6. Uma noite no Caribe.
Beto:
Preocupada, Carina se virou para mim:
– Acho que devíamos ir juntos. Vamos contar a verdade e acabar com esse mal-entendido.
Carina tinha razão, era o melhor mesmo. Descemos juntos, seguindo a mesma trilha que Laine e Alex usaram. Andamos bastante, chegando até o coreto com uma luzinha fraca, mas suficiente para que a gente pudesse ver o que acontecia: Laine e Alex se beijando. Eu disse:
– O que diabos está acontecendo aqui? – Assustados, os dois se desgrudaram.
Reagi instintivamente, sem acreditar no que acabara de presenciar. Quase perdi a razão, mas me recompus rapidamente. Eu não iria resolver meus problemas dando um espetáculo para pessoas que conhecia a pouco tempo. Alex despencou no meu conceito, a confiança foi quebrada. Já me virando para voltar, disse para a Laine:
– Estou indo embora. Vou me despedir de todos e se você não estiver no carro assim que eu chegar, irei sem você.
Para Carina, eu disse:
– Imagino que vocês tenham com quem voltar.
Sai andando sem olhar para trás, controlando meus instintos primitivos. Carina ainda tentou me segurar:
– Espera Beto, a gente ainda …
Puxei meu braço com força suficiente para que ela entendesse e me largasse e, bastante sério, falei:
– Agora não, Carina, me solta!
Voltei a subir a trilha, percebendo que os três discutiam, mas como já estava distante, não conseguia ouvir o que era falado.
{…}
Laine:
– O que diabos está acontecendo aqui? – Beto nos flagrou. Carina estava ao seu lado.
Beto parecia realmente chateado, me olhando com decepção. O que ele achou? Que poderia fazer o que quisesse com Carina e que suas ações não teriam consequências? Ele se virou para sair, me dando ordens como se estivesse no controle. Eu estava apenas fazendo o mesmo que ele e pouco me importei, mas a Carina tentou segurá-lo. Quando ele foi grosseiro com Carina, um pouco bruto até, coisa que eu jamais o presenciara fazer, alguma coisa dentro de mim me alertou para o perigo.
Furiosa, assim que ele saiu, Carina veio tirar satisfações:
– O que vocês pensam que estão fazendo?
Pálido como um fantasma, Alex não sabia o que dizer. Era minha chance:
– O mesmo que vocês estavam fazendo. Só vocês dois podem?
Carina me segurou pelos braços e me sacudiu:
– Idiota, idiota, idiota, idiota … – Pela diferença de tamanho, foi até uma cena engraçada.
Ela não se conteve, jogando toda a verdade na minha cara:
– Eu estava apenas conversando com o Beto, contando a ele o resultado do que ele nos pediu. Eu só disse que você tem uma curiosidade verdadeira, mas o ama, que tremeu na base quando descobriu o quanto seu marido seria desejado. Eu sei o que pareceu, mas é porque estávamos afastados e eu de costas para vocês.
Eu me sentia diminuir, envergonhada pela minha falha, por desconfiar do meu marido que nunca me deu motivos para tal. Carina não parou, mas seu novo alvo era o Alex:
– E você? Como deixou isso acontecer? Imagina o que está passando nesse exato momento pela cabeça do Beto?
Alex gaguejava:
– Eu … er … foi tudo repentino, Laine me pegou desprevenido …
Carina não queria saber:
– Um homem grande como você foi praticamente forçado a beijar a mulher de outro? Corta essa, eu te conheço.
Novamente, Carina se virou para mim:
– Tá esperando o quê, sua idiota? Vai logo atrás do seu marido. Conta a verdade, pede desculpas, ajoelha e implora se for preciso … mas vai.
Eu não tinha entendido:
– Beto pediu para você me testar? É isso?
