Episódio Final de Temporada
Vicente foi novamente até a sala do juiz do trabalho.
"Eu me decidi", disse Vicente para o juiz, sem rodeios. "Eu não quero mais namorar o Júnior. Eu não amo ele, não desse jeito. Amo ele como um irmão apenas. Nunca irei ter tesão real por ele, para querer viver com ele pelo resto da minha vida. Até para manter o sexo por mais tempo, sei que teria dificuldades. É isso".
O juiz olhou Vicente com cara de satisfeito.
"Parabéns, Vicente, você está tomando uma decisão de homem. Você está fazendo o certo. Agora só precisamos administrar isso até o Júnior fazer uma transição saudável para outros machos, sem risco de novo", disse o juiz.
No mesmo dia, no motel, Vicente começou comendo Júnior com força. Quando estava com o pau duro, dentro de Júnior, Vicente falou no ouvido de Júnior: "Eu sei que você está de olho no Pedro, confessa, sua puta", disse o advogado, seguindo as instruções do juiz. "Não, meu amor ... eu não", disse Júnior gemendo. "Vai, confessa, sua safada, eu não vou te punir", disse Vicente, lambendo a orelha de Júnior. "Ele só me convidou para sair, mas eu não aceitei, disse que tinha namorado já", respondeu Júnior gemendo e tocando uma punheta para si. "Puta safada", disse Vicente, acelerando o ritmo e gozando fundo no cu de Junior, que praticamente desmaiou de prazer ao gozar também.
Depois da ducha, deitados abraçados na cama da suíte do hotel, Júnior ficou preocupado.
"Por que você perguntou do Pedro, meu amor?", disse Júnior alisando os pelos do peito de Vicente.
"Eu quero saber até onde ele vai a fim de você. Você não tem curiosidade, Júnior?", disse Vicente alisando os cabelos de Júnior. Junior ficou calado pensativo.
"Diz que você aceita sair com ele. Quero ver o que ele vai fazer. Eu não vou ficar com raiva de você, só quero que me conte o que vai acontecer", disse Vicente.
"Você tem certeza?", perguntou Júnior, já mais animado com a possibilidade de sair com Pedro, com a permissão de Vicente. O advogado não respondeu de imediato, apenas deu um longo beijo de língua em Júnior.
"Eu vou ter muito tesão em saber que você está sendo uma piranha safada com Pedro", disse Vicente, olhando nos olhos de Júnior, que riu.
Alguns dias depois, Júnior já avisou Vicente que ia ao cinema com Pedro.
Na noite seguinte, na cama pelados, Vicente disse que queria ouvir de Júnior tudo que aconteceu. Vicente estava por trás de Júnior e começou a bater uma leve punheta no pênis de Júnior enquanto ele contava. "Fomos ver o filme e ele colocou a mão na minha perna", disse Júnior. "E você deixou, sua puta biscate?", perguntou Vicente. "Deixei... no meio do filme, ele me beijou, e eu correspondi", complementou Júnior. "E deram uns amassos no cinema, foi?", perguntou Vicente, acelerando a punheta que estava fazendo em Júnior. "Sim", disse Júnior. "Na volta para minha casa, paramos no estacionamento do meu prédio e ele colocou o pau para fora e eu ... bem ... eu...", disse Júnior gaguejando. "E tu chupou aquele marrento?", perguntou Vicente, já lambendo a orelha de Júnior e continuando forte a punheta. "Sim, me perdoa, por favor...", pediu Júnior num fio de voz, quase gemendo. "Puta safada, chupadora dos coleguinhas da faculdade", sussurrou Vicente no ouvido de Júnior, acelerando ainda mais e aplicando força ao pau de Júnior, levando o rapaz a explodir em gozo, gemendo na mão do ainda namorado. Depois de refeito do orgasmo, Júnior se alinhou no peito de Vicente, pensativo.
"Eu vou poder sair com o Pedro de novo?", perguntou Júnior.
"Você quer sentir ele no seu cuzinho também?", perguntou Vicente risonho.
Júnior não respondeu, aparentemente, com medo da resposta desagradar Vicente.
"Vai, quero ver se aquele safado vai querer comer seu cuzinho também", disse Vicente dando um beijo nos cabelos de Júnior.
Na sexta seguinte, Júnior saiu novamente com Pedro. No sábado, com Vicente na cama, contou como foi, mas desta vez Júnior já estava mais solto, bem mais a vontade. "Depois do cinema, ele me chamou para ir na casa dele. Os pais estavam na praia. Nos estávamos sozinhos. Ele me botou para mamar na sala, depois me chamou para o quarto dele", começou a contar Júnior. "E você foi? Tu é mesmo a marmita da faculdade, sua puta safada", disse Vicente, cutucando a bundinha de Júnior com o pênis, enquanto lembia a olrelha do rapaz. Júnior adorando ouvir as putarias no ouvido, continuou o relato. "No quarto, eu continuei mamando o Pedro sentado na cama, deixei o pau dele bem babado. Ele pediu para eu tirar a roupa, nós dois ficamos nus. Ele pediu para eu ficar de quatro. Foi colocando o pau dentro de mim, dizendo que era o primeiro cu de viado que ele comia. Ele ficou socando fofo, mas eu gostei", contou Júnior. "Gostou, sua puta", perguntou Vicente, no ouvido de Júnior. "Gozei sem encostar no pau", confessou Júnior.
