Os homens que estavam fazendo a segurança do casamento eram em menor número. Logo o tiroteio começou e um deles já foi baleado, o que reduziu o número de homens. Eu acabei pegando Pepe e entrei dentro da igreja, Beatriz estava dentro do carro, e torci para ela não sair de lá. Nós éramos o alvo, não ela. Tínhamos que fazer de tudo para manter Pepe e Beatriz em segurança. Os tiros entre os dois lados começaram, eu estava sem a minha arma. Pepe tinha uma pistola, e acabou entregando para mim.
— Irmão, proteja ela! Eu vou colocar os convidados no fundo e ligar para a polícia. — Disse Pepe, em quando se afastou de mim, com um cumprimento de mãos.
Agora, era a minha vez e dos seguranças aqui, de não permitir que nada acontecesse. Eu rezei para que Beatriz não saísse da SUV, pois ela era blindada, dava para ver pela lataria. Era uma Batalha difícil, pois o outro lado tinha fuzil, enquanto do nosso lado apenas um tinha. Eu mesmo tinha apenas uma pistola, tinha que economizar o máximo de balas IA tirar no tempo certo. O grande problema é que eles não davam espaços, enquanto eu dava um tiro eles conseguiam dar bem mais de um, ficar escondido atrás da porta da igreja não estava fácil. Aliás eu achava até uma ousadia eles atacaram a igreja daquela forma. Mais um homem foi baleado, sobrando apenas 4 homens e eu enquanto eles ainda estavam em 8. De repente, o líder deles saiu da Hilux, e assim ele portava outro fuzil, aquele eu percebi na hora que era Alberto devido aos gritos de ódio que ele dava. Consegui pegar a arma do homem que estava alvejado, e agora eu tinha um fuzil ao meu porte. Olhei para todos eles e assim disse:
—Vocês são todos covardes, invadindo uma cerimônia de casamento assim! Igreja é um local sagrado!
—Hoje você e aquele seu amigo fru-fru vão morrer! — Alberto disse, dando alguns tiros, enquanto eu olhei para ele, disparei, e provoquei:
—O amigo fru-fru que desfigurou seu rosto, cão sarnento?
Percebi que eles estavam começando a centralizar os tiros em mim, então os outros 4 atiradores começaram a se espalhar e cada um centralizou seus tiros em alguns dos homens de Alberto até que conseguiram alvejar pelo menos 2 deles. De fato não estava fácil conter aqueles homens, minha esperança era que Pepe conseguisse chamar a polícia a tempo. De repente, ouço alguém me chamar:
— Ei, policial! Olha aqui pro papai.
Quando olhei, vi algo na mão do desgraçado. Era uma Granada, o desgraçado iria fazer a mesma coisa conosco e assim ele lançou a Granada para dentro da igreja. Consegui atirar na granada depois de encher de tiros e alguns erros, e ela explodiu, arrebentando ambas as portas da igreja, mas não alcançando nós dois. Um fumaceiro estava subindo ali, naquele momento, percebi que eles estavam realmente levando a sério o trabalho de nos matar.
Estava um grande reboliço lá fora e gritaria, quando consegui ver o que estava acontecendo do lado de fora, o pior pesadelo que eu poderia imaginar estava ali na minha frente. Estava vendo Beatriz sendo retirada do carro por um dos capangas enquanto era levada para Alberto.
— Me solta, me larga e eu não fiz nada!
— Solta ela! — Pensei em dar um tiro naquele homem, mas ele estava segurando Beatriz. Poderia muito bem no fim das contas acertar Beatriz ao pensar em acertar o capanga de Alberto. Logo Beatriz estava nas mãos daquele desgraçado que pegou sua pistola e apontou diretamente na cabeça dela. Ele olhou para mim, que estava ali escondido dentro da igreja, e assim deu o seu ultimato.
— Essa menina não tem nada a ver com a minha vingança. Ela apenas está aqui no momento errado e na hora errada. Eu quero deixar ela ir, mas eu preciso que um de vocês assuma o lugar dela. Eu vim aqui para matar um de vocês hoje e então? Quem vai vir aqui ocupar o lugar dela?
— Eu vou. — Em seguida, larguei a minha arma e joguei no chão. Como policial, eu fiz um juramento de salvar vidas, e aquela vida não era só a vida de alguém. Mesmo apesar de tudo, Beatriz era a mulher que eu amava. Eu estava feliz em dar a vida por ela então me ofereci.
— Então vai ser você, policial? Para mim está ótimo, hoje eu mato você e amanhã eu mato o seu irmãozinho.
— O que eu posso fazer para que você não faça mal à Pepe?
