#São Paulo, outono de 1963
Helena Matozzano, 37 anos, uma conhecida e respeitável senhora da sociedade paulistana dos anos 60, encarava profundas mudanças em sua vida no início daquela década. Mãe de um casal de adolescentes e esposa dedicada e fiel a seu marido, o bem-sucedido médico Geraldo Matozzano, Helena vivia sendo impactada pelas notícias de um mundo em constante transformação. Antigos costumes e tradições eram o tempo todo desafiados, colocando em xeque sua formação e moral cristã perante os desejos que brotavam dentro dela; despertando uma nova e carente mulher ainda por se descobrir na intimidade do casamento. Já se aproximando dos 20 anos de casados, ela e Geraldo mantinham uma forte relação de amor e carinho, mas que era maculada por um triste e respeitoso sexo protocolar, cada vez mais presente em sua cama.
Meses atrás, Helena iniciara uma pequena e tímida revolução particular, numa insinuante, mas ainda muito discreta entrega a seu marido; e que ultrapassou tênues fronteiras entre ambos. Uma grande ousadia para aquela mulher, antes meramente passiva e submissa aos rituais e atos mecânicos de Geraldo. Ele sempre centrado em seu prazer controlado e familiar, tratando amor e sexo como coisas claramente separadas; o último quase um pecado a ser mantido longe da esposa, numa busca por preservar sua pureza original. A história daquela família (ver conto “Os Matozzano”) era um típico exemplo de um mundo que se tornava cada vez menor, mais próximo e global, e com as mulheres procurando encontrar seu merecido lugar na sociedade. Helena não era diferente, ansiando cada vez mais por algo que ainda não sabia precisamente o que era. Sua única certeza sendo a de que havia alguma coisa além do que conhecia, e que ela merecia descobrir e experimentar; não aceitando ser mais apenas uma mera testemunha dos prazeres e dos frios gozos do esposo.
#Quarta-feira
Fui despertada pelos carinhos de meu homem, deitada de bruços e sentindo minha camisola sendo erguida enquanto ele também acariciava minhas coxas. Foram toques que me acordaram de um sono profundo, com sua mão subindo e me tateando pela parte interna de minhas pernas, provocando-me arrepios ao encontrar minha fendinha já toda umedecida, seus dedos tendo descoberto uma entrada furtiva pela lateral de minha calcinha. Soltei um gemido natural e baixinho, algo incontrolável pelo susto daquele ato; isso tudo ao mesmo tempo em que levemente empinava meu traseiro em sinal de aprovação.
Ele se apressou, então, em retirar minha calcinha, descendo-a até o meio das minhas coxas para poder esfregar minha boceta mais intensamente com seus dedos; eles a invadindo, passando pela entradinha e indo direto para meu fundo, mexendo-se dentro de mim como que conferindo se eu estava pronta para o receber. Senti, a seguir, o peso do seu corpo se virando sobre o meu, com seu braço entrando por baixo do meu tronco em busca do meu peito. Ele o encontrou e passou a apertar com força meu seio esquerdo, fazendo meus bicos imediatamente se endurecerem por completo.
Assim por ele dominada, e com o rosto pressionado contra meu travesseiro na cama, fui, então, penetrada de forma firme e vigorosa; seu pau muito duro e grosso forçando sem perdão a abertura de minha delicada bocetinha. Ele entrou por inteiro e num movimento único foi se alojar todo dentro de mim. A cabeça do seu pau indo beijar e pressionar a entrada do meu útero, para depois voltar quase toda para fora e entrar novamente; mais forte ainda, me rasgando outra vez antes de passar a me socar sem parar. Não segurei um gemido alto e rouco, em sincronia com meus fluídos que já vertiam em abundância para meu homem. Foi então que ele quebrou o silêncio, sua voz grossa dizendo ao pé do meu ouvido:
- Isso, minha putinha... Sempre soube que você gostava assim, sua vagabunda!
