Acordei na sexta-feira de manhã não me sentindo muito bem. Não tinha conhecido dormir direito. Devia ser umas 05:30, quando eu acordei ainda não tinha muito sol. Tomei um banho quente e fui comer alguma coisa antes de sair. Eu já estava terminando quando Lucas apareceu na cozinha.
— Bom dia.
Ele disse primeiro. Serviu um copo d’água para si enquanto parecia esperar uma resposta.
— Bom dia meu amor. Quer que eu faça alguma coisa pra você?
— Não tô com fome agora. Pode deixar que eu faço alguma coisa pra mim mais tarde.
— Tá certo.
Ele tomou mais um copo de água. Estava de frente para mim, eu sentia ele me olhando mas não olhei pra ele. Não queria conversar sobre a noite anterior naquele momento. Depois de um tempo ele saiu. Eu terminei de me arrumar e foi para o trabalho.
Durante todo o caminho a única coisa que eu conseguia pensar era diferentes cenários da conversa que a gente precisava ter sobre o que aconteceu. Eu ODEIO essas conversas sérias. Eu sou a melhor pessoa no mundo em deixar as coisas fluírem naturalmente. Me orgulho de conseguir ler bem as pessoas, me adaptar fácil pra criar um clima de conversa agradável e sempre consigo achar boas respostas independente do assunto. Mas essas conversas sérias que são inevitáveis, para mim, são como um duelo. Um embate com hora marcada. E isso me deixa muito nervosa.
Antes de enfrentar isso eu precisava desabafar com alguém. Aproveitei o sinal fechado e mandei uma mensagem para Ana. Quando ela respondeu era quase hora do almoço. Disse que chegaria da viagem no sábado à noite. Eu marquei com ela da gente almoçar juntas no domingo.
Felizmente o trabalho me ajudou a não ter que pensar muito sobre toda a situação. Fiz hora extra e jantei na rua. Demorei o máximo possível antes de voltar para casa. Cheguei umas 21hs. Fui direto para o quarto. Tomei um banho demorado e deitei na cama. Júlia apareceu no WhatsApp:
Júlia: Diz ai mulher, como foi?
Eu: Foi ótimo. Seu plano deu certo!
Júlia: É claro que deu! ksksksks vocês gostaram do filme?
Eu: Nem lembro direito do filme…
Júlia: ksksksksks mas e ai, chegaram aos finalmente?
Eu: Não. Ele não conseguiu segurar muito tempo. Uma hora parecia que eu estava quase explodindo de tanto tesão... ai de repente quem explodiu foi ele! A última vez que eu vi tanta sêmen foi uma daquelas sessões de varias horas que eu, Ana e o pai de Lucas vaziamos.
Júlia: Essa época boa eu não peguei. Não tive esse privilégio!
Eu: Não teve mesmo. Uma pena, era bem a sua cara.
Júlia: Então tudo acabou quando ele gozou?
Eu: Foi… o clima mudou. Ele foi se limpar e não voltou mais. Eu tive que resolver na mão! Kkkkkk
Júlia: Que chato. E hoje, não rolou nada?
Eu: Não, ainda nem falamos sobre o que aconteceu. Você sabe que eu odeio essas conversas. Quero evitar pelo menos uns alguns dias. Não me senti muito bem depois do acontecido e não sei ainda o que quero fazer.
Júlia: Então você não gostou da experiência?
Eu: Não exatamente… enquanto estava acontecendo fui incrível. Mas depois que ele gozou ficou um clima estranho… e eu também não entendi porque ele não voltou depois.
Júlia: Hhhmmmm você tá na dúvida se ele gostou e/ou ainda quer algo a mais, é isso?
Eu: Isso.
Ela demorou um tempo para responder. Eu continuei:
Eu: Marquei com Ana pra gente almoçar no domingo. Quero saber o que ela acha dessa história. Você quer vir também?
Júlia: Não posso, tenho compromisso no domingo o dia inteiro.
Eu: Cliente?
