Acordei cedo no dia seguinte. Alexandre ainda dormia. Fui até a cozinha e vi Dona Ana arrumando a bagunça deixada pela festa. Andressa estava ajudando-a. Quando Dona Ana me viu, abriu um sorriso e perguntou se eu queria um café. Eu disse que não, que iria à casa do meu pai e tomaria café com ele. Olhei e vi Andressa pegando dois sacos de lixo. Corri até ela e disse que a ajudaria. Peguei um saco, mesmo com os protestos dela dizendo que não precisava, mas eu precisava falar com ela sozinha e usei aquilo para sairmos juntas da casa.
Assim que saímos, perguntei se podia fazer uma pergunta pessoal. Vi que isso a deixou meio desconfortável, então falei que não era sobre a vida pessoal dela, que eu sabia que ela era uma pessoa reservada e respeitava isso, mas que precisava saber de algo e que ela poderia me ajudar. Ela me olhou e disse que poderia fazer sim e que, se pudesse, responderia sem problemas.
Perguntei se Fernanda havia perguntado algo pessoal sobre Alexandre. Ela disse que não, que fez perguntas sobre o trabalho, mas nada invasivo, perguntas normais de duas pessoas que estão jogando conversa fora. Na verdade, a única pergunta que ela fez sobre alguém foi quando viu Dani conversando com sua mãe. Perguntou se ela era nossa filha adotiva. Andressa disse que sim, e Fernanda apenas comentou que Dani era uma garota muito bonita. No mais, conversaram sobre trabalho, nada além disso.
Agradeci a Andressa por ter respondido. Ela disse que tudo bem e foi saindo. Achei estranho ela não querer render assunto e perguntei se não iria me perguntar por que fiz aquela pergunta. Ela disse que provavelmente eu tinha meus motivos, mas preferia não saber. Comentou que, às vezes, quanto menos souber sobre a vida pessoal dos patrões, melhor. Eu sorri e disse que não era só a patroa dela, que a via como uma boa amiga também. Ela disse que sabia disso e não me via apenas como patroa, mas ainda assim preferia não se meter nas minhas desconfianças. Sorriu e saiu. Claro que ela sabia o motivo das perguntas; ela só estava na dela, mas era uma mulher inteligente.
Despedindo-me de Dona Ana e Andressa, fui para a casa do meu pai. Antes, pedi para elas avisarem Dani e Alexandre onde eu tinha ido.
Assim que cheguei, fui direto para a cozinha, onde meu pai estava sentado tomando café. Dei bom dia e me sentei. Ele me perguntou se eu tinha certeza de que não queria assumir os negócios da família. Eu disse que não, que tinha meu trabalho e gostava muito do que fazia. Ele nem insistiu, pois sabia que eu não mudaria de ideia, mas disse que iria passar tudo que era dele para o meu nome, inclusive a empresa. Perguntei por que daquilo, e ele me disse que sua saúde não estava muito boa e que iria se afastar de tudo, mas antes queria garantir que tudo ficasse no meu nome. Eu disse que não precisava disso, porque ele ainda viveria muitos anos. Ele disse que rezava para que eu estivesse certa, mas preferia se precaver.
Então, ele me perguntou se eu confiava totalmente em Alexandre. Eu disse que, se ele tivesse me perguntado isso há quatro meses, diria que sim, mas que hoje já não tinha essa certeza. Ele perguntou o que tinha mudado. Eu disse que aconteceram algumas coisas estranhas no nosso relacionamento, nada grave, mas que me deixaram com a pulga atrás da orelha. Meu pai falou que iria dizer algo que poderia piorar isso, que talvez não fosse nada, mas achou meio estranho algo que viu na empresa. Ele disse que um dia saiu do escritório e, quando olhou no corredor, viu Alexandre muito próximo à secretária, como se estivesse falando algo no ouvido dela ou tivesse cheirado seu pescoço. Mas foi rápido, e a secretária se afastou dele. Meu pai falou que aquilo o incomodou e até mudou de direção para que os dois não o vissem.
Eu disse ao meu pai que já tinha visto essa tal secretária olhando muito na direção minha e de Alexandre, mas só isso. Não sabia de nada concreto, mas estava meio desconfiada. Meu pai falou que a ideia dele era deixar Alexandre na presidência da empresa porque ele se esforçou muito e era muito competente, mas que agora estava pensando em reavaliar isso. Eu disse ao meu pai que, por mim, ele poderia colocar sim, primeiro porque Alexandre fez por merecer. Meu pai falou que talvez ele poderia estar aprontando algo de errado comigo. Eu disse que nosso casamento não tinha nada a ver com a empresa, que eu sabia separar as coisas, e que a melhor forma de conhecer alguém de verdade é dar poder a ela, e como presidente ele teria muito poder.