Ainda surpresa por suas palavras, senti a mão grossa e de pele áspera calando minha boca, o que me levou imediatamente ao desespero. Tentei me rebelar, agora semiconsciente de estar sendo violentada; e não pelo meu marido, que estava, na realidade, a centenas de quilômetros dali, em uma viagem a trabalho. Um outro homem me dominava, abafando meus gritos ao mesmo tempo em que me imobilizava. Ele me possuía com um membro enorme e pujante socado em mim, entrando e saindo da minha boceta com violência e dor. Eu buscava inutilmente lutar contra aquele que me subjugava, ao mesmo tempo em que me envergonhava pela onda de prazer que tomava conta de mim.
Sentia seu peso e seu cheiro de macho, o seu hálito em meu pescoço enquanto ele me mordia e dava fortes chupões em meu pescoço, e sem se preocupar com as marcas que ali ficavam. Sua outra mão, a que não me tapava a boca, estava ainda agarrada ao meu peito, os dedos beliscando e machucando meu mamilo, espalmando e o esfregando também sem permissão. E ele continuava me humilhando, me tratando como uma vadia:
- Quanta punheta eu bati para você, sua cavala gostosa! Agora minha pica tá fodendo e alargando tua buceta! Hummm... que tesão! Vou meter até esporrar tudo dentro de você! Isso... mexe mais esse bundão... mexe, madame rabuda!
Ele continuou me comendo por um bom tempo, eu tentando lutar também contra minha vontade e meus primitivos instintos de fêmea, e que me forçavam a manter minha bunda empinada, me protegendo da dor com as pernas entreabertas até onde a calcinha enroscada em meus joelhos permita. Eu em um rebolado discreto que pretendia ser de fuga, mas que tinha um fundo inconsciente de entrega, e que me atenuava o incômodo e o meu sofrimento naquela cama.
Então ele se afastou por um momento, soltando meus peitos e se erguendo para dar alguma distância entre seu corpo e o meu; mais precisamente a exata distância do tamanho do seu pau. Um pau grosso que saiu melado de dentro da minha boceta, sendo por ele esfregado apenas um pouco acima, bem na entrada do meu ânus, e me levando, aí sim, ao completo desespero. Meu buraquinho mais íntimo e apertado, até então respeitado e preservado por meu amado esposo, e que agora se mordia antevendo a inevitável defloração que se seguiria. A sensação que eu sentira com minha boceta arreganhada pela saída daquele membro enorme já me antecipava a dor excruciante que teria ao ser também sodomizada.
O homem desconhecido encontrou rápido a posição certa, mirando a cabeça na entrada do meu cuzinho, e forçando minha parca e insuficiente resistência com ajuda dos dedos que me expunham para ele. Logo meu anel não resistiu, e se abriu o mínimo suficiente para não mais impedi-lo de romper minhas preguinhas de mulher honrada, invadindo e rasgando meu reto adentro ao soltar todo o peso do corpo contra mim. Mordi desesperada o tecido do travesseiro, a dor daquele estupro sendo atenuada apenas pelo melado que ele carregara da minha boceta; e que se misturava ao mínimo dos sucos daquela parte do meu corpo. Sentia-me tendo o canal do meu traseiro carnudo sendo alargado à força, arrancando-me gritos sufocados de angústia e sofrimento, a cada tranco que era submetida. Aquele macho bruto estava me currando enquanto suava em bicas sobre mim, fazendo os nossos cheiros de um sexo violento e sujo se espalharem pelo quarto todo:
- Ah, que cuzinho quente e apertado você tem, dona Helena! Ssghnn... Hummm... Como é bom comer o rabo de uma mulher casada. Ahhh, que delícia!!!
Ele sussurrava isso tudo, e mais outras tantas humilhações no meu ouvido, enquanto me beijava e lambia o meu rosto de forma asquerosa. Sua mão ainda estava em minha boca, tapando também alguns escondidos gritinhos e gemidos de prazer, que substituíram os esperados pedidos de socorro que eu ainda pudesse querer dar. Sua estocadas se aceleraram, eu escutando os choques de seu ventre se arremetendo contra minhas ancas enquanto sentia seu pau me fazendo arder o anel do cuzinho recém deflorado. Isso tudo até que ele urrou mais alto, e cravando os dedos dolorosamente em meu seio, gozou fartamente dentro da minha bunda, seu esperma quente me inundando em vários jatos no reto usado e abusado do jeito que ele quis.
