Ah, Duarte... Como eu posso começar a descrever o marido da minha vizinha? Acho que dá pra iniciar pelo sorrisão carismático, pelo eterno jeito de molecão solto e também pelo fato do trintão ser um dos caras mais animados e enérgicos que eu conheço aqui na Vila Kosmos. Em seus 1,85m de altura e sendo dono de um corpo de 90Kg bem distribuídos e torneados, Duarte é um homem da pele negra, a cabeça quase careca, de cavanhaque ao redor do queixo, pés enormes, braços veiúdos, mãos grotescas e o peitoral naturalmente proeminente, repleto de pelinhos arados no meio. Talvez eu nunca tire da cabeça a cena do caminhão de mudanças entrando aqui na vilinha e o morenão sarado tirando móvel por móvel de dentro do baú, isso sozinho e usando apenas a força dos brações definidos.
- Fala, paizão, bom dia.
- Opa, bom dia.
- Eu sou Victor, morador novo aqui. Mas pode chamar de Duarte ou de Negão, o que tu preferir. – com várias gavetas de armário empilhadas sobre a cabeça, ele esticou a mãozorra e me cumprimentou quando passou por mim na calçada da vila.
- Lucas. Prazer. – me apresentei. – Ih, maneiro. Não sabia que tava pra chegar gente nova. É bom que dá uma animada nessa casa, ela tá vazia mó tempão. Quer ajuda?
- Não vou te incomodar, filhão?
- Que nada, tô de bobeira. – levantei e fui ajudar o grandão.
Eu tinha 22 anos de idade nessa época, pele entre o branco e o pardo, estatura mediana, o corpo parrudo e um bundão que vira e mexe era elogiado pelas minhas amigas e também recebia assobios na rua. Cabelo castanho e na altura dos ombros, traços finos e femininos, a voz aveludada e o jeito tranquilo. Meus pais e eu vendíamos frango assado todo sábado e domingo no portão de casa, era uma sexta-feira e eu não tava fazendo nada, então é claro que foi um puta prazer estar na companhia do novo vizinho gostoso e charmoso que era o Duarte. Pensa num homem do peitoral aberto, vestido de camiseta sem mangas, os braços grossos de fora, as veias dos antebraços em alto relevo, os ombros esféricos à mostra, de calção fino da Nike e usando apenas chinelos de dedos nos pezões veiúdos e escuros. Ele só podia ter caído do céu.
- Mas e aí, Victor, cê trabalha em quê?
- Victor porra nenhuma, Lucas. Ou é Duarte ou é Negão, tu escolhe.
- Ops, foi mal. Sem querer. Você trabalha onde, Duarte?
- Melhorou. – ele riu e mostrou as covinhas. – Eu trampo de maqueiro ali no Salgado Filho.
- Maqueiro?
- Tá ligado quando tu chega no hospital e tem uns caras movimentando as macas onde os pacientes deitam?
- Ah, sei. Entendi. Esses malucos geralmente são tudo uns armários, é por isso que cê é fortão assim, né? Hahahaha!
- Fortão, eu? Duvido, pô, nem sou bombado. Como diria Aline, eu só sou conservado. Tehehehe!
- Bahaha! Entendi. Tá certo.
Só então eu reparei na aliança desbotada ao redor do dedo anelar, aí supus que o vizinho estivesse falando de sua esposa.
- Aline é minha mulher. – ele confirmou.
- Saquei. E ela não veio na mudança com você? – fiquei curioso.
- Não, não, ela tá pegada no trabalho. Deve chegar amanhã, hoje eu tô livre da patroa. Hehehehehe!
- Rapaz, olha lá, ein? Não vai chegar chegando na vila. Hahahahaha!
- Que nada, eu sou quietinho. Fumo meu baseadinho e fico de boaça, quero treta com ninguém.
- Ih, cê também curte? De vez em quando eu dou um dois no terraço lá de casa, depois que meus pais vão dormir.
- Caô?! Porra, moleque, aí sim! Vim morar no lugar certo, então, fala tu. Sempre tem que ter um vizinho maconheiro por perto pra fortalecer, Lucas.
- Pois é. Hahahahaha! Bom saber que você fuma um.
- Fumo um, fumo dois, três, fumo até quatro se deixar. Mas é aquilo, máximo sigilo. Se minha mulher descobrir, tô perdido.
- Ah, ela não sabe? Que doideira.