Júlia: Sim! E é o meu velho preferido! Vai ter inferninho em uma fazenda de um amigo dele. Vou passar o dia inteiro lá com ele.
Eu não tive oportunidade de mencionar isso antes: Júlia faz uns “bicos” como GP. Ela tem (acho que ainda tem) perfil em um site de acompanhantes. Hoje em dia ela só trabalha com clientes fixos que geralmente pagam ela por um dia inteiro. Ela ganha um nota com esses velhos.
Eu: Então tá amiga, preciso dormir. Tenho que chegar cedo amanhã na loja.
Júlia: Ok. Boa noite, depois me fala como foi com Ana. Beijo.
Larguei o celular e passei um bom tempo antes de adormecer. Em um dado momento me veio uma vontade de acabar logo com essas ansiedade: ir direto no quarto de Lucas e ter essa conversa de uma vez por todas. Eu fiquei fantasiando com essa ideia sei lá quanto tempo até cair no sono.
Quando eu sai pro trabalho de manhã cedo Lucas parecia não estar em casa. No meio do expediente eu recebo uma mensagem dele: “Eu quero falar com você.” Eu não sabia como responder de imediato. Continuei o trabalho até surgir uma oportunidade e então me tranquei no escritório para não ser incomodada. Respirei fundo e comecei a digitar no celular:
Eu: Oi meu amor. A gente precisa conversar mesmo… desculpa ter te evitado. Depois do que aconteceu eu não sabia como agir…
Lucas: Eu também. Passe esse tempo todo pensando sobre o que aconteceu…
Esperei um pouco por uma mensagem que não veio.
Eu: Olha filho, foi uma coisa de momento. Eu não sei o que deu em mim… a gente pode passar um borracha nesse episódio e não falar mais sobre isso.
Imediatamente ele respondeu.
Lucas: Então você se arrepende do que aconteceu?
Eu: Não filho. Eu te amo muito, o que aconteceu foi uma demonstração desse amor. Você é um homem incrível, tenho muito orgulho de você, jamais me arrependerei do que fiz.
E você? Você ainda não falou sobre o que achou daquela noite…
Lucas: Faz uns dez anos que eu fantasiava viver algo assim.
Eu derreti na cadeira que estava sentada de tanto alívio.
Lucas: Eu sempre achei você maravilhosa. Desde muito novo eu tenho um tesão fora do comum por você. Você é incrível mãe!
Eu: Você não imagina o quanto feliz eu estou em ouvir isso meu filho. Aquela noite foi uma experiência mágica para mim. Eu queria ter tido a oportunidade de passar mais tempo com você. Infelizmente você não conseguiu se segurar muito tempo… mas eu tomo como um elogio! Kkkkkk
Lucas: Desculpa por ter gozado rápido.
Eu: Não se desculpe meu amor. Foi incrível de qualquer forma.
Lucas: Certo. Prometo que da próxima vez serei bem melhor. Desde de que sai do quarto naquele dia eu penso em como posso retribuir gozada que você me fez eu ter.
Eu: Você vai ter muitas oportunidades para fazer isso. (usei o emoji de diabinho roxo) Mas eu achei que você fosse voltar naquele dia. O que aconteceu?
Ele demorou um pouco, mas finalmente respondeu.
Lucas: Eu fiquei com vergonha.
Eu achei fofo. De alguma forma a inexperiência dele me dava muito tesão. Eu me sentia como uma leoa acuando um novinho indefeso. Kkkkkkkkkk
Eu: Imagina meu amor… não tem motivo para ter vergonha.
Um funcionário bateu na porta de vidro me chamando para resolver um problema. Só conseguir ver as mensagens uns quinze minutos depois.
Lucas: Que horas você chega em casa?
— Assim que acabar o expediente. Vamos jantar juntos hoje. Quando eu chegar a gente pede alguma coisa. Pode deixar que a sobremesa é por minha conta. (emoji de piscada)
Todos os detalhes sobre o que aconteceu aquela noite e a conversa que eu tive com Ana no dia seguinte, vou deixar para a próxima parte. Posto assim que der. Beijos meus taradinhos!