— Nada. A vida dele já está marcada para morrer também. Agora vem cá, eu vou deixar essa garota aí. Afinal de contas eu quero você.
Naquele momento eu percebi que não tinha mais jeito, aquele cara precisava morrer. Eu poderia morrer, mas ele precisava morrer junto. Eu tinha uma arma escondida dentro da camisa assim que eu chegasse perto dele eu iria sacar a arma e atirar nele. Provavelmente os capangas dele me matariam. Tudo que eu precisava era que Beatriz saísse correndo, para assim ficar em segurança. Beatriz, o que será que teria acontecido se nós dois tivéssemos ficado juntos? Será que estaríamos nos casando agora ou será que realmente você foi feita para estar com o meu irmão? Eram perguntas que eu jamais teria resposta. Para tudo dar certo eu precisava que ela corresse, e que Pepe não aparecesse aqui. Meu fim estava próximo e não tinha arrependimento disso. Adeus Beatriz, adeus meu irmão.
Comecei a caminhar até aquele homem, que logo soltou Beatriz e eu mandei ela correr. Beatriz correu até a igreja, eu não olhei para trás. Eu já estava há poucos metros daquele homem, era só mais um pouco. Porém eu cometi um erro... Ele olhou e percebeu o volume na minha camisa. Ele pegou em meu ombro e me jogou. Logo eu caí no chão e ele levou a arma em direção à igreja.
— Para com isso! Não!
Dois tiros foram disparados daquela arma e um dos tiros eu pude ouvir muito bem se ricochetear em um metal, mas o outro eu não ouvi nada. Apenas vi Beatriz parar de correr e cair de bruços no chão e do outro lado estava o Pepe, que foi correndo até Beatriz, que estava caída no chão. Alberta aproveitou aquele momento e acabou disparando mais uma vez, e vi Pepe também cair, praticamente do lado dela. Dois capangas dele me pegaram, e acabaram me desarmando. Tudo estava acabado. Eles me colocaram diante dele, que estava com a minha arma. Ele acabou apontando para mim, e viu o meu olhar completamente cheio de raiva e lágrimas nos olhos enquanto eu mal conseguia falar mas falei o suficiente naquele momento:
— Seu desgraçado! Ela era inocente, você mesmo disse.
— Isso é para vocês aprenderem a não ser insolentes. Mas agora se acabou tudo, assim que eu matar você, tudo estará acabado. Se vocês não tivesse entrado no meu caminho, se a mãe daquele idiota tivesse cumprido a pena e calado a boca, não estaríamos aqui agora. Culpe aquela puta por isso.
Assim que aquele desgraçado terminou de falar eu praticamente cuspi na cara dele. Acabei por levar um soco na boca do estômago, enquanto eu tinha uma arma apontada na minha boca. Eu senti que ele iria disparar, seria o meu fim. Dizem que quando estamos perto de morrer, temos um verdadeiro filme da nossa vida sendo exibido na nossa mente. Eu estava tendo exatamente isso naquela hora, e não sei porque isso acontecia. Alguns dizem que é um recado dizendo que não vivemos o suficiente, para nos motivar a continuar vivendo, e outros dizem ser apenas você buscando uma forma de paz enquanto morre. Talvez era isso que eu precisava naquele momento.
Fechei os olhos e torci, eu não queria morrer. Pelo menos não sem matar o desgraçado que atirou contra Beatriz e contra meu amigo. Eu queria poder ir salvá-los. De repente ouço um tiro, e a arma praticamente cai da minha boca. Acertaram a mão de Alberto, e ele acabou me deixando para trás para procurar um lugar para se esconder, pois não sabia da onde estava vindo os tiros. Seus capangas também me largaram e começaram a atirar eu dei por mim e vi que estava iniciando um novo tiroteio e corri para a igreja.
Quando eu cheguei perto dos dois vi que Pepe estava vivo, havia tomado um tiro no ombro esquerdo e perdido sangue, mas estava bem. Porém Beatriz havia tomado um tiro em uma parte vital nas costas e já havia perdido bastante sangue. Ela ainda estava viva e consciente, mas estávamos sentindo que estávamos perdendo ela.
— Pepe... Me perdoa, mas eu não vou poder... Continuar com você. — Ela dizia, bem fraca e debilitada enquanto ambos estávamos dando conforto a ela. Meu pai estava desesperado ali ligando para ambulância, enquanto segurava uma pistola e continuava o tiroteio com os homens misteriosos que chegaram e estavam conseguindo levar vantagem sobre Alberto e seus homens.
— Para de falar besteira, logo a ambulância vai chegar e você vai sobreviver, por favor aguente mais um pouco. — Disse Pepe ali, segurando a mão dela e distribuindo beijos a ela. Ele olhou para mim e disse:
— Diego, por favor pegue aquele desgraçado e mate ele. Nós só vamos ter paz depois que ele morrer.