- Não, e nem pode. Ela acha que eu fumava quando era garotão e depois parei. Papo de segredo mesmo, mano.
- Entendi. Se depender de mim, segredo de Estado.
- É isso.
Nada melhor do que acabar de conhecer um macho recém chegado e já ser recebido com a confissão de um segredo que a própria parceira dele não sabia. O cara casou com a mulher, prometeu fidelidade, jurou compartilhar segredos, mas escondia verdades da pessoa que ele supostamente mais amava. Duarte preferiu contar pra mim, um estranho que ele conheceu há menos de duas horas, do que ser verdadeiro com aquela que escolheu pra ser sua amada. O nome disso é cumplicidade masculina. É assim que começam as pequenas mentiras do homem pra mulher, vai prestando atenção.
- Porra, hoje tá calor pra caralho. Vou pegar uma água que eu trouxe.
- Quer água gelada? Pego lá em casa, cê ainda nem ligou a geladeira.
- Pô, vou te agradecer. Se não for muito incômodo.
- Que nada, três minutos.
Fui e voltei no mesmo pé, nem demorei.
- Sarneou, Luquinhas. Tô abusando de tu hoje, né? Foda. – o filho da puta beliscou o prepúcio através do short fino e minha boca encheu de saliva na mesma hora, quase babei na frente dele.
- Deixa de onda, não é abuso nenhum.
- Brigadão, irmão. E tu, faz o que da vida?
- Minha mãe vende comida em casa de segunda à sexta e eu entrego. Sábado e domingo é frango assado, eu que faço as entregas também.
- Ah, então de franguinho assado tu entende, ein? Delícia. Me amarro também. Tehehehehe! – ele caiu na risada e eu não entendi se foi piada de duplo sentido ou apenas um comentário corriqueiro sobre comida, mas sei que gostei muito dos caminhos onde nosso papo tava levando.
- É mais ou menos por aí. Meu negócio é a entrega mesmo.
- Tô sacando.
Papo vai, papo vem, nós dois descarregando o caminhãozinho, até que ele começou a suar e resolveu remover a camiseta regata, ficando com o peitoral estufado e aerado de pelos à mostra. Me segurei o máximo que pude pra não ficar olhando o tempo todo, mas o foda é que o Duarte subiu no baú do veículo pra descer alguns móveis e toda hora levantava e abaixava os brações, me dando plena visão dos tufos de pelos enterrados nos sovacões torneados de macho maqueiro.
- Coé, Luquinhas, vou só dar um mijão rapidão e já volto aí, já é?
- Beleza, tranquilo.
- Tamo junto.
O gostoso foi no banheiro, descarregou a bexiga e voltou ao trabalho com uma mancha circular no tecido, como se as últimas gotas da mijada tivessem respingado na roupa. Outra coisa que não saiu do meu campo de visão foi o movimento pendular da jeba do negão no calção. Juro que tentei não olhar, mas cada vez que trombava com Duarte no vai e vem da mudança era um tempo analisando o formato bojudo e chamativo da pistola dele sacudindo. Mesmo de longe deu pra ver que se tratava de um dotado de primeira categoria, daqueles que não conseguem esconder a mala mole de jeito nenhum. Mole, tá? Imagina em estado catatônico.
- Por hoje é só, moleque. Caminhão tá vazio, agora vou montar a cama e ir ligando umas paradas na tomada.
- Você já vai dormir aí hoje?
- Vou mesmo. Monto a cama em cinco minuto, não tem mistério. Jogar uma água no corpo, aproveitar que a patroa só vai chegar amanhã e ver se aperto um pra dar uma marolada. Sabe como é, né? Aquela relaxada marota. – foi quando ele pôs a mão no bolso do calção, tateou a carteira e fez cara de assustado. – Ah, não! Caô!
- Que foi?
- Deixei a porra da erva lá na casa.
- Mentira?
- É. Tô fodido, puta merda!
- Relaxa, eu te salvo.
- Não, Luquinhas, que isso! Vou lá buscar, mano, tu já fez o suficien-
- Para de graça, Duarte. Tô te falando que vou salvar, é porque dá pra salvar. Tô com uma boa quantidade em casa, não vai fazer falta.
