O resto do que estava escrito no bilhete estava meio confuso, mas dava para ver que era o nome de uma avenida que eu sabia bem onde era, o número do prédio, o andar; porém, o número do apartamento não dava para ver porque a caixinha de presente estava com uma parte justo em cima do número do apartamento.
Gabi me perguntou o que estava acontecendo. Eu contei tudo para ela e disse que provavelmente Alexandre pediu para entregarem a joia e pagou a vendedora para ela pedir para o entregador levar o buquê de rosas também. Gabi perguntou o que eu iria fazer. Eu disse que iria pensar com calma, mas primeiro eu teria que descobrir o endereço completo e já sabia como. Liguei para o Igor e pedi para ele descobrir tudo que ele pudesse sobre o nome que eu iria passar para ele. Ele falou que tudo bem, pediu para eu esperar por um momento e logo pediu para eu falar o nome. Eu disse e falei para ele que, se tivesse homônimos, era para ele focar em uma ruiva de olhos azuis de uns 30 anos. Ele falou que assim que descobrisse, me ligava.
Desliguei e liguei para o Alexandre. Ele atendeu e percebi que ele estava dirigindo. Perguntei se ele estava bem e disse que estava com saudades. Ele disse que estava bem sim e morrendo de saudades, que tinha ido almoçar e estava voltando para o escritório. Eu ouvi uma voz de mulher ao fundo e perguntei com quem ele estava. Ele disse que estava com Daniel e a esposa, que eles almoçaram na casa do Daniel, que estavam indo trabalhar e que iria deixar a esposa do Daniel no trabalho dela. Eu disse que tudo bem, que eu só tinha ligado rapidinho para saber como ele estava. Me despedi com um "eu te amo muito" no final; ele fez o mesmo. Nessa hora, eu senti algumas lágrimas correrem pelo meu rosto, as enxuguei e disse para Gabi que eu não iria chorar por causa dele.
Saímos dali e deixei Gabi no escritório. Eu não tinha nada de muito importante naquele dia, então fui para casa. Eu não estava muito legal, não iria conseguir me concentrar no trabalho. Assim que cheguei, Igor me ligou, disse que tinha me mandado tudo por e-mail. Eu o agradeci, fui à cozinha beber um copo d’água. Dona Ana estava terminando de lavar as louças do almoço; provavelmente, Dani já estava no quarto na frente do computador ou estudando.
Notei a falta da Andressa. Eu queria falar com ela sobre o que Dani me falou, mas acabei esquecendo. Perguntei à Dona Ana por ela e Dona Ana disse que ela tinha saído há pouco e que estava preocupada com a filha porque ela estava passando as noites fora de casa, andava meio estranha. Não quis contar para ela o que estava acontecendo e ainda saiu hoje de uma hora para outra durante o horário de trabalho e nem falou onde estava indo, mas que ela achava que era problema com algum namorado.
Achei meio estranho aquilo. Andressa dormindo fora era novidade. Perguntei à Dona Ana desde quando isso estava acontecendo. Dona Ana disse que ela dormiu fora as últimas duas noites e a filha raramente dormia fora de casa; quando dormia, era nas noites de sábado para domingo. Eu disse que provavelmente era algum problema com namorado mesmo, mas que eu iria tentar falar com ela depois e, caso Dona Ana precisasse de algo, era só falar.
Fui ao quarto de Dani e ela estava deitada lendo um livro. Levou o maior susto quando me viu ali naquele horário. Quando me aproximei, dei um abraço nela, me deitei ao seu lado na cama e fui contando tudo que estava acontecendo. Quando terminei, ela perguntou o que eu iria fazer. Eu disse que ainda não tinha certeza. Aí contei a ela o que Dona Ana tinha falado da Andressa.
Dani achou muito estranho também e disse que, depois daquela discussão, Andressa parecia querer evitá-la. Estava muito estranha aquela história. Dani ficou pensando um pouco e disse que passou uma besteira pela cabeça dela. Eu perguntei o que e ela disse que talvez o Alexandre pudesse ter oferecido dinheiro para Andressa dormir com ele, já que ele estava me traindo, podia ter tentado ficar com Andressa igual tentou ou ficou com a tal secretária.
