Inimigo Íntimo. Parte 8.

Um conto erótico de Lukinha e Id@.
Categoria: Heterossexual
Contém 4280 palavras
Data: 11/01/2024 17:33:56
Última revisão: 27/06/2024 05:01:18

Como sempre fomos muito brincalhões, resolvi abusar:

– Olha, não sei … não é fácil dar um fora na Rafaela …

Josi foi mais honesta do eu esperava:

– Eu te entendo … ela é um mulherão. Aqueles olhinhos puxados … Fiquei com muito medo de não conseguir ter você de volta. – E devolveu a minha provocação. – Nem eu sei se teria resistido …

Aquilo era coincidência demais, as duas falando a mesma coisa. Fui hipócrita e resolvi testá-la:

– Ela acha o mesmo de você. Ainda disse que se um dia eu resolver deixar de ser careta, ela topa.

Os olhinhos lindos da Josi chegaram a brilhar:

– Ela topa? O quê?

Usei as mesmas palavras de Rafaela para mim:

– Você entendeu, não se faça de boba.

Josi me encarava, abismada:

– Não … tu tá zoando com a minha cara. Isso é um teste?

Mantive a dúvida no ar:

– Um teste? Você me conhece, sabe que não sou assim. Mas é que a Rafa …

Josi estava decidida a não repetir os mesmos erros:

– Então vou mandar a real. Eu te amo, mas se você estiver mesmo falando sério, eu também topo. Aquela mulher é um espetáculo. Já fico imaginando … hum … nós três …

Estava na hora de parar de brincar. Josi não percebeu minha intenção de provocá-la:

– Me desculpa, eu estava mesmo zoando, tentando te fazer ciúme.

Josi veio até mim, se sentando no meu colo:

– Eu vou ser o mais honesta possível e espero que você entenda o que eu quero dizer. Eu sei que o seu medo é que eu tenha vontade de me envolver com outros homens, por isso nunca considerou entrar na vida liberal.

Ela estava decidida, olhando nos meus olhos:

– E se eu te confessar que tudo isso começou com mulheres? Que quando eu me tornei uma liberal, foi porque queria ter a experiência sem precisar perder o meu namorado da época? Além da hipocrisia das pessoas, lógico, que eu já te contei.

Aquilo me confundiu e eu fiquei curioso:

– Você está dizendo que não sente falta de estar com outros homens, mas sim, de estar com outras mulheres?

Josi me deu um beijo carinhoso, voltando a se levantar:

– Olha Clay, não vou mais omitir as coisas, isso quase me fez perder você, mas também, não vou mais ficar pisando em ovos. Vou ser honesta, contar como me sinto e você decide se pode lidar com isso ou não. Espero que sim, pois eu não tenho a mínima intenção de te perder novamente.

Aquelas palavras me pegaram desprevenido, mas ajudaram a restaurar um pouco mais a minha confiança nela:

– Prefiro assim também. Voltar com você é uma escolha minha, sem interferência externa e eu não quero me tornar aquele tipo de namorado paranoico, que fica vigiando a namorada. Você sabe que pode se abrir comigo, ser honesta. Prometo ser compreensivo e tentar entender antes de qualquer julgamento.

Josi aproveitou o momento e deu na canela:

– Então saiba que eu tenho muito tesão em mulheres. Inclusive, gostaria muito que pudéssemos fazer isso juntos.

Foi tão de repente que eu me assustei:

– Assim, na lata? Nem amaciou a carne primeiro?

Josi não deu trégua:

– Você aprendeu muito no nosso tempo juntos. Eu já expliquei como era a minha vida. Tu não é mais aquele babaca preconceituoso e cheio de falso moralismo do começo. Tenho certeza de que hoje você pode ouvir e analisar o que eu pretendo e decidir se vale a pena ou não tentar.

Antes que eu pudesse digerir aquelas palavras, ela brincou:

– Já temos até uma pretendente em foco … sei que tu ainda é muito machista, então aproveita, pois ter duas mulheres ao mesmo tempo é o sonho de onze entre dez homens héteros. Pensa nisso.