Ele parou de teimar, andou até minha frente e eu fiquei cara a cara com seu peitoral suado e inchado. Mais uma vez tentei resistir às olhadas, porém foi impossível competir com os pelinhos enrolados e mantidos curtos entre os peitos do grandão. As veias perto dos ombros, os tufos de pentelhos espremidos nas axilas, entre os braços e o tórax, fora a trilha de cabelos descendo no abdômen, atravessando o umbigo e sumindo pra dentro do short protuberante. Como é que resiste? O cheiro do suor penetrou minhas narinas, fiquei mais aguado que nunca e me senti perdido no que fazer.
- Tenho nem palavras pra te agradecer, meu parceiro. Tamo junto. – ele estendeu o braço e me deu um aperto de mão que logo se transformou num abraço.
- T-Tamo junto, Duarte. – o contato com seu suor me entorpeceu.
Poderia ficar ali por horas no engate daquele macho forte e atraente, mas fui correndo em casa pra buscar a maconha, peguei também papel de seda, isqueiro, e voltei pra casa do meu mais novo e gostoso vizinho.
- Tá tudo aí. Bom fumo pra você. – falei.
- Ô, ô. Pera lá, moleque. Tu vai aonde, tá com pressa?
- Ah, é que cê falou que queria tomar banho, fumar e relaxar. Imaginei que fosse ficar sozinho, na paz.
- E vou mesmo, mas tu vai fumar um comigo com certeza. Tá maluco?
- S-Sério? Não vai dar problema pra você?
- Quem sabe sou eu, garotão. Pelo menos enquanto a patroa tá fora, hehehehe! – ele guindou o braço no meu pescoço, me puxou pra perto de si e fomos andando lado a lado pra dentro da casa.
Me bateu um fogo do caralho, o cuzinho danou a piscar e comecei a pensar um milhão de putaria diferentes com o marido da vizinha enquanto ele me recebia. A casa ainda desarrumada, o Duarte suado, de short quase colando na pica e nas coxas grossas, até que ele pega o celular e avisa que vai pedir umas cervejas e pizza.
- Já deixei pago, Lucas. Vou tomar banho, qualquer coisa tu recebe aí no portão, já é?
- Belê.
- Enquanto isso vai bolando um malvadão pra nós queimar, moleque.
- Deixa comigo, trouxe um do bom.
- Quero ver.
Ele entrou pro banheiro, eu sentei no chão da sala pra preparar o beck e ainda fiquei uns minutos aguardando até que o Duarte terminasse do banho. Foi nesse meio tempo sem ter o que fazer que eu olhei pro canto e avistei a camiseta suada que o macho maqueiro removeu mais cedo, bem como vi um par de tênis brancos, muito provavelmente os que ele usava no trabalho. Prestei muita atenção no barulho do chuveiro ligado, aproveitei que tava sozinho e mergulhei de cara nas roupas usadas do negão. Senti o cheirão dos pés, depois do suor, fiquei de pau duraço, o cuzinho latindo, mas foi tudo muito rápido, não deu pra aproveitar tanto. Aí o gostoso saiu do banho e mais uma vez minha pressão subiu quando o vi apenas com a toalha enrolada na cintura e um senhor pacote de piru projetando o volume grotesco no pano.
- Porra, agora sim. Tô refrescado, falta só o boldinho. Hehehehe!
- Tá aqui, já tá bolado. – mostrei o cigarro pronto.
- E o lanche, chegou?
- Ainda não.
- Já é. Procurar a roupa aqui. – ele deu várias coçadas com a toalha no saco enquanto falava comigo e chegou a ficar na ponta dos pés pra se enxugar bem no fundo da virilha.
O trintão se pôs de costas pra mim, procurou pelo short numa bolsa, encontrou uma samba-canção e vestiu, pareceu até que a gente se conhecia há anos, de tão íntimos na sala da casa dele. Difícil foi aturar o visual do pau do caralhudo bambeando na peça de roupa, fora as solas dos pezões viradas na minha direção na hora que ele sentou na minha frente.
- E aí, filhão, bora fumar? Quero ficar levinho hoje, hehehehehe!
- Cê não acha melhor montar a cama antes? É que essa erva que eu trouxe é das boas, Duarte, vai te derrubar.
- Que nada, tô de boa. Qualquer coisa eu durmo no colchão hoje e monto a cama amanhã, tem caô não.
- Saquei. Então tá, acende aí. – dei o baseado a ele.
- Nada, Lucas. Lei do duende, quem bola acende. – o puto me devolveu o beck e deu uma mascada pouco discreta na tromba.
- Bahahahah! Tá bom, vou acender.
