Minhas noites com Junior estavam cada vez mais difíceis. Todas as noites em que eu chegava mais tarde do trabalho, ele parecia sempre me esperar com jantar pronto, e sempre era algum prato meu favorito. Júnior tinha algumas particularidade, ele não gostava de frutos do mar e também não era muito fã de vegetais como eu. Eu sempre fui pescetariana. Não gostava de carnes vermelha, nem de frango, sempre me alimentando mais de peixes e derivados, e vegetais. E meu marido se privava de comer do que gostava, justamente para fazer o jantar da forma como eu gostava. Mas todas as vezes em que eu chegava em casa, eu simplesmente olhava a mesa feita e o cheiro de peixe assado, e praticamente passava reto para o meu quarto, pois naquela altura sequer eu dormia junto com ele.
Todas as vezes, no final da noite, antes de dormir, ele vinha me pedindo desculpas, desejando saber se fez algo de tão grave para mim, que eu de repente se mostrava completamente desgostosa com ele. Todas as vezes, ouvi minha mãe, chamando ele de inútil, e eu praticamente repetia isso para ele.
— Sabe o que você fez de errado? Você existe, você está aqui, sendo um estorvo, invés de procurar e conseguir um emprego descente que consiga melhorar a nossa vida aqui e que me deixe livre de ser obrigada a fazer horas extras para sustentar essa casa.
— Me desculpe, minha Luz. Eu prometo. — Logo, eu o interrompi.
— Sua Luz? Não sou porra nenhuma, entendeu? Se manca.
Naquele dia em especial dessa discussão, ele saiu cabisbaixo, e depois que eu sai do quarto para jantar, eu encontrei um prato limpo, ali escorrendo, o que parecia ser dele mesmo. Fiz meu prato, e jantei. Tinha que admitir, a comida de meu marido ela deliciosa, mas eu sequer dava o braço a torcer pra isso.
No meu trabalho, eram pequenos flertes para Rodrigo. Cumprimentos, sorrisos trocados, olhares que cruzavam um ao outro, onde acabei piscando para ele. Mas não passavam disso e nem iriam passar, apesar da crise em meu casamento não existia para mim a menor possibilidade de traição para com meu marido. Isso porque eu não era uma mulher que gostaria de carregar comigo mesma o semblante de mulher infiel, por mais ruim que o meu casamento estivesse sendo. Eu tinha para mim mesma, que se um dia a minha situação estivesse insustentável, eu mesma terminaria com o meu marido e não faria como a minha mãe, que mantém um casamento infeliz com o meu pai enquanto possui um amante que não se importa com ela. Jamais teria esse mesmo destino da minha mãe.
Como eu havia dito anteriormente, nossa empresa tinha uma séria regra de envolvimento de funcionários aonde não permitia este tipo de prática, então evitei ao máximo qualquer tipo de Bandeira com relação a este tipo de coisa, pois não queria meu nome envolvido em uma situação que de certa forma acabasse com a minha reputação na empresa. Portanto, sempre fui ou mais discreta possível com relação aos flertes d Rodrigo dentro das dependências do trabalho, porém em nossos horários de almoço fora da empresa, sempre deu algum tipo de abertura á mais.
No dia do jantar da empresa, como sempre, me produzi, fiz skin care de manhã, fiz salão á tarde, pois havia saído mais cedo, e fui com meu melhor vestido, minha melhor maquiagem e meu melhor perfume. Queria impressionar. Vi meu marido falar sobre o quanto eu estava linda, mas dei de ombros. A única coisa que soube fazer, foi perguntar sobre seu emprego, que ele disse que me teria uma surpresa em breve. Não me importei.
Fomos jantar no RUELLA Bistrô, eu, e boa parte de nossa equipe, composta por 10 pessoas. O lugar é mágico. Ambiente iluminado com baixa iluminação e alguns locais á luz de velas, e a decoração era bem típica de um restaurante parisiense. Para entrada, eu pedi Pout-Pourri, enquanto Rodrigo pediu Kafta de cordeiro. Discutimos, como dois bons amigos, cheios de risadas e cumplicidades, nossos gostos diferentes, enquanto aguardamos a chegada de nossos pedidos. Pedi para salada Camarões ao Teryake, enquanto acompanhei Rodrigo a pedir Filé Mignon ao molho de mostarda. Não entrarei em detalhes sobre os outros convidados, pois não cabe ao caso neste relato. Para sobremesa, nada melhor do que Profiteroles de Nutella, no caso pedimos os dois juntos. Para bebidas, pedi um Soft Lychia, enquanto Rodrigo pediu um Martini.