Peguei a minha arma e olhei para Pepe, ele já não tinha mais aquele olhar que ele tinha de sempre. Estava cheio de raiva, principalmente para dizer para que eu matasse alguém. Meu dever como policial era apenas prender, mas eu sabia que Pepe tinha razão. Peguei a arma e fui até para fora da igreja, e vi Alberto é apenas mais um homem entrar em uma das Hilux, os outros já estavam mortos. Logo ele deu partida e saiu de lá, enquanto uma moto o seguiu.
Peguei a minha moto e fiz o mesmo, hoje aquele homem tinha que pagar por tudo que fez conosco! Ele acabou entrando na avenida principal e estava planejando pegar a BR-101. Ele estava em vantagem com relação a mim e ao outro motoqueiro, e para piorar a situação eu ainda sequer sabia quem era aquele motoqueiro e aqueles caras que chegaram do nada para nos ajudar. Logo eu vi ele realizar uma manobra com a Hilux, e se chocou com uma das motos fazendo ela praticamente derrapar na ribanceira da pista. Agora só era eu e ele, saquei a minha arma e atirei contra um dos pneus com sucesso e comecei a ver seu carro derrapar um pouco. Ele então veio com uma arma pela janela do carro, e disparou assim dois tiros contra mim. A perseguição estava ficando cada vez mais acirrada, logo vi ele tentar fazer o mesmo percurso e manobra para mim jogar em uma ribanceira mas acabei sendo mais esperto e fiz uma manobra com a moto pela esquerda o que evitou o que ele me jogasse na ribanceira mas não evitou que eu acabasse escorregando e caindo da moto.
Estava machucado após cair da moto e nem pude me levantar, ele acabou saindo do veículo e parecia ferido por uma bala. Ele estava carregando uma pistola e veio até mim, gargalhando como se estivesse sendo vitorioso. De fato ele era, nesta operação foi imprudente, não tive tanta sorte assim.
— É o seu fim, garoto. — Foi tudo que consegui ouvir, antes de um grito de dor forte e um tiro sendo disparado. Olhei, e o vi cair no chão, com a mão sangrando, enquanto vi alguém se aproximar.
(Pepe)
Mandei Diego ir até onde estava o desgraçado, pois a minha prioridade era Beatriz. Fiquei com ela tentando estancar o sangramento, até que a ambulância chegou, e nisso tudo durou cinco minutos. Beatriz lutava como conseguiu para sobreviver, enquanto aguardava ajuda médica. Ela foi levada para dentro da ambulância enquanto um dos atiradores misteriosos veio até mim. Tirou seu capuz, e era uma mulher. Ela se identificou.
— Senhor José Pedro, meu nome é Manuela Aldama. Sou braço direito do meu senhor, ele me mandou para socorrer vocês dois. Não se preocupem, a perseguição desse Alberto termina hoje.
— Como assim, senhor? Quem é?
— No momento certo ele vai se apresentar a você. No momento, pegue isso.
Naquele momento acabou pegando uma semi-automática e me entregou. Ela olhou em meu rosto, e assim ela disse:
— Estou entregando seu inimigo nas suas mãos. Pegue essa arma e acabe com ele. Mate com suas próprias mãos, o homem que fez da sua vida um inferno.
— Obrigado, de qualquer forma.
Acabei saindo correndo e peguei uma moto e fui direto onde ela me orientou. O carro dele tinha GPS, e eles de alguma forma conseguiram colocar um rastreador em seu veículo e já sabiam que ele estava parado no meio da rodovia BR-101.
Pilotando a moto foi direto até o alcance de meu algoz, naquele momento iria acabar com aquilo de uma vez por todas. Portando minha arma, fui me dirigindo direto até ele, seria hoje que eu iria acabar com tudo aquilo. Tive sorte pelo fato de ele ter parado, o grande problema desse cara era que ele adorava fazer discurso e ele estava fazendo um enquanto apontava para Diego que estava caído na rodovia. Quando ele estava prestes a atirar, apontei a arma para ele e atirei em sua mão, onde ele acabou largando a arma e acabou caindo de dor. Estacionei a moto e apontei a arma para ele.
— Irmão... Onde está a Beatriz?
— Está na ambulância, indo para o hospital. Irei até ela logo em seguida.
— Que bom Pepe, obrigado por ter me salvado. Eu assumo daqui meu irmão, vai até ela.
—Meu trabalho ainda não terminou.
— Como assim? Pepe , não faça isso. Se você matar ele depois não vai conseguir conviver com isso. Você é um bom homem meu irmão.