Mesmo que eu não merecesse, Carina foi paciente:
– Sim, sua boba. Beto nos procurou na sexta à noite e se abriu com a gente, expôs as inseguranças que sentia e, por amar você, decidiu lhe dar um voto de confiança e tentar entender o nosso mundo antes de julgar. Ele só está aqui por você, por amor.
Desesperada, acordando para a realidade, me sentindo suja, dei um beijo rápido na testa dela como agradecimento e saí correndo atrás do Beto. Vi que ele estava se despedindo do pessoal e aproveitei para passar despercebida, saindo a francesa, indo diretamente para o carro.
{…}
Beto:
Enquanto caminhava de volta, eu pensava em tudo o que presenciei, tentando entender:
“Laine não é assim, é claro que ela entendeu tudo errado e acabou trocando os pés pelas mãos. São cincos anos de um casamento sólido, mesmo com os problemas. Laine é fraca para bebida e perdeu a noção, só pode. O ambiente, as pessoas … tudo contribuiu para isso. Eu também posso ter dado a impressão errada, pois até Patrícia parecia acreditar que algo aconteceu entre Carina e eu. Talvez uma conversa franca, olho no olho, sem mentiras e manipulações, seja o melhor a se fazer. Mas não hoje, ela precisa entender que errou e eu preciso de tempo”.
Cheguei perto do pessoal e coloquei um sorriso falso no rosto, me despedindo de todos. Agradeci a cada um deles pela ajuda e quando estava indo embora, Paulo me acompanhou por uma parte do caminho:
– Vou te ligar mais tarde, mas já fique preparado. Minha proposta é irrecusável e como sei que vai aceitar, viajaremos amanhã mesmo. É pegar ou largar.
Ele estava um pouco afoito e eu tentei dar uma segurada:
– Viajar amanhã? Assim, do nada? Que proposta é essa?
Paulo, se virando para voltar, disse:
– Te ligo mais tarde, de casa, assim mostro tudo e você avalia. É jogo ganho, pode acreditar.
Passei meu número novo de telefone e ele se foi, me deixando bem próximo de onde meu carro estava estacionado. Laine, encostada na porta, me esperando, veio até mim:
– Amor, eu sei que está chateado comigo, mas eu quero …
Tentei não ser grosseiro:
– Agora não! Estou com a cabeça cheia e você embriagada, não vai prestar. – Destravei o carro e pedi. – Entra, vamos embora.
Entramos e eu logo dei partida, acelerando e ganhando distância da chácara. Laine voltou a tentar falar comigo:
– Olha Beto, eu sei que pisei na bola, mas você também poderia ter sido …
Pisei com tudo no freio, sabendo que ela estava devidamente protegida pelo cinto de segurança e o carro parou bruscamente. Explodi:
– Laine, por favor, CALA A BOCA!
Ela me olhava assustada, com os olhos arregalados, prestes a chorar. Respirei fundo, me acalmei e disse:
– Nós não vamos conversar hoje, muito menos agora no calor do momento. Eu preciso digerir o que aconteceu. Sei que você estava reagindo ao que acha que viu, bebeu demais e não estava pensando claramente. Por favor, respeite o meu pedido e me dê um pouco de espaço.
Laine ainda tentou me tocar, mas eu recusei. Ela finalmente entendeu e me deixou em paz. Voltei a acelerar e o resto da viagem foi feita em silêncio. Chegamos rapidamente à casa de sua mãe e pegamos o pequeno. Minha sogra percebeu que não estávamos bem, mas respeitou o momento. Rapidamente chegamos em casa.
Dei banho no meu filho e logo depois, cansado, ele apagou. Laine também tomou banho e foi se deitar. Percebi que ela chorou baixinho por um tempo, mas eu não me aproximei e nem fui tentar consolá-la. Por fim, ela também acabou dormindo.
Liguei a televisão para passar o tempo e acabei cochilando no sofá, tendo um sonho erótico muito louco:
“Carina, de quatro para mim, pedia:
– Vai logo, me fode. Tô louca pra sentir você dentro de mim.