Mas ela pontuou que provavelmente era viagem dela porque Andressa não parecia esse tipo de mulher. Se fosse, ela despistava muito bem; talvez fosse só coincidência Andressa estar dormindo esses dias fora de casa com o Alexandre fingindo estar no RJ, sendo que na verdade ele estava em São Paulo com seu amigo e a esposa.
Nossa, aquilo bagunçou totalmente minha cabeça, mas eu não acreditava que Andressa pudesse fazer isso. Se até o homem com quem eu era casada há mais de dez anos estava mentindo para mim, imagina a empregada? Era bem possível que Andressa estivesse no meio da bagunça. Se isso fosse verdade, seria outra grande decepção. Eu gostava muito da Andressa; ela era uma amiga para mim, ela e Dona Ana eram como família.
Perguntei a Dani se eu podia usar seu computador. Ela disse que sim. Liguei e fui entrar no meu e-mail. Quando abri, comecei a ler algumas coisas. Vi uns documentos, extratos bancários, uma ficha da polícia, várias fotos, o endereço; com certeza era o mesmo. Fiquei com preguiça de ler aquilo tudo. Liguei para Igor, coloquei no viva-voz e pedi para ele fazer um resumo do que descobriu. Ele disse que nada de muito estranho, a não ser a ficha dela na polícia, que estava indisponível. Provavelmente, foi algum problema muito grave, porque geralmente isso acontece quando a justiça pede para a ficha não ser divulgada. Ele me disse que podia até tentar descobrir, mas tinha o risco dele ser pego e ele não podia arriscar. Eu disse que tudo bem, eu tinha como descobrir isso com o Hugo depois.
Ele falou que, no mais, ela era uma mulher comum, estudou e se formou em administração, trabalhou 3 anos em uma grande empresa de seguros, foi demitida, mas não tinha o motivo da demissão nos registros. Ela era de BH, mas veio morar em São Paulo há quase um ano, comprou um apartamento, carro e estava há seis meses trabalhando na empresa do meu pai.
Ele disse que outra coisa chamou muito a sua atenção: tinham algumas transações estranhas na conta bancária dela, alguns depósitos e saques muito grandes; alguns chegavam até a dez milhões de reais, mas esse movimento de dinheiro durou 3 meses, depois parou e ela não movimentou mais essa conta.
Quanto mais eu sabia das coisas, mais eu me confundia. O que será que essa ruiva aprontou que nem na ficha criminal dela está?!?!
Agradeci ao Igor e disse que depois eu pagava a ele pelo trabalho extra. Ele disse que, precisando, era só ligar. Me despedi e Dani estava ali me olhando com uma cara de espanto, mas não era só ela que ficou meio assustada com aquela história, não. Resolvi tomar um banho para ver se esfriava a cabeça um pouco. Quando terminei, deitei na minha cama e fiquei pensando em tudo que aconteceu naquele dia. Ainda não sabia o que iria fazer, mas eu tinha que fazer algo. Eu precisava de provas para ter certeza absoluta de que Alexandre estava tendo um caso com aquela ruiva. Fiquei ali pensando em um jeito de pegá-los no flagrante.
E Andressa?
Será que ela está no meio disso?
Eram muitas perguntas e nada de respostas, mas de uma coisa eu tinha certeza: Alexandre mentiu para mim. Estava com Daniel e a esposa aqui em São Paulo, só não sabia onde.
Fiquei ali com aqueles pensamentos e nem vi quando dormi. Acordei meio assustada, estava escuro. Olhei no celular e era mais de 21 horas. Eu xinguei a mim mesma por ter dormido sem querer e ter dormido muito. Levantei e comecei a pensar no que fazer. Fui ao banheiro, lavei meu rosto, saí do quarto e fui à cozinha. Não tinha ninguém ali; Dona Ana provavelmente foi dormir, Dani provavelmente já estava quase. Resolvi ligar para Alexandre só para ver se ele me atendia. Nem chamou, caiu na caixa postal; provavelmente estava muito ocupado. Pensei e pensei e resolvi ligar para outra pessoa. Liguei para o celular da Andressa. Chamou, mas ela não atendeu; provavelmente não estava afim de conversar, ou talvez já estivesse até em casa dormindo. Eu torcia para isso, realmente não queria que ela estivesse no meio de algo ruim.
