo acreditava realmente naquela possibilidade. Dificilmente Hélio pularia aquele ritual que ele tanto adorava. Sabia o que acontecia naquela casa de swing, a forma com que Hélio a usava, tinha uma certeza quase absoluta de que o convite viria.
Anastásia o ajudou a se arrumar, um outro terno italiano de alta costura, mas esse de corte clássico, da grife Ermenegildo Zegna. Se despediram com mais um beijo apaixonado, demorado, delicioso. Ela sempre ficava preocupada, não tinha como ser diferente, sabia do que Hélio era capaz e vivia sempre se perguntando se aquela vingança era mesmo a melhor escolha que os dois fizeram.
Assim que ele saiu, ela ligou para Natasha, chegando até a oferecer dinheiro pela ajuda, coisa que não foi necessária, pois Natasha se dispôs a ajudar por ter gostado dela verdadeiramente, por empatia apenas, se sentiu com vontade de fazer, estreitar aquela amizade.
Com o trânsito tranquilo, Vincenzo não demorou a chegar na empresa. Estacionou e percebeu que Lícia, sua fiel secretária, já o aguardava:
– Ele parece muito feliz, cuidado.
Vincenzo a acalmou:
– Estou preparado, fique tranquila.
Ele pegou sua maleta executiva no banco traseiro do carro e acompanhou Lícia até o escritório, onde Hélio e Mila já o aguardavam. Hélio lhe estendeu a mão, sorrateiro como uma cobra, em sua cordialidade fingida. Sabia que Vincenzo não falava o português, por isso o cumprimentou em inglês:
– Bom dia! Pronto para finalmente selar esse acordo? – Hélio teve sua mão apertada por Vincenzo e voltou a falar. – Espero que tenha considerado a compra total da empresa, pois estou disposto a aceitar sua contraoferta.
Vincenzo encarou Mila e depois voltou a olhar para Hélio:
– Sim! Eu aceito fechar o negócio pela totalidade da empresa. Mas ao invés das garantias, já trouxe uma carta de crédito no valor negociado, podemos assinar e dar o negócio por concluído ainda hoje.
Hélio fez sinal para Lícia e disse:
– Chame os encarregados de cada setor aqui, tenho um anúncio a fazer.
Mila lhe entregou o envelope com os papéis e ambos assinaram todas as vias necessárias. Hélio devolveu os documentos para Mila e pediu:
– Você sabe o que fazer, leve os documentos ao Mathias. Nos encontramos mais tarde, agora é hora do segundo passo.
Como ele falava em português, Vincenzo fingiu não entender, mas assim que Mila saiu, sendo seguida por um falso olhar de desejo direcionado a ela por Vincenzo, Hélio mordeu a isca. Ele, voltando a falar em inglês, explicou a Vincenzo que os documentos iriam para o advogado que estava cuidando de toda a negociação, assim como eles já haviam combinado, o Dr. Mathias.
Vincenzo concordou e assim que todos os encarregados de setor chegaram, Hélio deu a notícia da venda da fábrica e os apresentou a Vincenzo, o novo proprietário. Todos o cumprimentaram e desejaram boas-vindas. Hélio aproveitou o momento:
– Para comemorar, me deixe levá-lo para almoçar, ainda tenho algumas oportunidades para discutir com você, quero lhe falar um pouco mais sobre outros negócios que possam vir a lhe interessar.
Era aquilo que Vincenzo ansiava ouvir. Fingindo demonstrar interesse em negócios futuros, ele aceitou o convite. Hélio resolveu dar a ele um pouco de tempo para conversar com seus novos funcionários:
– Nos encontramos meio-dia e meia no mesmo restaurante, então. A Sra. Lícia lhe mostrará o que é importante por agora. Voltamos a nos falar no almoço.
Assim que Hélio saiu, Lícia traduziu as palavras de Vincenzo para os novos funcionários e todos voltaram ao trabalho, satisfeitos por saber que Vincenzo pensava muito parecido com o falecido patrão, homem que todos admiravam.