Josi era inteligente e sabia que era hora de mudar o rumo da conversa. A semente já estava plantada. Ela voltou a se sentar no meu colo, mas de pernas abertas, montando sobre mim. Beijando a minha boca e me provocando, ela esfregava a xoxota que começava a se excitar no meu pau já duro:

– Vai foder sua putinha? Eu quero mais, muito mais … vai me chupar inteira e depois meter esse pauzão gostoso em mim?

Ela beijava o meu pescoço e mordiscava o lóbulo da minha orelha:

– Vem … vem foder sua putinha … vem atolar esse pau inteiro dentro de mim … que saudade da gente, meu amor.

Ergui Josi no ar, a colocando de costas sobre a mesa, enfiando minha cara entre suas pernas e, enquanto apalpava os seios, comecei a lamber e sugar o grelinho sensível e saliente. Eu lambia e sugava com muito prazer. Josi ergueu as pernas, apoiando os pés sobre meus ombros, deixando até seu cuzinho à mostra, praticamente implorando por minha língua. Eu envolvia o grelo inteiro com a boca e ela gemia cada vez mais alto:

– Que delícia … que saudade … minha buceta foi feita para essa boca e esse pau … não para, estou quase.

Josi estremecia, totalmente arrepiada, se debatendo e tremendo, num orgasmo alucinante:

– Ai, caralho … isso, assim … puto gostoso, tesudo …

Não deixei que ela esfriasse, sabia que ficava ainda mais tarada após o orgasmo. A peguei novamente, colocando-a deitada no sofá. Não pensei em mais nada, me enfiando entre suas pernas e segurando forte em seu quadril. Comecei a pincelar a rola na xoxota, com calma, esfregando a cabeça no grelinho com suavidade. Josi gemia, arfando de prazer. A torturei por algum tempo, até que ela não aguentou mais e pediu:

– Fode, mete esse pau em mim … para de me torturar … me atola de uma vez.

Fui enfiando, mas da forma mais viril que Josi adora, empurrando e tirando, voltando a empurrar. Ela rebolava, se entregando e curtindo, de olhinhos fechados, me provocando:

– Mete, seu puto … fode essa buceta com força … soca esse pau grosso inteiro em mim …

Estoquei com força, socando a pica inteira naquela bucetinha quente e macia, sentindo seu corpo vibrando outra vez, os músculos da vagina ordenhando meu pau. Josi gozou gemendo, rebolando na minha pica, mas sem esquecer de me provocar:

– Safado tesudo … pirocudo gostoso … imagina aquela Japinha mestiça aqui com a gente … sei que você não consegue parar de pensar em outra coisa … por isso tá me fodendo tão gostoso …

Confesso que me excitei com as provocações da Josi, mas estava tão vidrado nela, tão realizado por tê-la novamente ao meu lado, que nem me preocupei tanto com Rafaela ou com possibilidades futuras.

Eu me segurava para não gozar, queria dar a Josi um noite inesquecível, queria que nossa volta fosse memorável, mas ela estava me deixando louco:

– Goza pra mim, meu puto safado … me dá esse leite, seu gostoso … enche essa bucetinha de porra.

Gozei urrando como um urso, esguichando uma quantidade anormal de porra naquela xoxota deliciosa. O sexo com a Josi era sempre intenso e safado. Quase desfaleci por cima dela, exausto.

Levamos um tempo para recuperar as forças, quietos, apenas nos olhando e trocando beijos e carícias. Eu queria diminuir as expectativas dela, mas como sempre, muito inteligente, uma amante mais experiente do que eu, ela antevia minhas pretensões:

– Já que tu prometeu tentar entender antes de julgar, vou reforçar minha intenção. – Ela olhou nos meus olhos, demonstrando sinceridade. – Tu é o único homem para mim, não preciso de outros, mas confesso que eu adoraria poder ter experiências diferentes contigo.

Josi se sentou, trazendo minha cabeça para o seu colo, me fazendo um cafuné muito gostoso:

– Eu gosto da variedade, mas respeito o seu direito de querer ser meu único homem. Tem a ver com a sua criação, seus valores, a preocupação do que os outros vão pensar, pelo que aconteceu no seu passado … eu entendo tudo isso, então acho que essa é uma solução que agradaria a nós dois: por que não tentar apenas com outras mulheres?