Meu pai riu e disse que gostava do meu jeito de pensar, que iria fazer isso. Ele me disse que, durante a semana, o advogado dele iria me procurar para eu assinar os documentos da transferência dos bens dele para o meu nome. Eu disse que realmente não queria aquilo, mas que, se ele realmente fizesse, não era para contar para ninguém, para guardar isso só para nós dois. Ele disse que, mesmo se eu não pedisse, era isso que ele iria fazer.
Conversamos ali durante muito tempo e eu voltei para casa para almoçar com Dani. Durante o caminho, liguei para Gabi e pedi para ela preparar um testamento para mim. Eu iria deixar tudo que fosse meu em nome da minha filha. Não queria correr o risco de deixar a herança do meu pai nas mãos de outra pessoa, a não ser da Dani, que, junto com Gabi, eram as pessoas que eu mais confiava.
Alexandre já não tinha mais minha total confiança, ainda mais depois do que meu pai falou. Eu estava cada vez mais convencida de que existia algo entre ele e aquela bendita ruiva, mas como eu não tinha certeza de nada, iria tentar agir normalmente com Alexandre, até porque eu podia estar enganada e ele poderia ser inocente, com minhas desconfianças sendo infundadas.
Tive um domingo em família muito bom. Ajudei Dona Ana e Andressa a terminar de limpar a casa depois do almoço. Chamei Dani no quarto e contei tudo para ela, sem esconder nada. Ela disse que fazia sentido minhas desconfianças, mas que poderia não ter nada a ver. Me disse que achava que o lance do testamento era desnecessário. Eu disse que não era, que eu não sabia do meu futuro, que acidentes acontecem e eu queria garantir que ninguém pudesse colocar a mão na herança do meu pai, se algo acontecesse comigo. O que meu pai falou hoje em passar suas coisas para o meu nome me fez pensar que a gente não vale muita coisa nessa vida, que eu só estava me precavendo. Por fim, ela concordou.
Desci e fui para meu quarto relaxar um pouco. Tomei um banho e me deitei. Logo vi Alexandre subir na cama. Ele veio direto para o meio das minhas pernas, desceu a boca até minha calcinha e passou a língua. Eu gemi na hora com seu toque; o tesão acumulado da outra noite voltou forte. Ele lambeu mais algumas vezes minha buceta por cima da calcinha, depois tirou-a de lado e começou a chupar bem gostoso. Não demorou muito e eu tive meu primeiro orgasmo. Ele se levantou e tirou sua cueca, deixando à vista seu pau duro ali na minha frente. Levantei meu corpo e o chupei até deixá-lo todo melado. Tirei minha calcinha e já me deitei com as pernas abertas. Ele se ajoelhou, pegou minhas pernas e colocou nos seus ombros. Se aproximou mais, e eu senti seu pau preencher minha buceta completamente. Ele ficou ali me fudendo forte; não precisou de muito para eu ter outro orgasmo.
Ele não queria me dar tempo e já me virou na cama, me deixando de bruços com as pernas abertas. Logo senti sua língua no meu cuzinho, deixando-o bem melado. Ele encaixou a cabeça do seu pau e meteu devagar. Eu senti cada centímetro daquele kct gostoso entrando na minha bunda. Logo ele começou a foder meu cuzinho com força. Eu empinei bem minha bunda e levei uma mão até meu grelo e comecei a me masturbar. Ele começou a me xingar e a socar forte. Eu mal conseguia falar de tanto tesão. Ouvi ele urrando e senti sua porra quente ser jorrada no meu rabo. Aquilo só me deu mais tesão e eu tive outro orgasmo com meus dedos esfregando meu grelo.
Ficamos ali deitados por um tempo. Quando consegui ter forças, levantei e fui tomar um banho. Ele veio junto e me perguntou o que meu pai queria. Eu disse que ele veio me pedir para assumir os negócios, mas eu mais uma vez recusei. Falei que ele era a melhor opção e meu pai disse que, já que eu não queria assumir, iria deixar Alexandre à frente da empresa porque ele merecia.
Não teve como não notar o sorriso de satisfação que Alexandre deu naquele momento. Ele disse que iria tomar conta da empresa do meu pai como se fosse sua, que a conhecia como a palma da mão e que não iria decepcionar meu pai quando assumisse. Eu falei que tinha certeza disso. Saímos do banho e nos deitamos. Encostei minha cabeça no seu peito e fiquei abraçada com ele. Os pensamentos ruins voltaram. Se ele estivesse mesmo aprontando, eu iria ficar muito decepcionada. Com certeza eu iria sofrer muito, porque se tinha algo que eu não podia negar é que eu amava muito aquele homem.
