Acordei pela manhã um pouco abalado ainda, mas me sentindo melhor, Ryan preparou meu café da manhã e me levou na cama, ele nem queria ir surfar, só que tranquilizei ele e mandei que ele fosse, não ia adiantar nada ele ficar em casa e sei que o surf é quase uma religião para ele, assim que ele saiu tomei um banho e me arrumei e sai de casa, tinha um destino e nada iria me desviar.
Quando chego no banco que o Max trabalha vejo que não está tão lotado, assim que entrou avistou ele na mesa dele, demora um pouco até ele me ver, vou até o totem pego uma senha e me sento e espero, ele me ver e tem um misto de felicidade e curiosidade no rosto dele, sorriu para ele, quero que o tombo dele seja grande, espero pacientemente até que minha senha seja chamada, o universo me ajuda no meu plano fazendo ser ele a quem chama a senha que peguei.
Levando e vou até a mesa dele.
— Chico, o que você veio fazer aqui. — Ele pergunta todo feliz, esse cínico do caralho.
— Eu quero encerrar minha conta com você de uma vez por todas. — Ele fica sem entender.
— Desculpa, Max, mas o pau dele é maior. — Começo a falar em um tom de voz mais alto, para que os colegas de trabalho dele escutem.
— O que você está fazendo.
— Você me traiu e eu arrumei outro é tão difícil assim de entender? — Estou falando cada vez mais alto, ele está em chamas de tão vermelho, enquanto um sorriso se fixou no meu rosto.
— Cala a boca! — Ele fala alterado, mas tentando manter o tom de voz baixo.
— O que posso fazer, ele fode melhor, ele faz o que você não fazia, não é nada pessoal, até te agradeço por ter me traido se não eu teria que continuar com um sexo meia boca por muitos anos ainda.
— Chico, cala a porra da boca.
— Para de me ligar, para de me procurar, porque meu homem, é que agora eu tenho um homem de verdade e não um moleque. — Todos estão olhando, o segurança nem faz sinal de ajudá-lo, ele é um pau no cu elitista que trata mal todos os funcionários que ele julga serem inferiores. — Ele vai quebrar a sua cara se você aparecer no meu trabalho ou na minha casa de novo.
— Não acredito que você está fazendo isso comigo.
— Ué, mas eu não era o louco, não era eu o escandaloso, o pobre coitado que dependia de você, como era mesmo, ah verdade ou sem perspectiva, considere esse meu último aviso, o próximo vai ser uma notificação judicial seu filho da puta.
Saio deixando ele me xingando e os clientes e outros funcionários rindo dele e comentando sobre o ocorrido, fora do banco sinto que estou com a alma lavada, voltei para casa me sentindo bem mais leve, fui direto para casa preparar um almoço bem gostoso pro meu namorado, está quase tudo pronto quando a campainha toca, vou até a porta e quando abro dou de cara com meus pais, meu ânimo some na mesma hora, ficou completamente paralizado, quero fechar a porta, gritar ou qualquer outra ação, só que não consigo falar nada.
— Júnior, por favor vamos para casa o pastor vai te ajudar. — Ela fala e meu corpo começa a tremer.
— Não foi essa vida que orei para o meu filho ter. — Meu pai completa.
— Você me jogou na rua. — Finalmente consigo falar, pela primeira vez não estou com medo dele.
— Fiz isso pro seu bem Júnior.
— Meu nome é Francisco e não Júnior. — Falo erguendo bem o rosto. — E moro com meu namorado, estou feliz e se vocês não podem aceitar isso eu sinto muito. — Minha mãe começa a pedir a deus que me mude, meu pai fecha a cara.
— Vai desrespeitar sua mãe e a mim dessa forma Júnior?
— Vocês perderam meu respeito quando me bateram e me jogaram na rua, você ficou me olhando apanhar que deu é esse mãe?
— Meu filho era pro seu bem. — Ela insisti.
Meu pai começa a ficar furioso e vem para cima de mim, só que dessa vez não, tenho Ryan, Fábio e Diego do meu lado, então o enfrento ficando parada encarando ele nos olhos com sua mão a sentimentos do meu rosto, ele exitou, meu olhar feroz e petulante o assustou.
— Bate, pode bater, mas só que dessa vez você me mata, por que se não vou atrás de você até no inferno até que a justiça seja feita.
— Filho. — Minha mãe fala enquanto meu pai está atonito. — Júnior.
— É Francisco, meu nome é Francisco e quero vocês fora da minha casa, tenho uns três vizinhos policiais aqui no prédio e um militar.
— O demônio possui o nosso filho. — Meu pai fala.
— Adeus. — Fecho a porta na cara dos dois e volto para a cozinha para terminar o almoço do meu namorado, depois que termino tudo a adrenalina do meu corpo finalmente abaixa.
