Cicatrizes #21

Da série Cicatrizes
Um conto erótico de Karla
Categoria: Homossexual
Contém 1865 palavras
Data: 30/09/2023 23:44:29
Última revisão: 16/12/2024 22:26:13

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As semanas foram se passando. Stella estava de volta, mas dessa vez sem Bruno; ele ficou em Portugal. Para a alegria de Layla, Liandra tinha voltado com ela. As duas estavam conversando pelo celular, e eu e Stella estávamos ajudando as duas a se aproximarem. Liandra ainda me olhava com cara feia, mas já não era tão feia como antes.

Stella ia à minha casa sempre que podia. A gente tinha boas conversas e eu estava muito feliz por ter ela de volta na minha vida. Eu continuei indo à casa de Layla ajudar com o serviço doméstico e conversar com ela, mas nada de sexo; ela estava afim de Liandra e Liandra dela. Era uma questão de tempo até as duas se acertarem e provavelmente engatarem um namoro. Era melhor evitar isso para não perder por causa de uma transa. Por melhor que fossem as nossas transas, de comum acordo, resolvemos pôr um fim nelas.

Eu continuava fazendo minhas sessões com a psicóloga duas vezes por semana, mas ela disse que poderia diminuir para uma no próximo mês e, no futuro, talvez diminuir mais. Também estava fazendo yoga, sugestão da minha mãe, e eu amei. Além disso, fazia alguns exercícios em casa que a psicóloga me passou.

Lá se foram dois meses e eu me sentia muito bem. Minha mãe achou que era hora de eu conhecer a empresa e tomar posse como presidente. Ela disse que não queria o cargo, que só ficaria lá até eu ter tudo sob controle e então iria se afastar. Ela alegou que já tinha trabalhado demais na vida e queria descansar, além de curtir o namorado e a neta.

Layla tinha retirado o gesso do braço e logo voltaria ao trabalho. Ela torceu o pulso e quebrou um osso da mão por minha causa. Apesar do perdão dela, toda vez que eu a via com aquele gesso, meu coração apertava.

Decidi então ir à empresa. Acho que a última vez que a vi, eu ainda era criança. Era uma casa e dois galpões para guardar os equipamentos.

Chamei Layla e Stella para irem comigo e elas aceitaram. Fui muito bem recebida por Pedro, o presidente. Ele me mostrou tudo e tive uma conversa franca com ele. Fiquei sabendo que ele sabia que a empresa iria voltar para nossa família; meu pai tinha contado tudo a ele. Os dois eram melhores amigos desde a infância. Ele sempre foi o braço direito do meu pai ali, e se a empresa chegou onde chegou, deve muito a ele também. Ele disse que seu cargo estava à minha disposição, já que minha mãe não quis assumir. Eu disse que primeiro queria que ele me deixasse a par de tudo; depois, quando minha mãe saísse, eu assumiria e ele seria meu vice. Ele ficou muito feliz com minha decisão, que era a certa e a mais justa.

Fizemos um tour pela empresa e pelos galpões onde ficavam todos os maquinários. Nossa, era muita coisa para ver! Eu não fazia ideia de que a empresa do meu pai tinha crescido tanto. Havia um monte de funcionários ali, todos homens, e claro que prestaram atenção em nós.

Quando saímos da empresa e entramos no carro da Stella, Layla falou:

Layla— Eu acho que estou grávida!

Nós três olhamos assustados para ela. Eu não estava entendendo nada!

Karla— Como assim, Layla? Você grávida?

Layla— Sim, vocês também provavelmente. Era muito homem comendo a gente com os olhos! kkkkkkkk

Karla— Vai se foder, ow! kkkkkkk Quase me mata de susto, peste! kkkkkkkkkkk

Caímos na risada com a piada de Layla. Stella dava gargalhadas escandalosas, e eu amei. Olhei para ela; nossa, como ela era linda!

Ela não parava de rir e mexia a cabeça quando sorria. Vi, por um instante, que seu cabelo saiu um pouco do rosto e descobri um sinal acima do olho dela. Quando ia perguntar algo, Liandra, que estava sentada atrás de mim, viu que eu estava olhando e cutucou minha perna com o dedo. Eu olhei para ela e ela fez sinal de negativo. Decidi não perguntar nada.