Eu dei um tapa caprichado naquela bunda linda, branquinha, deixando minha mão marcada. Pincelei a rola na entrada da xoxota e enterrei de uma vez só:
– Toma safada. É isso que tu quer? Pau nessa buceta apertada?
Carina gemeu alto:
– Sim, é isso … hoje eu sou sua putinha, me fode.
Comecei a estocar com força:
– Que buceta gostosa, apertada. Tu é um tesão, mulher.
Carina rebolava e se jogava pra trás:
– Então fode, mete fundo. Que pau gostoso, me preenche inteira.
Trancei a mão naquele cabelo ruivo, como se fosse uma rédea ou a crina daquela potranca e comecei a puxar. Ela delirava:
– Isso, assim … tá acabando comigo. Tu é gostoso demais, cara! Fode, sua putinha. Mete esse pauzão em mim. Ai, tá me arrombando, não para.
Estoquei fundo, com força, sem parar de socar, ouvindo os gemidos de prazer. Senti a bucetinha apertada ordenhando o meu pau:
– Vou gozar, que loucura. Fode, fode essa buceta. Ai, caralho, que delícia. Que tesão. Tô gozando, como é bom …
Eu já não aguentava mais me segurar e quando estava prestes a gozar, ouvi a voz da Laine, seus gemidos alucinados no mesmo tom de prazer incontrolável que Carina emitia segundos atrás:
– Isso, Alex … assim é bom demais … muito melhor do que o Beto. Esse é, de longe, o melhor sexo da minha vida”.
Acordei assustado, com o telefone tocando e o pau duro feito aço. Era o Paulo:
– Porra, Betão! Terceira vez que ligo, tava dormindo, caralho?
Desperto finalmente, respondi:
– Pior que sim. Desculpa, acabei cochilando.
Paulo, sempre prático, pediu:
– Pega o notebook então e me chama por vídeo. Assim consigo te mostrar tudo e sei que não vai resistir. – Ele desligou.
Aproveitei para ir ao banheiro e também lavei o rosto. Já no meu escritório, iniciei a reunião virtual. Paulo me mostrou tudo e falava sério, o negócio era muito bom, uma oportunidade única e eu não tinha como recusar. Combinamos o salário, quase doze vezes superior ao que eu ganhava agora. Renda suficiente para devolver à minha família o padrão de vida que estava acostumada. Eu seria o gestor, só ficando abaixo do Paulo, mas com liberdade de ação, carta branca para comandar e fazer a empresa crescer. Como ele tinha alertado, a viagem era inevitável:
– Partimos amanhã, no meio da tarde. Acho que dois ou três dias serão suficientes para concluir a transação.
Eu queria detalhes:
– Mas a empresa é aqui, por que temos que viajar?
Paulo explicou:
– O grupo que a controla é do México, precisamos ir até eles. A administração é feita por lá. As garantias financeiras já foram dadas e fechando a compra, faremos do nosso jeito, trazendo a área administrativa para cá, para o mesmo local da produção. Você monta a equipe do jeito que achar melhor.
Respondi positivamente e combinamos de nos encontrar no dia seguinte, já no aeroporto. Paulo me enviou tudo o que era necessário para eu começar a entender o modus operandi da empresa e eu passei o resto da noite fazendo downloads e estudando os arquivos. Fui dormir quase às duas da manhã.
Acordei cedo, estava ansioso. Laine já tinha saído para o trabalho. Enquanto cuidava do pequeno, esperando o horário da creche para levá-lo, liguei no meu emprego atual e fui honesto, informando sobre minha nova situação e que, em breve, daria o aviso prévio e que eles poderiam descontar a multa, já que eu não tinha intenção de cumprir o aviso. Disse também que estaria fora por alguns dias, resolvendo minha nova situação profissional.