Sozinhos no escritório, Lícia estava feliz:
– É muito bom ter você de volta. Termine o que que precisa fazer, eu manterei as coisas em ordem até que você possa voltar em definitivo. Já estou com as cartas de demissões prontas, posso enviar?
Vincenzo agradeceu por ela ser tão prestativa e ordenou:
– Ainda não! Se nos livrarmos tão rapidamente dos olhos dele aqui, ele irá desconfiar. Deixe que ele mesmo se livre deles. Dois ou três meses a mais não farão diferença, precisamos ser inteligentes e não dar brechas para desconfiança.
Lícia foi cuidar do seu serviço e Vincenzo aproveitou para falar com Anastásia. Pegou o celular e fez a ligação:
– Pronto! Recuperei minha empresa.
Anastásia estava genuinamente feliz por ele:
– Parabéns! Eu querer estar aí com você, mas saber que precisar ser paciente. Sua pai convidar você para sua antro de maldades?
Vincenzo riu:
– Ainda não, mas me convidou para almoçar. Acho que será seu próximo passo.
Anastásia resolveu lembrá-lo do que tinha pedido:
– Eu falar com Natasha. Ela estar a disposiçau pra ajuda.
Vincenzo entendeu as preocupações dela:
– Ok! Eu vou fazer com que ele a convide, que pense que é ideia dele mesmo. Não se preocupe, eu jamais encostarei na Mila outra vez.
Anastásia, brincando, disse:
– Achar muita bom mesmo. – E novamente o alertou. – Tomar cuidado, nau baixar guarda. Toda cuidado ser pouca com sua pai.
Eles se despediram e Vincenzo desligou. Estava na hora de encontrar Hélio novamente. Ele voltou ao carro e partiu, chegando alguns minutos antes do horário combinado. Hélio já o esperava, na mesma mesa que sempre usava, a mesma do encontro anterior. Ele se levantou para receber Vincenzo e o cumprimentou.
Por uma hora e meia, os dois conversaram sobre o mercado de commodities nacional, sobre processamento de soja e milho, produtos principais da fábrica recém negociada. Hélio o apresentou diversas novas propostas de investimento, falou sobre a Kouris Holding e o mercado de ações, sondou Vincenzo sobre seus parceiros comerciais ... Tudo acompanhado pelo delicioso menu degustação da casa, uma viagem da terra ao mar, uma mistura de culinária brasileira e mediterrânea, um estrondoso sucesso gastronômico atual da cidade.
Mas o que mais Hélio queria saber, era porque Anastásia não o acompanhou ao almoço. Vincenzo não fez rodeios para responder:
– Ela está muito mal pela perda da irmã, imagino que você entenda, vocês dividem um pouco dessa dor.
Numa atuação digna de um Oscar, imediatamente, Hélio fingiu estar triste:
– Você tem razão. Não passo um dia sequer sem pensar na minha esposa e no meu filho, que Deus os tenha. Eu daria toda a minha fortuna para tê-los de volta. Mas, a vida tem que continuar, não é mesmo?
Por sorte, Hélio estava de cabeça baixa ao dizer essas palavras, pois o semblante de Vincenzo era puro ódio. Precisou respirar fundo e se controlar para não avançar sobre Hélio, socá-lo e revelar toda a verdade. Pensou na mãe, em Yelena, na traição sórdida que sofreu e, por fim, conseguiu se acalmar. Não foi fácil. Se Hélio tivesse levantado a cabeça naqueles poucos minutos, todo o esforço teria ido por água abaixo.
Aquela conversa serviu ao propósito de Hélio, pois ele já se sentia mais confiante para seguir adiante com seu plano. Mudando a conversa aos poucos, conseguiu encaminhar o assunto para o que lhe interessava, seus investimentos e lucros exorbitantes na sua nova empreitada no ramo do sexo. Ele falava como empresário, tirando todo o contexto sexual e de seu modo vida hedonista e promíscuo. As cifras citadas eram impressionantes. Hélio resolveu jogar de forma mais prática:
– Uma de minhas casas terá um evento interessante daqui a pouco. Quer conhecer? Você é um homem jovem, bem apessoado, deveria pensar em investir no ramo.