Acordei assustada e perdida em meu quarto, sentindo meu coração disparado enquanto me erguia rápido me sentando na cama, toda suada, e tentando me reencontrar. Faltava-me o ar, e eu respirava fundo, vendo o arfar do meu peito na fraca meia-luz que entrava pelas frestas da veneziana fechada. Temendo o pior, conferi agoniada que meu marido dormia ao meu lado, finalmente entendendo ter sido tudo aquilo apenas um terrível, mas realístico pesadelo. Controlando meus medos, tratei, então, de beber o copo d’água que deixara na mesinha de cabeceira, os grandes goles me ajudando a voltar aos poucos ao normal. Depois de algum tempo tornei a me cobrir, procurando a segurança no corpo de Geraldo para o abraçar com ternura. Ainda fiquei ali o olhando dormindo junto a mim, antes que eu conseguisse novamente fechar os olhos em busca do meu sono. Sono esse que veio acompanhado de uma sensação gostosa, mas vergonhosa, entre minhas pernas, com minha boceta completamente molhada me causando alguns tremores, num desejo estranho que abriu um inexplicável sorriso maroto em meu rosto, a última recordação que tive daquela noite.
#Quinta-feira
O dia amanheceu lindo, anunciado pela forte luz do sol iluminando o banheiro onde eu tomava meu banho em preparação para as tarefas de rotina. Enquanto eu me ensaboava e me enxaguava, vinham-me as lembranças marcantes do pesadelo da noite anterior, e que tão fortemente interrompera meu sono. Não era algo comum eu me lembrar de sonhos, mas aquele me marcou por toda a circunstância e forma como me assustou, deixando-me abalada e com sensações em meu corpo que ali no box ainda estavam presentes. De qualquer forma, terminei aos poucos relevando o ocorrido. E, minutos depois, estava arrumando a mesa para o café da manhã com Cidinha, aguardando os demais descerem e se juntarem a nós.
O final de semana se aproximava e tínhamos planos que precisavam ser conversados. Eu e Geraldo com uma festa de caridade no Clube de Regatas, onde muitos de nossos amigos estariam presentes. E eu sabia que minha filha também tinha compromissos marcados, em especial o do aniversário de uma de suas melhores amigas:
- Soninha, filha, é nesse final de semana a festa da Lucinha? - perguntei a ela, em meio às conversas sobre os planos de todos.
- Sim, mãe. Vai ser no sábado, mas a Lucinha não sabe de nada. Estão todos preparando uma surpresa para ela.
- Muito bem. Então temos que ir ao centro da cidade comprar um presente para ela, certo? Que tal fazermos hoje, depois que você retornar do colégio?
- Está ótimo, mãe! Ah! Podemos depois passar lá no seu consultório, pai? Quem sabe voltamos todos juntos e paramos antes naquela doceria lá na Praça da República... que tal? - Soninha, jogando seu charme, tentava não perder a chance de saborear os doces daquele lugar que tando apreciava.
- Ei! E eu, como fico? Vão me deixar de fora? - Juninho reclamava, percebendo que não fora incluído nos planos da irmã.
- Bom, se você quiser ir conosco e ficar nos acompanhando de loja em loja, tudo bem. Mas não queremos cara amarrada e reclamações por estarmos demorando, ok? - Soninha estava ficando cada vez mais esperta nessas negociações, e quase não consegui segurar um sorriso ao perceber sua estratégia.
- Ah... bom... deixa então! Mas pelo menos vocês podem me trazer uns brigadeiros, por favor? - Juninho se resignara, ante o risco de ter que nos seguir por uma infinidade de lojas de departamento.
- Combinado, maninho! Não vamos nos esquecer de você! - E Soninha deu-lhe um beijo carinhoso na cabeça, já se levantando para sair, sorrindo e piscando-me o olho em cumplicidade.