Aproveitei a manhã para ligar para a nossa babá de confiança, a que sempre cuida do pequeno para as noites de encontro entre Laine e eu. Por sorte, ela concordou em me ajudar. Inclusive, aceitando dormir em casa pelos próximos dias. Arrumei uma pequena mala de mão, separei meu melhor terno e assim que a van da creche chegou, me despedi do pequeno. Só faltava uma última providência, mas essa ficava a caminho do aeroporto: informar a minha esposa.
Deixei o carro em casa, para não precisar deixá-lo no estacionamento do aeroporto e fui de Uber até a empresa em que Laine trabalha. Pedi à recepcionista que avisasse a ela que eu estava ali. Em menos de dez minutos, Laine desceu para me encontrar, surpresa e ansiosa com a minha visita e sem entender o porquê da mala e do terno embalado no cabide de viagens. Receosa, ela disse:
– Você disse que iríamos conversar, não acredito que está me deixando. Isso não é justo. – Seus olhos estavam marejados.
A acalmei:
– Não é nada disso. Tem um lugar em que a gente possa conversar?
Laine avisou seu chefe e conseguiu alguns minutos para falar comigo. Atravessamos a rua e nos sentamos em um café. Contei a ela toda a conversa com Paulo e o motivo da viagem. Feliz, ela me abraçou. Não recusei seu abraço, mas não o retribuí com a mesma empolgação. Fui direto e honesto:
– Esse tempo vai ser bom pra gente. Eu estou muito decepcionado com você e imagino que você também esteja comigo. Entendo o que a levou a beijar o Alex e vou levar isso em consideração, assim como também sei que você já deve ter entendido que nada aconteceu entre mim e Carina. Precisamos repensar muita coisa.
Laine, segurando minhas mãos, buscando intimidade, disse:
– Se você quiser, a gente para com tudo e foca exclusivamente no nosso casamento. Eu só preciso de você e de mais ninguém. Eu até largo o emprego se assim você desejar e volto a cuidar da casa e do pequeno como antes.
Naquele momento eu deveria ter sido egoísta e aceitado sua proposta, mas pensando no futuro da nossa relação, achei que precisava agir corretamente:
– Não! Eu sou seu marido, não seu dono. Não quero, no futuro, uma esposa insatisfeita, ressentida e remoendo as escolhas que fez.
Informei a ela sobre a babá e conversamos mais alguns minutos antes de nos despedirmos. Voltando a me abraçar, ela pediu:
– Posso te beijar? Por favor.
Mesmo ainda muito chateado, achei melhor não piorar ainda mais a situação. Aceitei seu beijo e ela me abraçou forte por longos segundos antes de me soltar:
– Jamais duvide do quanto eu amo você. Já passamos por coisa pior e sei que vamos nos acertar.
Peguei minha mala, meu terno e acompanhei Laine até a entrada de sua empresa. Ela me abraçou novamente, me deu um beijo carinhoso na bochecha e disse:
– Boa sorte, amor! Paulo é inteligente e sabe que você é o melhor. Boa viagem!
Sei que muitos de vocês estão condenando minha atitude nesse momento, ou até mesmo, a falta dela. Eu amo minha esposa, sei que ela também me ama e no contexto em que tudo aconteceu, nós dois erramos. Eu por imprudência, ela por infantilidade. Nada como alguns dias separados para reestabelecer as prioridades em uma relação.
Pedi novamente um carro de aplicativo e não demorei a chegar ao aeroporto. Enquanto esperava pelo Paulo, aproveitei para almoçar. Ele chegou enquanto eu ainda comia. Acertamos os últimos detalhes e na hora exata, embarcamos.
O voo, que geralmente leva onze horas, precisou fazer um pouso de emergência na Colômbia e só chegamos ao México bem próximo ao horário da primeira reunião, na manhã seguinte. Como dormimos no avião, estávamos descansados e prontos.
As negociações estavam mais avançadas do que eu imaginava e em apenas um único dia, tudo foi resolvido. Os trâmites finais não precisavam da nossa presença e poderiam ser resolvidos pelos advogados e consultores contratados. Paulo aproveitou o momento e a presença de seus advogados para me entregar meu próprio contrato de trabalho. Após uma leitura minuciosa e vendo que tudo estava conforme fora combinado, eu assinei.