Voltei para meu quarto e liguei meu notebook. Fui no e-mail que Igor tinha enviado e peguei o telefone da ruiva. Se ela atendesse, eu convidaria ela para o almoço de aniversário da Dani; se não atendesse, eu saberia o que fazer. Liguei e foi direto para a caixa postal. Meu sangue ferveu; eu tinha quase certeza de que os dois estavam juntos. Era muita coisa que me levava a pensar isso, mas eu queria ter certeza.
Vesti uma roupa mais decente e peguei a chave do carro. Fui ao quarto da Dani e ela já estava dormindo. Saí, peguei o carro e, assim que liguei, coloquei o endereço no GPS. Eu sabia onde era a avenida; o problema é que era meio longe e ela era enorme. Depois de 40 minutos de trânsito, cheguei na avenida. Fui seguindo devagar e, de acordo com o GPS, eu estava a 500 e poucos metros do local. Acelerei mais um pouco e, quando faltavam 30 metros, diminuí e fui bem devagar. Consegui encontrar o prédio; era um prédio simples. Olhei e provavelmente nem porteiro tinha. Estacionei e sai em direção ao meu destino. Cinco lances de escadas; ninguém merece.
Entrei no corredor e achei o apartamento fácil. A porta era de madeira, provavelmente estava trancada e com certeza eu não iria conseguir derrubá-la, mas tinha gente ali dentro. Dava para ver a claridade por baixo da porta e ouvir uma música que vinha dali. Mas notei que não era só a música; eu escutei um gemido de mulher. Era baixo, e a música atrapalhava, mas eu tinha certeza de que era uma mulher gemendo. Eu, do lado de fora, estava ouvindo mesmo com a música atrapalhando. Lá dentro, com certeza, o negócio estava bom.
Não tinha outra saída. O único jeito de entrar era se aquela infeliz abrisse a porta. Eu queria pegar os dois com a boca na botija, como dizia minha avó, mas não tinha outra saída. Comecei a bater na porta bem forte para que a ruiva pudesse ouvir. Esperei e nada. Bati de novo e, dessa vez, vi que o som foi desligado, mas nada de abrir a bendita porta. Aí escuto barulho de chaves e a maçaneta girar. Ela ia ter uma surpresa. Assim que ela abriu e me viu, ela ficou mais branca ainda.
Ela vestia um roupão, provavelmente só estava usando ele no momento, cabelo meio bagunçado e uma marca roxa no pescoço. Ela me perguntou o que eu estava fazendo ali. Eu empurrei a porta com ela junto e entrei. Ouvi ela dizer um "ai", provavelmente eu fiz ela se chocar com a parede. Fui entrando e passei por um cômodo que parecia ser a sala. Alguém tinha bebido vinho ali. Fui direto para um corredor e abri a porta de um quarto. Ouvi ela vindo atrás de mim perguntando o que eu estava fazendo. O quarto estava vazio, nem móveis tinha.
Fui na outra porta e abri. A cama estava toda bagunçada, mas não tinha ninguém ali. Resolvi procurar melhor. Olhei debaixo da cama e nada. Fui até o guarda-roupa e abri as portas. Nada. Olhei para a saída e ela estava ali parada na porta me olhando com uma cara de medo. Perguntei para ela onde ele estava. Ela perguntou quem. Eu falei que ela sabia muito bem quem. Fui em sua direção e ela saiu pelo corredor. Voltei até a sala, olhei e vi onde era a cozinha, mas percebi ela parada na frente de outra porta. Provavelmente era o banheiro. Fui na direção dela e ela não saiu da frente. Perdi a paciência e falei para ela sair ou eu passaria por cima dela.
