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César nunca viu a mãe tão ativa em um evento. Joana era uma mulher alta, magra e com o cabelo curto, mas muito estiloso, pois estava com mechas prateadas. Ao lado de Adelaide, a empresária meteu a mão na massa e ajudou em tudo que podia. O local da festa foi o auditório, que ganhou uma repaginada pela equipe de arquitetura do hotel.
A entrada estava adornada com um tapete vermelho, onde os paparazzis acionaram os flashes de suas câmeras. A explosão de brilho e os sorrisos das celebridades pareciam iluminar o ambiente todo. Angy colou em sua amiga, Flávia Pavanelli e aproveitou para mostrar o ambiente para os seus seguidores.
Após o desfile, a equipe de limpeza seguiu para o salão junto a Adelaide. Eles ficaram impressionados com o serviço feito na decoração do ambiente. Lustres de cristal refletiam a luz em cintilações arco-íris, e móveis sofisticados criavam pequenos nichos para conversas privadas e exibições públicas. Os garçons circulavam com bandejas de taças de champanhe e coquetéis coloridos.
As celebridades se misturavam em grupos, abraçando-se com efusão e rindo alto. Alguns dançavam na pista de dança improvisada, enquanto outros se perdiam em conversas animadas e stories para a divulgação do Hotel Trajano. A #hoteltrajado foi bem paga para cada um publicar em suas redes sociais.
Aquele universo não fazia parte da vivência de Hugo, que achava a maioria das pessoas ali supérfluos e vazias. Ele preferia muito mais uma noitada no Bar do Lopes com seus amigos leais e que não ligavam para números ou seguidores.
Conforme a noite seguia, os excessos começavam a se tornar mais evidentes. Inclusive, uma fofoca sobre César e um funcionário do hotel. De repente, um vídeo de César e Hugo se beijando na festa dos anos 2000 apareceu no telão.
— Que brincadeira sem graça é essa? — quis saber Adelina, que gritou no sistema de comunicação e todos os funcionários ouviram.
Todos ficaram surpresos com as imagens. Todos os olhares se voltaram para Hugo, que estava usando o uniforme do Hotel Trajano Búzios. De forma nada discreta, Lopez se aproximou do amigo, pois o mesmo não sabia como reagir.
— Amigo, acho que é a hora de uma retirada estratégia. — cochichou Lopez, pegando no ombro de Hugo e o levando em direção a saída.
— Eu disse! — gritou o Henrique, o tio de César. — Eu disse que esse degenerado não prestava e ia manchar o nome da nossa família.
Outro vídeo surgiu no telão. Dessa vez, a imagem é de Henrique, que está conversando com um homem. Eles estão negociando o contrabando de vários materiais ilícitos, entre eles maconha e cocaína. O tio do empresário passou a esbravejar todos na festa. As coisas escalaram muito rápido na festa de lançamento do Hotel Trajano Búzios.
— Que molecagem é essa? — Henrique, que é um homem corpulento, questionou ao se aproximar de César.
— Não sei, titio. Estou tão chocado quanto o senhor. Quais foram as palavras mesmo? — César pensou um pouco. — Ah, sim. Seu degenerado, vai manchar o nome da família.
— Escuta aqui, seu moleque! — o homem pegou César pelo braço.
— Escuta aqui, você. — César não deixou barato. — Achou mesmo que o Eliezer ia me trair? Eu contrato só pessoas da minha confiança, titio. O seu movimento para me tirar da presidência foi mais baixo do que qualquer xingamento homofóbico que me chamou. Estou cansado de suas armações, o vovô deve estar decepcionado. — César acenou com a cabeça e três homens fardados entraram no salão.
— César, — disparou Henrique nervoso. — o que significa isso? — ele perguntou ao ser algemado pelos homens.
— Sem barraco, titio. O salão está cheio de fotógrafos. — pediu o empresário sorrindo.
— César, sobrinho, por favor. — implorou o homem que foi levado para a delegacia.
Família é algo complicado. Durante anos, César foi subestimado pelo tio e nunca ousou agir contra, mas quando soube do plano que envolvia o seu relacionamento com Hugo não pensou duas vezes antes de tomar uma atitude. Naquela noite, os principais jornais do Brasil anunciaram a prisão do empresário Henrique Trajano, o CEO do Mangút, uma empresa brasileira de atacarejo.
