O homem que se encaixava perfeitamente em mim

Um conto erótico de Vanessa
Categoria: Heterossexual
Contém 1898 palavras
Data: 17/11/2023 07:52:53
Assuntos: Heterossexual

Eu sentia a latência, era um daqueles dias em que tudo muda de cor, o corpo arde em cada pequeno detalhe. Nos olhares, nas conversas, até nos toques mais despretensiosos. Sempre que isso acontece, que sinto o desejo tomar conta de mim, me lembro de R. e de como era insaciável sua vontade de desvendar cada parte do meu corpo.

Havíamos nos conhecido em um desses aplicativos de namoro, eu não sabia quase nada dele, apenas que trabalhava em um bar perto do meu trabalho e que era uma pessoa doce, muito doce. Seu passado era tão misterioso quanto as fotos que postava no tal app: somente seu rosto diante de uma parede branca, nua.

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A barba grossa, os olhos grandes e a boca sempre cerrada em um meio sorriso. E eu, que começava a me aventurar nesse novo universo após uma longa relação, queria desvendá-lo e queria, junto a ele, desvendar meu corpo, então desacostumado ao toque do outro.

Depois de alguns dias conversando, resolvemos nos ver pessoalmente. Um encontro rápido, um almoço improvisado nas agendas de pessoas com rotinas opostas - eu dia, ele noite.

Logo percebi que R. era um homem de poucas palavras, mas de atenção apurada. Sereno, ele parecia se comunicar não tanto por meio da fala, mas de intenções. Seu olhar era ávido e percorria meu rosto e meu corpo captando cada movimento, cada expressão. Eu falava, ele encarava. Parecia saber exatamente de que forma iríamos saborear um ao outro, e eu me sentia tocada por ele mesmo sentada do outro lado da mesa.

Aquele comportamento me excitou. Como seria encostar meu corpo ao dele? Sentir seu cheiro de perto? Sussurrar em seu ouvido o que eu realmente estava pensando? E ele, como se comportaria? Será que me agarraria de uma só vez ou me faria pungir com lentas provocações? Beijaria meu pescoço até me deixar arrepiada? Percorreria seus lábios pelo meu corpo com a mesma sede estampada em seu olhar?

Sem eu nem me dar conta, minhas pernas se afastavam lentamente por debaixo daquela mesa enquanto conversávamos, como se meu corpo buscasse abrir caminho para o prazer entrar. Eu já mal prestava atenção ao assunto e só conseguia olhar para sua boca, uma vontade urgente e irremediável fervilhando dentro de mim.

Nosso encontro terminou com as sensações tão à flor da pele que pareceu natural que nos beijássemos ali mesmo, na frente do restaurante em horário de expediente, sua mão grossa acariciando minha cintura por dentro da blusa. Um beijo delicioso que me fez corar e umedecer. Meu corpo amolecido de prazer já nem notava mais quem passava por nós, onde estávamos, que horas eram. Um arrepio percorreu minhas coxas, meu ventre, minhas costas, fez cada parte de mim gritar de vontade e desejo, algo que eu já não sentia há um bom tempo.

"Eu preciso vê-lo de novo", era só o que eu conseguia pensar enquanto fingia que trabalhava naquela tarde. Mas vê-lo não era tão simples assim, minha rotina era diurna, ele trabalhava à noite, e só conseguiríamos nos encontrar nessas pequenas brechas dos nossos dias. E por mensagens.

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- "Tá difícil me concentrar no trabalho depois desse encontro”, eu disse.

- “E eu que fiquei com seu cheiro na minha roupa? Golpe baixo

- Seu cheiro ficou em mim também... mas confesso que tô adorando

- Uma pena você ter tido que ir embora. Estava louco para te levar para outro lugar...”

Ouvir aquele áudio foi uma tortura. Acho que nunca desejei tanto alguém na minha vida. Mas eu sabia que não voltaríamos a nos ver tão cedo e, naquele momento, não havia nada que eu pudesse fazer para saciar minha vontade.

