Rafaela saiu do apartamento de Carlinhos deixando Natali com o pai, pegou um taxi e foi direto para a casa da sua tia, chamou no portão por vários minutos até que ela atendesse e abrisse a porta confusa
— Rafa? — Perguntou quando Rafaela invadiu a sala
— Bom dia — Falou nervosa — A senhora vai visitar o Diu — Respirou por um segundo — Vai visitar seu marido na prisão?
— Bom dia — Ela pensou um pouco no que a sobrinha perguntava, era cedo, olhou no relógio — Eu, eu — Gaguejou — Não tava pensando em ir lá hoje, talvez essa semana saia a sentença e ele fique livre
— Você tá deixando ele à míngua — Rafaela disse
— O que é isso? Não estou não! — Roseane a tia respondeu nervosa — Faço o que eu posso
— Faz mesmo? Por que eu não to vendo isso — Rafaela disse petulante
Roseane respirou fundo
— Rafa, fala logo, o que você veio fazer aqui? Se é só pra me acusar pode ir embora, se quiser ficar eu faço um café pra gente conversar
— Eu vou lá visitar meu padrinho — Rafaela respondeu petulante — Você não vai mesmo?
— Eu não me sinto bem naquele lugar — Roseane respondeu — Você sabe
— E você acha que ele se sente bem lá? — Rafaela perguntou
Roseane ficou em silêncio e Rafaela aumentou o tom de voz
— É uma porra de uma cadeia tia, pelo amor de Deus ele é seu marido, você não o ama mais?
— Claro que amo, ele é a pessoa mais importante para mim nessa vida e ele entende por que eu não vou — Roseane disse — Conversamos sobre isso
— Entende mesmo ou ele não tem opção? — Rafaela perguntou
Roseane não soube o que responder
— Tia — Rafaela falou com serenidade — Faz mais de um mês que ele tá lá, qual foi a última vez que vocês ficaram juntos?
— Ué, antes dele ser preso a gente tava junto, por que a pergunta? — Roseane perguntou sem entender
— Eu to falando de sexo tia, quando vocês transaram a ultima vez? — Rafaela falou direta
— Isso não te interessa sua moleca! — Roseane disse indignada
— Interessa sim, por que naquele lugar sem um contato físico ele vai enlouquecer, você sabe como ele preza pela companhia, sabe que ele não fica bem sozinho
— Eu sei! — Roseane respondeu nervosa — Mas eu não consigo fazer com ele naquele lugar, é escuro, é nojento, é degradante — Ela gaguejou tentando pensar em outra palavra — É um ultraje transar ali, vai contra tudo e todos os meus conceitos.
— Transar com seu cunhado e com a sua irmã não fere conceito nenhum né? — Rafaela perguntou com um sorriso sarcástico cruzando os braços em sinal de superioridade
Imediatamente Roseane desferiu um tapa na cara dela desarmando a da posição de superioridade
— Você me respeite! — Roseane disse nervosa — Eu não sou qualquer uma não, eu sou a sua tia, você tem que me respeitar
Rafaela colocou a mão no rosto assustada, mas havia ido longe demais para voltar atrás
— Eu vi, ninguém me falou tá bom, a mãe contou a história toda, no começo você metia com meu pai pra ajudar eles, mas depois pegou gosto, fala que não foi isso, fala! — Rafaela falou ameaçadora e nervosa
Roseane olhava para ela indignada, respirava preocupada sem responder
— Com seu marido você tem nojinho né, mas em um lugar quentinho e limpinho pode ser com a irmã — Rafaela desafiou
Roseane se virou com os olhos vermelhos, fez um sinal negativo com a cabeça e se sentou na cadeira sem responder
Rafaela se sentou do lado dela, sabia que estava passando dos limites, ficou esperando uma resposta, mas nada veio, levantou-se então.
— Eu vou visitar ele — Rafaela disse decidida — Hoje
— Vocês vão transar? — Roseane perguntou sem olhar para a sobrinha — Eu não o culparia, nem culparia você por isso, acho que seria um favor e ele ia gostar muito
— Por que ia gostar muito? — Rafaela perguntou entortando levemente a cabeça
— Ah Rafa — Roseane olhou para ela com a voz chorosa — Se liga, olha só pra você! — Se levantou e pegou um guardanapo na mesa da cozinha, limpou as lágrimas que começavam a brotar
— Não entendi — Rafaela disse curiosa se aproximando da tia— O que tem eu?