Eu avaliava sua expressão, sentindo que ela era honesta, falava de coração. Decidi perguntar, sendo honesto também:

– Você não tem medo do que possa acontecer? Não teme que eu possa me envolver com outra mulher? Sentimento é um troço complicado, ele acontece de repente, sem que a gente se dê conta … nossa situação é um exemplo, quem diria que eu iria me apaixonar por uma liberal?

Ela não se abalou:

– Se isso acontecer, aconteceu. Eu entendo os riscos, só não deixo de viver por causa deles. E para ser honesta, confio muito no nosso amor e principalmente no meu taco. Para te roubarem de mim, vão ter que fazer muito melhor do que eu. Você é o meu homem, eu sou a sua mulher, nós nascemos para estarmos juntos.

Josi tinha uma estratégia e estava colocando em prática:

– Não me responda agora, não no calor da emoção. Pense, reflita, tenha a certeza de que pode lidar com isso. Quando achar que tem a resposta, voltamos a falar.

Uma coisa me preocupava:

– Se eu não aceitar, significa que não vamos …

Assustada, ela me interrompeu:

– Claro que não! Você é meu, não largo mais. Se eu precisar sacrificar esse lado para te ter comigo, não pensarei duas vezes.

Lembrei de Laura, minha irmã, e de seus conselhos para que eu procurasse um terapeuta para me ajudar com os traumas do passado. A proposta da Josi era tentadora, mas eu me sentia um hipócrita apenas por cogitar. Depois de tantas bobagens e julgamentos, de tanta idiotice que eu falei e pensei, aquele arranjo era perfeito para mim. Eu precisava lidar com meus sentimentos, mas também, cuidar dos sentimentos da Josi.

Durante aquele resto de final de semana, até a tarde do domingo, namoramos, nós nos amamos, comemos, conversamos … promessas foram refeitas, sentimentos se intensificaram … eu amava aquela mulher e ela retribuía com entrega a todo o meu amor, me dando a certeza de que a minha escolha estava correta e de que ela era uma parte fundamental da minha vida. Eu era muito mais completo com Josi ao meu lado.

Era hora de voltar para casa e para os problemas. Arrumamos nossa bagunça, demos uma ajeitada na casa e deixamos um bilhete de agradecimento para o meu tio, prometendo voltar em breve para que ele pudesse, finalmente, conhecer a Josi.

Cansada, Josi dormiu durante toda a viagem e eu precisei acordá-la ao estacionar em frente ao seu prédio. Ela foi direta:

– Posso pedir uma coisa?

Estranhei, mas deixei que ela falasse:

– Podemos manter nosso retorno em segredo, pelo menos por enquanto?

Não entendi e olhei bravo para ela. Ela me deu um beijo e se explicou:

– Você mesmo disse que tem alguém querendo o nosso mal. O que ninguém sabe, ninguém estraga. É claro você pode falar para a Laura, por exemplo, sei que ela é sua confidente e melhor amiga. – Josi parecia triste. – E tem esse tumulto na internet também. Já estou sendo atacada, tive até que colocar meu perfil no privado. Vamos esperar essa tempestade passar, acho que é o melhor.

Eu entendia o ponto de vista dela. Era mesmo o melhor a se fazer:

– E como vamos nos encontrar? Eu não quero ficar longe de você. Pensei que tu ia voltar a morar comigo.

Josi sorriu, mas foi realista:

– Eu acho que você está subestimando o problema. Eu sou uma ninguém, rapidamente vão me esquecer, mas você vive da internet e precisa se preparar. Por favor, não abaixe a guarda.

Achei que Josi estava se preocupando à toa:

– Essas perseguições de internet acontecem num dia e somem no outro. Amanhã eu já serei notícia velha. Como a Rafaela, a suposta prejudicada, me defendeu, acho que isso vai passar rápido.