Júnior e Pedro continuaram a sair regularmente, cada vez mais. Vicente e Júnior também continuaram, mas cada vez menos. Oficialmente, contudo, Vicente continuava sendo o "namorado". Vicente foi até o juiz do trabalho e relatou o sucesso do plano até o momento.
"Eu devo terminar com Júnior?", perguntou Vicente.
"Não, claro que não. Espera a iniciativa vir dele. Acho que vai acontecer", respondeu o juiz.
Pela primeira vez em quase um ano, Vicente e Júnior passaram sete dias sem transar. Na segunda-feira seguinte, Júnior apareceu no escritório, depois da aula.
"Eu queria conversar com você", disse Júnior tímido. Vicente notou que Júnior não tinha usado o habitual "meu amor".
"Pode falar, Junior", disse Vicente, também tentando dar um ar impessoal.
"Eu fiquei com o Pedro esse fim de semana, por isso não te liguei. A gente conversou ... E eu queria falar com você uma coisa...", disse Júnior sem coragem de olhar para Vicente.
"Você quer terminar comigo?", perguntou Vicente, tentando ser o máximo acolhedor possível.
"Sim... Pedro sabe que nós somos namorados, mas ele não quer que eu continue com você de jeito nenhum. E eu também estou gostando dele", disse Júnior, quase que pedindo desculpas com o olhar. "Eu queria tanto que voltassemos a ser amigos, Vicente, você é uma pessoa muito especial para mim, mesmo que a gente não esteja mais namorando", completou Júnior.
"Ohhhh meu querido, vem cá me dar um abraço", disse Vicente, sendo atendido. "Não quero que voltemos a ser amigos... quero que você volte a ser meu irmão mais novo. Pode ser?", perguntou Vicente, abraçando Júnior apertado, que riu. "Eu sei que pode ficar esquisito no começo, mas eu quero voltar a ser seu irmão mais velho, como antigamente", disse Vicente, despenteando os cabelos caramelo-ouro de Júnior que sorria.
"Tudo bem. É o que eu mais quero também. Mas eu queria ao menos um beijo despedida. Você foi muito importante na minha vida, Vicente, acho que você nem é capaz de imaginar o quanto", disse Júnior olhando agora nos olhos de Vicente, que se inclinou e deu um longo beijo de língua no rapaz, na sala de reunião do escritório, onde eles passaram tantas tardes juntos, antes de namorarem.
"Obrigado por tudo, Vicente", disse Júnior, agora emocionado, com lágrimas escorrendo nos olhos.
"Diz ao Pedro que você tem um irmão mais velho e que, se ele te maltratar, eu meto a porrada nele", disse Vicente rindo.
"Posso até dizer, mas prefiro não explicar ao Pedro quem é esse irmão mais velho, por enquanto...", gargalhou Júnior.
Um mês se passou. O namoro de Pedro e Júnior seguia de vento em popa. Vicente ficou dedicado exclusivamente ao trabalho. Chegou numa sexta-feira a tarde ao escritório feliz, pois tinha fechado um grande acordo trabalhista em uma ação coletiva de um sindicato que o escritório representava. Vicente tinha cuidado do processo todo do início ao fim sozinho e o escritório iria receber pelo menos R$ 2 milhões em honorários pela causa. Ao chegar na sala de reunião, que há tantos anos era a sua sala de trabalho, Vicente encontrou um contrato já assinado por Danilo e pelas testemunhas em cima do seu notebook. Era um contrato de sociedade no escritório, meio a meio, com Danilo. Caso assinasse o papel, Vicente passaria a ser sócio de Danilo em igualdade de condições. Vicente pegou o papel e foi até a sala de Danilo, que já esperava o colega com uma garrafa de uísque e dois copos com gelo.
"Você tem certeza disso?", perguntou Vicente mostrando o contrato.
"Claro que tenho. Há anos você já é quem mais trabalha nesse escritório. Nada mais justo que sermos sócios meio a meio. E eu já sou muito rico, não preciso ter ganância de mais nada", disse Danilo sorridente. "Eu só queria dizer uma coisa para você", prosseguiu Danilo com ar mais sério.
"O que é?", perguntou Vicente.
"Não estou oferecendo isso por causa do que fez pelo Júnior. Nunca pense isso, por favor. Eu quero que você seja meu sócio porque você merece, porque você é um advogado brilhante, porque eu tenho muito orgulho de você ter começado aqui como meu estagiário e progredido tanto na vida, meu filho", disse Danilo.