— Você é a mulher mais linda e gostosa de todas, mesmo careca e sem uma orelha você era, seu tio — Se corrigiu — Seu padrinho — Se corrigiu de novo — Seu Diu é apaixonado por você de várias formas
— Eu também amo ele! — Rafaela disse assertiva
— Eu sei, ele também te ama assim como a filha postiça dele, mas ele tem tesão em você também, como todos os homens do mundo que não são Gays tem também.
Rafaela respirou com dificuldade, sabia por cima daquilo, mas nunca imaginaria que a tia soubesse disso, afinal ficara surpresa com as revelações de sentimentos do próprio irmão, que era algo incomum, do padrinho então não deveria ser uma surpresa grande, mas era.
— Ele te falou sobre mim? — Rafaela perguntou curiosa
— Eu não sei se vocês já tiveram algo — Roseane ia falar algo, mas Rafaela interrompeu
— Nunca tivemos nada! — Rafaela corrigiu
— Tá bom, eu acredito, mas ele quer, não sei se você quer também — Roseane disse pensativa
Rafaela ficou calada por uns segundos, mas resolveu perguntar
— Ele disse que quer? — Rafaela perguntou — Disse pra senhora que me quer especificamente ou que quer outra garota fora do casamento?
Roseane respirou fundo
— A gente faz uns joguinhos as vezes, que interpretamos outros papéis — Roseane disse pensativa e cuidadosa
— E a senhora fingiu que era eu e ele ficou doido? — Rafaela perguntou lembrando-se da conversa de Natali
— Foi, então de vez em quando ele me chama de “Estrelinha” — Fez aspas com os dedos — E eu já sei que é para chamar ele de Diu e transar como se fosse você
Rafaela piscou forte e engoliu seco, imaginava o amor físico do padrinho por ela, mas aquela fonte era muito mais direta que Natali
— Foi por isso que ele comeu aquela menina lá que parece com você — Roseane disse
— A senhora sabe disso? — Rafaela falou admirada pensando se não teria acabado de confirmar a suspeita da tia
— Sei, ele me conta tudo, quando você estava sumida ele transou com ela falando seu nome, foi atrás dela por que ela parecia com você e achou que você estava morta — Roseane falou pensativa — Eu acho que se você tivesse morrido ele teria enlouquecido sabia? — Divagou observando Rafaela
Rafaela ficou chocada, não fazia ideia de que as teorias eram reais, ficou pensativa por alguns instantes e Roseane quebrou o silêncio
— Sabia — Rafaela respondeu pensativa
— Tem minha permissão se você quiser — Roseane disse — Se ele quiser — Ela sorriu em seguida — Claro que ele quer, óbvio, a musa dele.
Rafaela se aproximou, sentou-se nas pernas da tia e a abraçou
— Eu sei de tudo o que a senhora fez com a minha mãe e meu pai, eu não te condeno tá, desculpa ser assim incisiva eu só tava chateada por que achei que a senhora tava abandonando ele lá e ele é muito importante pra mim.
Roseane a abraçou de volta e a interrompeu
— Não precisa se desculpar, só peço um favor — Roseane disse preocupada
Rafaela desfez o abraço e olhou pra tia
— Não conta pro Diu isso tá, eu vou falar pra ele, era algo antigo, desde aquela época eu não tinha transado com ninguém sem ele saber. Esse negócio com seu pai e com sua mãe é algo que não deveria ter se repetido, mas eu vou falar pra ele.
— Sem ele saber? Então vocês são… — Rafaela perguntou, mas foi interrompida
— Isso é assunto pra outro dia Rafaela, melhor você se apressar e levar algo de chocolate pra ele.
Rafaela se levantou e Roseane também
— Tá bom, eu vou embora, obrigada pela conversa, me desculpa — Queria se desculpar por ter sido invasiva ou decidida demais
— Não se desculpe, nós da nossa familia somos assim né, é o sangue árabe quente correndo na gente que faz a gente falar merda e agir por impulso — Roseane disse
— É — Rafaela respondeu pensativa
Roseane se aproximou e beijou os lábios da sobrinha como um gesto carinhoso e de intimidade, passou a mão nos cabelos úmidos de Rafaela
— Ele tem razão, você é linda mesmo — Falou ao sentir a maciez dos cabelo com cachos implantados
Rafaela corou e sorriu envergonhada
— Tchau — Rafaela disse saindo da casa.