Josi me deu outro beijo carinhoso e antes de sair do carro, uma advertência:

– Acho melhor você ligar o seu celular. Eu já dei uma olhada hoje, antes da gente pegar a estrada. A situação está tensa, bem diferente do que você acredita.

Ela pegou sua mochila e voltou a dizer:

– Sobre a gente voltar a morar juntos, não nego que a proposta mexe muito comigo, mas dessa vez eu quero tudo que eu tenho direito: namoro, noivado e casamento. Tenho certeza de que voltamos para ficar. Eu te amo, mais do que você possa imaginar.

Ela fechou a porta, me mandou um beijo com as mãos e se despediu:

– Tchau, meu amor. Foi uma viagem perfeita, muito obrigada. Mande mensagem quando chegar em casa. – Josi, enfim, entrou no prédio.

Era hora de voltar a ligar o celular. Em segundos, as mensagens começaram a pipocar. Prioridades primeiro. Havia uma única mensagem da minha irmã:

“Sei que não vai ler essa mensagem tão cedo, mas quando ler, venha direto para sua casa, estamos em crise”.

Lucas:

“A coisa tá feia. Simone, Lariane e eu estamos tentando combater esse maldito cancelamento, mas as coisas estão indo de mal a pior. Precisamos de você”.

Simone, Lariane, Douglas … as mensagens tinham praticamente o mesmo conteúdo: A coisa já tinha saído do controle há muito tempo.

Tinha até uma mensagem do Juan que eu achei atenciosa no começo, mas que no final, era no mínimo presunçosa:

“Como não consigo falar por chamada, quero que saiba que não tive a intenção de “roubar” seu cliente, mas eles acabaram me procurando. Os negócios são assim mesmo e agora que está montando sua agência, é bom que se acostume com a concorrência mais acirrada. São só negócios e ainda iremos ter muitos clientes mudando de lado. Espero que nada disso atrapalhe a nossa amizade. Se quiser conversar, só chamar”.

O que ele queria dizer com “ainda iremos ter muitos clientes mudando de lado?” Era algum tipo de declaração de guerra comercial? Ele se sente tão ameaçado assim? Não entendi, pois sou minúsculo perto dele. Estou apenas começando. Estranho, muito estranho. E muito inesperado.

Dei partida e acelerei, chegando rapidamente em casa e todos estavam se esforçando para contornar a situação. Não sei por que, mas acabei achando que o Douglas estava um pouco confortável demais com a situação. Não sei se era a influência dos alertas sobre ele, as coisas que Márcio falou na chácara, ou os áudios que a Josi me mostrou, mas eu começava a desconfiar do meu amigo.

De qualquer forma, sem provas, não poderia acusá-lo de nada. Aqueles áudios poderiam ser explicados pela mágoa por Josi e Daiane, sua ex, e ele, para se proteger, tentando se blindar, acabou falando o que não devia. Eu também não iria mais facilitar, dar brecha. A partir daquele momento, minha intenção era vigiá-lo bem de perto.

Assim que entrei, tentando me inteirar da situação, levei um sonoro esporro da Laura, em tom sarcástico:

– Escolheu a hora perfeita para sumir. – Ela estava muito brava. – Sua vida desmoronando e você parecendo um foragido.

Simone me deu a pior notícia possível:

– Além do contrato da Rafaela, temos três outras empresas querendo encerrar a parceria de forma unilateral. Eles até já enviaram comunicações extraoficiais. Acho que perdemos, não tem jeito.

Infelizmente, para mim, aqueles três contratos estavam entre os cinco grandes que eu tinha. Senti o baque e entendi o alerta da Josi. Sinceramente, eu acreditei que a simples defesa da Rafaela, sua ajuda, tivesse a capacidade de aliviar a minha barra. Como a Josi previu, eu realmente subestimei o tamanho do problema.

Do nada, no meio daquele auê, Douglas disse:

– Mesmo com todos esses problemas, precisamos comer. Vou buscar alguma coisa para a gente, a noite parece que vai ser longa.

A primeira bandeira vermelha foi dada em muito pouco tempo: por que Douglas precisava sair? O que ele iria fazer? Poderíamos muito bem pedir comida por aplicativos e elas seriam entregues.