Claro, que os advogados da família Trajano tiveram que se desdobrar para criar notas oficiais isentando qualquer responsabilidade das outras empresas do grupo. Foi uma semana difícil e cheia de reuniões para César, que quase não conversou com Hugo. Infelizmente, uma das reuniões aconteceria em São Paulo e, logo, o empresário precisaria voltar para a sua casa.
Por causa da correria para sua viagem, Hugo também não teve tempo para lidar com a exposição que sofreu no hotel. Seus colegas foram ríspidos, pois acharam que o rapaz recebeu tratamento especial por parte do patrão, inclusive, alguns agiram de forma maliciosa com ele.
— Hugo, você precisa fazer alguma coisa. — pediu René ao mostrar para o amigo um meme criado no grupo dos camareiros.
— Fazer o quê? Em breve, eu não vou mais estar aqui. O que eu não suporto são as ligações da imprensa. — resmungou Hugo.
— Não! Você não vai se sabotar. — René levantou e assustou o amigo. — O César é um cara legal, na realidade, o melhor que você conseguiu em muito tempo. Ele merece respeito.
— Nossa, o César tem uma torcida e tanto, né? — questionou Hugo dando uma risada. Ele pegou o celular e mostrou uma mensagem de Lopes.
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Lopes:
Viadooooo! Se você não ficar com esse boy está proibido de voltar aqui. Dê um jeito!!!!! Não deixe o César, ele vale milhões! (literalmente)
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Sim. Hugo não fez nada. Os dias foram passando, ele focou no pai e nos documentos para viagem. A partir daquele momento, o skatista assinaria contrato com uma empresa internacional e moraria nos Estados Unidos por um ano.
Enquanto isso, César se desdobrava para balancear todas as áreas das empresas. Após todas as provas, o seu tio seria julgado e a família precisaria se unir para evitar grandes estragos. Nos momentos de folga, o empresário ficava assistindo vídeos antigos que fez ao lado de Hugo. "O que aconteceu?", se questionava César. Porém, a sua saudades é atrapalhada quando Joana entrou no quarto.
— Filho, com licença, — pediu Joana ao entrar no quarto. — o que está fazendo nesse quarto tão escuro?
— Dor de cabeça. — respondeu César, deixando o celular de lado e dando atenção para a mãe.
— Dor de cabeça ou no coração? — quis saber Joana, sentando ao lado do filho e acariciando seus cabelos.
— Mãe...
— Filho. Eu não sou boba. Eu sei que você está com saudades daquele rapaz. — parando para pensar um pouco. — O Hugo. Adelaide me contou que ele não trabalha mais no hotel. Qual é o impedimento?
— Milhares de quilômetros. Ele vai morar em Los Angeles, nos Estados Unidos.
— O Hotel Trajano poderia patrocinar o rapaz. Já que ele manda tão bem no skate. — sugeriu Joana, enquanto acariciava os cabelos de César.
— O Hugo é orgulhoso, mãe. Ele só aceitou essa oportunidade, pois conseguiu em uma competição. — afirmou Hugo.
Às vezes, um coração atribulado não pensa direito. Apesar do apoio dos amigos e familiares, Hugo e César não sabiam o que fazer. Por um lado, o empresário estava preso em um problema que não era dele. Já Hugo ajustava os últimos preparativos de sua viagem para Los Angeles, a cidade dos anjos. Em Búzios, o atleta contratou uma equipe para cuidar do pai e René ficaria responsável por visitá-lo todos os fins de semana.
Através de uma ligação, a empresa Angel Sports confirmou a passagem de Hugo e a locação do dormitório dele. No fundo, ele queria estar ao lado de César neste momento tão importante, mas tinha certeza que o empresário lidava com os problemas do seu tio.
Em seu último dia na cidade de Búzios, Hugo decidiu passear com o pai. Eles foram até um píer próximo ao asilo e contemplaram o pôr do sol. Aos poucos, o céu ganhava um tom laranja flamejante. O mar estava calmo, suas ondas acalmavam o skatista. Mesmo com todas as lutas, Hugo nutria um amor surreal por aquele lugar.