Pegou um Táxi e voltou para a própria casa, foi ao quarto e fez algumas alterações no figurino por baixo da roupa.
Mais de quarenta minutos em fila esperando para a entrada, diversas mulheres, o sol escaldante logo pela manhã, o processo de entrada era de certa forma humilhante e degradante, Rafaela já conhecia, tinha que revistar até sua vagina com uma lanterninha, ela precisava abaixar e era algo que não desejava a ninguém.
Foi uma das primeiras a entrar, viu mesinha livre do outro lado do pateo, passou por diversos homens, todos que a viam abaixavam a cabeça para não encará-la, ela achava aquilo estranho, parecia que tinham medo dela, mas sabia que era respeito, pois não sabiam se Rafaela pertencia a outro homem.
Ela sentou na mesa e colocou as fatias de bolo de chocolate com uma barra do Chocolate Talento Verde que ela e o padrinho tanto amava.
Aguardou distraída por alguns instantes, olhava fixamente para a mesa apenas aguardando
— Rafa? — Ouviu a voz conhecia que era como música para seus ouvidos
Levantou a cabeça e lá estava ele, com a barba por fazer, olhos fundos e clavícula aparecendo
— Diu! — Falou se levantando e agarrando ele num abraço tão forte que fez suas próprias articulações doerem, ela chorou imediatamente, parecia que o encontro a sós, sem a supervisão da tia era mais intenso — Que saudade, você ta bem?
— Eu to sim estrelinha, obrigado por vir me ver, eu precisava mesmo ver você! — Ele disse apertando-a com firmeza, tanto que os pés de Rafaela não tocavam o chão por mais de um minuto.
Soltou-a então e indicou a cadeira para ela, Rafaela sentou-se de um lado e ele do outro da mesa.
Ele comeu o bolo, tomou o refrigerante e conversaram animados, parecia que estavam na sala de casa, nas tardes que ele passava e levava um bolo de chocolate para comerem e jogarem conversa fora.
Rafaela o atualizou sobre as séries e filmes e também quadrinhos, falou dos eventos do mundo e de sua vida atual e que voltaria para a faculdade na semana seguinte, falou também do processo dele e explicou que a tia estava indisposta para vir.
— Sua tia não gosta daqui, mas tudo bem, realmente é um lugar bem ruim, bem feio
— Ela não teve visita íntima com você? — Rafaela perguntou direta
— Não, ela tentou, fomos lá, mas ela não conseguiu, ficou abalada por que o lugar é feio e tal — Ele falou coçando o pescoço envergonhado
— Mas é muito feio? — Rafaela perguntou curiosa — É um quarto normal?
— Não, é a cela, aí colocam um pano para quem quiser ir — Ele disse explicativo
— Posso ver? — Ela perguntou curiosa
— É… — Ele pensou por um instante — Ver pode, tem que dar sorte de não ter ninguém, senão já era
— Entendi — Rafaela respondeu compreensiva
— E o namoro? — Matheus perguntou curioso
Rafaela respirou fundo
— Morreu com a Amanda — Respondeu pesarosa
— Jogou a real pro Guilherme então? Deu as cartas? — Matheus perguntou
— Sim, falei pra ele que vou amar ele, mas sem a Manda, não dá, ele tá se mudando e a gente não ia se ver mesmo, é melhor assim, cada um no seu canto.
— Tá sem namoradinho então? — Matheus estava pensativo — E você tá bem com isso?
— To sim, vou dar um tempo, focar na faculdade, perdi um tempão com esse lance de atentado — Rafaela disse assertiva
— Entendi — Matheus falou pensativo — Vamos arrumar aqui e te mostro lá, porque jajá dá a hora de ir embora
— Tá bom! — Rafaela se animou e mudou o clima entristecido, havia sobrado meia garrafa de coca cola e meio bolo
— Ferefo! — Matheus disse chamando um rapaz moreno forte que se aproximou
Rafaela o olhou e por um segundo se olharam nos olhos, era bonito, pele escura, olhos verdes, ele desviou o olhar e se posicionou quase de costas pra ela.