Vincenzo precisou ser comedido, inteligente ao fazer sua jogada:
– Eu não sei se minha noiva ficaria muito feliz com isso …
Hélio pressionou:
– É agora à tarde, ela não precisa saber. São apenas negócios.
Vendo Vincenzo pensativo, tentado a aceitar, foi mais fundo:
– Se engana quem pensa que a indústria do sexo é mais agitada durante a noite. É durante a tarde, do almoço ao fim do happy hour, que ela fica mais ativa.
Vincenzo foi na dele:
– Já que é assim, por que não? São só negócios mesmo. Vamos agora?
Hélio fez sinal para um dos garçons pedindo para fechar a conta, mas Vincenzo se ofereceu para pagar, sendo rapidamente desencorajado:
– Eu tenho participação na casa, por isso sempre venho aqui após concluir novos negócios.
Assim que o garçom trouxe a comanda, Hélio a assinou e pediu para Vincenzo aguardar alguns minutos, dizendo que ia ao toalete, se levantou e saiu. Assim que entrou, mandou uma mensagem à Mila:
"Sua hora de brilhar, o italiano aceitou conhecer a casa. Deixe tudo preparado e me espere. Já estamos a caminho".
Ele voltou à mesa e chamou Vincenzo, que o acompanhou até a casa de swing, cada um no seu próprio carro, com Hélio indo a frente, mostrando o caminho.
Ao chegar, Vincenzo ficou realmente impressionado com tudo o que via. Mesmo que já conhecesse o ambiente, pouco foi mostrado nos vídeos. A decoração da casa era de extremo bom gosto. As réplicas de estátuas gregas famosas, os pilares romanos, os quadros alusivos ao erótico, o uniforme dos funcionários, as belas mulheres que tentavam seduzir os executivos abastados … tudo chamava a atenção. Mas, diferente de uma casa de swing, naquele momento, aquilo parecia mais um bordel de luxo.
Hélio fez sinal para que ele o acompanhasse, indo direto para sua área privativa, uma espécie de camarote na parte mais alta do salão, onde se tinha a visão completa da casa.
Mila os recepcionou, com uma roupa diferente da que estava de manhã, durante o fechamento do negócio na fábrica. O vestido comportado deu lugar a um conjunto de espartilho e cinta liga presa a uma bela calcinha semitransparente, muito ousada. Nas mãos, uma garrafa de Veuve Clicquot Champagne Brut Carte Jaune. Era impossível negar o quanto ela estava linda e gostosa naquele conjunto, mas a raiva e o ressentimento eram maiores do que qualquer visão, do que qualquer perdão para Toni, agora Vincenzo.
Quando ela se preparava para servir, foi surpreendida por uma sorridente Natasha, que sem nenhuma cerimônia, adentrou o espaço reservado:
– Nossa! Quem é esse pedaço de mau caminho que vocês estão agradando tanto?
Vincenzo teve que se segurar para não rir da situação, mas se lembrando do pedido de Anastásia, esticou a mão para cumprimentá-la:
– Piacere! Vincenzo Mancini. – Num típico gesto de cavalheiros, ele beijou a mão de Natasha.
Hélio, com seu olhar treinado, antes a ponto de expulsá-la dali, entendeu que Natasha causou um efeito bem maior em Vincenzo do que Mila em seu espartilho. Resolveu fazer dela seu plano "B".
Natasha passara uma pequena temporada de seis meses na Itália dois anos antes, trabalhando com outras "profissionais". Ela devolveu o cumprimento, num italiano forçado, misturado com português:
– O piacere é todo mio.
Após boas risadas de todos, Hélio fez sinal para um dos funcionários da casa e poucos minutos depois, no palco do salão, começava o primeiro show erótico do dia: uma linda loira, de corpo escultural, e um negro alto, muito forte, com um volume monstruoso na sunga, começavam a entreter a plateia.