Me sento no sofá e choro descarregando todas as emoções, estou feliz que pela primeira vez a voz não me faltou, me sinto forte, sinto que finalmente posso seguir em frente com minha vida, tomou um banho para esperar o Ryan, perto da hora do almoço ele aparece, corro para a porta e o recebo com um abraço e um beijo.
— Eita, alguém está feliz em me ver.
— Você demorou.
— É que tive que passar lá em casa, minha mãe se separou do meu padrasto de novo, tá uma confusão por lá. — Ele fala cansado.
— Pois deixa eu cuidar do meu namorado. — Ele aceita com a cabeça.
Levei ele pro banheiro tirei a roupa dele e dei um banho bem gostoso nele, ensaboei bem minhas mãos e me dediquei um pouco a mais quando cheguei no pau dele, duro feito pedra bati uma para ele ali mesmo no box, beijava sua boca e batia uma para ele, enquanto me fodia com seus dedos, depois de gozarmos nos vestimos e fomos almoçar, não quis falar para ele sobre meus pais, isso só iria deixá-lo preocupado.
— Você está bem para ir trabalhar hoje? — Ele pergunta enquanto estamos comendo.
— Sim, preciso voltar, não posso ficar sem esse dinheiro.
— E sobre a gente, você falou sério?
— Sim, quero namorar com você, um namoro totalmente monogâmico de preferência.
— Perfeito para mim, você já é o bastante para mim. — Ele fala me beijando.
— Ótimo, mas quero ter um encontro com você, a gente meio que pulou algumas etapas, quero fazer tudo direitinho. — Falei ganhando outro beijo.
— Pra mim perfeito, que tal se a gente sair do trabalho hoje e ir pro bar do seu Guto só a nós dois?
— Quer me levar no seu matadouro né Ryan? — Falei rindo.
— Você adora o seu Guto e foi lá que eu quis você.
— Como assim?
— No dia em que nos encontramos lá foi o dia que eu decidi que ficaria com você.
— Você não estava em um date naquele dia?
— Estava, mas fui embora com você.
— E tem como esquecer aquela noite maluca de você quase sendo preso.
Passamos o resto do dia juntos, até dormi junto com ele a tarde, dormimos até a hora de ir trabalhar, no bar Fabim estava todo preocupado comigo, achei fofo, acalmei ele contando que estava tudo bem, antes do bar abrir contei a ele sobre minha ida no banco e ele rachou de tanto rir, evitei falar sobre a visita dos meus pais porque para mim esse assunto já estava encerrado e não queria mais remoer ele.
A noite foi tranquila, toda chance que o Ryan tinha ele me dava um selinho, estava todo romântico e isso me derreteu mais ainda por ele, queria muito pular em cima dele, mas tinha que me conter estávamos trabalhando, aproveitei o movimento mais fraco para ensinar umas coisas de barman para ele.
— Você aprende rapido. — Falei rindo.
— Ryan está tão sexy fazendo essas coisas. — Uma cliente falou ao chegar no balcão, sai de perto.
— Meu namorado também acha. — Ele disse na lata.
— Até parece que você não namora. — A vadia insistiu.
— Ele não namora você. — Falei entregando a cerveja que tem na ficha dela.
— Eita namorado ciumento esse que você foi arrumar. — Brincou o Fabim. — Melhor andar na linha Ryan.
— Mais na linha impossivel. — Ele fala.
— Vocês vão sair hoje? — Fabim perguntou.
— Sim, vamos beber só nós dois, nosso primeiro date. — Falo todo sorridente.
— Que chic, vão beber onde?
— No seu Guto.
— Tá retiro o que eu disse sobre o chic. — Meu amigo fala rindo.
As horas passaram voando, tudo caminhou pro nosso encontro ser perfeito, fechamos no horário e foi dia de receber o pagamento, quem sabe a gente ainda poderia ir em uma lanchonete que fica aberta 24 horas para comer algo quando saísse do seu Guto, amo esfirra e lá tem as melhores da cidade, quando estamos saindo ainda tem alguns clientes esperando seus carros de aplicativo.
— Amigo vamos esperar o Di com você. — Falo.
— Precisa não meu amores, ele mandou mensagem falando que já está a caminha e tem uns cliente aqui fora, qualquer coisa entro se eu ficar aqui sozinho.
— Tem certeza? — Ryan fala.
— Tenho sim, vão curtir a noite de vocês, juízo.
Nos despedimos dele e partimos em direção o bar do seu Guto, abraçado, olho para ele sorrindo, estou feliz como não ficava a em muito tempo, mas dai tudo acontece muito rapido, escuto um barulho de carro, vejo a luz alta em cima da gente, tudo passa em fleches para mim, sinto um empurrão forte caio na calçada batendo a cabeça no chão, a dor me toma estou sonso, escuto gritos, o mundo está girando pessoas vem me ajudar, vejo o Fabim em pânico, Ryan, cadê o Ryan…