Vicente não aguentou a emoção e começou a chorar.
"Eu achei que isso era motivo de alegria", ironizou Danilo.
Vicente sentou na frente da mesa de Danilo, assinou o contrato e tomou um gole do uísque servido pelo agora sócio.
"E vamos usar os honorários do seu acordo de hoje para comprar um novo escritório, onde finalmente você tenha uma sala só para você, do tamanho da minha", decretou Danilo, para surpresa de Vicente. "E aproveitando que é dia de tantas novidades, eu tenho mais uma. Eu vou me casar de novo", disse Danilo. Vicente ficou surpreso com a notícia.
"Mas você disse para mim que nunca mais ia se casar com mulher", disse Vicente.
"E eu vou manter a minha palavra a respeito disso", respondeu Danilo irônico. Vicente entendeu a mensagem cifrada.
"Opa!!! Com o juiz? Que notícia maravilhosa !!!", disse Vicente.
"Sim!!! Ele agora é juiz titular. Tem inamovibilidade. Não precisamos esconder mais nada de ninguém, nem da minha ex-mulher", esclareceu Danilo. "Eu nunca fui tão feliz na vida. Júnior melhor que nunca, meu outro filho como sócio e agora esse casamento com uma pessoa que me dou tão bem", acrescentou Danilo, para júbilo de Vicente. Ficaram mais horas conversando os dois novos sócios, mas também como uma conversa de pai e filho.
Meses depois, Vicente estava andando pelos corredores do TRT, na sua rotina de pedir agilização nos processos. E se deparou com a mãe de Júnior.
"Meu rapaz, que bom eu finalmente lhe encontrar. Há tempos estava esperando uma oportunidade de falar com você, Vicente. Você viu que o Júnior viajou ontem para Orlando com o Pedro?", perguntou a desembargadora.
"O Júnior me falou, Excelência. Estou muito feliz por ele", respondeu Vicente.
"O Pedro é um rapaz ótimo, mas se permite a ousadia, para mim você sempre será meu genro favorito", disse a desembargadora, com um raro sorriso no rosto. Vicente se impressionou, pela primeira vez via a desembargadora lhe tratando com respeito mútuo e consideração.
"Obrigado, Excelência, fico honrado com isso", disse Vicente sincero.
"Aproveitando para falar com você pela primeira vez depois do fim do seu namoro com Júnior, meu rapaz. Eu não sei se você imagina a dimensão do que você fez pelo Júnior, meu único filho, a única coisa que importa verdadeiramente para mim nessa vida. Eu sei que você fez tudo por causa do Danilo, mas eu também sou mãe do Júnior. E eu serei sua eterna devedora, Vicente. A partir de hoje, qualquer coisa que você queira e eu puder lhe atender, não hesite em me procurar. Eu estou em dívida com você e não gosto de dever nada a ninguém. Não esqueça da minha gratidão para com você, Vicente. Eu tenho o sonho de um dia poder lhe retribuir a altura tudo o que você fez pelo Júnior", disse a desembargadora.
"Agradeço, Excelência, mas eu fiz pelo Júnior também, sempre o considerei como um irmão mais novo. Espero que voltemos a ter essa relação, eu e Júnior, já estamos conseguindo", respondeu Vicente emocionado com o desprendimento da mãe de Júnior, que se despiu da posição poderosa para agradecer a ele, um simples cara com origem na periferia.
A desembargadora, quebrando o protocolo, abraçou Vicente e se despediu emocionada.
Vicente ficou parado no corredor, lembrando da entrevista de estágio com Danilo, lembrando quanta coisa ocorreu até chegar aquele momento. Ele, Vicente, que praticamente não tinha a comida em casa garantida todo dia, agora sócio de um escritório de advocacia respeitado, advogado bem sucedido financeiramente. Vicente ficou com os olhos marejados, por ter vencido na vida, como tanto lutou. E por ter conhecido pessoas maravilhosas nesse caminho, que agora eram família também, Danilo e Júnior.
Vicente pegou o celular, abriu o Instagram e viu uma foto de Pedro e Júnior, na Disney, abraçados e felizes. Vicente curtiu a foto, guardou o celular no bolso e foi andando pelos corredores do TRT, seguido seu trabalho e sua vida.
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NOTA DO AUTOR: Terminamos esta minisérie. Um dia, voltarei com um "Episódio Especial 15 anos depois", para dizer o que aconteceu com os personagens, especialmente Vicente. Ele já venceu na vida, mas merece muito mais, digamos assim. Esta é uma história de total ficção. Apenas me inspirei em uma foto no Instagram de três pessoas que resultaram nos personagens Danilo, Júnior e Vicente. Pensando agora em que história vou fazer. Já tenho umas ideias. Por favor, digam o que acharam desta minisérie. Leiam também minha outra série neste mesmo site.