Achei que voltaríamos no dia seguinte, mas Paulo me surpreendeu:
– Precisamos comemorar. Conheço um resort bem legal na Riviera Maya e o dono é meu amigo. Podemos passar um dia de pernas para o ar, relaxando. O que acha?
Vendo que eu estava indeciso, ele argumentou:
– Mar do Caribe, cara! Praias de areia branca, mar azul, mulheres lindas … quando temos tempo pra fazer uma coisa dessa? Me ajuda aí.
Paulo tinha razão. Há muito tempo eu não tirava um dia só para mim. Eu precisava mesmo relaxar, esfriar a cabeça e pensar em como consertar meu casamento. Topei.
Paulo alugou um helicóptero e na manhã seguinte, ainda de madrugada, lá fomos nós, rumo à costa leste mexicana, um dos lugares mais famosos do mundo, o tão sonhado e famoso Caribe.
O lugar era paradisíaco. O panfleto dizia que a Riviera Maya fica localizada no estado de Quintana Roo, tendo, aproximadamente, cento e trinta quilômetros de extensão, compreendidos entre a vila de Punta Allen até a cidade de Puerto Morelos. A região ficou internacionalmente conhecida por suas belíssimas praias, grande riqueza natural e, principalmente, por seus sítios arqueológicos.
O resort, Desire Pearl, era um mundo à parte. Gigantesco, lotado de atrações. Fomos recebidos como celebridades e Paulo parecia conhecer muitos dos hóspedes, cumprimentando e brincando com vários casais. Assim que passamos pela recepção, comecei a entender o que Paulo pretendia. Eu estava de boca aberta com o que via: mulheres nuas, outras apenas com os seios de fora. Homens também, andando como vieram ao mundo. Casais jovens, maduros e até idosos andando à vontade, sem se preocupar com nada.
Paulo, sorrindo para mim, disse:
– Método espartano, parceiro! Aqui sim, você vai entender de vez o mundo liberal. Esse resort é hedonista, um paraíso para os liberais.
Eu tentei protestar:
– Caralho, Paulo! Deveria ter me falado antes. Assim tu me fode.
Paulo, sempre debochado fora dos negócios, piscou para mim:
– Fique tranquilo, você não é obrigado a nada, apenas se divirta. Laine não precisa saber. Hoje à noite vai rolar um evento ao vivo, com centenas de casais. Observe e tire suas conclusões. Mas primeiro, nada melhor do que uma massagem para relaxar.
Eu não tinha o que fazer, estava por conta dele. Brigar, xingar, espernear, não iria resolver nada. Eu ficaria na minha, talvez até aproveitasse a noite para descansar.
Deixamos nossas coisas no quarto, trocamos de roupa e fomos para a massagem. Duas lindas mexicanas, com os seios de fora, nos recepcionaram. Paulo brincou:
– Para mim a especial, para ele a comum, ele ainda está se decidindo. Não abusem garotas, pois, por enquanto, ele não é um dos nossos.
As duas deram risadinhas contidas e nos mandaram deitar na maca. Paulo ficou completamente nu e eu de sunga. As garotas começaram a fazer seu trabalho. A massagem era incrível e eu estava completamente relaxado, de olhos fechados, até ouvir o som característico de uma rola sendo chupada. Olhei para o lado e não acreditei: Paulo, com aquela cara de prazer, sorrindo para mim, enquanto a mexicana enfiava a rola inteira na boca.
Vendo minha ereção, a massagista levou a mão ao meu pau, mas eu a retirei, me levantando e me desculpando educadamente:
– Não! Obrigado, mas não estou aqui pra isso.
Paulo, dando risada, disse:
– Te encontro no bar daqui a pouco. Até.