— Opa Matheus! — O Rapaz disse
— Leva pros caras, fala que foi eu que mandei, minha sobrinha que trouxe — Matheus disse
— Valeu Matheus — Ele se virou para Rafaela sem olhá-la — Brigado moça
Pegou as coisas e desapareceu
— Nossa, que durinho né? — Rafaela falou se referindo a ele
— Como assim? — Matheus perguntou sem entender
— Ele parece um robô, sei lá — Rafaela disse curiosa
— É que ele é novo, deve ter visto você tão linda e cheirosa assim e resolveu não olhar por medo de faltar com respeito — Matheus explicou
— Eles respeitam muito a gente aqui né?— Rafaela disse pensativa
— É por que você pode ser comprometida, e isso aqui é sagrado, todos respeitam as mulheres dos outros
— Mulher dos outros? — Ela repetiu — Engraçado, fazem uma coisa ruim por um motivo errado
— Errado? — Matheus perguntou
— Como se a mulher fosse uma propriedade deles — Rafaela disse enquanto caminhavam
— Não é como uma propriedade, é mais no sentido de matrimônio, quando o homem está com uma mulher ele passa a protegê-la como se ela fosse dele, parte dele, integrante da familia então ele protege o que é dele — Matheus disse filosofando
Ela olhou para ele e sorriu, abraçou-o, sentia saudades das respostas detalhadas e inteligentes dele
— Entendi — Rafaela disse — Você está tendo problemas aqui, Diu? Com os outros presos? — Rafaela perguntou curiosa
— Tive um pouco, mas to ajudando eles com outras coisas — Matheus disse — Então meio que tá resolvido por enquanto
— Que coisas? — Rafaela perguntou curiosa
— Deixa pra lá, depois a gente conversa — Ele sorriu — Não é bom falar disso agora, mas o que você precisa saber é que eu estou bem e seguro por hora.
— Se é assim eu fico mais tranquila — Ela ficou curiosa, mas não insistiu.
Caminharam para fora do pateo, entraram em um corredor passando por um policial
— Onde vai? — O homem perguntou num tom severo
— Fazer a íntima no treze — Matheus disse — Tem gente?
— No treze? — O homem olhou no papel e anotou — Não, você tem trinta minutos
Matheus pegou na mão de Rafaela
— Obrigado senhor — Puxou Rafaela corredor a fora.
— Quer ir mesmo ver ou só dar uma volta no pateo? O Lugar é feio — Matheus disse preocupado com Rafaela
— Eu quero ver — Ela disse decidida
Ele andou puxando-a pela mão, passaram por várias celas, ela viu as celas vazias, as camas cobertas com cobertores fazendo cabaninhas, numa delas viu pela fresta uma moça de costas, de cabelos platinados nua em cima de um homem.
— Olha pra frente e pra baixo Rafa — Matheus disse dando um puxão na mão dela — Não
tem nada aí que você queira ver
Ela obedeceu e abaixou o olhar apenas para não cair, pararam em frente à cela.
Haviam duas camas preparadas como cabana, sem luzes, iluminadas apenas pela luz da janela alta e pequena, quando se aproximaram da cela ouviram gemidos femininos e um barulho rítmico, alguém estava claramente transando ali dentro.
Matheus puxou a grade e ela gemeu, tossiu em seguida para avisar que estava ali.
Os gemidos pararam, mas o ritmo continuou
Rafaela estava com os olhos arregalados para tentar ver melhor, as paredes escuras, úmidas e esburacadas, as grades negras com ferrugem, o chão desgastado, no canto um vaso sanitário, muitas coisas num outro canto parecendo amontoadas de forma a ficarem escondidas.
— Aqui, vem! — Ele entrou na cama que estava com o lençol levantado
Rafaela entrou também e eles abaixaram o lençol, não era totalmente escuro, conseguiam se ver embaixo
— Agora a gente tem que ficar aqui uns trinta minutos — Matheus falou, não tem muito o que mostrar, é isso — Falou olhando em volta
Rafaela estava em silêncio sentia algo estranho, não queria e nem sabia dizer que era
— Ta tudo bem Rafa? — Matheus perguntou segurando a mão dela, ambos sentados descalços na cama, Rafaela parecendo admirada com algo.
— Que lugar estranho — Ela falou sentindo a respiração faltar — É claustrofóbico, é sinistro, não cheira bem
— É uma cadeia meu anjo, isso é uma amostra do inferno — Ele disse pesaroso — Isso não é lugar pra você né, me desculpa — Ele sacudiu a cabeça negativamente — Que ideia idita a minha te trazer aqui, vamos embora — Ele disse apressado
— Não! — Ela colocou a mão no ombro dele — Vamos ficar aqui, eu não sou fraca assim como você pensa
— Não disse que você era — Matheus disse — Mas eu tenho que aguentar essas coisas, não você nem sua tia — Ele disse compreensivo — Entende por que a sua tia não fez nada comigo? E entende por que eu não cobrei ela? Esse lugar é terrível.