Acordei no dia seguinte de manhã e vi que Alexandre estava fazendo sua mala. Com certeza iria para o RJ. Levantei, dei um beijo no seu rosto e fui para o banheiro. Quando saí, ele já estava arrumado. Me deu um beijo e disse que estava indo para o aeroporto, provavelmente só voltaria na quinta. Eu disse que tudo bem e desejei uma boa viagem. Ele saiu e eu fui começar meu dia. Tomei café com Dani e saímos. Deixei-a no colégio e segui para meu trabalho. Logo que cheguei, conferi minha agenda com minha secretária. Meu dia não estava muito cheio; eu teria dois clientes para atender e teria que ir ao tribunal, tudo na parte da tarde. Minha manhã estava tranquila; aproveitei e fui falar com Gabi.
Assim que entrei na sala dela, perguntei se ela estava ocupada. Ela disse que não, que queria conversar comigo sobre o testamento. Eu me sentei e expliquei como eu queria. A única beneficiária seria minha filha. Aí ela riu e disse que, se eu morresse, Dani iria ser sócia da Gabi. Aí que me toquei que o escritório era meu e da Gabi. Falei que não iria ser, que iria passar o escritório para o nome dela.
Ela perguntou por que daquilo. Eu disse que estava muito desconfiada de Alexandre. Se essas desconfianças estivessem certas, eu iria me separar, e em uma separação o escritório entraria na divisão de bens. Ela falou que eu tinha razão, que não iria deixar isso acontecer. Aquele escritório era meu sonho, meu e da Gabi. Eu iria deixar no nome dela.
Gabi me perguntou se eu confiava tanto assim nela. Eu disse que sim, que confiaria até minha vida a ela. Vi seus olhos lacrimejarem naquele momento. Ela se levantou e veio me dar um abraço, dizendo que eu era igual a uma irmã para ela. Eu disse que, para mim, ela era melhor que uma irmã, porque se ela fosse só minha irmã, a gente não teria ido para a cama várias vezes. Ela deu uma gargalhada e disse que eu tinha razão.
Ela falou que a gente resolveria tudo naquela semana ainda, que cuidaria de tudo. Eu a agradeci e voltei para minha sala. Passei o resto da manhã estudando alguns processos. O resto do dia foi corrido. Pensei que iria ficar até mais tarde, mas meu último cliente era um gerente de hotel que foi acusado de estupro por duas clientes e cinco funcionárias. Esse caso já tinha saído na mídia e eu sabia da história mais ou menos. Eu dispensei ele rápido, disse que não teria tempo para representá-lo. Ele insistiu e me ofereceu uma grande quantia em dinheiro, mas eu disse que o problema não era dinheiro, que realmente estava sem tempo.
Ele não gostou muito, mas se foi. Eu já defendi e defendo muita gente ruim. Infelizmente, na minha profissão, estou sujeita a isso, mas estuprador ou qualquer caso de violência contra mulher ou criança eu não consigo aceitar. Tenho meus limites.
A semana passou voando. Gabi resolveu tudo com muita competência e o escritório agora estava no nome dela, e meu testamento também estava pronto. Na sexta, o advogado do meu pai me procurou. Assinei o que tinha de assinar e ele foi registrar os documentos. Nessa mesma sexta, meu pai anunciou o afastamento dele da empresa e nomeou Alexandre como o novo presidente.
No sábado, teve um coquetel na empresa de despedida do meu pai e para comemorar a promoção do Alexandre. Mais uma vez vi os olhares da ruiva, porém foi só uma vez e depois nem a vi mais. Parecia que ela tinha se escondido em algum lugar. Alexandre era só felicidade; o discurso de despedida do meu pai foi emocionante. Confesso que deixei algumas lágrimas escapar.
Na minha casa, tudo continuava na mesma. Eu ainda desconfiava de Alexandre, mas sem provas de que ele estava aprontando. No sábado à noite, tivemos uma transa muito gostosa, embora eu notei que ele não estava com muita disposição. Mas também, ele viajou duas vezes e ainda estava assumindo um cargo novo e muito importante; sua cabeça e seu corpo provavelmente não estavam em seu estado normal. No domingo, ele disse que iria para o RJ porque teria uma reunião cedo com os gerentes das lojas de lá, então iria dormir lá mesmo para não correr o risco de se atrasar.
