E Se... o ciclista que atropelara meu carro me ligasse naquela noite?
Inspirado no filme “Corra, Lola, corra”, resolvi criar algumas possíveis sequências do conto “Uma Estranha Gozou na Minha Mão na Feira de Artesanato”.
Só para lembrar o ocorrido anteriormente:
Eu estava indo me encontrar com a Dra. Sara (Segundo Ato), e próximo à praia da Sereia – Vila Velha/ES, meu carro foi abalroado por uma bicicleta desgovernada, pilotada por um jovem de uns trinta e poucos anos.
Deixei um cartão para ele fazer contato caso precisasse de algo.
Por volta de 20:30 meu telefone toca. Atendo. Do outro lado, o rapaz da bike daquela tarde.
Preocupado, pergunto se está tudo bem, ou se ele se machucou na queda?
Tranquilizou-me, dizendo que só ligou para se desculpar novamente, e para saber quanto aos danos no carro.
Aí que lembrei que nem havia verificado.
Prontificou-se em vir avaliar o estrago, pois seu namorado tem uma lanternagem, e aproveitaria, caso eu tivesse horário disponível, para receber uma sessão de Massoterapia para ajeitar o que saiu do lugar com a queda.
“Seu namorado?”. Então começou a cair a ficha, enquanto fui relembrando o naquela tarde, e a imagem daquela pessoa - linda e educada, diga-se de passagem - me cumprimentando, enquanto lhe entregava o cartão.
Não era “um rapaz”?
Até estranhei a delicadeza para ser homem, mas as roupas também não identificavam como mulher.
Ou seria nenhum dos dois? Ou os dois juntos?
Agendamos para às 16h do dia seguinte.
Às 15:55 toca a campainha. Em frente à porta estava ELA. Ou ELE? com roupas menos masculinas?
Fiquei estático, pois somente o rosto lembrava a pessoa do dia anterior.
Estendeu-me a mão, e perguntou se eu estava me sentindo bem.
Saí do transe, e meio gaguejando respondi que estava tudo bem, e mandei entrar.
Ela entrou já se explicando, que muita gente se confunde, e que até ela, mesma, só se encontrara há bem pouco tempo.
Nascera com órgãos masculinos, mas desde nova nunca se sentiu como tal, inclusive, desde bem jovem sua voz sempre foi mais suave, e seu organismo produzia mais hormônios femininos do que masculinos, tanto é que tem seios naturais.
Tem 28 anos, e de 15 anos para cá que resolveu se assumir como transexual.
Contou mais alguns pormenores, e fomos ao que havíamos nos proposto.
Mostrou-me onde doía, e fiz o que era necessário.
Alguma coisa consegui resolver, e o restante seria através de repouso, mais gelo e calor.
Na despedida ela quis pagar, mas deixei como cortesia.