Acasos #6

Da série Acasos
Um conto erótico de Keyla
Categoria: Homossexual
Contém 2145 palavras
Data: 09/11/2023 16:32:55
Última revisão: 28/12/2024 23:56:47

Keyla:

Eu saí dali daquela casa revoltada com tudo que fiquei sabendo. Eu já devia saber que meu pai não tinha feito nada do que minha mãe falou. Fiquei com raiva dele durante meses, sem ele merecer. Minha mãe não podia ter feito isso. Eu nem o encontrei vivo para esclarecer tudo. Quanto mais eu pensava, mais raiva me dava.

Não demorei muito até chegar em casa. Meu pai tinha comprado uma casa próxima, já que ele disse desde o início que não iria morar longe de mim, e realmente ele fez o que falou. As casas ficavam relativamente perto uma da outra, uns 5 minutos andando, mais ou menos.

Cheguei e minha mãe estava na sala com seu namorado. Ela não me viu entrar, aproveitei e fui ao seu quarto pegar as coisas que estavam com meu pai no momento da sua morte. Fui ao meu quarto, peguei meu antigo celular e comecei a fazer minhas malas. Peguei o que era mais necessário; depois eu pegaria o resto.

Nem deu muito trabalho arrumar minha mala, já que eu nem tinha desmanchado ela toda depois que cheguei de viagem. Só coloquei mais algumas roupas, peguei uma mochila e coloquei meus objetos pessoais, e saí.

Fui direto à cozinha e peguei a chave do carro, mas infelizmente esbarrei em um copo de alumínio que estava em cima da mesa. O barulho dele quando caiu no chão chamou a atenção da minha mãe. Quando saí para ir à porta de saída, ela me viu.

Mãe— Onde você pensa que vai com essas malas?

Keyla— Vou para minha nova casa. Aqui eu não fico mais, e vou levar o carro.

Mãe— Você está ficando maluca? O que deu em você?

Keyla— Eu descobri a verdade: que a minha própria mãe me roubou e inventou um monte de mentiras sobre o meu pai. Eu sei de toda a verdade, mãe.

Mãe— Eu não fiz nada disso! Quem inventou isso? Aquela vagabunda que estava com seu pai?

Keyla— Primeiro, que ela não é vagabunda. Segundo, que ela morava na mesma casa que meu pai, mas não no mesmo quarto. Eles nunca tiveram nada, então para de tentar encobrir suas mentiras com mais mentiras, mãe. Eu sei de tudo.

Peguei os comprovantes dos depósitos e joguei em cima dela. Quando viu, ela se assustou; não tinha mais como ela mentir.

Mãe— Filha, se acalma, vamos conversar.

Keyla— Não temos nada o que conversar, mãe. A senhora mentiu para mim, roubou meu dinheiro e aposto que deu para esse projeto de cafetão que você chama de namorado. Quero ver quanto tempo ele vai continuar com você, já que você não tem mais dinheiro para dar para ele. E, graças à sua falta de responsabilidade, você nem correu atrás de passar a casa e o carro para o seu nome quando se separou do meu pai, então essa casa e o carro são meus. Vou levar o carro para repor o que você me roubou e só não vou pôr a senhora na rua porque, apesar de tudo, você ainda é minha mãe.

Nessa hora, o namorado da minha mãe chegou, dando uma de machão onde estávamos, mas eu xinguei ele de tudo quanto é nome e falei que, se ele encostasse um dedo em mim, eu ia contar para os amigos do meu pai da polícia, e eles iam adorar saber disso. Ele murchou na hora. Minha mãe fingiu um desmaio e eu só virei as costas e saí.

Assim que saí dali, não consegui segurar o choro. Como minha mãe foi capaz de fazer isso comigo?! Era muita coisa para minha cabeça. Eu só queria o abraço do meu pai naquele momento, mas infelizmente eu nunca mais ia ter isso nessa vida.

Respirei fundo e fui até o carro, coloquei as malas dentro, abri o portão da garagem e saí. Nem me dei o trabalho de voltar para fechar o portão; eu só queria sair dali naquele momento.

Quando cheguei na casa do meu pai, parei o carro e saí só com a mochila. Abri a porta e ouvi a TV. Fui à sala e Patrícia estava deitada no sofá. Quando fui chamá-la, notei que ela estava dormindo. Deixei a mochila no chão e voltei para pegar minha mala. Resolvi guardar o carro. Não tinha garagem coberta, mas tinha um portão maior e um local que provavelmente era para ser uma garagem. Era um lugar todo cimentado, e o meio-fio era baixo para entrar com o carro. Voltei à porta da cozinha, peguei o chaveiro que estava na porta, fui ao portão e testei as chaves; uma serviu. Abri o portão e guardei o carro, tranquei o portão, peguei minha mala e tranquei o carro.

Quando entrei, coloquei minha mala no quarto que provavelmente era o que a Patrícia ficava. Eu não iria conseguir dormir sozinha no quarto que era do meu pai; eu preferi evitar entrar nele por enquanto.