- Bom, também tenho que ir, que as consultas começam cedo hoje. Juízo crianças, e espero vocês duas lá no consultório ao final da tarde - e Geraldo também partiu, deixando um beijo carinhoso em meus lábios, seguido de um caloroso afago em meus ombros e braços.
Logo depois disso, foi Juninho quem disparou correndo para a escola, se juntando aos amigos que vinham, como todos os dias, caminhando pela rua de casa. Cidinha e eu, então, nos encarregamos de arrumar a mesa, lavando e guardando a louça usada no café da manhã. Era dia de mercado, quando comprávamos os itens para passarmos o final de semana, conferindo a lista antes de sairmos para a rua.
Repetimos o mesmo ritual de sempre, indo ambas para a “Mercearia do Português” fazer as compras de rotina. Lá chegando, o dono, Luiz, sempre se prontificava a nos auxiliar na escolha dos itens, recomendando o que era mais fresco ou mostrando alguma novidade. Cidinha se encarregava da maior parte das coisas, sendo acompanhada por Guto, o mocinho que o ajudava no estabelecimento.
- Dona Helena, que prazer tê-la por aqui. Está tudo bem em casa? Seus filhos, os vejo por vezes, já tão crescidos… a Sônia mulher feita, não? Linda como a mãe! E o Juninho? Anda bem nos estudos?
- Ah Luiz, felizmente todos muito bem. O tempo passa rápido e quando vemos os filhos já cresceram e nem percebemos, não é mesmo?
- É verdade, dona Helena! O relógio não para, e temos que aproveitar como pudermos o presente!
Seguimos com nossa conversa comentando sobre notícias e outras amenidades, até que Cidinha se juntou a nós trazendo os itens de sua lista. Luiz continuava jogando-me seus galanteios inocentes, aos quais eu respondia com educados sorrisos, impondo claramente limites que tinha certeza de que ele adoraria ultrapassar. Um joguinho gostoso, sem nenhuma intenção ou consequência, mas que eu apreciava por, de alguma forma, me certificar que meu poder de sedução ainda marcava pontos entre os homens.
Saímos, finalmente, acompanhadas por eles até as portas da mercearia, ambos o justificando por nos levar as sacolas e para um último questionamento se não precisávamos mesmo de ajuda para carregá-las até nossa casa. Negamos, eu e Cidinha conseguindo muito bem dar conta de alguns pares de sacolas naquele curto trajeto.
Fomos, então, caminhando pelo quarteirão à nossa frente, conversando amenidades, mas sentindo em nossas costas o peso do olhar de cobiça masculino daqueles dois comerciantes. Reparei como Cidinha caminhava com um rebolado claramente um pouco mais exagerado que o seu requebrado natural; algo que acabou me contaminando e me levando a instintivamente também empinar meu bumbum além do meu natural naquela curta caminhada. Dobrando a esquina, pude confirmar, pelo canto do olho, que Luiz e Guto ainda continuavam nos observando do lugar onde os deixamos, o que foi também percebido por Cidinha, que disparou assim que saímos da vista dos dois:
- Ah, esses homens! Não resistem a uns belos traseiros, não é dona Helena? - e caímos as duas na gargalhada, rindo muito daquela situação, e que me causara uma gostosa e saudável excitação adolescente.
Chegamos pouco depois em nossa casa e tratamos logo de guardar as compras, com Cidinha após isso passando a preparar o almoço e seguindo com outras tarefas domésticas. Eu tinha um bom tempo disponível antes dos meus afazeres, de forma que peguei o telefone e liguei para Catinha, minha amiga.
Eu estava, desde o começo da semana, às voltas com um problema familiar, decorrente de um impasse numa venda de um pedaço de terra no interior, e que estava envolvido num inventário mal elaborado do meu falecido avô. Minha mãe, além de outros tios e primos meus, queriam resolver isso assim que possível, e fiquei incumbida de procurar uma assistência jurídica entre meus conhecidos para encaminharmos a revisão do processo. Por esse motivo lembrei-me de Henrique, que sabia ser advogado, e fazendo parte de nosso círculo de amigos, seria também alguém de confiança para o trabalho. Eu não tinha, contudo, o número de telefone do escritório dele, algo que certamente Catinha saberia me informar por ter mais proximidade com a esposa de Henrique.