Iniciei os trabalhos, dei dois puxões na fumaça, deixei os pulmões absorverem a fui soltando aos pouquinhos. Bateu um calor fodido, a visão de um brutamontes sentado largadão bem na minha frente me deixou pegando fogo por dentro e eu simplesmente me senti entregue ao maridão delicioso da vizinha. As solas, as axilas, as pernas abertas, a peça de roupa praticamente subindo no alto das coxas, a cara dele me olhando enquanto aguardava a vez de fumar, o peitoral exposto, as mãos veiúdas apertando as panturrilhas grossas, tudo isso criou uma aura sedutora entre nós. O único problema é que eu não soube se o Duarte também se deu conta do clima que tava pintando, então fiquei na minha e me limitei a fumar e a observá-lo.
- O cheiro tá delicinha, ein? Porra...
- Experimenta. – passei a vez e ele pegou o baseado da minha mão.
- Bora ver se tá o bichão mesmo.
- Cê vai gostar.
O safado fumou, segurou na pontinha dos dedos com uma mão, usou a outra pra apertar a sola do próprio pé e continuou me olhando. Seus olhos não demoraram a diminuir de tamanho, ficaram vermelhos logo e o riso fácil transpareceu no rosto do negão.
- Caralho, Luquinhas... Porra...
- Eu avisei. A erva é da boa. Diz aí.
- Bom demais, irmão. Aonde que tu pega?
- Segredo. Você nunca vai descobrir. Hahahahah! – brinquei.
- Sarneou, papo reto. Ó... – outra tragada e o puto ficou à vontade, relaxadão no chão da sala.
Fumamos por alguns minutos, a pizza e a cerveja chegaram, começamos a beber e mais uma vez o maqueiro sentou de pernas abertas na minha frente, porém agora o maior desafio de todos foi perceber sua bola esquerda vazando pela saída da samba-canção e eu não poder fazer nada. Mó batatão obeso, tipo culhão imenso mesmo, pesadão de leite, preto, cheio de pentelhos e esparramado pro lado, daqueles que habitam um saco volumoso, espaçoso e pelancudo de casado galudo.
- Puta que pariu, Duarte... – pensei alto demais.
- Qual foi, Lucas? – ele me pegou desatento e deu uma coçada na pica.
- Nada não, é que...
- Tu tá bem? – foi nesse instante que o cretino teve a malícia de seguir meu olhar e descobriu pra onde eu estava olhando.
Só que ele olhou pra baixo e, por incrível que pareça, não entendeu que eu tava manjando o vazamento de seu ovão de galinha saindo pela perna do short de dormir. O negão passou os dedos na trilha de pentelhos abaixo do umbigo, em seguida me olhou e riu.
- Eu nem tinha me ligado que respingou, moleque. Sem querer.
- O quê?
- A cerveja aqui, ó. – e aí me indicou a cerva que caiu na cintura. – Ainda bem que tu viu.
- É, é, com certeza. – ah, se ele soubesse...
Eu até queria ficar bastante tempo ali apreciando o corpo escultural e atraente do meu mais novo vizinho, o foda é que não ia ter condições de parar de manjar, principalmente com parte da genitália do galalau aparecendo pra mim. Achei melhor curtir a onda por um tempo, me apressei e me despedi do Duarte 20min depois de acender o baseado.
- Coé, já vai?
- Vou, tá me dando sono. Gosto de fumar e dormir. – menti.
- Já é, então. Valeu pela força, irmão. Leva uns pedaços de pizza pra tu laricar em casa.
- Beleza. Obrigado pela cerveja. Prazer te conhecer e seja bem vindo.
- Mané brigado, Lucas. Tu me salvou mais que ninguém. Me ajudou na mudança, desenrolou água gelada, forneceu erva. Podes crer que quando eu for lá na outra casa de novo, vou trazer a minha e nós vai fumar um boldo do bom também. Não vou esquecer.
- Quero ver. Vou cobrar, ein? – brinquei.
- Pode cobrar. Já tá marcado. Tamo junto.
- Valeu, Duarte. Até à próxima.
- Até.
Desse dia em diante, minha rotina passou a ter o marido da vizinha fazendo parte do meu dia a dia. Por morarmos numa vila e eu trabalhar na entrega da comida, se tornou normalidade encontrar com o Duarte indo pro trabalho de manhã, às vezes voltando na parte do fim de tarde ou encomendado frango assado nos domingos. Também acabei conhecendo Aline, a esposa dele, mas ela trabalhava fora na maior parte dos dias e só aparecia em casa à noite, ou então nos fins de semana. Bastou trocar papo uma única vez com ela pra entender o porquê do maridão maqueiro não ter contado sobre seu hábito de fumar maconha de vez em quando: Aline era uma mulher extremamente evangélica, dessas que fazem parte da administração da igreja, que são ministras e viajam pela congregação. O negão contou um pouco uma vez.