Saímos dali e resolvemos passar em uma lanchonete para comer algo e tomar água ou refrigerante. Conversamos por um tempo e eu resolvi ir ao banheiro. Logo que saí do reservado, Liandra entrou e veio até mim.

Liandra— Eu não gostava de você, mas Layla e Stella estão me fazendo mudar de opinião. Espero que me entenda; eu tinha meus motivos.

Karla— Eu entendo sim, e espero que algum dia a gente possa ser amigas.

Liandra— Eu também, já que temos amigas em comum. Eu notei que você viu a cicatriz no rosto da Stella. Por favor, não toque no assunto com ela. Não faça perguntas; deixa que ela um dia vai te contar, mas dê tempo a ela, ok?

Karla— Eu vi sim, mas não vi direito, nem deu para identificar que era uma cicatriz. Mas eu entendi; vou fazer o que você falou e obrigado por avisar.

Liandra— Posso confiar?

Karla— Pode sim, fica tranquila.

Liandra— Combinado então.

Ela estendeu a mão e deu um leve sorriso. Eu apertei sua mão e retribuí o sorriso, pensando em como ela falava bem o português do Brasil. Tinha um pequeno sotaque, mas era pouco.

Voltei para a mesa e perguntei a Stella como Liandra falava tão bem o português daqui. Ela me disse que Liandra e Bruno são brasileiros, ambos do interior do estado de São Paulo, mas moram em Portugal há muitos anos. Foram para estudar e acabaram ficando. Layla disse que já sabia.

Stella me deixou em casa e foi levar Layla para sua casa. Ela disse que depois voltaria para a gente conversar sobre um assunto do meu interesse. Eu falei que tudo bem e que ia esperar por ela. Liandra não quis ficar na minha casa, preferiu ir com Stella levar Layla. Quando fui me despedir de Layla, ela deu um sorriso safado, e eu percebi na hora que ela estava aprontando algo.

Fiquei brincando com Sophia e conversando com Lúcia até Stella voltar. Logo ela chegou, sem Liandra. Perguntei assim que entramos no meu quarto onde estava Liandra, e ela disse que Liandra preferiu ficar com Layla para não atrapalhar nossa conversa. Comecei a rir, e então ela parou, pensou um pouco e começou a rir também. Claro que as duas tinham planejado isso para ficarem sozinhas no apartamento de Layla.

Karla— Qual assunto você queria falar comigo? Fiz mais algo de errado?

Stella— Não! kkkk

Eu sou sócia de uma rede de hotéis de luxo. Foi um dos investimentos que herdei do meu pai. Minha melhor amiga é uma das diretoras dessa empresa, e a gente quer construir um hotel aqui na cidade. O projeto que você fez com a Layla seria perfeito para o prédio, e eu queria que sua empresa o construísse para nós. Claro que, se a gente chegar a um acordo financeiro para isso, não vou pagar mais do que acho que vale porque é para você e nem espero que você cobre menos do que acha que vale porque é para uma empresa da qual sou sócia. Entendeu?

Karla— Claro que entendi, é o certo mesmo. Mas eu tenho que ver isso com o Pedro; não faço ideia de como estão as coisas na empresa.

Stella— Sim, mas esse projeto é para o ano que vem, então dá tempo de você ver tudo com calma. A gente vai conversando sobre isso e depois resolvemos com calma, ok?

Karla— Por que a rede de hotéis quer construir justo aqui, se tem tantas cidades turísticas no Brasil?

Stella— Porque eu quero viver aqui, e minha melhor amiga vai vir morar comigo. Ela e a mãe dela. Com uma filial aqui, ela poderia tomar conta do hotel. Ela sempre sonhou com isso, sabe?

Karla— Acho que entendi... Tudo bem então. Prometo que vou ter sua resposta o mais rápido possível.

Stella— Bom, sobre a sociedade, é que eu me apaixonei pelo projeto que você desenhou. Ficou perfeito! Eu queria construir um prédio aqui para eu morar e poder trazer minha família de Portugal para morar comigo. Eu queria usar seu projeto no prédio, e claro, que sua empresa o construísse. Porém, eu acho que não tenho dinheiro suficiente para começar e finalizar ele, então pensei que talvez a gente poderia ser sócias no prédio.

Karla— Como assim? Você quer que eu seja dona de um prédio junto com você?

Stella— Sim, eu quero.