Após colocarmos nossas fofocas em dia, consegui levar a conversa para o assunto que me preocupava, pedindo então a ela o contato de Henrique para que pudesse ligar para ele. Tive, então, que escutar insinuações dela, zombando e brincando com meu pedido:
- Hummm, sei... problema de família, Leninha? Aposto que você pensou no Henrique foi com outras intenções. Confessa, vai!
- Imagina, Catinha! Mas que coisa, menina, você só vê maldade em tudo? Nossa!!!
- Ah, você sabe que desconfio mesmo. E, cá entre nós, o Doutor Henrique de Moraes Mendonça é um belo partido, você há de concordar!
- Sim, é um homem muito bonito, mas também muito bem-casado. E com sua amiga Maria Cecília, se é que você se lembra, não é mesmo, amiga?
- Rsrsrs. Eu sei, eu sei... mas isso nem seria problema, sabe? - e suspirou de forma exagerada.
— Catinha! Sua sem-vergonha! Rsrsrs
Apesar das brincadeiras, eu sabia que ela não estava mentido, pois Henrique era mesmo um homem desejável, para dizer o mínimo. Culto, charmoso, bonito e bem-sucedido, encantava a todas as mulheres com seu jeito atencioso e sempre presente para conversas agradáveis. Além disso era muito sexy, seu corpo com “interessantes” formas atléticas, que, em diferentes oportunidades, já atraíra os olhares de quase todas as mulheres do nosso círculo de amigas.
De qualquer forma, Catinha terminou, finalmente, por me passar o número do escritório dele. E eu me programei para ligar para ele no período da tarde, quando estaria mais tranquila e poderia expor meu problema com o terreno da família. Henrique certamente saberia como conduzir toda a questão, sendo ele um competente e já reconhecido advogado que vinha trilhando o mesmo caminho do pai, um jurista famoso nos tribunais e fóruns de São Paulo. Assim, guardei o número e segui de volta para ajudar Cidinha, aguardando o horário em que as crianças retornariam para casa.
O almoço naquele dia foi como o de outros dias de semana, com Juninho chegando e precisando ser convencido com muita insistência para tomar banho antes de se juntar a nós na mesa. Soninha também retornou do colégio, e, apesar da ausência de Geraldo, que almoçaria próximo de seu trabalho, fizemos todos uma típica refeição familiar.
Tudo como esperado, se não fosse pela reprimenda que tive que dar em Juninho na forma de um olhar severo quando o peguei olhando de forma mais que indiscreta para Cidinha, ela desatenta e inclinada para pegar uma sobremesa na geladeira; posição em que seu bumbum ficou todo realçado, com a minissaia subindo um pouco além do esperado e dando-lhe uma visão privilegiada das coxas e até mesmo de um relance da pequena calcinha que a menina usava. Juninho ficou vermelho como um pimentão e baixou o cabeça ante meu olhar severo, para diversão de Soninha que a tudo assistia em silêncio. Eu sabia e percebia que meu pequeno garoto crescia rápido, e não podia mais negar que ele deixara a idade de menino para trás, entrando na difícil fase de adolescente. Fazendo-me pensar nas conversas que teria que ter com Geraldo mais tarde, para melhor encaminharmos sua educação.
Terminado o almoço, Juninho saiu para se encontrar com os colegas, com a promessa de logo retornar para fazer as tarefas da escola. Cidinha também tinha alguns compromissos particulares, e assim que terminamos de arrumar a cozinha, ela partiu de casa. Eu me acomodei sozinha em nossa sala de estar, aguardando Soninha se arrumar para irmos às compras no centro da cidade, conforme havíamos combinado pela manhã. Conhecendo as vaidades de minha filha, sabia que teria tempo de sobra para ligar para Henrique, e assim dar algum andamento ao meu problema.
Fui atendida por sua secretária, que pediu um tempo para verificar a disponibilidade dele em me atender, retornando a seguir para transferir a ligação para sua sala particular. Assim que ele me atendeu, escutei sua voz com seu conhecido jeito atencioso, sempre com muita educação e interesse:
- Helena, que surpresa agradável! Como estão todos? Geraldo e as crianças?