Laura me conhece e pela minha cara, sabe muito bem quando eu estou desconfiado de alguma coisa. Pedi a ela:

– Vai com o Douglas, ajuda ele.

Ele não conseguiu disfarçar seu descontentamento. Principalmente porque após a traição, Laura, a melhor amiga de Daiane, mal dirigia a palavra a ele. Sem opções, ele aceitou. Fiz sinal para Laura e ela entendeu que algo estava errado, pegando sua bolsa e acompanhando o Douglas.

Lucas me pediu para falar em particular e como Simone e Lariane estavam tão empenhadas em responder aos nossos clientes, nem perceberam a nossa saída da sala.

Mal entramos no meu quarto e Lucas me mostrou diversos resultados de sua pesquisa na internet. Eu já tinha conhecimento de sua habilidade com computadores e o seu conhecimento sobre ambientes de rede. Ele tinha a certeza do que estava falando:

– Esse ataque, esse cancelamento, nem é mais sobre a suposta traição a Rafaela. Os seguidores verdadeiros dela já estão calmos. Existe uma forte atividade de bots – programas feitos para simular atividade humana – e perfis falsos, além de pessoas que recebem para fazer determinada tarefa, geralmente maliciosa, na rede.

Com a mão no queixo, batendo o dedo levemente na bochecha, tique que ele tem quando está pensando seriamente, ele concluiu:

– Acho que tem alguém por trás disso. É um ataque coordenado e muito bem-feito. E da forma que está sendo executado, é praticamente impossível descobrir a origem.

Eu só não entendia o pedido para falarmos a sós e perguntei:

– Você desconfia de alguém daqui?

Lucas se assustou:

– Não! Claro que não. – E se explicou. – Só não quero criar um falso rumor, deixá-las ainda mais preocupadas.

Eu precisava de ajuda e também de aliados. Conhecendo sua habilidade secreta, um dos motivos que me fez contratá-lo, pedi:

– Sei que posso estar passando dos limites e entendo se tu recusar, mas eu preciso muito vigiar o Douglas. Tu conseguiria criar algum tipo de acesso às mensagens dele?

Lucas me deu um sorriso malicioso:

– Eu posso ensinar e você mesmo faz. Assim, num eventual problema, eu não me complico. Mas já deixo avisado, só vai funcionar enquanto ele estiver logado na rede WIFI da casa. Posso te ensinar a fazer um backup do telefone e do notebook dele, serve?

Com a minha resposta positiva, Lucas instalou um programa espião no meu computador, monitorando toda a rede da casa. Qualquer aparelho conectado ao meu WIFI, teria seus dados roubados. Ele aproveitou e conferiu o endereço IP dos celulares e computadores das meninas e excluiu a captura de dados daqueles aparelhos. Ele aproveitou e também excluiu o meu celular e notebook. Eu mesmo fiquei de conferir o da Laura e depois o excluir também, só deixando o do Douglas.

Lucas aproveitou e me deixou a par de outra situação que ocorreu na minha ausência:

– Eu estou tranquilo, sei que vamos superar essa situação, mas eu acho que você deveria falar com as meninas, dar uma garantia para elas. Elas estão muito preocupadas com a perda dos contratos, achando que serão demitidas, que você não vai conseguir segurar a barra até essa tempestade passar.

Achei melhor resolver aquele problema mais urgente primeiro. Acessei meu computador e imprimi todo o meu histórico financeiro, contendo saldos em poupança e conta corrente, aplicações e investimentos. Voltamos a sala e eu chamei as duas, entregando uma folha para cada uma:

– Como vocês podem ver, esta é a minha garantia para vocês, uma prova de que podemos passar por isso. Eu gostaria muito de continuar contando com todos, pois tenho a certeza de que fiz a escolha certa ao selecioná-los. Vocês estão comigo?

Aliviadas, as duas se levantaram para me abraçar. Lariane ainda brincou:

– Esse é o futuro de um web-designer bem-sucedido? Acho que escolhi a profissão certa.

Brinquei com ela também:

– Trabalhando duro com certeza, mas se ficar só pensando em farra, saindo sem rumo … não sei, não.