- É foda, Lucas. Agora que tu conhece Aline, entendeu a situação?
- Lógico. Ela é crente, né?
- Pois é. E eu não sou, é nessas horas que a gente meio que bate de frente.
- Saquei. Deve ser tenso.
- Às vezes. Mas ela não fica insistindo, também. E eu sou chato à beça.
Era uma quinta-feira à tarde, por volta das 14h30, e o morenão voltou mais cedo do que de costume do trabalho no hospital. Ele pediu comida na pensão da minha mãe e eu fui na casa dele entregar, então estávamos batendo papo na sala, eu de pé perto da mesa, segurando a sacola com a marmita do Duarte e esperando ele pegar o cartão pra pagar na maquininha.
- Chato? Como assim chato?
- Tipo, ela fica me chamando pra ir pra igreja e eu sempre digo que não vou, que prefiro beber, que minha fé é outra e tal. – o macho sentou no sofá e removeu os tênis na minha frente, fazendo o cheiro dos pezões subir.
- Tá, e o que tem de chato nisso? Você não quer ir pro culto, é direito seu. – tentei focar no papo e não nos pés dele, porém foi uma guerra que já começou perdida pra mim.
- Tô ligado. Ela diz que eu sou chato porque nunca vou nas noites de casal que tem na igreja.
- Bobeira. Quer dizer, com todo respeito. Desculpa falar assim da religião da sua esposa.
- Também acho bosta, moleque, não precisa se desculpar.
- Mas me explica uma coisa, como é que um cara beberrão e maconheiro feito você casou com uma ministra da igreja? Tipo, sem querer me meter na sua vida, é que eu achava que crente só casava com outro crente.
- A Aline não era evangélica quando a gente começou a namorar. Foi logo depois.
- Ah, sim. Faz todo sentido.
- Eu sempre deixei claro que não ia mudar de religião por causa dela, então o relacionamento deu certo. E dá até hoje, tirando esses detalhes de fumar maconha escondido, beber, não ir pra igreja, falar palavrão... Eu sou o que ela chama de homem do mundo. Pecador. – o sacana tirou as meias e eu quase derreti na frente dele, não sei como não babei.
O uniforme todo em branco e a calça recheada chamaram minha atenção, fora que o Duarte tava todo salgado e suado das várias horas que passou trabalhando. Peguei o cartão com ele, realizei a operação na maquininha e me preparei pra sair, mas o vizinho aproveitou que eu tava ali e pediu um favor.
- Tá muito ocupado, Luquinhas? Queria que tu segurasse a escada cinco minutinho ali no quintal dos fundos pra mim.
- Claro, bora lá. Essa foi minha última entrega.
- Fechou. Vou só botar o short rapidão.
- Tranquilo, sem pressa.
Ele trocou a calça branca e pacotuda do trabalho pela samba-canção de sempre, apareceu sem blusa na minha frente, e eu, como sempre, não consegui tirar meus olhos da bengala sacudindo livremente sob o short de dormir. Fomos pro quintal dos fundos, o Duarte pegou a escada de madeira e apoiou contra o muro final da casa, onde havia uma lâmpada no alto. A intenção dele era consertar o bucal, remendar o fio e pregar um suporte pra segurar a lâmpada, então fiquei na parte de baixo segurando a escada por uns cinco minutos e é claro que não perdi a oportunidade de olhar pra cima e manjar o sacão pesado do negão balançando conforme ele mexia os braços.
- Mas fala tu, quando é que nós vai torrar aquele brabo de novo? – ele que deu a ideia.
- Me diz você. Tá na sua vez de fortalecer na erva, lembra? – cobrei.
- Ih, é. Papo reto. O foda é a patroa. Tenho que esperar ela ter algum compromisso importante na igreja pra eu poder ficar mais soltinho em casa.
- Mais? – olhei pra cima, encarei os bagos do putão e lambi meus beiços.
- É, pô. Se ela descobre que eu sou maconheiro, porra, tô fodido.
- Sei bem. Ah, se sei...