Rafaela ouvia o que ele dizia, a respiração dela estava pesada, parecia que seu corpo estava sofrendo alguma pressão
Ele a observou, não estava quente ali dentro.
— Isso aí que você tá sentindo, esse aperto, eu também senti quando cheguei, mas acostumei, os caras aqui falam que são os espíritos dos que morreram aqui dando boas vindas pra gente
Rafaela fez cara de assustada e olhou em volta e se encolheu na parede
— Onde? — Perguntou preocupada
Ele se aproximou sorridente
— Ei, calma, calma — Falou bem humorado — Não tem fantasma aqui, eu to só falando o que dizem, é bobagem, só isso
Ela ainda estava assustada, seu ouvido apitou, ela coçou com o dedo
— Isso não tá te fazendo bem estrelinha, melhor a gente voltar pro pátio, já deu — Matheus disse pegando no pano para levantar a cabana
— Não! — Rafaela disse — Não vamos embora, vamos ficar aqui o quanto der, eu não vou te abandonar, eu não abandono ninguém! — Ela falou com o olhar vidrado nele
Ele segurou o rosto dela e sacudiu levemente
— Que papo é esse estrelinha? ninguém tá falando de abandono não, mas obrigado por querer ficar comigo — Ele disse sorridente
Ela pegou as mãos dele e tirou do próprio rosto, cruzou as pernas na cama, endireitou a postura como se meditasse.
Ele olhou curioso, ela fechou os olhos e respirou fundo, lembrou-se da terapia, precisava se controlar para não ter um ataque de pânico, na segunda respirada funda seu ouvido parou de apitar, ela precisava se controlar
— Tudo bem? — Ele perguntou tocando a perna dela
Ela segurou a mão dele e respondeu num sussurro ainda de olhos fechados
— Tudo — Falou com a voz suave, abriu os olhos e sorriu — Tudo bem sim — Fez que sim com a cabeça
Estava mais calma
Ele também sorriu ao vê-la tranquila
— Se eu tivesse um baralho a gente jogava agora, dá até pra ver — Ele disse bem humorado sobre o breu que pairava eles
— Tem coisa melhor pra fazer — Rafaela disse pensativa
— O que? — Ele perguntou em seguida fez uma piada — Todo mundo acha que a gente tá fazendo igual os dois do lado aí, acho que é só isso que dá pra fazer né?
— É — Rafaela respondeu séria — Quero te mostrar uma coisa, e quero que você me responda com sinceridade
— Claro, mostra — Matheus disse curioso
— Fecha os olhos então — Rafaela pegou a sacola transparente
— Tem mais coisa aí? — Ele perguntou curioso
— Tem, fecha! — Ela falou animada com a mão dentro da sacola
Ele fechou com as duas mãos, ouviu o barulho da sacola e a cama mexer
— Não olha, peraê, tá preso — Ela falou animada
— Vou olhar — Ele disse fazendo pressão
— Não, espera! — Ela falou sorridente fazendo ele se alegrar — Calma ae
Ele riu
— Pronto, pode olhar — Ela falou decidida depois de um minuto
Matheus tirou as mãos dos olhos e abriu, estava sorridente, mas o que viu fez seu sorriso se desfazer vagarosamente
Rafaela estava sentada com as pernas cruzadas na posição de meditação, usava uma calcinha rendada amarela e um sutiã também rendado amarelo combinando, sem alças. A pele morena dela contrastava com o amarelo da pele deixando uma imagem incrível à pouca luz, era como se ela brilhasse como uma pequena estrela.
Ele soltou o ar pelo Nariz, ela sentiu o sopro
— O.. O…. — Ele gaguejou, ela ficou observando — O que você quer me mostrar?
— Eu! — Ela disse fazendo um gesto com as duas mãos como se apresentasse à ele — Isso aqui!
