Tenho 60 anos e desde que me masturbo que gosto de vestir lingerie. Nem conhecia o termo "crossdresser" e faltavam décadas para aparecer a Internet. Nunca me assumi. Passei épocas, às vezes de muitos anos, sem me vestir. Há dois anos voltei a isso e fiz um set de fotos que publiquei num dos sites de crossdressing.
E foi aí que, após muitos contatos desinteressantes de machos que só querem vir-se, o J. e eu acabámos a trocar alguns emails. J. é apenas ligeiramente mais novo que eu, menos 3 anos. O que é bom, prefiro homens com experiência de vida. O interesse foi crescendo, ao ponto de não ser mais possível aguentar. Tínhamos de combinar um encontro. O que foi assaz difícil, pois também ele nunca assumira esta preferência e ambos éramos (e somos) casados.
Mas lá conseguimos uma tarde livre!
Ele tratou de marcar um quarto normal num motel discreto nos arredores de Lisboa. Eu tratei da aparência: comprei um espartilho só da cintura para cima, daqueles que adelgaçam as ancas mas não têm cueca, preto, um cinto de ligas, meias de nylon, também negras, opacas, lindas de tocar, umas cuecas de licra como tu gostas, pretas, umas sandálias de salto alto vermelhas, adoro andar de salto alto, o tac tac enche-me de tesão.
Pela primeira vez comprei uma cabeleira loura, comprida, que me dá um ar de mulher distinta, de classe alta — um contraste maravilhoso com a lingerie. E também em estreia, tal era o entusiasmo que me dava pensar que podia ter encontrado o homem que me vai tratar como eu acho que mereço, comprei um batom vermelho vivo, um rímel preto, um lápis de olhos preto, um pó de arroz, um perfume de mulher, um perfume de puta, um perfume de mulher que só quer sem bem fodida, fodida com intensidade.
E um lenço grande, colorido, para me envolver, para o J. descascar depois de chegar e me beijar, é o que penso quando o compro.
A partir daqui conto a história (verdadeira) como se tu, leitor, fosses o J. Para sentires a intensidade que se criou.
Como combinado, tu chegas primeiro, sobes ao quarto para meter a garrafa de espumante rosé no frigo. Depois desces para o piso do bar. Onde eu vou ter contigo, onde nos ver pela primeira vez. És tal e qual eu sonhava: um homem gentil, meigo até, viril de uma virilidade mais pressentida do que exibida, um homem que sabe o que quer, que sabe o que eu quero, que sabe o que eu preciso. E com uma barriguinha sexy que me tira do sério quando a vejo por baixo da camisa no instante em que te levantas para me cumprimentar.
Conversamos um pouco para nos conhecermos, para não ser uma coisa a despachar. Há química, nota-se, e esforçamo-nos por a manter invisível, só para nós. Tu parece que estás a ver a mulher em que me vou tornar para ti, e não o homem que tens à frente. Sinto a tua curiosidade e o teu olhar que sei que me vai devorar — e fico com o corpo a tremer de tesão.
Subo primeiro para me preparar e vestir para ti. Ao sinal combinado tu sobes e entras com a tua chave. Estou à janela, a olhar para a chuva. Aproximas-te de mim e colocas as tuas mãos nos meus ombros, por cima do lenço, o teu dedo percorre muito discretamente a alça do soutien... e eu sinto o teu hálito quente no meu pescoço, o teu cheiro, o teu perfume, o teu calor, o teu desejo. E eu sinto-me a derreter, a derreter de tesão. Mas não te digo nada. Quero que TU TE DERRETAS de vontade antes de me tocares.
Viramo-nos e beijas-me levemente nos lábios — o nosso primeiro beijo. É suave, nada intenso. Revela calma e expectativa. A bonança antes da tempestade — penso eu nesse instante.
Liberto-me, sem vontade alguma, dos teus lábios e peço-te que abras o espumante, o que tu fazes prontamente. O que me dá tempo para respirar e compor.
No meio do quarto fazemos um brinde e damos um golo, em silêncio, só os olhos falam. Pouso o copo e vou ao teu encontro, tu adivinhas o que eu quero e abres os braços e envolves-me com eles. Estremeço. Tu apertas-me um pouco e a minha face cede, ergo o queixo para cima ao encontro dos teus lábios.
Estamos entregues!
O teu beijo é intenso, quente, húmido, molhado, profundo, longo, demorado, delicioso. Sinto a tua língua a invadir-me a boca, a procurar a minha, a encontrar a minha, a lutar com a minha, a lamber a minha, a lamber-me a boca, a lamber-me os lábios, a lamber-me a cara, a lamber-me o pescoço estou a ficar desfeita!
Liberto-me novamente a custo mas tu prendeste o meu lenço nos dedos: quando acabo o movimento de rodopio estou ali totalmente exposta, em lingerie e saltos altos, voltada de frente para ti.
É a tua vez de teres um baque!
Ajoelhas à minha frente, absolutamente rendido. Aproximo-me, pego-te na cabeça e puxo-a ao encontro do meu umbigo, as tuas mãos adivinham o nosso desejo, meu e muito, tanto teu, e começas a apalpar-me as nádegas por cima das cuecas. Cada dedo teu enrodilha-se no cinto de ligas e percorre assim o caminho descendente para as minhas pernas.
Que tesão fabulosa eu sinto, meu deus!
Outra mão tua (parece que tens várias) explora muito gentilmente, quase sem se dar por ela, o meu sexo. O contacto com a minha ereção por baixo da licra faz o resto: estás rendido ao momento, estás a derreter, estás a derreter de tesão por mim, soltas um pequeno gemido. A mão marota continua a acariciar-me e eu deliro... Não aguentas e a tua boca abre-se para me beijar o sexo por cima da licra — mas não chega lá, eu fujo :)
Tu ergues-te surpreendido e é precisamente o que eu queria: caio de joelhos à tua frente e começo a desabotoar-te as calças. Tu ajudas-me, e eu puxo-as para baixo, junto com as cuecas, e a tua ereção salta para fora. É linda, é dura, é apetitosa, é deliciosa, é minha!
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