O sol começava a mergulhar no horizonte, tingindo o céu de um laranja flamejante, enquanto Hugo se encontrava no píer de Búzios. O mar estava calmo, suas ondas sussurrando histórias antigas. Ele estava ali com seu pai, Jorge, um homem que há muito tempo havia perdido a conexão com a realidade devido à terrível Doença de Alzheimer.
Os dois estavam sentados lado a lado no píer, observando o pôr do sol deslumbrante. Hugo segurou a mão enrugada de seu pai e sorriu, embora seus olhos estivessem cheios de tristeza.
— Você se lembra, pai, quando eu era apenas um garoto e você me ensinou a andar de skate? — questionou Hugo, deixando escapar algumas lágrimas. — Foi um fracasso, cara. — rindo. — Você caiu e passou dias com dores na coluna. — Apesar da sua idade, você sempre se esforçou para me entender e cuidar de mim.
— Hugo, — a voz fraca de Horácio fez o coração do filho bater mais forte. Ele lutou para formular as palavras. — você sempre foi meu garoto. Tenho muito, muito orgulho de você.
As palavras de Horácio fizeram Hugo desabar, afinal, aqueles momentos de lucidez eram raros, e ele queria que seu pai soubesse o quanto o amava. No fim, o skatista levou o pai de volta para o asilo e prometeu que voltaria em breve.
As palavras de Horácio fizeram Hugo desabar, afinal, aqueles momentos de lucidez eram raros, e ele queria que seu pai soubesse o quanto o amava. No fim, o skatista levou o pai de volta para o asilo e prometeu que voltaria em breve.
Ao chegar em casa, Hugo pegou o celular e tentou ligar para César, mas a chamada não completou. Deitado na cama, ele relembrou os bons momentos que teve ao lado do empresário. Como alguém pode invadir o coração de outra pessoa em tão pouco tempo? Esse questionamento não saia da cabeça de Hugo.
No dia seguinte, um carro particular buscou Hugo em seu endereço. Ele foi levado para o Rio de Janeiro, onde embarcaria para os Estados Unidos. Vida nova, novo começo e um sentimento que machucava o peito de Hugo. Cabisbaixo, ele caminhou pelo movimentado aeroporto e se sentiu um estranho em meio à agitação das pessoas.
Seu voo para Los Angeles estava prestes a partir, e enquanto a atendente não anunciava a entrada no portão, o jovem verificou o celular e desejou receber uma mensagem de César, algo que pudesse trazer alguma esperança para o futuro deles. À sua volta, milhares de pessoas, alguns se despediam dos seus familiares e outros seguiam para os seus portões.
— Atenção passageiros do Voo 2345 com destino a Los Angeles, o embarque vai acontecer no portão 12. — disse uma voz feminina no sistema de som. A moça reforçou a mensagem algumas vezes.
Hugo sabia que não podia esperar mais. Ele tinha que embarcar no avião e enfrentar o desconhecido nos Estados Unidos, deixando para trás as lembranças de uma vida e de sua história de amor interrompida.
Com um suspiro pesado, Hugo olhou para o portão de embarque. O avião estava prestes a partir, e ele sabia que não podia mais adiar a partida. Ele pensou em todas as memórias felizes que compartilhará com César e embarcou na aeronave.
— Comédias românticas não existem. — ele suspirou fundo.
DUAS SEMANAS DEPOIS
Hugo estava vivendo um sonho. Desde que chegou a Los Angeles para trabalhar com a Angel Sports, ele não parou e participou de uma maratona de treinos ao lado de um renomado grupo de skatistas. Nas horas vagas, o atleta desbravava a cidade dos anjos e se apaixonava pelas ruas de cores vibrantes. Apesar da saudade, Hugo não podia evitar sorrir sempre que saía para explorar os atrativos turísticos e vivenciar a cultura local.
As ruas de Venice Beach eram como um playground interminável para os skatistas. Hugo sentia a adrenalina correr em suas veias enquanto deslizava pelas calçadas e desafiava as pistas de skate com seus novos colegas. Ele sentia que havia encontrado seu lugar no mundo, um lugar onde o skate era mais do que apenas um esporte, mas uma forma de vida.