Karla— Não que eu não queira, seria um sonho ter meu projeto em um prédio do qual eu também seria dona, mas eu não tenho dinheiro para isso, não. 😳

Stella— Mas você tem a empresa, o projeto é seu e você tem dinheiro sim. Tem os apartamentos que você pode vender, fora a grana que seu pai te deixou e o lucro da empresa.

Karla— Mesmo assim, um prédio fica muito caro. 😳

Stella— Sim, mas você pode ficar com 30% dele. Não precisa ser a metade. Eu não quero algo enorme; quero algo legal para eu poder viver junto com as pessoas que eu gosto. Já pensou a gente morando tudo no mesmo lugar? Eu, você, Sophia, sua mãe, Layla, Liandra, Lúcia, Daniel, Bruno. Pensa com carinho!

Karla— Seria muito bom, mas por que você quer que eu seja sua sócia?

Stella— Sabe quando a gente era amigas e fazia planos de estudar, se formar e ser ótimas arquitetas, ganhar muito dinheiro e tudo mais?

Karla— Claro que lembro.

Stella— Bom, meu sonho era um dia a gente ter nosso escritório, sermos sócias e trabalharmos juntas, sabe? Por isso pensei em você. Não é bem o que eu sonhei, mas seria legal termos algo juntas. Já que a vida nos levou por caminhos diferentes por circunstâncias que não vêm ao caso agora, mas estamos aqui juntas de novo, poderíamos fazer isso.

Karla— Não sabia desse seu sonho. Vou pensar com carinho, eu juro.

Stella— Na verdade, não era bem assim o sonho, mas tá bom. 🤭

Karla— Não!?! Como era?

Stella— Deixa isso para lá, a parte que ainda dá para aproveitar um pouco eu falei.

Karla— Poxa, por favor, me conta!

Stella— Tá bom, mas não ri, ok?

Karla— Prometo.

Stella— Eu sonhava que a gente iria estudar juntas, nos formar, aí a gente se casaria e então abriríamos o escritório. Depois, você teria uma filha e eu iria tomar conta do escritório. Aí, depois de três anos, eu teria uma filha e você tomaria conta. 🤭 Eu era uma boba apaixonada na época. É muito bobo isso, eu sei.

Karla— É fofo, eu amei!!!

A gente estava de frente, sentadas na cama. Eu não sei o que me deu, se foi o que ela falou, mas eu me perdi nos seus olhos e, quando percebi, já estava beijando sua boca.

Era um beijo doce, calmo, cheio de carinho. Eu senti algo que nunca tinha sentido antes; era como se estivesse flutuando naquele momento. O beijo dela era tão bom que eu nunca tinha experimentado algo tão gostoso. Nossas bocas se encaixavam perfeitamente uma na outra. Se existia um paraíso, com certeza ele estava ali, dentro daquele beijo!

Continua…

Criação: Forrest_gump

Revisão: Whisper

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Foto de perfil de Forrest_gumpForrest_gumpContos: 391Seguidores: 87Seguindo: 62Mensagem Sou um homem simples que escreve história simples. Estou longe de ser um escritor, escrevo por passa tempo, mas amo isso e faço de coração. ❤️Amo você Juh! ❤️

Comentários

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OOOOOOOOPAAAAA ☝🏻 CICATRIZ 😌

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Foto de perfil de Forrest_gump

Sim 👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻

Você acertou! 😅

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👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻

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Foto de perfil de Jubs Oliver

😂😂😂😂❤️

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🤗😘

Estou demorando porque fico lendo a comentários 🤷🏻‍♀️kkkkkkkkk

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Eu pulei para o outro capítulo e já está sem pontinhos, tá é rápida demais 😂😂

Mas eu volto mt nos nossos comentários, gosto bastante, te entendo 😂😂😂

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Acabei de revisar ele, eu não, nossa amiga IA kkkkkk

Eu amo reler os comentários 🥰

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Claramente a Stella é uma pessoa melhor que eu... Eu demoraria pra perdoar, viu?

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Falei ...

O amor é lindo ..

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Bacana demais os últimos acontecimentos, mais esse final era mais do que eu pensei, sabia que seria algo muito especial, quando as duas ficassem pela primeira vez, as circunstâncias de afastamento e ódio da Karla, não ia acontecer isso, se a Karla não conhecesse a Layla, não iria se descobrir sexualmente talvez. Então tudo teve que acontecer pra chegar nisso tudo.

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