- Ah, Henrique! Está tudo bem conosco. Geraldo no trabalho e as crianças bem menos crianças. Rsrsrs. E Cecília? Estou devendo uma visita a ela! Diga-lhe que não me esqueci, por favor...
— Pode deixar, eu aviso ela. Essa semana foi corrida, pois o Miguelzinho não estava muito bem, mas felizmente já melhorou.
Lembrei-me de eles também serem pais de um casal de filhos, mas mais novos do que os meus. Henrique tinha mais ou menos a minha idade, ou seja, algo entre 35 e 40 anos, ao passo que sua linda esposa estava na faixa dos 25 anos, se não estava enganada.
Após quebrarmos o gelo com amenidades, eu lhe expliquei o assunto que me levara a procurar seus serviços profissionais. Ele me escutou com atenção, perguntando mais detalhes sobre o problema, ao que recorri consultando os papéis que havia organizado com minha mãe e tios. A discussão sobre o processo e ações necessárias para revertê-lo não foi longa, com Henrique me tranquilizando que era algo simples, porém trabalhoso de ser corrigido. Que necessitaria de mais detalhes, mas estava à minha disposição para resolver tudo para nós. E precisaria ler e analisar todos os papéis e documentos que eu tinha sobre aquilo, para que ele efetivamente pudesse iniciar os trabalhos.
Nossa conversa, depois disso, prosseguiu por outros assuntos relacionados a nossos amigos em comum. Ele brincava comigo e comentava certas indiscrições, mas de uma forma tão natural e divertida que foi me deixando mais e mais à vontade. Quando percebi, eu estava completamente relaxada no sofá de casa, já tendo retirado meus sapatos de salto e sentado confortavelmente com as pernas dobradas, me sentindo envolvida pelas histórias dele. Como uma boba, eu achava graça de tudo que ele me confidenciava, enquanto mexia distraída nas contas do meu colar. A conversa foi ficando animada, e quando me dei conta, já havia até mesmo soltado dois botões da parte de cima da minha blusa, me surpreendendo quando me peguei inconscientemente acarinhando com os dedos a parte do colo entre meus seios e brincando com o elástico do meu sutiã.
Despertei assustada daquele envolvimento inesperado, e totalmente reprovável para uma mulher casada, no exato instante em que escutei Soninha abrindo a porta de seu quarto e descendo cantarolando pela escada em direção ao andar de baixo de nossa casa. Um tanto afobada, tratei de me recompor fechando rapidamente aqueles botões de minha blusa, ao mesmo tempo em que voltava a me sentar comportada no sofá, encaminhando o final de nossa conversa:
- Bom, Henrique. Adorei nossa conversa, mas preciso sair agora, tenho um compromisso com a Soninha. Antes, contudo, gostaria de saber também sobre seus honorários. Nem vi o tempo passar, mas ficamos um bom tempo conversando hoje. Sei como você é um profissional sério e gabaritado, e me preocupa o valor... - nem consegui terminar a frase, com ele se antecipando e me interrompendo.
- Helena, querida. Não poderia nunca cobrar nada de vocês. Será um prazer poder ajudar sua família nessa pequena causa.
- Imagine, Henrique. Eu faço questão de pagar por tudo, não acho certo ficarmos dessa forma.
- Façamos assim, então. Marcamos para amanhã você me trazer aqui toda a papelada para uma análise mais detalhada e assim discutirmos o assunto. Pode ser? Você teria disponibilidade, Helena?
- Sim, Henrique. Amanhã está perfeito para mim! - ele verificou na agenda e encontrou um horário vago, me passando depois o endereço que anotei em minha agenda.
- Combinado, então? No seu escritório amanhã, 15:00 em ponto?
- Isso mesmo, confirmado. Até amanhã, Helena. Bom passeio!
- Até Henrique. Obrigada e um beijo!