Hélio aproveitou, enquanto todos assistiam vidrados ao show, para explicar a Vincenzo como funcionava a casa, falar sobre a administração do local, sobre como o mundo do sexo vinha crescendo a cada ano que passava. Enquanto Mila aproveitava para tentar seguir à risca as ordens de Hélio, se mostrando e tentando se aproximar de Vincenzo. Ela dançava de forma sensual na sua frente, se exibindo, tentando obter a ajuda de Natasha para seduzi-lo.
Num breve momento, enquanto conseguiu um pouco de atenção, foi surpreendida por ele:
– Me desculpe, mas eu vim apenas para conhecer. Não tenho interesse em você, sou noivo e respeito minha relação. Sei que deve estar sofrendo, se sentindo só, mas eu não sou a solução dos seus problemas. Por favor, pare com isso, você não faz o meu tipo.
Tendo seu ego esmagado, Mila saiu dali arrasada. Natasha ouviu tudo o que Vincenzo disse e não conseguiu esconder um sorriso de satisfação. Mas, como tinha um objetivo a cumprir, informou ao Hélio o que acabara de ouvir.
Ele se aproximou de Vincenzo e se desculpou pelo comportamento de Mila, achando que o italiano seria difícil de domar, que seu plano talvez não desse certo, mas os dados ainda estavam sendo lançados, Vincenzo disse:
– Ela está solitária, sentindo falta do seu filho. As pessoas às vezes buscam esse caminho, de satisfação rápida para sufocar a dor.
Hélio teve a certeza de que Mila não seria sua melhor jogada, mas percebeu os olhares de Vincenzo para Natasha, nem disfarçou seu entusiasmo com a situação, indo diretamente falar com ela. Achou que falando em português, estava a salvo:
– Eu não quero saber quanto vai me custar, apenas me faça esse favor, aquele italiano está louco em você. Eu preciso que você seja a Natasha de sempre, a única, a melhor.
Se fingindo alheio ao que os dois conversavam, Vincenzo sorria ao curtir o show, no momento em que o negro de rola monstruosa começava a foder o cu da loira. Ela recebia toda a tora sem reclamar e ainda pedindo mais, o provocando.
– Com um homem gostoso desse eu vou aliviar para o seu lado. Dois mil, isso é quase de graça. – Natasha parecia animada com o serviço.
Aliviado, Hélio disse:
– Fechado! Vou dar uma olhada na Mila e deixar você trabalhar. Leve-o para a minha suíte privativa no escritório, está tudo preparado.
Hélio ainda esperou alguns minutos antes de sair, queria ter certeza de que Natasha partiria pra cima do italiano com tudo. Mas mesmo que ela estivesse cumprindo sua parte no acordo, Vincenzo se mostrava reservado, com medo de retribuir as investidas da loira.
Hélio se virou para o bar e fez sinal para o barman, sorrindo. O rapaz sabia muito bem o que aquele sinal significava. Ele preparou drinks para os três, sendo parte deles, o especial de Hélio para negócios, aquele que ele usava para conseguir vantagens estratégicas.
Uma linda morena, garçonete da casa, subiu com os drinks. Hélio serviu Natasha e Vincenzo, ficando com um para ele e o levantou, dizendo:
– Para comemorar, eu proponho um brinde. Que sua nova empresa continue no caminho do sucesso, assim como era com o meu falecido filho.
Tanto Vincenzo, quanto Natasha, viraram os drinks num único gole. Agora era questão de tempo, Hélio sorria maliciosamente para Natasha e ela, apesar de já ter estado na casa por algum tempo, ainda não sabia o que ele tinha feito, não entendia aquele sorriso maligno.
Vincenzo resolveu ser mais ousado e abusar um pouco do corpo de Natasha, dando a Hélio a certeza de que tudo estava encaminhado. Confiante, ele finalmente deixou os dois a sós e saiu dali.
Suando muito, sentindo comichões de excitação pelo corpo, um desejo ardente que lhe queimava as bochechas, Vincenzo disse a Natasha:
– Você está ciente de tudo, conversou com Anastásia, não é? Se não quiser mais fazer parte do plano, eu vou entender.
Ela sabia o que estava em jogo:
– Se não for comigo, será com a Mila. Está sentindo os efeitos? Se sente excitado além da conta? Acredito que ele nos drogou para garantir que não resistiremos um ao outro.
