Sempre aos domingos era comum reunir a família na casa da avó para um grande jantar; cada irmão levava um prato, colaborando com a ceia.
Eu, naquela época da vida, já era um rapazote, que no auge da puberdade, se acabava com Playboy’s, Ele e Elas, e nas sextas sexy, na Bandeirantes.
Contudo, por estar inserido em uma família numerosa, com poucos primos da minha idade, aqueles encontros que antes eram animados, foram com o tempo fincando monótonos, como saída, as visitas ao play tornaram-se refugi-os, especialmente para ver a rua e ficar de papo com os primos mais velhos.
Certa feita, nas férias juninas, acolhi a convite da nona e hospedei-me em vossa casa por uma semana, já que esta morava em um bairro central, próximo à praia, shopping e a praça. Cotidianamente, descia para play com o fim de observar o movimento, caminhar e passar o tempo. Ao retornar para o apartamento, sempre cumprimentavam os vigias — Mauro e José — e aos zeladores — Domingos e Carlos, que alternavam o turno. No entanto, neste dia, ao seguir para o elevador, estava no balcão da portaria, sob a vigilância de Carlos, o memorial descritivo do imóvel prédio. Eu, curioso, abrir a apostila encadernada e observei que além da garagem, existe uma escada que dava para o pátio de serviço e a casa dos empregados, bem como, ao lado do salão de festas, havia um antigo salão de jogos e sauna. Já fez mais de 10 anos que a minha avó morava no prédio e jamais tive notícia existem tais locais, afinal, os moradores são idosos e de poucas palavras (cada um na sua).
A noite, por volta das 22 horas, sem nada melhor para fazer, decidi explorar o prédio. Caminhei pelo corredor, atravessei a cozinha, saí de fininho pela área de serviço; com cuidado abri e fechei a porta; chamei o elevador e desci até a G3, cruzei silenciosamente entre os carro com a chinelo na mão até a sala da reserva técnica, abri uma porta de metal bem devagar pata não fazer ruido e desci as escadas, forma oito lances. O local da descida estava úmido, aparentemente com infiltração, o último degrau, dava acesso a um pátio semi-descoberto que continha caixas, ferramentas, bombas d'água e um enorme varal com roupas estendidas, que presumo serem dos funcionários. O pátio limitava-se com os muros desbotado dos edifícios vizinhos.
O ambiente estava claro — não tão iluminado quando comparado com um dos apartamentos — ao caminhar, percebi 5 portas, ao abrir a primeira, observei um depósito; a segunda era o alojamento feminino, que estava sujo e intacto, pois só contratavam funcionários homens; a terceira, e mais cheia, era o quarto dos zeladores e dos vigias. O estar é limpo; havia pertences dos funcionários espalhados; os EPIs estavam na mesa e num varal improvisado, inclusive, havia uma cueca — molhada — que contrastava a marca de uma freada. O cheiro de suor era forte, em que pese existir uma boa circulação de ar.
Adentrando ao cômodo, constato, ao fundo, no lado esquerdo, percebo uma porta verde entreaberta, próxima ao balcão de alvenaria que dividia a cozinha improvisada com o resto do ambiente, é sanitário (até que estava cuidado, penso), por curiosidade, acendo a luz e entro naquele ambiente branco com piso terracota, levanto a tampa do vaso — estava limpo — contudo, emerge o cheiro de pedra sanitária barata, fecho imediatamente a tampa. Do lado direito ao vaso sanitário, fica a lixeira, constato um pacote de preservativo aberto, envolto em papel higiênico, aguçado, cutuco com a haste da escova sanitária para ver se tinha algum conteúdo, mas estava vazio; havia um chuveiro, um rodo e um balde — não existia box ou blindex, ali — na soleira do basculante haviam três saboneteiras, óleo seve e um xampu, o chão até que estava asseado, mas era visível os pelos nos cantos da área molhada. Observei silenciosamente cada perímetro.
Toda aquela investigação fez o meu corpo se sensibilizar.
Desligo a luz e retorno para o local de saída. O beliche, já desgastado, acomodava o pertences do vigia e do zelador; sob a mesa de plástico, estavam assentados um prato sujo e talheres — o qual continha restos de ossos, farinha e feijão — nas cadeiras, os encostos estavam vestidos com camisas e, em uma delas, repousava um capacete no assento. Era um universo particular.