— Ele tirou minha mãe, quase tirou Beatriz de mim, ela estava esperando um filho meu sabia? Esse maldito merece morrer. — Naquele momento, acabei dando um tiro em uma das pernas dele, que acabou gritando de dor ali. Vi Diego pedindo para eu parar, mas tudo que fiz foi sair da moto, e assim apontar para a cabeça dele. Não pensei duas vezes, apenas atirei. Ele estava morto.
Acabei depois disso, pegando o Diego e fomos até o hospital. Ele estava ferido, então precisava cuidar de suas feridas. Chegando lá, ele deu entrada no hospital enquanto eu fui ver Beatriz.
Infelizmente, só deu tempo de ouvir ela dizer que me amava. Conseguiu morrer antes de entrar na mesa de cirurgia. Ali era a segunda grande perda que eu tinha, sem contar pelo fato dela estar grávida e o pequeno ter ido junto. Se eu achava que estava longe do inferno, naquele momento me senti praticamente dentro de um. Não tinha mais nada, a única coisa que consegui fazer no fim das contas foi me ajoelhar e chorar, me colocarem em lágrimas e prantos, enquanto não tinha mais forças para nada.
Dois dias depois, houve o enterro de Beatriz, ali eu senti como se eu mesmo estivesse morrendo junto. Tudo que me restou foi a casca, o corpo de José Pedro, porque a minha essência foi enterrada junto com o meu grande amor. Percebo que Diego também estava muito mal, acabei indo consolar meu irmão. A partir daquele dia tomei uma decisão. Era hora de ir embora desse país, eu não tinha mais nada a não ser meu próprio irmão.
( Diego)
Não tinha mais nada a ser feito. Beatriz estava morta e eu e pepe estávamos completamente destruídos. Eu estava me responsabilizando pela sua morte, para mim, ela só morreu porque não consegui esconder aquela arma.
Pepe acabou me contando sobre a possibilidade de se mudar, ir embora do Brasil. Até porque, o assassinato de Alberto chegou na mídia e fontes diziam que ele era o suspeito. Naquele momento eu fiz algo que eu não devia. Ajudei ele a ir embora do Brasil antes que uma investigação e possível pedido de prisão fossem encaminhados a ele. Atravessamos a fronteira até o Paraguai de carro, de uma forma a não chamar atenção da imigração. Ali, ele ia pegar um avião até os Estados Unidos onde tinha cidadania. Enquanto aqui, eu daria um jeito de tentar limpar o nome dele, custe o que custar.
Na fronteira, me despedi de Pepe. Ambos choramos muito, afinal de contas eu não sabia quanto tempo ia ficar sem ver ele. Dei a ele tudo o que eu tinha, e desejei sorte para o meu irmão. Até aquele momento eu não sabia nem quem foi que nos ajudou, mas de qualquer forma eu agradecia muito. Pepe então atravessou para o Paraguai, e ali foi a última vez que vi meu irmão. Pelo menos eu acreditava nisso, até o retorno dele, quatro anos depois.
FINAL DA PRIMEIRA TEMPORADA
A SEGUNDA TEMPORADA TERÁ INÍCIO EM BREVE, DEPOIS DE FINALIZAR UMA HISTÓRIA AINDA EM ABERTO AQUI, E DEIXAR TUDO EM DIA. OBRIGADO PARA QUEM ESTÁ ACOMPANHANDO ESTA SÉRIE POLICIAL, BEM DIFERENTE DA MAIORIA QUE EU POSTO, AGRADEÇO MUITO O FEEDBACK. CRÍTICAS SÃO BEM-VINDAS DESDE QUE DE MANEIRA COERENTE E NÃO PARA SIMPLESMENTE ENCHER A PACIÊNCIA.
ALGUMAS COISAS DA SEGUNDA TEMPORADA:
" Estava vendo aquele vídeo, e não podia acreditar no que estava vendo. Então, ela morreu por causa disso. Ela tinha razão!;
Uma das mulheres salvas nesta operação era ela. A mulher que se tornaria o amor da minha vida. Mas tinha algo nela em especial que assustadoramente me chamava a atenção, ela era muito parecida com a Beatriz!;
Pepe estava louco, eu não podia entender como meu irmão havia se tornado aquilo. Foi nesse momento que percebi que todas as minhas faltas de atitudes no passado e falhas, o afetaram tanto assim. Mas não podia ser só isso!;
— Cala a boca, sua puta! Você acha que ele vai preferir acreditar em você, em uma rameira de quinta, ou no próprio irmão, que salvou a vida dele três vezes, e que ele sabe que por responsabilidade dele, meu mundo acabou, hein!? "
ATÉ MAIS GALERA.