Vincenzo não sabia do que ela estava falando:
– Você tem certeza disso? Eu sinto mesmo que estou diferente, muito mais excitado do que o normal. Só não consigo entender o que ele planeja com isto. O que ele acha que tem a ganhar? Me chantagear? Mas o negócio já está fechado?
Sem conseguir se segurar mais, Natasha o beijou, de forma lasciva, safada, com um desejo impossível de controlar:
– Isto eu também não sei dizer, mas é o modo dele agir. Ele quer que eu te leve até a suíte privativa dele. Lá está cheio de câmeras, é uma arapuca armada para chantagear e coagir parceiros de negócios, pra que ele sempre seja apoiado e que ninguém nunca o questione.
Vincenzo retribuiu aquele beijo muito gostoso e já foi enfiando a mão por baixo da saia dela e disse baixinho em seu ouvido, tentando evitar que o áudio fosse captado:
– Vamos prosseguir, apenas faça como ele pediu.
Natasha e Vincenzo começaram a se pegar de forma mais intensa, com beijos demorados e fortes, se esfregando um no outro. Pareciam ser atraídos, uma força invisível potencializada pelo efeito da droga em seus corpos. Não tinham forças para resistir, nem para sair dali, continuando a ação sem se importar com mais nada.
Como aquela era a área mais alta da casa, acima até dos camarotes, poderiam ver tudo, mas sem serem vistos.
Natasha se ajoelhou entre suas pernas e abriu seu zíper, esfregando o rosto na calça, desafivelou o cinto e puxou a calça e a cueca juntos tirando o pau para fora e admirando por alguns segundos. O puxou para mais um beijo e também falou baixinho no seu ouvido:
– Que delícia! Anastásia que me desculpe, quero ajudar sim, mas vou aproveitar também.
Vincenzo retirou o blazer, o sapato e se livrou da calça, enquanto ela enfiava o máximo que conseguia do pau na boca, iniciando um boquete desesperado, mas muito habilidoso. Vincenzo falava e gemia baixo. Mesmo assim, por sorte, sua voz era abafada pelo som, pois nem se lembrava mais de falar em italiano ou inglês:
– Puta que pariu, que boca é essa? Você é boa demais nisso. Caralho.
Natasha acariciava suas bolas e no movimento de vai e vem com a cabeça, babava o pau inteiro, sugando a cabeça no final, antes de voltar a abocanhar:
– Estou muito excitada, que porra é essa que ele deu pra gente? – Ela voltava a enfiar o pau quase inteiro na boca.
Vincenzo já estava reclinado na cadeira, curtindo aquela sensação maravilhosa. Ela, então, sentindo sua buceta encharcar de tesão, levou os dedos ao grelo e começou a se masturbar, sem parar de chupá-lo. A excitação era tanta que ela sentiu o pau latejar em sua boca e se preparou para receber os jatos, sorvendo todo o conteúdo sem desperdiçar. Vincenzo chegava a urrar junto com a ejaculação:
– Que tesão é esse … você mama gostoso demais … não consegui resistir …
Sem perder tempo e ainda muito excitado, Vincenzo inverteu a posição com ela e a colocou de pernas abertas na cadeira, enfiando a cara no meio das suas pernas, disposto a retribuir aquele orgasmo rápido e espetacular que ela lhe dera. Começou a sugar e lamber o grelo, fazendo a língua explorar toda a xoxota, voltando ao grelo novamente e arrancando gemidos longos e agudos dela:
– Assim … que delícia, que tesão … você está acabando comigo, seu gostoso …
Vincenzo dava o melhor de si, chupando aquela buceta pequena e delicada com uma vontade alucinante, sentindo que o pau já estava completamente ereto outra vez. Ele explorava a entrada da buceta, tentando penetrá-la o mais fundo possível com a língua, descia e subia, do cu ao grelo, fazendo Natasha se tremer inteira, voltando a sugar o grelo mais forte, sentindo a mão dela agarrando firme em seus cabelos, empurrando ainda mais sua cabeça contra a xoxota.