— Que lugar lindo, Hugo! — exclamou René em uma chamada de vídeo com seu amigo. — Olha, seu Horácio.
— Que lugar lindo, Ana. — balbuciou o idoso, pensando que René era sua falecida esposa.
— Ele está comendo direito? — quis saber Hugo, sentando no próprio skate.
— Sim. Os remédios estão em dia e o médico contou que teu pai está super bem de saúde. — René tranquilizou o amigo. — Ei, Hugo. Você sabe que eu te amo, né?
— O que você quer, Ruiva?
— Que você seja feliz. Agora, eu preciso desligar, pois tem alguém importante querendo falar com você. Dá tchau para o Hugo, seu Horácio. — pediu René, antes de desligar a chamada de vídeo.
— Que mulher estranha. — soltou Hugo dando uma risada que foi quebrada por uma voz conhecida.
— Esse pôr do sol é lindo, mas não barra o de Búzios. — soltou César para o espanto do skatista, que levantou em um pulo.
— César, mas como...
— Sem palavras? Te entendo. Eu também não sei o que dizer. Desculpa por ser um babaca com você e não retornar às suas chamadas. Eu só queria te desejar uma boa viagem e te dar um abraço. — se aproximando de Hugo e o abraçando.
— César, eu tô todo suado e....
— Eu não me importo. — garantiu César, que começou a chorar abraçado a Hugo. — Eu sinto muito, Hugo. Eu não sei o que deu em mim. Te deixar escapar desse jeito foi uma das piores coisas que eu fiz.
— Tudo bem. Você estava lidando com tantas coisas. Eu não imagino o que você enfrentou com todas aquelas notícias e fake news sobre a tua família. — disse Hugo, ainda aproveitando o abraço de César.
— Está tudo bem agora. Quer dizer, só tem um problema.
— Qual? — Hugo se afastou e limpou as lágrimas de César.
— Estou desempregado. — César deu uma risada estranha, pois era a primeira vez que falava a frase em voz alta. — A mamãe está como CEO dos hotéis. Eu precisava de um tempo para mim. Um tempo para nós. Eu sei que parece estranho, mas eu queria muito saber como nós ficaríamos. Eu te amo, Hugo. Não tem um dia em que eu não pensei em ti. Recebi muito apoio da minha mãe, do Lopes e da René.
— Por isso que a René queria todos os detalhes de onde eu estava, essa safada. — soltou Hugo fazendo César rir.
— Eu forcei a coitada. — César pegou a culpa para si.
— Obrigado, César. Eu sei que deve ser difícil desistir do hotel. Sabe, eu esperei por uma declaração de amor no meio do aeroporto, mas isso é bem legal também. — Hugo se aproximou e beijou o amado. Um beijo quente, duradouro e apaixonado.
— Pera aí. Quer dizer que a gente está namorando? — quis saber César, recuperando o fôlego.
— Claro. Ah, e estou precisando de um produtor na minha equipe. Se você estiver interessado. Claro que não se compara ao salário de um CEO de hotel, mas tem outras vantagens. — sugeriu Hugo com um sorriso malicioso nos lábios.
— A vaga é minha! A vaga é minha! — exclamou César.
— Bobo. Vem, — Hugo pegou na mão de César e o levou para um grupo de rapazes. — vem conhecer a galera.
— Ok.
— Pessoal, esse é o meu namorado, o César. — Hugo apresentou César para os colegas.
Assim como Búzios, Los Angeles tem um pôr do sol esplêndido. E foi nesse cenário que Hugo e César reiniciaram sua história de amor. Claro que muita coisa aconteceu na vida dos dois, mas juntos eles provaram que eram mais fortes. Com o apoio incondicional de César, Hugo conseguiu se destacar em todas as competições que participou. Eles retornaram ao Brasil cheio de troféus e medalhas para o orgulho de todos.
Para celebrar as conquistas do genro, Joana preparou uma festa no Hotel Trajano de Búzios. O local acabou recebendo uma estrela pelo trabalho desenvolvido por Eliezer e, também, se tornou o reduto para a comunidade LGBTQIAP+, que ficou sabendo do empreendimento pela divulgação feita no Bar do Lopez.