Ela sorriu para mim:

– Eu estava necessitada, patrão. E foi tão bom, nem te conto.

Meu telefone tocou e eu realmente não queria atender ninguém, mas acabei olhando o visor e era a Josi. Voltei ao quarto para atender:

– Poxa, Clay, sério? Tô aqui preocupada. Por que não mandou mensagem dizendo que chegou?

Me desculpei:

– Perdão, mas assim que entrei em casa, foi só pedrada. Você tinha razão, as coisas estão complicadas.

Tentando se mostrar mais calma, mas não conseguindo disfarçar a preocupação comigo, ela tentou não atrapalhar:

– Vou deixar você trabalhar, então. Eu acredito em você, amor. Sei que vai sair dessa. Eu te amo. Esfria a cabeça e dê o seu melhor. Qualquer coisa, não hesite em me chamar, mesmo que seja só para aliviar o seu stress, sou ótima nisso.

Precisei desabafar:

– Tem mais uma coisa, estou achando a atitude do Douglas bastante estranha ...

Josi não se conteve, me interrompendo:

– Demorou, hein! Clay, esse cara não presta, mas eu estou cansada de bater na mesma tecla, não tenho mais …

Era hora de levar o Douglas mais a sério:

– Você tem razão, está na hora de abrir os olhos, mas preciso da sua ajuda.

Ela se animou:

– Até que enfim! Tu precisa que eu faça o quê?

Contei minha intenção:

– Vou dizer a ele que estávamos juntos, mas que não deu muito certo. Vou falar que estou desconfiado de você e pedir conselhos. Quero ver o que ele vai dizer.

Josi deu uma murchada:

– Ele vai tentar me prejudicar, inventar alguma história, armar para cima de mim …

Sem muita pretensão, sugeri:

– Então vamos dar a ele motivos. O que acha? Conhecendo o Douglas, sei que ele vai tentar te vigiar, tentar te pegar com a boca na botija.

Josi se animou:

– Tenho a pessoa perfeita para isso, um amigo gay que trabalha comigo, mas que não tem trejeitos. Quem olha, jamais diria que ele não gosta de mulher. Vou ficar mais próxima dele e ver se o Douglas aparece.

Nos despedimos e eu voltei à sala. Já passava das vinte e uma horas e eu sabia que não conseguiria falar com nenhum dos representantes das empresas que cancelaram o contrato comigo e eu precisava esperar até a próxima manhã.

Laura e Douglas retornaram e ela parecia bastante chateada com ele. Precisei perguntar:

– Que cara é essa? Aconteceu alguma coisa?

Laura desconversou:

– O de sempre, relaxa. Uma vez babaca, sempre babaca.

Enquanto Laura preparava a mesa para servir a comida, conversei com a minha equipe por cerca de dez minutos e Douglas não saia do celular, estava estranhamente calmo e eu resolvi testá-lo. Pedi que me acompanhasse até o meu quarto, precisava falar com ele a sós. Entramos e eu fechei a porta. Joguei verde:

– Preciso desabafar, meu brother. – Ele me encarava sem piscar. – Estive com a Josi desde ontem, acho que não tem volta para nós. Sei que você e ela tem seus problemas, mas como meu melhor amigo, preciso de conselhos.

Ele sorriu um sorriso debochado, mas pensou antes de responder:

– Tu sabe que eu torço por você, meu brother. Se é isso que tu quer, só me diz o que fazer. Estamos juntos, cara!

Douglas falou e não disse nada. Mudei a abordagem:

– Acho que ela está com alguém lá no trampo dela. Ela diz que não, mas eu duvido.

Douglas mordeu a isca:

– Vou investigar essa parada pra tu. Deixa comigo. Me dê uns dias.

Dei dois tapinhas camaradas no ombro dele e agradeci:

– Você é o cara, irmão. Sabia que podia contar contigo.

Voltamos novamente a sala e eu achei que era hora de deixar a galera descansar. Não iríamos resolver mais nada naquele dia e eu precisava de todos em plena forma e descansados na manhã seguinte. Jantamos e Douglas se despediu rapidamente, dizendo para mim:

– Vou ver aquela parada que conversamos, fique tranquilo.