Foram cinco ou seis minutos intensos, com a língua trabalhando freneticamente, até sentir os espasmo musculares que tomavam conta do corpo dela, sua coxas apertando sua cabeça, os sucos vaginais que minavam mais fortes e lambuzava todo o seu rosto. Natasha explodiu:
– Aí, caralho … que tesão … tô gozando, seu gostoso … que delícia … essa sua língua é incrível … apenas uma outra pessoa me faz gozar tão gostoso assim … ah, meu Deus …
Usando o resto de suas forças, Natasha o empurrou no chão, se livrou da saia e da blusa leve que vestia, trazendo a mão de Vincenzo para apertar seus seios, enquanto segurava no pau, direcionando a cabeça para a entrada da xoxota.
Potencializada pelos batimentos acelerados, a droga circulou rapidamente pelo corpo dos dois. Dopados, quase chegavam a alucinar de tanto tesão. Enquanto o pau ia se enfiando em suas carnes, Natasha pedia:
– Isso, JB … me fode, meu amor … que pau gostoso, me preenche inteira.
Vincenzo não entendeu. "JB? Quem é JB?". Ele pensava. E da mesma forma que Natasha, ele também via outra pessoa montada sobre ele:
– Caralho, Yelena … você está cada dia mais gostosa … que buceta quente, apertada ...
Metendo e alucinando, os dois curtiam aquela transa insana e deliciosa. Natasha se esfregava para frente e para trás, subia e descia, sentava mais forte … Vincenzo apalpava os seios dela, tentava sugar, apertava os biquinhos pontudos, segurava em seu quadril e tentava socar mais forte, sincronizando os movimentos … os dois estavam num universo particular só deles, nem se lembravam mais do mundo ao redor.
Do escritório, Hélio comemorava e acompanhava o sucesso de sua empreitada. Sabia que a droga teria esse efeito e agradeceu por Natasha ter chegado em tão boa hora. Com Mila limpa na história, poderia usá-la como muleta emocional para a sequência de seus planos.
Vincenzo inverteu a posição e colocou Natasha de costas no chão, se enfiando entre suas pernas e voltando a penetrar mais forte, buscando sua boca para um beijo orgástico, maravilhoso, mesmo que diferente do que estava acostumado. Ele podia jurar que era com Yelena que ele fazia amor. Sua visão borrada, caleidoscópica, às vezes focava, mas logo voltava a lhe enganar. Ele socava fundo e dizia:
– Como eu te amo … quero passar minha vida inteira com você.
Natasha, surfando a mesma onda, viajava em seu sonho romântico entorpecido também:
– Eu também te amo, mas não é justo com a Jéssica, se formos passar a vida inteira juntos, seremos nós três.
Voltaram a trocar beijos demorados, intensos, totalmente envolvidos em sua ilusão psicodélica. Vincenzo sentia a buceta apertada ordenhando seu pau e ela gemendo mais forte:
– Vou gozar de novo, meu gostoso … não para … mais forte, vai … fode essa buceta …
Ele também estava no limite, atendendo a qualquer desejo dela, socando forte e mais fundo, sentindo as contrações internas da xoxota. Gozaram praticamente juntos, com Natasha aos berros e Vincenzo calando sua boca com beijos demorados.
Ele desmontou sobre ela, sendo abraçado e tendo seus cabelos acariciados. Acabou se sentindo mal e sucumbiu aos efeitos daquela droga forte, desmaiando em seguida …
Tempos depois, ao abrir os olhos, Vincenzo sentiu sua cabeça doer, uma forte sensação de ressaca e dor no corpo. Estava num quarto e numa cama desconhecida, mas reconheceu Natasha, sentada na beirada da cama ao seu lado, parecendo esperar por ele. Fazendo sinais estranhos, parecendo pedir para ele ficar em silêncio, ela disse, em inglês:
– Você acabou comigo, foi muito bom.
Ela se abaixou para lhe dar um beijo na bochecha e disse baixinho no ouvido dele, bem rápido:
– Cheio de câmeras, cuidado.