Perguntei se ele não estava gastando muito com hotel e passagens nessas viagens, se não seria mais prático ele colocar alguém de confiança lá para resolver as coisas. Ele disse que iria fazer isso, e que não gastava nada com hotel porque estava ficando na casa do Daniel. Ele viu que eu fechei a cara na hora, e aí ele, mais que depressa, disse que tinha conversado com Daniel, que ele se desculpou, que ele era um bom amigo para ele, mas só isso, que provavelmente era Daniel que ia tomar conta dos negócios no Rio, e ele e a esposa eram boas pessoas. Eu só falei que isso era com ele, mas que boa pessoa eu duvidava muito que Daniel fosse. Virei as costas e saí dali, fui conversar com minha filha, que eu ganhava mais.
Quando cheguei, Dani veio me perguntar se a gente estava com o pagamento da Ana ou da Andressa atrasados. Eu disse que não. Dani disse que, no sábado, quando foi à cozinha, ouviu Andressa e meu pai discutindo algo sobre dinheiro, mas ela não entendeu direito. Assim que eles a viram, pararam de falar, mas Andressa parecia bem nervosa e saiu da cozinha na hora. Falei para Dani que não fazia ideia do que eles discutiam, mas o pagamento delas estava em dia e, geralmente, quem resolve qualquer problema de pagamento ou dinheiro na casa sou eu. Mas que depois iria perguntar a Alexandre ou a Andressa por que da discussão.
Na semana seguinte, era o aniversário da minha filha. Ela odeia festas, então sempre fazemos um almoço ou jantar só com as pessoas mais íntimas. Na terça, sai com Gabi para comprar um presente para Dani. Ela tinha amado uma gargantilha de prata que eu ganhei do Alexandre no meu aniversário, então resolvi comprar uma parecida para dar a ela de presente de aniversário. Eu sabia onde Alexandre comprava as jóias que ele dava para mim e para Dani. Estacionei o carro quase em frente à joalheria, mas do outro lado da rua. Quando vou descer, Gabi olha e diz que Alexandre estava na joalheria. Mas não podia ser; ele estava no RJ. Não tinha como ser ele, mas era com certeza. Vi ele conversando com a vendedora que embrulhava algo em um papel vermelho.
Desci do carro e dei a volta por trás. Falei para Gabi me esperar. Cheguei na calçada da joalheria e fiquei no canto, olhando entre a vitrine e uma cortina que, no momento, estava recolhida, mas era usada para tapar a frente da loja quando estava fechada. Dava para ver perfeitamente Alexandre e a vendedora. Ela estava terminando de embrulhar o presente. Vi Alexandre conversando algo com ela enquanto ela anotava algo em um papel branco. Depois vi ela balançar a cabeça negativamente. Vi ele pegar a carteira e tirar uma nota de cem reais. A vendedora pensou e acabou pegando a nota. Alexandre apontou o dedo para o lado da saída, parecia mostrar a ela algo e saiu às pressas. Eu só me virei de costas e torci para ele não me ver. Ele saiu tão apressado que não me viu. Olhei para Gabi e fiz sinal para ela ficar de olho no Alexandre e entrei na joalheria.
Estava vazio e só havia uma vendedora ali na frente. Me aproximei, e ela perguntou se eu desejava algo. Eu disse que queria ver umas gargantilhas. Ela disse que iria buscar. Vi a caixinha e o papel em cima de uma mesa do outro lado. Estava meio longe e o papel com as letras de cabeça para baixo. Não consegui ler. Aí tive uma ideia: peguei meu celular, abri a câmera e coloquei para filmar. Coloquei ele no ouvido como se estivesse em uma ligação, virei meu corpo de lado e apoiei o cotovelo no balcão. Eu aproximava o celular o máximo que dava em direção ao papel e à caixinha de presente. Sei que ali tem câmeras; não podia dar na cara. Eu não sabia o que Alexandre tinha conversado com a vendedora, se eles eram conhecidos ou algo assim.
Logo a vendedora voltou com um mostruário. Eu me despedi da minha chamada falsa e olhei as gargantilhas. Achei uma do jeito que eu queria, paguei no cartão e saí dali o mais rápido possível. Fui para o carro, liguei e saí, disse para Gabi que logo explicava tudo a ela. Parei na outra rua e desci. Fiquei olhando na esquina. Depois de uns minutos, vejo Alexandre aparecer com um buquê de rosas lindo. Entrou na joalheria e, depois de um tempo, saiu sem o buquê. Eu acho que já tinha entendido o que ele estava fazendo ali. Agora eu precisava ver o vídeo que fiz e rezar para ter conseguido uma filmagem boa.
Voltei para o carro e fui olhar a filmagem. Gabi olhava com aquela cara de curiosa. O vídeo ficou muito bom. Pausei e dei um zoom. Estava meio borrado, mas consegui ver o nome "Fernanda Cristina Oliveira". Com certeza não era eu, mas eu conhecia bem outra Fernanda. Aquela ruiva iria ter uma bela surpresa.
Continua…