Fiquei surpresa comigo mesma, por algo não pensado e que dificilmente faço de mandar beijos para outros. Só mesmo com minhas amigas, mas nunca para homens. Onde eu estava com a cabeça? Terminei desligando o telefone um tanto afetada pela conversa, com Soninha já entrando pela sala e me apressando para irmos às compras. Calcei novamente meus sapatos, e me arrumei rapidamente para podermos sair.
Seguimos o planejado, indo de táxi para o centro da cidade onde passamos a tarde procurando um presente ideal para Lucinha, e acabando por escolher uma bolsa linda que Soninha teve certeza que seria do gosto da amiga. Aproveitamos mais um tempo para vermos novidades em algumas lojas antes de nos juntarmos a Geraldo em seu consultório, próximo já do final do dia. Terminamos, então, por retornar para casa junto com ele, trazendo no carro algumas bandejinhas de doces também para Juninho e Cidinha, e que se esgotaram em minutos como sobremesa de nosso jantar.
Naquela noite, após subirmos e nos recolhermos em nossos quartos, eu demorei um pouco além do normal em meu banho. As tantas pequenas, mas para mim, significantes sensações do dia pareciam ter se acumulado em meu corpo, que se arrepiava sensível a meus próprios toques enquanto eu me banhava. Sentia minha pele quente em contraste com a água mais fria do chuveiro, com minhas mãos provocando uma tensão ainda maior ao me ensaboar por inteira. Meus seios chegavam a doer de tão túrgidos que estavam, eu podendo sentir os bicos enormes e endurecidos. O mesmo acontecia quando chegava em minhas reentrâncias, minha fenda misturando a umidade interna abundante com a água que caia do chuveiro.
Eu queria e precisava de meu homem naquela noite, para ele poder aplacar toda aquela ansiedade e excitação que estavam me queimando por dentro. E foi pensando nisso que me preparei, escolhendo uma camisola mais fina e especial, algo que me mostrasse praticamente nua para ele, despertando-lhe o desejo por mim, para me querer naquela noite. Tinha que o seduzir de alguma forma, pois do contrário certamente não dormiria ou terminaria por ficar louca na cama, consumida por meu veneno.
Nosso relacionamento na cama houvera progredido nos últimos tempos, se comparado ao período inicial do casamento. Contudo, Geraldo ainda se mostrava contido em seu modo de ser, sempre pragmático e conservador. Seu amor presente, mas respeitador, tomando-me em seus braços com ternura, mas de uma forma mecânica e distante. O ritual se mantinha, cabendo sempre a ele me procurar quando de posse de seu desejo. E eu me mantinha submissa a isso, preocupada em me entregar com decência a sua virilidade, sentindo, mas escondendo minha verdadeira excitação de mulher.
Imbuída do meu objetivo, mas consciente das regras implícitas de nossa relação, eu desfilava pelo quarto com as transparências de minha pequena camisola trabalhando em meu favor. Sentia o olhar dele, já deitado na cama, para cima de mim; eu caminhando de um lado para o outro com a desculpa de pegar ou guardar algo nas gavetas e nos armários de roupas. E fazia isso ao mesmo tempo em que lhe proporcionava ângulos sensuais de meu corpo. Movimentos onde ele podia claramente admirar meus largos quadris empinados, a calcinha menor, mas ainda descente entrando levemente por trás em meu bumbum. Fazendo-lhe antever contra a luz, o volume de meus grandes seios cobertos pelo tecido fino da camisola, e que nada escondia dos mamilos endurecidos e apontados convidativos para ele; expondo-me mais ainda ao ficar de frente para ele enquanto lhe dirigia a palavra por qualquer assunto bobo que me viesse à mente.
Terminei "minha dança do acasalamento" após me pentear caprichosamente, indo me deitar junto a Geraldo e me cobrindo timidamente com o lençol; isso depois de ter lhe dado um gostoso beijo na boca enquanto acariciava seus cabelos e me declarava mais uma vez a ele:
— Eu te amo, meu amor!