— Eu, eu — Ele estava nervoso — Tá bonita sim — Respondeu nervoso
— Adolescentes! — Rafaela sorriu irônica
— O que? — Ele perguntou sem entender
— Você tá parecendo um adolescente quando vê algo a garota que ama
Ele ficou quieto, ela observou por alguns segundos e continuou
— Diu, eu sei que eu sou a garota que você ama, você transou com a Nati achando que era eu, você transa com a tia chamando meu nome — Rafaela foi direta
Ele prendeu o ar preocupado com o que viria e ela continuou
— Não precisa mais sonhar, não precisa chamar, eu to aqui — Ela abriu os braços — Eu to aqui pra você — Sorriu
Ele fez que não com a cabeça
— Veste a roupa Rafaela, eu não quero sua pena, não preciso disso — Ele disse entristecido
— Pena? — Ela perguntou insegura abaixando os braços — Eu não tenho pena de você — Mentiu, ela sentia pena dele, mas não queria falar aquilo
— Você conversou com a sua tia ela disse que era ruim, aí você veio aqui no lugar dela por que tem pena do pobre criminoso enjaulado
Ela observou ele sem saber o que responder, ele continuou
— Não preciso da pena de ninguém, eu te amo, eu queria que a gente ficasse junto em algum momento, mas não aqui, não sob essa condição — Ele disse parecendo dececionado consigo mesmo
Ela observou aflita
— Você não me ama mesmo né? — Ela perguntou sentindo sua auto estima se abalar, Rafaela achou que por ser bonita, jovem e gostosa ele não resistiria, aquilo a atingiu como uma bala no peito, a maturidade dele era impressionante para ela, por um segundo sentiu uma dor, aquela dor que se tem ao ser rejeitado pela pessoa que ama, a mesma dor que sentiu quando Guilherme a trocou por Amanda.
— Claro que te amo, você é a minha estrelinha — Ele disse sorridente, pegou na mão dela — Você é minha criança
Rafaela olhou para ele e para a mão, o gesto paterno, soltou a mão dele em tranco violento
— Criança é a puta que te pariu! — Falou agressiva
— Não fica nervosa — Ele disse tentando acalmá-la
— Vai tomar no seu cu, seu filho de uma puta! — Ela falou revoltada — Porra, eu to vindo aqui, cheia de amor, para te aliviar, para fazer seu dia melhor e você me rejeita desse jeito? Como se eu fosse uma criança desesperada? — Falou indignada pegando a camiseta e se preparando para vestir — Não sou criança não caralho! — A voz era embargada pelo choro — Se não me quer, fala logo e para com essa putaria de Estrelinha, Estrelinha de cu é Rola, pra você agora é Rafaela certo meu chapa?
— Rafa — Ele falou pesaroso — Por favor
— Por favor o que? — Ela disse indignada com a camiseta pendurada no pescoço
— Eu te amo! — Ele disse pegando na mão dela de novo com delicadeza
Ela tirou a mão com violência
— Vai amar o diabo! — Ela respondeu emburrada
Ele riu da resposta malcriada dela, ela riu também, não sabiam por que, mas estava rindo daquela idiotice, ficaram algum tempo sem falar apenas rindo um do outro e ela completou
— Eu também te amo — Rafaela disse se ajoelhando e se aproximando dele, pegou as duas mãos dele e beijou — Muito
Ele sorriu
— Obrigado por isso — Ele disse — Por esse momento junto comigo, isso aqui já é suficiente pra mim
— Diu, eu vim aqui para fazer o seu dia feliz de verdade, do meu jeito, eu vim aqui para transar com você — Ela disse e em seguida fez um sinal negativo — Não, transar não, eu nunca transaria com você, isso é ridículo
Ele observou surpreso e confuso, ela completou
— Eu vim aqui para mostrar o meu amor por você, a minha gratidão por você ser foda pra mim, ser essa pessoa incrivel que tem meus pesadelos por mim. como esse que você tá vivendo na pele agora no meu lugar— Mostrou em volta — Você está vivendo no inferno no meu lugar, essa é a maior prova de amor que eu já tive na vida
Ele fez uma careta entristecida, desviou o olhar, ela engatinhou para perto dele, não havia vestido a camiseta ainda, ainda estava de lingerie, se ajoelhou no meio das pernas dele, passou a camiseta pela cabeça jogando-a na cama novamente.
Ela segurou a cabeça dele e fez ele olhar para ela nos olhos
— Diu, meu amor, eu sei que nada que eu fizer vai ser suficientes para agradecer — Ela falou séria — Você está vivendo o inferno por mim, deixa eu te levar pro paraíso por alguns instantes — Ela disse amorosa — Eu posso fazer isso, eu quero fazer isso por que você é incrível pra mim, você é meu anjo e aqui não é o seu lugar.