Voltei à sala e Patrícia ainda dormia. Comecei a olhar ela dormindo; ela era uma loira bem bonita, mais alta do que eu, provavelmente 1,78 de altura, corpo bonito, apesar de estar meio magra. Cabelo loiro, longo e liso, e apesar de não poder ver naquele momento, eu já tinha visto os belos olhos azuis que ela tinha.

Não sei quanto tempo fiquei ali olhando aquela bela mulher dormir, mas de repente ela abriu os olhos e, acho que percebeu que eu estava ali, babando, porque deu um sorriso tímido quando me viu e seu rosto ficou vermelho, provavelmente de vergonha da minha cara de boba que eu estava no momento. Eu me recompus rápido e sorri.

Keyla— Desculpe, eu não queria te acordar.

Patrícia— Tudo bem, nem era para eu estar dormindo. Você está bem?

Keyla— Não, nem um pouco, mas vou ficar. Não se preocupe.

Patrícia— Sinto muito. Posso fazer algo para te ajudar?

Keyla— Você poderia me dar um abraço?

Eu não a conhecia direito, mas estava precisando muito de um abraço e simplesmente pedi. Ela se levantou e veio até mim e me abraçou. Eu não consegui segurar o choro, e não foi qualquer choro; eu chorei muito abraçada ali com ela. Ficamos ali naquele abraço um bom tempo. Quando fui me acalmando, ela me puxou até o sofá, sentou no canto e colocou uma perna em cima do sofá, batendo a mão me pedindo para sentar entre suas pernas. Eu nem questionei; sentei de costas para ela, coloquei as pernas em cima do sofá e escorei minhas costas no seu corpo. Ela me abraçou com um braço e ficou fazendo carinho no meu cabelo com a outra mão. Eu me senti segura ali com ela e escorei minha cabeça no seu peito.

Estava exausta, tanto fisicamente quanto psicologicamente. Não sei quando, mas eu dormi nos braços dela. Acordei com ela me chamando.

Patrícia— Desculpe te acordar, mas está ficando tarde e eu preciso ir. Já está escurecendo.

Keyla— Desculpe, eu nem vi quando apaguei.

Patrícia— Tudo bem, acho que estamos com algumas horas de sono atrasadas. Sei bem como é isso.

Keyla— Você tem mesmo que ir?

Patrícia— Bom, você pediu para eu sair da casa, então preciso ir antes que fique muito tarde.

Keyla— Mas você tem que ir hoje? Não pode deixar para ir amanhã?

Patrícia— Sim, posso. Eu só falei porque achei que queria que eu fosse hoje mesmo.

Keyla— Dorme aqui hoje, por favor. Eu não queria ficar sozinha.

Patrícia— Tem certeza disso? Não quero atrapalhar.

Keyla— Você não vai atrapalhar; você vai me fazer companhia. Amanhã você pode ir, ou melhor, eu levo você de carro.

Patrícia— Tudo bem, eu fico, mas não precisa me levar não. Está tudo bem.

Eu me levantei e agradeci a ela por aceitar ficar ali comigo aquela noite. Eu não sabia por que, mas me sentia segura com ela; parecia que sua presença me acalmava. Além disso, ela foi muito carinhosa comigo, provavelmente era de confiança, já que meu pai confiava nela, e isso era raro vindo dele.

Perguntei a ela se tinha como fazer uma janta para nós duas porque eu estava com muita fome e ela disse que sim, que iria fazer algo para nós duas comer. Quando ela levantou, olhou na minha mochila e perguntou se eu iria morar ali agora. Eu disse que sim, que não tinha como ficar na casa com minha mãe depois de tudo que aconteceu.

Ela só sorriu e seguiu para a cozinha. Eu peguei minha mochila e fui para o quarto, peguei uma toalha e minhas coisas para tomar um banho. Eu realmente estava precisando muito de um banho. Quando saí, me senti bem melhor. Fui ao quarto e vesti uma roupa bem leve e fui para a cozinha. Quando cheguei, ela me olhou de cima a baixo; acho que foi meio que involuntário, mas ela deu uma mordida nos lábios e ali eu percebi que, assim como eu, ela gostava de garotas. Mas não falei nada. Fui até ela e perguntei se podia ajudar em algo. Ela disse que estava quase tudo pronto e só pediu para eu desligar o fogo da panela de pressão depois de 15 minutos, que ela iria tomar um banho rápido.

Eu marquei a hora e ela foi para o banho. Aproveitei e coloquei as louças na mesa e fiquei esperando dar a hora de desligar o fogo. Vi que ela tinha feito arroz, feijão, macarrão com massa e, provavelmente, naquela panela tinha carne pelo cheiro que vinha dela. Quando deu o tempo, desliguei o fogo e, depois de uns 10 minutos, ela apareceu. Nossa, acho que dessa vez eu que mordi os lábios; ela estava com uma roupa simples, mas estava linda.