Não bastasse o visual do par de bolotas carregadas de mingau grosso, também pude notar a tromba do caralhudo dando palinha quando ele movimentava o corpo e alinhava a saída da perna da samba canção com o ângulo do meu campo de visão. O balancê lento da genitália me deixou seco por dentro, mas logo em seguida aguado e cheio de vontade de sentir o peso daquela penca de rola grossa suando na minha mão. Era pentelhuda, naturalmente gorda e com os culhões badalando sinuosamente acima dos meus olhos, pra registrar a imagem na minha mente e eu nunca mais esquecer.
- Vou te avisar na próxima vez que ela viajar, já é?
- Tem certeza? Meu medo é ela descobrir e sujar pro meu lado, porque meus pais também não sabem que eu fumo maconha, Duarte.
- Ih, relaxa. Ela tando fora, a casa é nossa. Nós fica à vontade, não tem caô.
- Saquei. Que tensão que isso dá, parece até traição. Hahahahaha! – não segurei minha boca.
- Traição, é? Só se tu for minha amante, moleque, porque eu não trago nenhuma mulher pra cá. Behehehehe! Não ainda. – eis que o filho da mãe deu uma coçada insistente na vara, mexeu pra caralho e eu simplesmente me apaixonei pelo remelexo daquelas ovas dentro do escroto volumoso.
- Ó as ideia, cara. Me erra. Hahahaha! – caí na risada pra disfarçar.
Outro detalhe inesquecível foram as axilas peludas do galalau dando o ar da graça, completando assim o show de masculinidade exuberante que era o maridão gostoso da minha vizinha crente. Até as solas dos pés dele ficaram cravejadas na minha memória, pois ali, a poucos centímetros da minha cabeça, estava um cafução dotado, carismático, maconheiro e muito bom de papo. Deu pra sentir também o calor exalando do corpo do Duarte, talvez por ele não ter tomado banho depois que chegou do trabalho. Era testosterona demais pra minhas narinas e meu nariz ameaçou escorrer por conta de tanta pressão masculina.
- Já tô terminando aqui, Luquinhas. Aguenta mais um minuto.
- Relaxa, Duarte. Eu gosto de conversar contigo, cê é um maluco gente fina.
- Ó quem fala, mano. Tu virou meu chegado, pô, meu fiel. Tamo junto. Já falei que se não fosse tu, eu tava perdido na primeira semana morando aqui.
- Que nada, não precisa agradecer.
- Claro que agradeço, irmão. Só tem nego filho da puta por aí, a gente tem que mandar a real quando encontra alguém foda. Tu nunca tá ocupado quando eu chamo, isso é do caralho.
- Fazer o que se eu sou prestativo? Hahahahaha! Quero saber é quando o senhor vai desenrolar a tal da erva lá pra gente fumar, só isso. Desenrola e me chama.
- Tá. Vou esperar Aline marcar algum evento na igreja e te falo.
- Quero ver.
- Ou então... – foi nesse instante que o macho olhou pra baixo, me encarou, deu outra coçada no rolão e não percebeu que fez o suor escorrer.
Foi sem querer que as gotas de testosterona despencaram dos ovos cabeludos e respingaram diretamente no meu rosto. Eu nem acreditei no que aconteceu. Cheio de tesão, abri a boca e ainda pude sentir as mínimas gotículas salgadas caírem na minha língua, resultando num tesão inexplicável e no latejar do meu cuzinho piscando de fogo. Os mamilos endureceram na hora, quis me declarar pro cretino do Duarte, mas ele continuou falando e só me restou prestar total atenção, quase que devoção ao maridão.
- E se a gente fumasse lá no teu terraço qualquer dia desses, Lucas?
- T-Tá falando sério? Mas eu só fumo de madrugada.
- Pode ser. A Aline tem sono pesado e eu tô acostumado a ver TV na sala até tarde quase toda noite. Posso colar lá qualquer madruga dessas sem caô nenhum. Se tiver de boa pra tu, lógico.
Eu não tinha ideia de como ia fazer pra garantir que meus pais não acordassem enquanto um macho aleatório fumava maconha comigo na laje de casa, mas sentir o suor do saco do trintão caindo na minha boca me deu certeza de que tinha que receber o Duarte lá no terraço.
- Fechado. Te aviso quando for fumar. É pertinho.
- O lado bom de morar em vila, paizão. Tá de bobeira.