— Você não me deve nada Rafa, faço isso por que eu te amo, te amei desde o dia que te vi a primeira vez — Ele disse
— E eu também, vi o seu olhar de amor e confiança pra mim — Rafaela reforçou — Eu era uma criança, mas hoje sou uma mulher, já namorei, já engravidei e sei bem como funciona a vida, eu não estou aqui obrigada nem por nenhum tipo de dó, mas por que eu quero trazer a felicidade para você — Ela pensou um pouco — Mas se você me falar que isso não vai te trazer felicidade ao menos momentânea eu paro e desisto aqui
Ele olhou para ela confuso, ela perguntou de novo
— Eu acho que vai ser bom, mas se você acha que vai ser ruim comigo eu paro — Rafaela disse
— Eu não acho que nada que você faça seja ruim — Ele disse olhando-a nos olhos — Pra mim é impossível você fazer algo ruim
Ela limpou a lágrima dele com o polegar. Viu o olhar dele, primeiro olho direito, depois olho esquerdo, então a boca, ela não hesitou, avançou para cima dele, os lábios se tocaram, as línguas vagueavam se procurando, tentando se entender, alguns segundos até entrarem num acordo onde Rafaela comandava, se beijaram por quase um minuto.
Quando o beijo se desfez Rafaela colocou a mão para trás e soltou o sutiã fazendo ele se foguear no seu peito e cair
— Eu sou toda sua tá? — Ela falou dando um beijinho leve no lábios dele.
Matheus estava ofegante, ergueu as mãos e pegou o sutiã de Rafaela que escondia os bicos dos seios, imediatamente eles apontaram para cima, a pele morena, os bicos escuros, grossos e entumecidos
— Gosta? — Ela perguntou num sussurro enquanto estufava o peito, mas sabia a resposta
Ele apenas acenou positivamente com a cabeça e ela ergueu o tronco mais ainda, os movimentos foram automáticos, a boca dele abocanhou primeiro o seio esquerdo, sugando com muita força enquanto a mão apertava o outro seio com delicadeza, segundos depois ele passou a alternar entre um seio e o outro.
Rafaela puxou a camiseta dele fazendo ele mostrar o peito, assim que mostrou ela se aproximou e beijou, passou a mão, era cabeludo, denso, esfregou o rosto
— Macio — Ela disse — Cheiroso — Deu um beijo — Tem o seu cheirinho gostoso de sempre
Ele beijou o pescoço dela a empurrou para trás, ela se deitou olhando-o com curiosidade, com os dedos pés Rafaela a cintura da calça dele
— Tira esse aqui vai, fica mais à vontade comigo— Ela falou com seu rosto esbanjando sensualidade natural
Ele obedeceu, ficou de cueca
— Tira tudo Diu! — Ela falou com cara de menina ingênua — Pra eu ver vai — Olhava com curiosidade
Ele tirou a cueca ficando pelado, o pênis duro apontando para cima, a cabeça vermelha, não era gigante, Rafaela conhecia bem pau de homem de diversos tamanhos, sabia o que fazer e o que dizer.
— Que grosso! — Falou se abaixando e segurando com destreza singular.
Demorou um segundo para ele sentir a boca molhada e absurdamente quente de Rafaela masturbando seu pau com os lábios e a língua, fazia muito tempo que ninguém mexia nele, fazia tempo que ele queria Rafaela, fazia muito tempo que…
Matheus sentiu um choque em seu corpo, algo que ele não queria, parecia inevitável, mas aconteceu, ele gozou, deu um urro forte e tentou se conter revirando os olhos, cada célula do seu corpo lutando para não fazer barulho alto.
— Aaaaaahhhhh!— Gemeu parecendo que sua alma havia saído corpo por alguns instantes
Ele percebeu que o movimento não parou, sentia uma mão em seu saco e os lábios devagar o masturbando com uma lingua mais vagarosa, sentiu apenas uma caricia delicada seu penis pulsava a cara jato
Olhou para baixo e via Rafaela concentrada, o olhar sério franzido, sério, a cada estocada de porra fervendo dentro da boca dela ela engolia bravamente, foram sete ou oito estocadas, ele não soube dizer ao certo, mas parou, cansado, ela puxu a cabeça do pau dele para fora e chupou mais uma vez, lambendo e limpando erguendo o tronco em seguida.
— Eita, gozou bastantão né?! — Falou animada como se fosse algo corriqueiro— Quase engasguei, caramba! — Falou animada.