A gente jantou quase que em silêncio, mas meio que ficamos trocando olhares e sorrisos bobos uma para a outra. Quando terminamos, fiz questão de lavar as louças, já que ela tinha feito a janta.

Quando terminei, ela estava arrumando alguma coisa no sofá, então imaginei que ela pensava em dormir ali.

Keyla— O que está fazendo?

Patrícia— Vou dormir aqui. Vi suas malas no quarto e imaginei que você vai dormir lá e não vou dormir na cama do seu pai. Não tive coragem de entrar lá ainda, então vou dormir aqui.

Keyla— Nada disso! Você vai dormir na sua cama.

Patrícia— E você vai dormir onde?

Keyla— Não tem outro colchão aqui para a gente pôr no chão no seu quarto?

Patrícia— Até tem, mas está na cama do seu pai.

Keyla— Será que você não poderia pegar ele? Eu durmo nele sem problemas, só não quero dormir lá naquele quarto sozinha, por favor.

Patrícia— Tudo bem, eu pego.

Eu fui para o quarto e ela foi pegar o colchão. Logo ela chegou e colocou ele no chão, pegou um lençol no guarda-roupa e colocou nele, pegou um dos travesseiros que estava em cima da cama que ela dormia e jogou em cima do colchão no chão, pegou as coisas de estudos dela e colocou em um canto no chão mesmo e foi deitar no colchão no chão. Eu ali, só olhando ela.

Keyla— Deita na sua cama, eu durmo no chão.

Patrícia— Nada disso! Pode dormir na cama que eu durmo no chão.

Keyla— Nada disso! Eu disse que ia dormir no chão; pode ir para sua cama.

Patrícia— Não, a casa é sua, a cama também. Eu durmo no chão.

Vi que aquela discussão não ia levar a lugar algum, então fiz o que devia fazerň peguei o colchão da cama e puxei até ele cair no chão. Arrumei ele colado no outro e disse:

Keyla— Pronto, problema resolvido. Nós duas vamos dormir no chão.

Ela só sorriu e se jogou em cima de um dos colchões. Perguntei se podia apagar a luz e ela disse que tudo bem da parte dela. Eu apaguei a luz e me deitei também. Estava calor e usamos dois lençóis para cobrir. Dei boa noite para ela e tentei dormir, mas não consegui.

Depois de um bom tempo, comecei a lembrar do meu pai e me bateu uma tristeza. Chamei por ela baixinho para ver se ela estava acordada e ela respondeu. Virei para o lado dela e fui chegando com o corpo perto dela, pedi para ela deitar de barriga para cima. Ela fez sem falar nada. Eu levantei o corpo e deitei com minha cabeça no seu peito e joguei uma perna em cima dela.

Ela automaticamente me abraçou. Agora sim eu conseguiria dormir, mas antes de fechar os olhos eu disse bem baixinho:

Keyla— Você me faz muito bem. Obrigada por ficar.

Patrícia— Você também me faz bem. Obrigada por me convidar.

Senti seu coração bater acelerado, abri um sorriso discreto e senti que meu coração também estava do mesmo jeito. Assim, eu dormi dentro daquele abraço gostoso.

Continua…

Criação:Forrest_gump

Revisão: Whisper

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 24 estrelas.
Incentive Forrest_gump a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.
Foto de perfil de Forrest_gumpForrest_gumpContos: 391Seguidores: 87Seguindo: 62Mensagem Sou um homem simples que escreve história simples. Estou longe de ser um escritor, escrevo por passa tempo, mas amo isso e faço de coração. ❤️Amo você Juh! ❤️

Comentários

Foto de perfil de Jubs Oliver

Oh mds, q fofinhasssss 🥰

Estarei nas trincheiras pelo meu casal q nem existe ainda 😂

1 0
Foto de perfil genérica

Depois das tristezas que elas passaram, esse encontro das duas foi emocionante. ❤️

1 0
Foto de perfil de rbsm

Delicioso capítulo , essas duas se merecem com todo o amor

2 0
Foto de perfil de Paulo Taxista MG

Eita rsrs sabia que Keyla tbm gostava de meninas, vamos ver se Patrícia finalmente vai ter um momento de paz, e um novo amor pra curar todas as feridas do seu ❤️.

1 0
Foto de perfil de Forrest_gump

Tomara né, se ela sofrer mais um pouco vai bater o recorde da Stella 🤭

1 0
Foto de perfil de Paulo Taxista MG

Vai viu nuuu, bem lembrado mais um pouco quebra o recorde da Stella 😳😁

0 0
Foto de perfil de Forrest_gump

Então 🤷🏻‍♂️ 🤣 🤣 🤣

1 0
Foto de perfil de Paulo Taxista MG

Estou lendo de novo irmãs Ferreira, como e bom rever a história delas.

0 0
Foto de perfil de Forrest_gump

Reli todos esses dias, estava até editando umas coisas, tinha muito erro nos textos, arrumei alguns mas com certeza ainda tem kkk

1 0