Tomei uma ducha refrescante, me sequei e coloquei a bermuda. Caminhando em direção ao bar, não pude deixar de ficar admirado com o desfile de mulheres bonitas que passavam por mim a todo instante. Quanta mulher gostosa e safada. Pouquíssimas devidamente vestidas. Era peitinho para um lado, peitão para outro, bunda gostosa pra cá, bucetinha depilada pra lá … passei o dia de pau duro e ninguém parecia ligar para o volume na minha bermuda.
Cheguei ao bar e pedi uma bebida, deixando que o barman me surpreendesse. Por estar no México, achei que tomaria alguma coisa com tequila, mas acabei recebendo um mojito de abacaxi feito com rum. Ele me explicou se tratar de uma especialidade da casa e o mais pedido do resort. Era realmente delicioso e eu acabei tomando quatro. Ainda mais após descobrir que eu estava marcado como hóspede “all inclusive”, sem necessidade de pagar por nada.
Conheci vários casais, que após me sondarem, respeitaram minha opção e conversaram normalmente, sem nenhum tipo de manipulação ou tentativa de me fazer mudar de ideia. Esposas, maridos, solteiras … várias me abordaram, sempre respeitando minha negativa.
Paulo chegou horas depois, com cara de quem gozou muito, parecendo acabado após uma massagem que deveria ser relaxante, regenerativa. Continuamos bebendo e conversando, falando de negócios ou de outras coisas, conhecendo pessoas de todo canto do mundo, que me contaram um pouco de suas experiências e preferências.
Feliz por novamente me sentir à altura do trabalho que começaria a fazer, resolvi que aquele seria um dia de divertimento. Os problemas do meu casamento não iriam sumir ou se resolver por mágica. Chutei o pau da barraca. Dancei danças típicas sozinho ou com outros casais, bebi mais um pouco, tentei cantar músicas em espanhol, bebi novamente, andei de buggy na praia com Paulo e um casal muito divertido e, finalmente, continuei a beber. Em momento nenhum percebi a absurda quantidade de fotos que foram tiradas de mim desde o momento em que cheguei ao bar e começamos a nos divertir. Sinceramente, nem me lembro como cheguei ao quarto e como a noite terminou.
Acordei na manhã seguinte com uma ressaca monstruosa e uma morena nua ao meu lado. Sua bunda estava vermelha, com marcas de mão. Sua xoxotinha inchada e o cuzinho melado de lubrificante. Várias camisinhas usadas ao lado das camas. Paulo estava apagado, abraçado com outra mulher nua em sua cama. Eu estava completamente pelado também, fedendo a bebida. O quarto, todo bagunçado, parecia o local de uma festa. Garrafas de champanhe vazias, taças com marcas de batom, pratos sujos e roupas pelo chão.
Tentei acordar a mulher ao meu lado e ela resmungou em português:
– Para! Muito cedo ainda, deixa eu dormir.
Eu tentava lembrar do final da noite, mas minha memória estava em branco. Eu tinha bebido demais, praticamente saído do ar. Eu não podia acreditar que traí minha esposa. Por mais que eu estivesse chateado, o beijo de Laine em Alex, ainda mais no contexto em que ele aconteceu, não era motivo suficiente para que eu pagasse na mesma moeda. Na mesma moeda não, aquilo era totalmente desproporcional. Era a mesma coisa que revidar uma pedrada com uma bomba atômica.
Me senti enojado por minha atitude, indigno da minha família. Comecei a passar mal, fisicamente mesmo. Foi apenas o tempo necessário para sair da cama e pegar um balde de gelo próximo. O vômito veio com tudo. Com muita dificuldade, consegui chegar ao banheiro. Minhas pernas tremiam, mal suportando o meu peso. Abri a água e entrei. Me sentei no chão do box e chorei como uma criança, arrependido por ter bebido tanto, a ponto de não ser capaz de lembrar da merda que fiz, sabendo que a única coisa certa a fazer quando voltasse para casa, seria confessar e aceitar as consequências.
Continua ...