Sua cara de medo e susto sumiu na hora. Ela disse que meu marido não estava ali, que ela não tinha nada com ele, que eu estava cometendo um erro enorme. Eu falei para ela que, já que ele não estava, era só ela sair da frente e deixar eu entrar. Ela disse que não podia fazer isso, mas jurava que meu marido não estava ali. Me aproximei mais e ameacei ela de novo: ou saia ou eu passava por cima. Ela nem piscou, disse que ali eu não iria entrar de jeito nenhum. Ela realmente estava decidida a me impedir, mas eu também estava decidida a entrar. Só fui para cima dela. Tentei pegar ela pelos braços e puxá-la, mas ela me impediu. A gente acabou enroscando os braços uma na outra na tentativa de uma tirar a outra do lugar. Quando vi, já estávamos grudadas uma na outra.
Ela tentou me empurrar e eu fui girar o corpo; nós duas caímos em cima de um sofá. Dali, a gente foi para o chão. Os copos que estavam em cima da mesinha caíram e fizeram o maior barulho. Na adrenalina e na raiva que eu estava, não estava nem aí; eu só queria acabar com aquela maldita infeliz. Mas, apesar de menor, ela era forte igual a mim ou até mais. A briga continuou até que eu ouvi uma voz pedir para a gente parar, pelo amor de Deus.
Quando ouvi aquela voz, eu parei automaticamente. Eu conhecia muito bem aquela voz, mas como assim?!
Andressa?!
Andressa estava ali parada na porta do banheiro, só com uma toalha no corpo. Eu perguntei o que ela estava fazendo ali. Ela pediu para eu largar a Fernanda e sentar que ela ia explicar. Ela disse que Fernanda só estava tentando protegê-la, que o Alexandre não estava ali, nunca esteve. Eu ainda estava meio em dúvida. Andressa veio até mim e estendeu a mão, olhou nos meus olhos e disse que gostava muito de mim, sempre me respeitou e admirou, que eu, além de tratar ela e a mãe como da família, era uma ótima patroa, que ela nunca faria algo para me magoar intencionalmente. Eu vi sinceridade naquelas palavras. Segurei as mãos dela e levantei. Olhei para a ruiva ali sentada no chão e estendi as mãos para ela, ajudando-a a levantar. Mas eu ainda queria muitas explicações dela. Na Andressa, eu até acreditava; nela, já era outra história.
Perguntei a Andressa o que ela estava fazendo ali. Ela me olhou e deu um sorriso. Eu disse que não precisava responder; era meio óbvio. Me sentei em um sofá pequeno e as duas no outro maior. Pedi para elas me explicarem o que estava acontecendo. Aí a ruiva falou que, na verdade, eu é que tinha que explicar como fui parar no apartamento dela e por que achei que meu marido estava ali. Ela falou de um jeito meio arrogante, e eu não gostei nem um pouco do seu tom. Olhei para Andressa e disse que era melhor eu falar com ela em casa e fui levantar. Ela pediu para eu ter calma, pediu para a ruiva pegar leve, que eu tinha motivos para suspeitar dela e que, conversando, a gente podia esclarecer aquela bagunça de vez.
A ruiva abaixou a cabeça e disse que ela tinha razão. Aí me olhou e pediu desculpas pelo jeito que falou, disse para eu contar o que me fez chegar até o apartamento dela, que ela iria esclarecer tudo para isso acabar de vez, que ela já estava era cansada de passar o que vinha passando nos últimos meses com meu marido. Nessa hora, vi que ela falou dele com um tom de raiva. Bom, eu não tinha nada a perder mesmo, então contei tudo para ela, desde os primeiros olhares que vi dela na nossa direção, do que meu pai me contou, da jóia e das flores, do que Igor descobriu. Quando eu contei do Igor, ela ficou apavorada, pediu pelo amor de Deus para eu não contar isso a mais ninguém. Eu disse que, se a explicação dela me convencesse de que ela não tinha nada com meu marido, eu não teria nada contra a vida dela.
Ela me olhou e disse que os olhares não eram em direção ao Alexandre; eram na minha direção, que ela me achou linda e simplesmente não conseguia ficar perto de mim e não me olhar. Ela falou isso e vi que ela ficou vermelha na hora. Ela disse que nunca olhou para o Alexandre, nem para outro homem; ela era lésbica, não bissexual. Ela só ficava e tinha interesse em mulheres. Ela disse que no início Alexandre a tratava com respeito e só conversava com ela sobre assuntos de trabalho, mas que de uns meses para cá ele mudou totalmente; começou a dar em cima dela descaradamente. Ela sempre deixou claro para ele que não tinha nenhum interesse nele, nem se fosse solteiro, imagina casado. Mas ele vivia insistindo. No dia da festa, ele cantou para ela duas vezes e, na última, ela perdeu a paciência e disse a ele que se ele não parasse, ela iria fazer um escândalo dentro da casa dele e contar tudo que estava acontecendo.