Em todo jantar, ele me fuzilava com os olhos, e eu tentei disfarçar, mas ora e outra eu sempre dava alguns bons olhares também. Discutimos e rimos de tudo. Logo ele me tirou pra dançar, ficamos ali de corpos colados, juntos ali, enquanto eu o encarei, com meus olhos colado aos seus. Ele ameaçou um beijo, eu encostei meu indicador em seus lábios. Disse, com nossos lábios quase juntos um do outro.
— Estes lábios aqui não podem tocar os seus. Sou casada, mesmo praticamente não tendo mais um casamento.
— Não tendo mais um casamento? Como isso é possível. — Perguntou a mim.
— Quer dizer que não estamos nos dando bem, eu e meu marido. Mas mesmo assim, sou casada. Só vai poder me beijar, se quiser a mim como sua mulher. Ai, divorcio, e depois faço o que desejar.
— Então já dê entrada nos papéis do divórcio com seu marido, que eu te mostro de verdade o que um homem pode fazer.
Naquela noite, por mais que aquele homem fosse sedutor e por mais se eu pudesse ter qualquer vontade de praticamente me render e deixar ser possuída por ele, não deixei que isso acontecesse. Tinha meu princípio de não ser adúltera , e isto eu jamais abriria mão. O restante da noite foi cheio de flertes, palavras trocadas, e claro, de curtição, mas não toquei seus lábios ou deixei que ficasse de intimidade comigo um momento sequer. Mas cheguei em casa pegando fogo. Estava um bom tempo sem sexo, e precisava foder. Mas com o meu marido? Jamais!
Cheguei em casa 3 da manhã, e ele estava me esperando, ainda acordado no sofá. Ele perguntou da festa, como foi, o que fiz. Eu fui apenas breve:
— Não se preocupe, eu não te chifrei e nem te enganei. Você não é corno, não sou como minha mãe. Você é pior, um encostado.
— Ana, eu queria falar com você algo importante. É seu aniversário semana que vem, e eu gostaria de te fazer uma surpresa. Acho que vai gostar.
— Se manca, homem! Pelo amor de Deus. Quer me fazer uma surpresa? Arruma um emprego bom o bastante e pare de ser encostado! Se eu tivesse ouvido mais a minha mãe, não teria prosseguido com esse relacionamento sem futuro com um homem que sequer consegue se sustentar.
Entrei para o quarto imediatamente depois daquilo e tranquei a porta, sem prestar atenção sequer na reação dele após as minhas palavras, apenas ouvindo choro os de um homem fraco ali do outro lado no quarto. Talvez no fundo me incomodasse fazer isso com ele, mas eu esperava que ele finalmente tomasse a decisão ele se separasse de mim, porque eu não queria fazer isso. Não sei por que, mas simplesmente eu não queria. Nos próximos dias eu falava cada vez mais com Rodrigo por mensagem cada vez menos com meu marido. Ao mesmo tempo estava procurando um advogado especialista em família. Não tínhamos filhos, então seria fácil conseguir o divórcio.
Em um certo dia, acabei voltando mais cedo do trabalho e acabei encontrando uma mesa de jantar completamente feita, a louça lavada, o jantar era salada de salmão tártare e vinho tinto, coisas que eu adorava. Até mesmo um filme para vermos juntos ele preparou. O vi me esperando na sala, enquanto estava entretido em seu notebook que ele não largava antes de eu chegar. Não quis ficar com ele naquele dia, fingi estar doente e sequer fiquei próxima dele. Para piorar a situação, enquanto eu estava na cama ele preparou o meu próprio jantar e levou para mim em meu quarto. Junto do prato e na taça de vinho, havia uma Tulipa recém colhida de nosso Jardim, e um bilhete escrito "Desculpe por não ser tudo que imaginou. Mas eu melhorarei." Minha primeira reação foi culpa. Culpa porque eu não queria que ele se sentisse dessa forma, mas ao mesmo tempo eu queria. Me senti uma mulher terrível, porém algumas horas eu senti raiva por ter sentido que eu era isso e eu joguei tudo isso para cima dele. Naquele dia, brigamos novamente e no final do dia eu o vi chorando.
No dia do meu aniversário, cheguei em casa, vi a casa toda decorada, tinha ali um arranjo de flores, que nem soube de onde ele arrumou dinheiro pra comprar, já que era um pobre fudido. Mas a minha decisão já estava tomada, e eu não me importava mais com nada do que ele fizesse, eu estava fazendo isso pelo que ele não fez. eu fiz de uma vez:
Junior, olha, sinceramente não dá mais pra continuar. — Ele me olhou confuso, desejando saber o que estava falando, e fui franca. — Não da mais para continuar nosso casamento. Quero um homem ambicioso na minha vida, trabalhador, que consiga ser provedor, e não só sustentar com amor. Não quero ser uma mulher que te sustente igual minha mãe anda fazendo até hoje com o amante mala dela.