Ou quase nada. Cheguei em casa naquela noite e ainda podia sentir meu corpo eletrizado. R. não saía da minha cabeça, e a cena dele me fitando do outro lado da mesa se repetia, me causando arrepios a cada vez.

Entrei no banho e, de repente, minha mente me convenceu de que eram as mãos dele que me tocavam, e não as minhas próprias. Acariciei minha cintura e a lembrança do nosso beijo me fez pulsar. Deslizei uma delas até o meu seio e o toquei com delicadeza até sentir meus mamilos endurecerem. Imaginei que isso também havia acontecido na vida real, ali, no meio da rua - R. definitivamente era do tipo que tocaria meus seios por debaixo da blusa em público.

Sentia meu corpo inteiro excitado, a respiração ofegante. Eu poderia gozar naquele mesmo instante - mas eu não estava com pressa. Queria aproveitar cada sensação daquela crescente excitação, levar meu corpo ao limite. Fui para cama, me deitei e abri bem as pernas. Comecei a passear as pontas dos meus dedos sobre a minha barriga... minhas coxas... minha virilha.

De repente, ouço uma mensagem chegar no celular. Não quis saber quem era, mas achei melhor ativar o modo silencioso para não ter mais interrupções. Foi quando vi na barra de notificações:

- “Saí mais cedo do trabalho. Não parei de pensar em você até agora. Alguma chance de ainda estar acordada?”

Era ele, a estrela da minha fantasia daquela noite. E ali estava eu, pronta para vê-la tornar-se realidade.

Não precisei pensar duas vezes. Respondi o convidando para passar no meu portão, bater um papo. É claro que eu imaginava que a conversa iria terminar dentro do meu apartamento, mas eu estava acesa, queria brincar um pouco.

Vesti uma saia e uma blusa, mas não coloquei calcinha - eu estava molhada e queria continuar daquele jeito. Quando o avistei na rua, ainda movimentada pelos bares da região, ele estava de pé, encostado em seu carro, só esperando eu chegar. Até pretendi cumprimentá-lo e perguntar sobre o resto do seu dia, mas ele não me deu essa chance. Bastou que nossos lábios se encostassem em um selinho para que ele fizesse o que eu realmente queria: me pegar pela cintura e me encostar contra o carro, colocando-se na minha frente. Ele então pressionou seu corpo contra o meu, as mãos apertando suavemente minha cintura, enquanto me beijava intensa, mas lentamente.

Entre um beijo e outro, ele me olhava. Não dizia nada, nem demonstrava qualquer emoção. Apenas observava, atento, e voltava a me devorar.

- “Gosto quando você me olha desse jeito”, eu disse.

- “Quero saber o que você tá pensando, o que tá sentindo”, ele justificou.

Pouco a pouco senti sua mão subindo pelo meu tronco. Os movimentos de R. eram precisos e calculados, não havia nada de afobado sobre eles. A cada centímetro, minha espinha se gelava mais. Enquanto suas palmas abraçavam minhas costas, seus dedões pressionavam minha barriga. Firmes, seguros. Eles subiram até minha costela. Depois subiram um pouco mais, e um pouco mais, até tocarem a base dos meus seios, quase que sem querer. Eu quis gemer ali mesmo. E estava certa: R. era do tipo que tocaria meus seios por debaixo da blusa em público, mas sua versão real era muito mais sutil e calculista do que na minha imaginação. Ele sabia o que estava fazendo - e eu estava adorando.

- “Vamos subir para a minha casa?”, eu disse enquanto já o puxava pela mão, mostrando o caminho.

Entramos e logo sentei em seu colo no sofá, minhas pernas abertas sobre seu quadril, sentindo, beijando, esfregando. O clima ficava cada vez mais quente e nós, mais afoitos.

- “Me pega pelo cabelo”, falei, inclinando a cabeça para trás.