Aquela fora minha última cartada, o lance final que em outros momentos havia funcionado a contento. Era minha esperança de que também naquela noite ele sentisse o quanto eu o queria, e acabasse me desejando da mesma forma. Torturantes minutos, que me pareceram horas, se passaram até que senti Geraldo se movendo para o meu lado. Sua mão foi subindo por minha barriga e indo soltar o laço da minha camisola, abrindo-a para deixar meus volumosos seios totalmente expostos. Eu já respirava fundo e meio descompassada, dando-lhe um sorriso quando ele me deu a ordem que confirmava nosso desejo:
- Tira!
Nem bem escutei isso e prontamente retirei minhas calcinhas, enquanto já tinha sua boca me sugando e mamando os peitos, ao mesmo tempo em que eu abria completamente as pernas em sinal de entrega a ele, mesmo com o lençol ainda cobrindo parte de nossa nudez. Senti, então, o movimento seguinte dele indo se colocar sobre mim e abaixando parcialmente a calça do pijama. Minha umidade abundava escorrendo de dentro de mim, o que fez com que seu membro já plenamente rígido me penetrasse sem nenhuma dificuldade, por mais que sua grossura avantajada forçasse minha abertura por completo. Eu o queria muito naquela noite, notando como minha boceta pulsava e mordia o seu pau mais que o normal, enquanto o abraçava com as pernas no entorno do seu tronco para receber suas investidas.
Meu marido me comia com a esperada atitude e competência de um homem, com seu corpo sobre o meu e ele arfando com o rosto colado ao meu; me possuindo em movimentos firmes, porém lentos e cuidadosos. Eu o abraçava e acariciava, alguns de meus dedos enroscados em seus cabelos e com minha outra mão em suas costas, descendo por sua cintura e acompanhando seu balançar sobre e dentro de mim. Concentrava meus pensamentos nele, querendo lhe proporcionar o prazer esperado que uma mulher deveria dar a seu homem. Contudo, naquela noite, eu ainda ansiava por mais; por algo que desconhecia e imaginava ser um ardor a mais de parte dele. Queria que ele perdesse o controle ao menos uma vez e, de fato, me fodesse sem mais nenhum limite ou respeito, algo quase na forma como tivera em meu sonho da noite anterior, sendo abusada e violada, verdadeiramente sendo usada para isso.
Mas não foi bem o que aconteceu... Pois antes mesmo que eu vislumbrasse algo próximo dos tímidos orgasmos que poucas vezes sentira até ali, eu o percebi gozando em mim, depositando-me todo seu amor na forma dos jorros disparados dentro de minha boceta. Seu corpo foi, então, relaxando ainda em cima do meu, o membro antes viril e grande, encolhendo-se aos poucos até ele se retirar de mim e me dar um beijo carinhoso, dizendo o quanto me amava. Um sorriso encabulado foi o que consegui lhe mostrar em retribuição àquele ato final dele. Sorriso que também escondia minha frustração, enquanto eu buscava me recompor, vestindo a calcinha e fechando minhas pernas ao me deitar de ladinho e de costas para Geraldo, ainda sentindo o calor do esperma dele me aquecendo por dentro.
Pouco tempo depois, com a luz de nosso quarto já apagada, eu escutava a respiração tranquila dele dormindo, ao passo em que eu me via angustiada e confusa, sem saber o que pensar. Perdida, eu me questionava se eu seria o problema, meditando onde estaria falhando, ou mesmo se eu errava ao querer mais do que apenas aquele sexo frio e sem graça. Nós dois funcionávamos como casal, como pais, companheiros e amigos. Eu sentia o amor dele por mim, assim como também o amava intensamente. Mas havia uma distância enorme e aparentemente intransponível entre esse amor angelical e a paixão que eu queria dele na cama.
A verdade é que eu não suportava mais aquela moralidade puritana e hipócrita que parecia nos controlar e oprimir. Obrigando e cobrando-nos um comportamento de recato e obediência que massacrava nossa personalidade e castrava nosso prazer. Não, eu também merecia viver na intimidade algo mais do que o papel de uma esposa pura e carinhosa. Eu necessitava ardentemente que meu marido também me visse e me tratasse como sua amante de fato; e com todo o desejo e ardor que eu sabia estarem ali escondidos e adormecidos em algum lugar dentro de nós. Algo que eu merecia encontrar!