— Ana, pelo amor de Deus, justo hoje? Por que?
— Ora, eu não posso escolher o dia que quero ficar livre de você? — Disparei, já cansada de todo esse martírio ao lado de um homem que não cresce.
— Por que eu te amo, minha Luz. Eu já disse, você é a Luz que me ilumina, você é minha paz. Eu até tenho uma coisa pra você hoje! — Ele me disse, mas eu não quis saber.
— Cara, se manca! Pelo amor de Deus, eu não quero mais você, será que você não entendeu me isto ainda? Nem no mesmo quarto a gente dorme mais, eu quase nem passo mais o dia em casa porque eu não quero trombar com você aqui. Você deseja me dar um presente de aniversário? Vamos nos divorciar, é o melhor presente que você pode me dar.
Eu apenas o vi concordar comigo depois de tudo aquilo, e sequer ir pegar a mala com as coisas dele, que não eram tantas assim. Apenas o vi pegar seu notebook e uma mala de roupas, as mais novas que ele tinha. Ele tentou contato ao se despedir, e eu o afastei, não queria. Eu apenas o vi me olhar, com seus olhos cheios de tristeza e choro, inconformado com o que tinha acabado de acontecer. Eu o vi segurar algo na mão, e ele olhou aquilo por alguns minutos, e depois colocou no bolso e se foi. Aquela foi a penúltima vez em que eu veria o Junior. Ele estava chorando e eu sabia que estava quebrado e destruído. Isso me deixou mal, mas eu não transmiti essa tristeza para ele. Na verdade, no fundo, eu não queria mais.
Havia anunciado a separação, e agora era só aguardar o divórcio, o que talvez não fosse demorar, e foi até rápido. Junior colaborou com a assinatura dos papéis junto de meu advogado e o seu, mas a todo momento me mandou recados, pedindo para reconsiderar, pois tinha algo importante para dividir comigo. Eu não queria saber daquelas ladainhas de amor, cumplicidade, que ele dizia. Aquilo não me fazia feliz, o que me faria feliz é um homem sedutor e bem sucedido, diretor de uma empresa multinacional, como Rodrigo. Agora eu era uma mulher divorciada, livre, e pronta para entregar a um homem de verdade e esse homem era Rodrigo. Ele quis sair, mas eu nem queria, na verdade, queria aliviar minha tensão sexual, e o chamei para ir em casa.
Naquele tempo, eu transei com outro homem, na mesma cama onde eu passei cinco anos quase casada com meu marido. Foi ali, que Rodrigo tirou cada uma de minhas vestes e me fez mulher. Ele me tomou em seus braços, me jogou na cama. Se colocou no meio de minhas pernas, e lambeu toda minha xoxota, sugando meu néctar, ou melhor, o néctar que pertencia a ele nesse momento. Ele agarrou minhas pernas e me puxou, e ali, ele passou a me foder. Prendi as pernas na cintura dele, e assim ele penetrou em mim, fazia seu pau me rasgar toda, inteira, moldava minha bocetinha que não recebia sexo a um bom tempo, ao tamanho e grossura de seu instrumento, enquanto beijou minha boca. Mas os meus seios, ele beijou, chupou com força, chegou até a fazer marca. Na época, talvez entorpecida pelo tesão da hora, considerei aquele o melhor sexo da minha vida. Mas hoje, vejo que todas as transas que tive com Junior, superam e muito aquilo. Como eu era tola.
Minhas fodas com Rodrigo se tornaram constante, sempre depois de nosso expediente, enquanto na empresa, nos tratamos como profissionais, ele sendo sempre o meu chefe. Rodrigo era solteiro, lindo, vaidoso, e bom de cama, o que eu poderia querer mais? Estava ali, namorando o homem mais lindo e maravilhoso do mundo.
Um belo dia, eu comecei a passar mal, e assim procurei ajuda médica. Uma enfermeira, me recomendou a fazer exame de sangue, pois queria examinar algo. Eu estava com muita tontura, náuseas, e de certa forma com um apetite maior que o normal, não sabia o que estava havendo comigo. A empresa me concedeu licença de 3 dias, por conta da covid, era parte do protocolo. Porém, os resultados que vieram outro dia, me indicaram outra coisa.
— Gravidez!? Eu estou grávida? Minha nossa... — Eu não podia acreditar que eu estava grávida, e ainda por cima do homem que eu amava, meu príncipe encantado. Eu precisava contar essa novidade maravilhosa para Rodrigo. Porém, eu não imaginava a surpresa que eu iria encontrar naquele dia, e toda dor e arrependimento que isso me gerou.