Eu precisava manter Douglas o mais próximo possível:

– Vem cedo pra cá amanhã o mais cedo possível, precisamos de todo mundo focado. Quer levar o carro, assim tu chega mais rápido? – Douglas agradeceu e pegou as chaves que eu joguei.

Lucas, Simone e Lariane foram tomar banho e descansar. Ficamos Laura e eu na cozinha, secando e guardando a louça. Quando ela ia me dizer alguma coisa, seu telefone tocou. Era Daiane em uma chamada de vídeo. Ela me pediu para atender, pois estava com as mãos molhadas. Brinquei com Daiane:

– Boa noite, telefone da Laura, em que posso ser útil?

Daiane estranhou, mas sorriu:

– Ué? Cadê sua irmã? Ela tá aí com você ou esqueceu o telefone? Passei para deixar um doce que eu fiz, mas está tudo apagado por aqui.

Me abraçando por trás, apoiando a cabeça no meu ombro, Laura mesmo respondeu:

– Papai tá viajando, acho que vou ficar por aqui mesmo. Estamos trabalhando na contenção da crise. Preciso cuidar desse meu irmão sem noção.

Daiane aproveitou para ser solidária. Do jeito dela, lógico:

– Que merda, meu amigo. Tá tão feia a coisa assim?

Confirmei, mas diminuindo o peso da situação:

– Legal não está, mas a gente vai dar um jeito.

Daiane me surpreendeu:

– Foi bom estar falando com você, pois eu queria muito agradecer o que você fez, adiantando aquele dinheiro para o Douglas.

Opa! Mais um sinal de alerta. Daiane continuou:

– Com esse adiantamento, Douglas quitou todas as pendências comigo, inclusive, as parcelas atrasadas da casa.

Laura percebeu pela minha fisionomia que alguma coisa estava errada, mas eu pensei rápido e não neguei nada para Daiane:

– Que bom. Ainda bem que aquele idiota está criando juízo.

Daiane me surpreendeu novamente:

– Não sei se já te contei, mas Alexandre, meu novo namorado, é investigador de fraudes de seguro. Se você quiser, ele tem meios de rastrear o tal vídeo que postaram de você e da Josi. Se quiser ajuda, é só falar, foi ele mesmo que se ofereceu.

Agradeci a gentileza e fiquei tentado a aceitar, mas me contive, precisava pensar melhor. Se bem que, um aliado a mais, não seria má ideia. Sem muito mais o que falar, sabendo que Laura estava bem e segura, ela se despediu:

– Boa noite, gente. Qualquer coisa, sabem onde me encontrar. Beijinhos.

Assim que desligamos, Laura veio direto na jugular:

– Você não adiantou dinheiro nenhum para ele, né? Seja honesto.

Achei que era hora de me abrir e contar a verdade. Eu só não imaginava que Laura também teria fortes revelações a fazer.

Continua ...

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Foto de perfil de Contos do LukinhaContos do LukinhaContos: 112Seguidores: 374Seguindo: 13Mensagem Comentários de teor homofóbico, sexista, misógino, preconceituoso e de pessoas que têm o costume de destratar autores e, principalmente, autoras, serão excluídos sem aviso prévio. Assim como os comentários são abertos, meu direito de excluir o que não me agrada, também é válido. Conservadores e monogâmicos radicais, desrespeitosos, terão qualquer comentário apagado, assim como leitores sem noção, independente de serem elogios ou críticas. Se você não se identifica com as regras desse perfil, melhor não ler e nem interagir.

Comentários

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Cada vez me surpreendo mais com você Lukinha!

Sei que Id@ tem sido grande aliada e vocês dois formam um belo par. parabéns aos dois e que essa luz nunca se apague! ⭐⭐⭐💯

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Não tem nem o que falar sobre o capítulo... super empolgante, mesclando o sexo com a parte da tra em si. Nota 10. Agora é aguardar o próximo.

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Segunda, sem falta.