Ele obedeceu, seus dentes engolindo meu pescoço, língua movendo-se de cima a baixo, do lóbulo da minha orelha aos meus seios, circulando meus mamilos em sua saliva.

- “Quero sentir seu gosto”, ele disse.

Tirei a saia - a única peça que ainda restava no meu corpo - e caminhei até meu quarto. Ele me seguiu. Sentei na beirada da cama e dobrei as pernas, deixando-as bem abertas.

Ele abocanhou minha barriga, meu umbigo, minha vulva. Um roçar tão obstinado em busca do meu prazer que eu nem reparei que minhas pernas estavam totalmente subjugadas a suas mãos fortes e a seus dedos que, ora me penetravam, ora me massageavam em meu ponto mais íntimo. Ao mesmo tempo que me tocava, me lambia em cada curva, cada canto, seus lábios se fechavam sobre meu clitóris e eu me sentia cada vez mais incendiada, úmida, meus quadris subiam e desciam, tão incansáveis em busca de sua língua quanto ela, em busca do meu prazer.

Senti que faltava pouco. Me deitei e seu corpo escorregou para o lado do meu. Peguei sua mão e a deslizei pelo meu corpo até chegar na virilha. Senti o toque suave de sua palma sobre meu clitóris e elevei meu quadril, direcionando seus dedos para dentro de mim, e depois fora.

- “Continua assim para eu gozar”, sussurrei.

Seus olhos me fitaram mais fixamente do que nunca. Era como se ele não quisesse perder nenhum segundo do meu prazer. Quando seus dedos encharcados saíam de mim e tocavam meu clitóris, meu corpo se contorcia, e eu podia vê-lo sorrir com o canto da boca. Não demorou para ele entrar no ritmo perfeito do meu deleite, e eu gozei pela primeira vez naquela noite. Senti meu latejar, ele também. Sua boca aberta e os olhos atentos como se admirasse o êxtase e o sentisse junto comigo.

Satisfeito, interrompeu seu dedilhar, sentiu meu gosto na ponta dos dedos e deitou-se sobre meu corpo. Senti seu pênis encostado em mim enquanto eu ainda saboreava cada segundo do meu prazer. Minhas pernas bambas, a respiração ofegante. Até pouco tempo atrás aquilo já seria o suficiente para mim, mas não agora. Agora eu queria testar todas as minhas possibilidades, explorar cada canto, sentir cada gosto. E ele queria fazer isso comigo.

Me abraçou, senti o cheiro de sua pele suada misturado a perfume. Falamos sobre como aquilo havia sido intenso e até um pouco louco.

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- A gente acabou de se conhecer

- Pois é, eu acho que nunca fiz isso antes... Mas gostei, a forma como você me tocou me deixou fora de mim. Não me arrependo. Quero mais.

Ele se levantou, o tronco largo de frente a minhas pernas abertas, ainda amolecidas. Pedi que me penetrasse devagar, e assim ele fez até nossos corpos se encaixarem completamente. Ficamos assim por um tempo, ele me sentindo e eu sentindo a ele.

Me beijou na boca e aquele beijo enquanto ainda estávamos assim, conectados, me fez pulsar. Eu não conseguia acreditar no que estava acontecendo, depois de tanto tempo sem sentir prazer de verdade com um homem, aquele prazer que causa felicidade e êxtase, meu corpo estava vivo de novo, aceso ao toque de um quase desconhecido.

Parti para cima dele e comecei a rebolar lentamente. Senti que ele também se movia com sutileza, se encaixando perfeitamente ao meu ritmo e ao meu corpo. Não consegui me segurar, e nem me fiz de rogada, pouco tempo depois eu já estava gozando, de novo. Ele me alcançaria alguns segundos depois.

Nosso encontro terminou só de manhã, os dois exauridos. E eu, que naquele dia me permiti conhecer minhas fantasias e torná-las realidade, me senti mais satisfeita do que nunca. R. não permaneceu por muito tempo na minha vida, mas até hoje sua lembrança me faz estremecer - e gozar - em dias como este.

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