PARTE 4: Eu e André no dia do casamento da minha tia

Um conto erótico de Felipe Silva
Categoria: Gay
Contém 758 palavras
Data: 23/01/2024 10:56:43

Voltamos pra festa. A música continuava mas havia menos pessoas, os noivos já haviam ido pra Lua de Mel maioria já se despedia e ia embora da festa.

Fomos pra casa da minha avó, já tinha uma fila enorme de parentes tomando banho antes de ir deitar. Eu não estava tão sujo, resolvi dormir sem banho. Me troquei num quarto vazio, e fui para o outro quarto onde vários colchões já estavam espalhados. Dez primos iam dormir ali naquele quarto, alguns já estavam deitados

Procurei Júlia, ela tava deitada na última cama, encostada na parede. Deitei no colchão do lado da cama dela, e esperei um pouco pra ter certeza que ela ainda não tava dormindo.

"Julia..." Chamei baixinho pra ninguém mais ouvir

"Vai dormir, Felipe. Amanhã a gente conversa". Eu senti lágrimas nos meus olhos, de vergonha e de medo

Tentei dormir, mas não conseguia. Toda vez que eu cochilava, lembrava da cena e acordava. Eu vi quando André entrou no quarto. Ele não disse uma palavra pra ninguém, deitou num colchão vazio do outro lado do quarto, e ficou.

Já era quase quatro da manhã quando finalmente comecei a dormir. Estava tão cansado que só acordei onze da manhã, a maioria das camas já estavam vazias, inclusive a de Júlia e André

Peguei minha mochila e sai direto pro banheiro, tomei um banho, me segurando pra não chorar ali. Aquela altura, toda família já poderia estar sabendo do que eu e André fizemos.

Me troquei, sai do banheiro e fui encarar meus parentes. Dei "bom dia", aos que estavam na sala, já esperando uma repreensão. Pra minha surpresa, todos agiram normalmente

Fui pra cozinha, as mulheres já estavam preparando o almoço. Dei bom dia e bença para minha avó, minhas tias e minha mãe. Todas me abraçaram como sempre faziam. Julia não havia contado pra ninguém, mas por quê?

Era estranho, eu havia passado a noite toda esperando que eu e André fossemos crucificados pelo que fizemos, mas Júlia não tinha nos revelado. Senti um alívio, e um medo

Sai da casa, dando bom dia e bença pra quem eu encontrava no caminho e indo procurar Julia. Ela tava no pomar, sentada em uma mangueira lendo

Quando me viu se aproximar, me deu bom dia e voltou a ler. Eu sentei perto dela sem saber o que dizer

"Eu conversei com o André." Aquilo fez meu corpo gelar "ele me explicou tudo. Eu não quis assustar vocês ali?"

"Você não vai contar pra ninguém?" Ela fechou o livro, me olhando e fazendo que não com a cabeça "por quê?'

"Porque não é problema meu" ela deu de ombros como se realmente não se importasse "Eu não ligo se vocês são gay, bi ou o que for. Eu só achei estranho porque vocês dois são primos. Mas eu não vou contar. Isso só daria problema pra todo mundo"

Eu fiquei em silêncio um pouco, tentando processar aquilo

"Obrigado", foi tudo que eu consegui dizer

"Não precisa agradecer. Mas se vocês vão continuar seja lá o que vocês dois tem, vocês precisam tomar mais cuidado. Nem todo mundo vai entender"

Ela tava certa. Quase fomos pegos pela terceira vez naquele fim de semana. Primeiro com meu pai, depois na igreja, e ontem na festa. Eu amava André, mas precisamos ser mais discretos

Continuei sentado com Julia por um tempo, ela me explicou um pouco da história do livro dela "Tudo É Rio", da Carla Madeira. Uma história trágica de amor e submissão, descreveu ela.

Eu me levantei, e voltei pra casa da minha vó. Tinha sobrado muita comida da festa, e meus tios e primos mais velho estavam fazendo churrasco enquanto os menores brincavam pelo sítio. André estava junto com os parentes na churrasqueira, os olhos de ressaca.

Dei um bom dia a todos e fui me enturmando. André me olhou com aquele sorriso de cumplice aliviado. Eu não me arrependia de nada que havia feito com ele, e queria mais. Mas agora, iria tomar mais cuidado.

Depois do almoço, todos os parentes estavam descansando depois de comer, alguns já se preparavam pra ir embora. André e seus pais não passariam lá em casa na volta, do sítio iriam direto para sua cidade. Eu mandei mensagem pra André

- Tô indo pra trilha da cachoeira. Me encontra ali.

Ele visualizou, e só respondeu com um Ok.

Me levantei discretamente, e sai do sítio dos meus avós, descendo o caminho que levava até a mata atrás do sítio, e indo para a trilha

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PRÓXIMA PARTE JÁ ESTÁ NO MEU PERFIL

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Comentários

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Amando cada detalhe da sua história..

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Ai caramba! Ainda bem que vc já postou a continuação, senão ia ficar ansioso hahaha

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