Em face do avançar das horas e com receio da minha avó acordar, dou por encerrada a expedição e me dirijo para saída, contudo, à medida que aproximo da porta, percebo o som de passos rápidos ecoando pelo corredor de aceso. Imediatamente, procuro um lugar para ocultar-me. Avisto um espaço entre o armário e a mesa de apoio, abaixo ficando inerte. O esconderijo possibilita ter a visão da pia de louça e de mais da metade do vaso sanitário, não demora muito, entra Domingos — o zelador — a passos rápidos. Ele era um homem com 1,78, aproximadamente 82 kg, negro não retinto, com os seus 37 anos, usava bigode, careca e na mão esquerda ostentava uma discreta aliança.
Ele atravessa o quarto, liga a luz do banheiro, afrouxa a camisa, abre o zíper da calça e alivia-se no vaso — foi extenso o barulho da urina na louça sanitária, especialmente, nos momentos finais em que o líquido perde a velocidade e o impacto na parede caindo, pesadamente, sobre a água —, em seguida, ele inclina-se para direita e larga um flato alto em direção à porta, forcando-o a baixar as calças e obrar.
Não demora muito, novos ecos fortes e sequenciado saem, o cheiro de excreta abafado pelo perfume da pedra sanitária sobe na mesma velocidade que o som das obras ecoam na água da louça sanitária, as quais, por instantes, são abafados por outros ruídos que se assemelham ao lançamento de amontoados de terra molhada. Domingos não se preocupou em deixar a porta aberta e alivia-se sem a menor cerimônia, afinal, quase 30% do seu corpo estava velado pela parede, em um reinado, quase absoluto.
Enquanto isso, para minha surpresa, a mistura de curiosidade e perigo, alucina os meus pensamentos; o ar falta e o coração dispara… Achando que involuntariamente um sussurro poderia entregar o meu esconderijo, fecho a minha boca sobrepondo as mãos. Mesmo não sendo possível avistar completamente o seu rosto, pois estava projetado para frente com as mãos entrelaçadas e suspensas, pois, os cotovelos estavam ao encontro dos joelhos, consigo observar que a barriga do encarregado que é magra e definida, os pelos pubianos são cheios e crespos. Aquela cena vital e cotidiana duram poucos minutos.
Descontraído, o encarregado pega o papel higiênico, apreende uns 70 cm entorno dos dedos indicadores e mínimo, limpa a sua traseira com o movimento ascendente devidamente preciso; ao terminar, observa o conteúdo, dobra o papel e repete o movimento, até o mesmo estar completamente limpo.
Nunca havia visto tamanha intimidade, o meu cacete já estava estendido debaixo do short e salivando muito.
Ao concluir a assepsia, aproxima os dedos do rosto para perceber se houve algum acidente no momento da limpeza, com a outra mão, descarta — aparentemente — o papel no lixo, contudo, pelo movimento do corpo, percebe-se que deixou cair o objeto para fora do cesto. Ele levanta, espreguiça-se (era possível observar o seu pênis, especialmente a glande, exposta pelo prepúcio, ao promover o alongamento do corpo) ainda com as calças arriadas, flexiona-se para trás da descarga, abrindo assim, involuntariamente, as nádegas revelando o corrupto elemento.
A medida que ele baixava, as portas das suas excretas se revelavam; o instante parou. Surpreso, a cena desenrolava diante dos meus olhos em câmera lenta, um zoom biológico foi ativado a ponto de permitir observar detalhes daquele quadro; conseguia ver regiões — antes para mim inimagináveis e desconhecidas — (pregas, pelos, pintas… o cu relaxado e contraído). Era a primeira vez, que tive a oportunidade de observar a intimidade de outro corpo, especialmente um botão alheio, já que nem o meu havia visto. A imagem magnetizou.
Contudo, para minha surpresa, acabei involuntariamente explodindo (o meu leite vazou tomando todo o perímetro do meu short com visco, que escurecia o amarelo-escuro da veste). No íntimo, a vontade retumbava em uma boa “Puta que Pariu”, mas foi contida pelo medo em ser descoberto. À medida que ele demorava, eu ia esporrando mais e mais, o cheiro de gala expandia-se naquele diminuto espaço. Uma vertigem me acometeu.
Para a minha sorte (ou azar) ele encontrou o papel e descarregou com as suas fezes na privada. Vestiu-se, ajeitou a calça preta, prendeu a camisa cinza por dentro da cueca estampada, lavou as mãos e o rosto com o sabonete de erva-doce (pois foi o terceiro cheiro a se mistura no ambiente), desligou as luzes e saiu rumo, supostamente, ao seu posto. Naquele momento, o alívio tomou conta, pude relaxar e perceber que o perigo e o corpo de um semelhante aguçaram a minha libido.
Continua…