— Desculpe — Ele disse preocupado e envergonhado
— Desculpe por que? Foi ruim? — Ela perguntou preocupada
— Não, foi maravilhoso — Ele disse — Mas foi rapido demais, eu não consegui
— Ah Dindo você ta a mais de mês sem tocar punheta, meu boquete é gostosão, impossível você resistir, eu já esperava por isso — Ela disse sorridente
Ele sorriu
— Você tá bem? — Ele perguntou
Ela bateu na barriga
— To sim, barriguinha cheia — Ela falou de uma forma que o surpreendeu, ele havia visto pouco dessa faceta safada dela
— Você bebeu tudo? — Ele perguntou curioso
— Tudinho, leite bom a gente não pode desperdiçar — Ela disse — Eu fui uma boa menina tomando seu leiitnho Dindo — Perguntou com cara de moleca travessa
Ele sentiu seu pau pulsar, aquela atuaçao era maravilhosa
— Você é a estrelinha mais deliciosa de todas! — Ele disse e a empurrou para trás
Ela não entendeu a principio, mas quando ele puxou a calcinha dela deixando-a nua Rafaela entendeu.
Ele abriu as pernas dela começou a lambeu sua buceta, ela gemeu, ele chupou seu clitoris e com o dedo a masturbou enquanto sugava cada gota de lubrificação que saia da sua buceta.
Rafaela não esperava aquilo, mas aconteceu, uma onda de calor subiu rapidamente por seu corpo partindo do clitoris, da buceta molhada, subiu por sua barriga e irradia para os seios e depois cabeça
— Aaaaahhhhh — Ela gemeu tentando se conter — Aaaiiii Diiiuuuuuu — Ela disse gozando enquanto suas pernas tremiam de prazer com a lingua do Padrinho
Ele pariu de chupar e ela deixou o corpo cair e relaxar
Deu uma risadinha
— Caramba — Ia falar algo mas foi interrompida
A Lingua de seu Padrinho invadiu sua boca, em poucos seugndos estavam trocando beijos safados e ardentes, até que ela sentiu-se invadida, o pau duro dele entrava nela.
Sem proteção, sem avisar, sem pudor.
— Deu a hora, vamos embora — Ouviram a voz do guarda la fora chamando
Ela olhou preocupada, ele fechou a boca dela com a mão e aumentou o ritmo, ele tirou a mão e voltaram a se beijar até que ele gemeu novamente mordendo o pescoço dela e enchendo-a de porra quente.
Rafaela o abraçou, empurrou-o com as pernas para dentro dela, parecia que queria que ele entrasse dentro dela para que saissem juntos dali
Ele respirou fundo e beijou o peito dela
— Te amo estrelinha — Ele disse, mas ela não respondeu
Ele a olhou, Rafaela estava deitada com o rosto inchado, olhos vermelhos com lágrimas saindo
— O que foi? — Ele perguntou preocupado
— Eu te amo, você não pode ficar aqui, esse lugar é terrivel — Ela falou chorano algo
— Ssshhh shhh — Ele pediu silêncio, ela obedeceu — Calma meu amor, eu vou sair daqui já já
— Promete? — Ela disse respirando com dificuldade
— Prometo, sua tia te disse, estamos quase — Ele falou contente — Não fica triste, se você ficar triste eu fico também
Ela limpou as lágrimas como se fosse uma menina pequena
— Eu não to triste, você me comeu, foi gostoso, mas eu queria mais, eu quero você fora daqui, comigo lá fora! — Ela falou se contendo para não entrar em desespero novamente
— Ta bom meu amor, prometo que quando sair a gente vai fazer um amor tranquilo só nós dois
— Jura? — Ela perguntou com a voz chorosa
— Juro — Ele sorriu
Arrumaram-se e sairam dali para o pateo, na hora de ir embora Rafaela chorou de novo, não se conteve. Mas se despediram
Na saída do presidio Rafaela teve uma surpresa, sua tia Roseane esperava para dar-lhe uma carona.
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Olá leitores incríves, espero que vocês estejam bem.
Espero que esse capitulo cheio de amor toque vocês de forma positiva.
Estou amando conversar com vocês por email, continuem menchamando em rafaelakhalil81@gmail.com
Beijinhos multiplos, Rafinha
Aaahhh, não esqueça de deixar suas estrelinhas e seu comentário ⭐⭐⭐ 😘