Apesar de eu ter prometido que ia chamar o negão pra fumar um baseado assim que surgisse a oportunidade, nosso primeiro encontro na laje lá de casa só foi acontecer semanas depois. Meu pais foram dormir por volta das 23h, eu fui na porta do quarto deles pra ouvir os roncos, esperei algum tempo e mandei mensagem pro Duarte lá pra meia noite. Ele me respondeu 10min depois, disse que tinha acabado de sair do banho e que ia brotar. Fui no portão na pontinha dos pés e lá estava o macho graúdo e braçudo saindo da casa dele pra encontrar comigo na minha calçada.
- Fala, moleque. Pô, pensei que já tinha esquecido de mim, ein? Mó tempão.
- Esqueci não, é que ultimamente meu pai tem dormido tarde.
- Ah, saquei. E hoje, ele dormiu cedo?
- Aham. Entra aí.
- Licença.
- Toda. – eu o manjei dos pés à cabeça, não deu pra evitar.
A camiseta do Flamengo jogada no ombro, a samba-canção recheada de sempre, boné pra trás na cabeça, baseadinho atrás da orelha, dois latões de cerveja na mão e chinelos tipo slide nos pézões. O morenão de meias estampadas em rubro-negro e ostentando o corpão sarado e másculo que tanto chamava minha atenção. Ele ameaçou vestir a camiseta antes de entrar pela sala e eu me prontifiquei de impedir um crime desses.
- Não, não precisa.
- Tem certeza, Lucas?
- Absoluta. Pode ficar assim se quiser.
- Valeu. – o trintão manteve a camiseta no ombro.
Subimos em silêncio, peguei dois copos na cozinha, fomos pro terraço e eu não acreditei quando olhei lá de cima e me vi a sós com o maridão suculento da vizinha. Ele com roupa de dormir, sentado de pernas bem abertas na cadeira de praia à minha frente, nós dois compartilhando do mesmo baseado e entornando as cervas que o Duarte levou.
- Tá com calor não, cara? Veio de meia.
- É que eu tava usando em casa. Deixei o ar condicionado ligado lá.
- Ah, sim.
Negão removeu as meias, exibiu os pezões na minha cara e mais uma vez o ângulo permitiu que eu conseguisse enxergar o sacão pelancudo e pentelhudo dando palinha através da perna do short de dormir. Virou praticamente rotina manjar a saca gostosa do meu vizinho delicioso, ao ponto de ele coçar a vara, dar leves amassadas e não perceber minhas olhadas no volumão da peça. Conversa vai, conversa vem, papeamos um pouco da vida e ele acabou falando demais, talvez por efeito da bebida e da erva.
- Tu conhece aquela vizinha loirinha que mora no começo da vila, Lucas?
- Loirinha? Lembro não. Acho que não.
- É, tem duas loirinha ali que me deixam maluco. Não sei se são primas, se são irmãs. Uma é baixinha e corpuda, a outra mais alta e magrinha.
- Ah, tô ligado! A Mônica e a Gabi. Até onde eu sei, elas são amigas. No começo eu pensava que fossem namoradas, mas um dia a Gabi apareceu com um cara e aí eu vi que não.
- Essa Gabi é a baixinha?
- Isso.
- Porra, mó gostosa do caralho! Sou doido pra pegar essa mina, ela tem mó cara de quem dá o cu.
Cara, na boa, meu desafio da noite foi não deixar o Duarte notar o quanto meu pau endureceu depois do comentário explícito que ele fez. E o pulsar da pica, você sabe, mexe com o cuzinho e obriga o sujeito a piscar desenfreadamente, ainda mais se tratando de mim, um viado emocionado com o físico sarado do morenão que era casado com a vizinha.
- Pera, então... – foi muita informação pra dar conta, eu nem soube de onde começar. – Quer dizer que você se amarra em loira, é? Porque a Gabi é loira, a Aline também é loira... E vem cá, eu não sabia que cê traía, não. É o que, fetiche em sexo anal ou em baixinha rabuda?
- EUHEUHEHE! Vai com calma, meu parceiro. Uma parada de cada vez. Vamo lá. Eu tenho uma fraqueza fodida em mina loira, não sei explicar. Acho loira a cara da putaria, me dá a impressão que a mulher é vagabunda, é puta. Fico louco. A piroca sobe sozinha, Lucas. – ele amassou a rola grossa na mão, mascou a pica com gosto e não largou o volume da samba-canção nem por um minuto. – Qual é o cara que não se amarra em sexo anal, fala tu? Quem é que não gosta de comer um cuzinho, socar a pica toda numa bunda? Bagulho é de outro mundo, moleque. Tu nunca comeu cu?