— Obrigado, sogrinha. A festa está incrível. — agradeceu Hugo, que tomava um copo de champanhe.
— Eu que fico lisonjeada de ter um medalhista aqui no meu empreendimento. Ah, Hugo, — puxando o skatista para um lado. — eu que preciso agradecer por fazer o meu filho feliz. — deixando o rapaz sem graça.
Do outro lado da festa, César e Lopes conversavam sobre a expansão do bar. A ideia era fazer algo mais chamativo com concursos e shows grandiosos. Apesar de tudo, o lado empresário de César sempre buscava ressurgir e nada mais justo do que engrandecer um empreendimento da comunidade.
— René, esses dois só estão falando de negócios! — resmungou Ange, que estava de férias em Búzios.
— Homens são tão previsíveis, amiga. — disse René, que agora era coordenadora das recepcionistas, mas estava de folga para curtir a festa de Hugo.
— Depois do ano infernal que eu tive, eu preciso de uma folga da empresa e essas coisas. — afirmou Ange, tomando um gole de whisky.
— Seu pai ainda está na prisão?
— Antes fosse. — lamentou a blogueira. — O velho babão está em prisão domiciliar. Graças a Deus, usa uma tornozeleira eletrônica para não fazer outra burrada.
— Ange, acho que você está precisando de uma sessão no SPA. Temos novas massagens. Acho que você vai aprovar. Vamos? — convidou Rene, pegando no ombro de Ange.
— Só se for agora, gata. — concordou Ange, seguindo Rene e pegando mais duas taças de champanhe com o garçom. — Com licença.
Adelaide continuava com o seu trabalho exemplar. Ela ficava de olho em todos os funcionários e foi uma das responsáveis em conseguir a tão sonhada estrela para o hotel. Mesmo com as broncas que levou, Hugo amava a sua antiga chefe e não perdia a chance de provocá-la.
— Soube que a estrela só veio depois que eu saí. — soltou Hugo ao lado de Adelaide.
— Pois é. — Adelaide sorriu. — Saudades daqueles patos feios que você fazia. — ela não aguentou e arrumou a camiseta de Hugo.
— Eram cisnes. Eu tenho certeza que consigo fazer um daqueles maravilhosos C-I-S-N-E-S. — retrucou Hugo fazendo a supervisora sorrir.
— Vai com o seu César, vai. — ela enxotou Hugo, que voltou e a beijou na testa. — Só tá fedendo a bebida.
Sim. Hugo estava no ápice da sua alegria. Naquela mesma noite, ele reuniu todos os convidados e pediu César em casamento. Foi um pedido intimista e romântico. René, Lopez e Ange quase morreram de tanto chorar. Enquanto Joana, Eliezer e Adelaide já deixaram agendado o salão de festas do hotel. Os dois celebraram o compromisso com um beijo. Tudo abençoado pelo tão famoso pôr do sol de Búzios.
— E agora, Hugo? — perguntou César, olhando para o anel em seu dedo.
— Bem, a gente só pode casar depois das olimpíadas. Fora que você tem que analisar os contratos que vou receber este mês. — afirmou Hugo, que era um dos selecionados para representar o Brasil nos jogos olímpicos daquele ano. — Quero aproveitar que a saúde do papai está estabilizada. Ele merece um pouco de alegria também. Hoje, ele ficou todo bobo quando viu as medalhas. Pena que não é dia de passeio.
— Tudo bem. Quero fazer tudo certo, amor. O seu pai deve estar muito orgulhoso da sua conquista. Vou planejar um casamento digno do nosso amor. Uns 500 convidados está bom? — questionou César para o espanto de Hugo.
— 500? A gente conhece 500 pessoas, meu amor?
— Estou brincando, bobo. Eu te amo muito. Obrigado por ser tão companheiro. — César abraçou e beijou Hugo.
— Eu que agradeço. Obrigado por acreditar em mim, torcer por mim e ser esse companheiro de vida maravilhoso. Eu te amo, Sr. Trajano. — beijando o noivo.
— Eu te amo, chefinho. — respondeu César.
FIM