Segunda-Feira. Acordar cedo.
Já estava acostumado com tudo isso. Pelo menos, agora que eu morava mais perto da empresa podia acordar um pouco mais tarde.
Tomo um banho bem demorado quando acordo, mas não por vaidade e sim porque estou lerdo demais pelo sono.
Ouvi o barulho do despertador e logo me levantei. Não sou difícil de acordar.
Sentei-me na cama e desliguei o alarme do celular, que era mais do que irritantemente irritante. Muito mais.
Caminhei até o banheiro que ficava ao lado do meu quarto. Entrei, deixei a porta aberta mesmo; moro sozinho.
Tirei a cueca que eu usava, joguei-a no cesto de roupas sujas. Liguei o chuveiro e logo me arrepiei ao contato da água quente em minha pele.
Comecei a pensar na minha vida. Não sou uma pessoa carente, estou quase que completamente satisfeito com meu trabalho.
Se eu quero sexo, consigo fácil. Mas... Quem sabe não estava na hora de arranjar uma namorada? Eu nunca gostei muito de pessoas me cobrando, achando que sou propriedade delas. Mas... Agora que moro sozinho passo tempo demais olhando para os cantos. A minha cama é de casal, para ajudar.
Será que já não está na hora de finalmente eu me apaixonar de verdade? Não sou um cara frio, como pensam, apenas não sou do tipo que ama loucamente, ou pelo menos, nunca amei desse jeito.
Desliguei o chuveiro e fui me vestir. Assim que terminei, pensei em fazer café... Melhor não, sou um desastre até fazendo um simples café.
Meu pai quem cozinhava, adorava uma massa, sabem como é, descendente de italianos.
Às vezes vou almoçar com ele, e confesso que não é só para ir vê-lo, além do que sobra mais vale refeição para gastar em finais de semana.
O bom é que não tem muito trânsito no horário que eu vou, pois costumo ir almoçar só depois das três da tarde. Chego na casa do meu pai em menos de vinte minutos.
Entrei em meu carro. Liguei e lá estava eu indo trabalhar mais uma vez. Sou feliz e bom no que faço. Agradeço aos céus por estar num lugar onde não sou obrigado a ir, e sim incentivado. Liguei o rádio. Nem sei em que rádio estava, mas não curti muito as músicas que tocavam. Eram mais como pop, acho eu. Confesso que não é meu estilo favorito, e está longe de ser. Prefiro algo mais pesado, se é que me entendem.
Confesso que estava muito pensativo hoje. Sempre gostei de pensar, mas hoje...
Será que havia acontecido algo comigo e eu não estava processando direito?
Cheguei ao local onde trabalho. Era um prédio imenso, ocupávamos quatro andares.
Meu chefe era dono de duas empresas, e as duas ficavam no local. Uma de publicidade. Trabalhamos para várias marcas, desde fast-foods, cosméticos, aparelhos domésticos, eletrônicos, roupas, etc.
Na outra empresa ele desenvolve eletrônicos, os quais a empresa onde eu trabalho mesmo, cuida da parte de propaganda.
Hoje em dia tudo precisa de publicidade. Desde o formato do vidro de um perfume, por exemplo, às cores e formato das letras do logotipo.
Vamos dar um exemplo básico, vocês sabiam que as cores do Mc’Donalds foram escolhidas estrategicamente? O vermelho e o amarelo atraem as pessoas.
Ok. Dei um exemplo muito óbvio, mas acho que deu para entender onde eu quis chegar. O mundo é capitalista, tudo gira em torno de lucros, tudo precisa ser comprado, e tudo precisa atrair os compradores para ser comprado.
Dirigi-me até o elevador que levaria ao andar onde eu ficava. Décimo sexto.
Pressionei o botão e quando as barreiras de aço estavam prestes a se encontrar, uma mão entrou no meio, fazendo-as se abrirem novamente. Sempre tem um atrasado para me atrasar.
Mas foi só a porta ser aberta que tomei um susto ao ver aquele ser irritante, sorrindo ao me perceber.
O que ele fazia aqui, afinal? Veio pedir a mesada para o papai? Pela roupa que usava creio que não. Então ele resolveu vir trabalhar ou será que o papai o obrigou?
Aposto que o papai quis que ele viesse trabalhar. E não duvido nada que seja algum lugar perto de onde eu fico. Já esperava por algo assim quando o Sr. Martins disse que eu seria uma boa influência.
Eu mereço!
Trabalho dez horas por dia, das oito às dezoito. Logo depois vou correndo para a faculdade, que graças a Deus termina daqui três meses.
Chego em casa beirando onze da noite, um pouco mais tarde, e enfim... Tenho apenas oito horas para descansar. Isso quando não trabalho em casa, quando não consigo dormir. Ou então, quando não tenho nada para fazer e mesmo assim fico sem sono e acabo assistindo algum filme.
Já trabalhando dez horas por dia, será que teria que aguentar aquele inferno esse tempo todo? Eu mereço!
- Bom dia, colega. Ou melhor, senhor. certinho! - ele disse, cinicamente.
Mas que carinha irritante.
- Bom dia. - sorri falso para ele, mas com toda a vontade dele ver que era falso.
- Parece que trabalharemos juntos. Animado?
- Você não sabe o quanto!
- Imagino! - ele falou, sorrindo.
Por que estávamos só nós dois ali?
Logo me veio à cabeça o que aconteceu no sábado. Eu não sou gay, caralho! Mas ele está... Está bonito. Acho que estou precisando mesmo de uma namorada!
- Não quer saber em que sala eu vou ficar? - ele perguntou, sorrindo.
- Não. - falei, seco.
- Tudo bem, só não vai tomar um susto quando eu adentrar a SUA. - ele falou e eu quase entrei em curto-circuito.
Como assim a MINHA sala?
Eu lutei muito para ter uma, sabiam?
Tudo bem que era a menor de todas, mas mesmo assim, era MINHA. O meu computador, a minha mesa, a minha cadeira, até o meu pequeno sofazinho! Não, o Sr. Martins NÃO tinha o direito de fazer isso comigo, NÃO!
CONTINUA….
—- pessoal sou leitor a escritor, tenho algumas histórias publicadas aqui em uma outra conta! Mas resolvi fazer essa pra postar uns contos antigos da época do Orkut! Essa história eh bem leve, e “curta” irei postar uns 3 capítulos por dia! E qdo ela finalizar irei postar outras que acredito que tenha gente nesse site que não viveu a época de ouro do Orkut e vale mto a pena a leitura! Todos esses contos me ajudou de uma forma ou de outra enfim! Espero que gostem!