- Comer? Nunca.
- Ué... Comer, não? Como assim?
- Comer, eu nunca comi.
- Tá, mas... – ele suspendeu uma das sobrancelhas, me olhou de baixo a cima e arregalou os olhos. – Então, tipo... É isso, tá ligado? Me amarro em sexo anal e Aline reclama.
- Reclama por ser da igreja? – fingi que nada de mais aconteceu.
- Não, não. Ela não se nega a fazer, mas fica chiando no meu ouvido, aí prefiro nem pedir.
- Eita, tô entendendo. É foda. Anal é pra quem gosta, não tem jeito.
- Lucas... Qual foi? Tu acabou de dizer que nunca fez anal.
- Não, eu não disse isso. Eu disse que...
- Nunca comeu cu. Caralho... Então... Tu... Ué? – novamente a sobrancelha arregalada, depois um suspiro e ele fingindo que tava tudo bem, que não descobriu uma mina de ouro em mim. – Bom... Te respondi? Era isso que tu queria saber? Já andei pulando a cerca mesmo, não nego.
- Tudo por causa do sexo anal. – fumei o baseado, passei pra ele e virei os últimos goles da cerveja.
- Tudo por culpa do sexo anal. Aline me chama de sodomita, tu sabe o que significa? – o viciado em cu puxou o beck, absorveu fumaça e em seguida soltou no ar.
- Ô, se sei...
Ah, o silêncio sorrateiro da madrugada no subúrbio carioca... Tudo pode acontecer. Nada também. A lua sobre nossas cabeças foi a única testemunha da explosiva tensão sexual rolando a partir das nossas descobertas. Eu descobri que o ogrão gostoso gostava de praticar sodomia e curra com outras mulheres de vez em quando, assim como ele teve todas as oportunidades de conectar as peças e concluir que eu me amarrava em dar a bunda pra macho.
- Não sabia que crente dava o cu. – falei entre os risos.
- Pô, e se eu disser que ela só podia dar cu no início do namoro, tu bota fé?
- Caô? Caralho, achei que era lenda! Hahahahahaha!
- Né não, é real. Papo reto, sem neurose. Comi muito o cu dela antes de botar na buceta, por isso que fiquei mal acostumado desse jeito. Sou sodomita mesmo, nem tento argumentar contra. Cuzinho é o diferencial pra mim. – quanto mais ele se declarava, mais meu brioco piscou e latejou, deu até vontade de rebolar na cadeira de praia. – Os pais da Aline são crentes também, eles levavam ela no ginecologista todo mês pra saber se ainda era virgem, aí eu ficava só no cuzinho. Tehehehehe!
- Puta que pariu! Bahahaha! Que doideira. – eu cheio de tesão, não sei nem explicar o que senti diante de confissões tão íntimas.
Pra ser sincero, esperei que o Duarte fosse ficar curioso sobre minha experiência em sexo anal, porém ele foi por outro lado e seguiu o papo falando da esposa.
- Mas então por que ela não gosta de fazer anal?
- Diz ela que machuca.
- Hmm, sim. É por isso que eu te disse que anal é pra quem gosta de dar o cu, Duarte, não adianta forçar.
- Tô ligado. Ela fala que minha pica é muito grossa.
- Uau! Tá... E... Você? – me senti totalmente seduzido ali na laje.
- Não acho tão grossa assim, mas entendo o lado dela. É ela que sente, então eu tenho que obedecer, né? Aí acabo pulando a cerca, não consigo controlar. Sou carnívoro, tenho que comer carne, Luquinhas. – foi quando ele esticou as pernas e não conseguiu esconder a vara semi empenada marcando na samba-canção.
Duarte levantou, deixou as meias do Flamengo na cadeira de praia, aí amassou a lata de cerveja e jogou no latão no canto do quintal. Depois ele se apoiou com a cintura na mureta da laje, esbarrou a marreta no beiral e cruzou os braços pra falar comigo. Cada um desses movimentos fez o taco se mover pra cima e pra baixo na roupa, captando minha atenção de todas as formas.
- Olha, Duarte, longe de mim bancar o moralista aqui, tá? Tô curioso.
- Manda ver, irmão. Pergunta o que tu quiser, hoje eu tô sem pudores.
- Sem pudores? – levantei e fui pro lado dele.
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