Defini um cronograma de postagens. De segunda a sexta, posto dois ou três capítulos das séries longas, como o inimigo íntimo. Os finais de semana, deixarei para contos rápidos, de no máximo duas partes.

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Excelente. Acho que ficou meio óbvio que o Douglas seria o tal inimigo íntimo... Ou então só estamos olhando para a mão errada do mágico... Também estou apostando no Juan.

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Putzz.. até que enfim ele começou a abrir os olhos em relação ao falso amigo.

história top demais...parabéns

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Tu não é mais aquele babaca preconceituoso e cheio de falso moralismo do começo. sei que tu ainda é muito machista

Querido autor, você não ache que essas frases acimas são um tanto preconceituosas?

Sei lá, talvez só uma opinião mas a grande maioria dos homens e mulheres que não gostam de dividir é só pelo simples fato de primeiro não terem vontade e segundo não terem tesao nisso.

Não sei se você é gay ou hetero mas se você for gay e uma mulher dar em cima de vc e vc dizer que não tem interesse por ser gay e ela dizer que vc é preconceituoso, acho que seria uma afirmação errada e vc não iria gostar e nos diálogos que eu expus a personagem foi muito preconceituosa.

Fora isso demorou pro clay acordar.

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Se você voltar a primeira e segunda partes, lerá as coisas preconceituosas que o Clay disse, a forma que ele pensava. Como é uma série, tudo é interligado.

Meu objetivo é sempre combater qualquer tipo de preconceito. Acabei de escrever um conto com um protagonista monogâmico e que se manteve fiel as suas convicções.

Agora uma correção: a grande maioria dos homens héteros jamais recusaria uma ménage com outra outra mulher e ao mesmo tempo, jamais toparia a mesma coisa com outro homem. Isto é o falso moralismo e o que a Josi quer dizer.

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Não tem jeito querido Clay, dessas duas voce na escapa, Josi agora jogou pesado, você vai ter que modernizar seus conceitos, essa partida você já perdeu, ou ganhou kkkkk

Meu Deus, esses dois titereiros não dão um minuto de paz pro Clay...

Ótima história! Cada vez melhor...

Parabéns aos dois titereiros e obrigado!

Kkkkkk já me chamaram de tudo nessa vida, mas de menor dos Zecas foi a primeira vez kkkkkk

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Boa noite, dupla!

Que bom que veremos, agora, a continuação e descobriremos se o inimigo íntimo é o q todos imaginam ou se a criatividade de vcs nos aplicará mais um drible.

Obrigado por atenderem os apelos pela continuação da saga e parabéns para os dois.

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A verdade é que eu estava muito indeciso sobre o caminho a seguir com essa série. O tempo fez bem, me deu a clareza necessária para fazer minha opção definitiva. E também, o conto anterior acabou sendo tão comentado, tendo tanta visualização, que eu preferi seguir com aquela história e aceitar os conselhos que se multiplicam, sobre escolher uma série apenas para concluir.

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Entendo perfeitamente. Tenho rascunhos ou resumos anotados há anos sem q me satisfaçam o suficiente para dar continuidade. Qdo escrevia com frequência, função das obrigações profissionais, valia-me de mandar meus assessores lerem e questionarem, apontarem inconsistências q encontrassem ou dúvidas, fora as anotações qdo acordava no meio da madrugada. Dessa forma ia depurando o texto até me satisfazer com o mesmo. O pior é qdo depois de tudo isso ainda nos dizemos q podia ter ficado melhor...rsss

De qq forma, vc e a Ida, juntos, fazem um ótimo trabalho e seus textos nos chegam "limpos", de forma clara, coerentes, consistentes.

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É só pedrada! Que capítulo! Top demais das galáxias! Excelente enredo, história e situações! Parabéns!

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A batata do Douglas está começando a assar e vejo futuro nesse trisal, mas vamos ver o que vem pela frente rsrs

Muito bom como sempre!

Parabéns!!!

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Uhuhuhu !!!

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Boa noite! Tudo bem? Você deu uma olhada no conto que eu te falei que estava sem terminar porque o autor que públicou aqui no site disse que traduziu ,mas não tem continuação. Se chama : Nuafragrada com meu filho

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