Vincenzo entendeu, olhou as horas e entrou na onda:
– Eu preciso ir, realmente foi muito bom, mas eu tenho uma noiva me esperando. Onde está o Hélio?
Natasha respondeu:
– Esperando você acordar. Ainda estamos no mesmo lugar. Quer que eu o chame enquanto você se veste?
Vincenzo deu ombros:
– Pode ser.
Natasha saiu e ele se arrumou rapidamente, saindo daquela suíte e encontrando Hélio no corredor:
– Meu amigo italiano, você se divertiu, hein?
Para manter as aparências, ele sorriu para Hélio:
– Preciso ir, obrigado por tudo.
Hélio o segurou pelo braço, sorrindo de um jeito estranho:
– Diga a Anastásia que o jantar será amanhã à noite, sete e meia, na minha casa. Espero vocês ansiosamente.
Vincenzo levou a mão à testa, sua cabeça latejava:
– Ok! Até amanhã então.
Vincenzo olhou o celular e havia muitas mensagens de Anastásia. Preferiu não responder, se sentia mal, um traidor, mesmo que tudo tenha sido combinado com antecedência e ele soubesse que Natasha estava ali para ajudar e, se necessário, substituir Mila, ele se sentia sujo, indigno de estar com sua amada. Precisava ir embora e saiu rapidamente do estabelecimento.
– Vincenzo?
Natasha corria em sua direção. Ela parecia preocupada. Antes de falar, se certificou que estavam sozinhos no estacionamento:
– Nós não usamos proteção. Estávamos dopados e nem lembramos disso. Eu faço testes para IST's sempre, fique tranquilo, estou limpa. Eu mandarei cópias do meus exames …
Vincenzo, ainda inconformado, a interrompeu:
– Fique tranquila, confiamos em você.
Vincenzo entrou no carro, deu partida e saiu dali. Dirigiu devagar, sentindo fortemente os efeitos da ressaca: boca seca, palpitações, cabeça doendo … mas, a pior ressaca era a moral, sentia que tinha ido longe demais, ultrapassado uma barreira imaginária, começando a se arrepender de toda a trama que armara e que arrastara Yelena junto consigo.
Chegou ao hotel e subiu direto para o quarto, onde uma Anastásia preocupada o recebeu com beijos e muito carinho. Instintivamente, se afastou dela:
– Eu não mereço você, me desculpe.
Ele começou a se despir, em direção ao banheiro, trancando a porta ao entrar. Se lavou três ou quatro vezes, tentando se livrar da sensação de traição.
Anastásia lhe deu espaço, não pressionando e nem fazendo perguntas. Quando ele voltou ao quarto, ela apenas o abraçou e o fez deitar na cama, acariciando seus cabelos e deixando que ele ficasse quieto, sozinho com seus pensamentos. Apenas disse:
– Nau precisar dizer nada, eu já entender tuda. Eu escolher e seguir em frente, você não fazer nada escondida.
Vincenzo abraçou as pernas dela, sem conseguir olhar em seus olhos, querendo sumir. Ela apagou as luzes e deixou que ele dormisse. Se deitou ao seu lado e por algum tempo apenas velou o sono dele. Ela estava com um sentimento estranho, não se sentia traída ou trocada, triste ou coisa parecida, mesmo assim, se questionava se os rumos que estavam seguindo eram corretos e sinceros, principalmente entre eles. Era hora de ser verdadeira com suas escolhas, engolir a seco e seguir em frente. Lidaria depois com as consequências daquele dia. Sem aquela armação de Hélio, a única parte do plano que eles não controlavam, tudo seria em vão.
Acordaram cedo no dia seguinte e Vincenzo foi direto:
– É hoje o jantar. Agora estamos na reta final, no momento de decisão. Ele acha que tem uma vantagem, é hora do golpe final.
Anastásia ainda não tinha certeza sobre os seus sentimentos, mesmo assim o abraçou, repousando a cabeça em seu peito e disse:
– Chegar até aqui, agora ser tarde pra voltar. Precisar dar último gás.
Continua …
Consultoria, revisão e co-autoria: Id@