Ela disse que depois disso ele a deixou em paz por um tempo, mas depois voltou a tentar algo. Que naquele mesmo dia ele ligou para o telefone da mesa dela na empresa. Ela atendeu e ele disse que iria mandar um presente para ela e à noite ligaria para combinar onde eles iriam jantar. Depois, iria levar ela a uma boate que ela iria amar. Ela disse que nem teve chance de responder e ele desligou. Que recebeu o presente e as flores, que ela mandou uma mensagem para ele avisando que ia devolver o presente e que se ele viesse à casa dela iria chamar a polícia e fazer uma denúncia contra ele por assédio. Ela me chamou até a cozinha. Eu levantei e fui. Ela me mostrou o buquê de rosas dentro da lata de lixo ao lado da pia, me levou até o quarto e abriu o guarda-roupa, mostrando a caixinha de presente dentro de uma gaveta. Ela disse que nem abriu porque iria devolver como recebeu e nem sabia o que era. Se eu não tivesse falado que vi ele comprar em uma joalheria, nem iria saber que era uma jóia.
Voltamos para a sala. Eu não tinha como duvidar dela. Primeiro, porque ela parecia ser sincera, segundo, que as flores estavam mesmo no lixo e o presente sem abrir. Eu não poderia fazer outra coisa se não me desculpar com ela. Ela disse que tudo bem, que não me culpava por nada, até porque, no meu lugar, provavelmente chegaria à mesma conclusão.
Andressa pegou seu celular e começou a mexer, depois me entregou. Pediu para eu dar play no vídeo; assim eu fiz. Apareceu ela de costas na pia da minha casa lavando alguma coisa. Alexandre chega atrás dela e tenta abraçá-la por trás. Ela o empurra e pede para ele deixar ela em paz. Ele sorri e diz que sabe que ela gosta. Ela pede pelo amor de Deus para ele parar de tentar fazer aquilo porque nunca vai acontecer nada entre eles. Ele novamente sorri e fala para ela pensar com carinho, que ela iria gostar, que ele poderia mudar a vida dela para melhor. Ela diz que não quer nada dele, a não ser que ele pare de incomodar ela. Ele tira um pacote de notas do bolso e estica a mão até ela, diz que pode ser um adiantamento, mas de onde veio aquele tinha mais, que era só ela fazer um agrado para ele. Ele leva a mão até o meio das pernas; não dá para ver, mas provavelmente ele está tocando no seu pau por cima da calça.
Ela manda ele se foder, que ela não é nenhuma puta que dá em troca de dinheiro, que o respeito que ela tem por mim é pela Dani e não pode ser comprado. Ele, mais uma vez, balança o dinheiro e pergunta se ela tem certeza. Ela diz que já disse que não quer o dinheiro dele. Nisso, ela se vira para a pia novamente. Logo Alexandre sai do ângulo da imagem. Vejo Andressa sair com as mãos no rosto e logo depois aparece Dani na tela passando perto da pia. Aí o vídeo acaba.
Eu estava em choque com aquilo. O meu Alexandre não existia mais; o homem que eu aprendi a amar, de uma hora para outra, se transformou no tipo de homem que eu mais tenho nojo. Meu rosto já estava coberto de lágrimas. Eu olhei para Andressa e disse que ela podia ficar tranquila que ele nunca mais iria encostar um dedo nela. Olhei para Fernanda e falei que nem nela, que eu iria fazer ele pagar por cada vez que ele incomodou elas, por cada mentira que ele me contou. Ele iria pagar caro por ter me feito de idiota, que todo amor que eu sentia por ele eu ia transformar em ódio. Ele iria se arrepender o resto da vida por ter traído minha confiança.
Continua…