Parte 5.
Eu estava ali na sala, sozinho, pensando em tudo o que já havia acontecido. De certa forma, a conversa com minha esposa, acabara por revelar aspectos que eram muito significativos para o meu entendimento do que estava acontecendo, e do que poderia acontecer nas próximas horas. Por fim, uma trama que eu iniciara sozinho, depois com a cumplicidade do Sady, tinha sofrido desdobramentos impensados, embora encaminhasse tudo para a concretização do meu plano inicial.
No começo, eu estava apenas tentando realizar o meu desejo secreto, de ver a minha esposa tendo sexo com outro macho. Eu tinha consciência de que o meu fetiche se manifestou quando percebi que ela, deliciosa e provocante, sensual e muito quente, no fundo, era uma mulher cheia de desejos e fantasias reprimidas, uma fêmea libidinosa e sensual, que deveria ter vontades e impulsos enormes, para além da nossa relação monogâmica, de marido e mulher.
Marciana, esposa fiel e dedicada, honesta e amorosa, se reprimia, evitava deixar que pensamentos ou desejos excitantes e extraconjugais, ocupassem sua mente, mesmo sendo sempre, muito admirada, observada, desejada e assediada. Ela sempre reagiu contra, reprimiu e não deu espaço. Mas eu intuía que a vontade de novas emoções e sensações, estava lá, guardada. Isso é praticamente comum a todas as mulheres belas, formosas e sexys, da nossa sociedade, que sentem o desejo dos outros e se fecham para manter sua postura de mulher comportada e séria, fiel e monogâmica. Só que algumas não vão resistir por muito tempo. É muito comum que acabem cedendo.
Agora, baseado nas próprias declarações dela, eu verificara que eu estava intuindo corretamente. Marciana queimava por dentro, e mesmo feliz na nossa relação matrimonial, satisfeita sexualmente, alimentava a curiosidade e o desejo de novas sensações e emoções. Portanto, quando tomei a iniciativa de criar condições para que ela realizasse o meu desejo, minha fantasia de vê-la com outro homem, estava, também, de certa forma, realizando um desejo contido dela, que ela mesma não quis admitir por muito tempo.
Pior, que era exatamente o chefe dela, o Sady, a pessoa que mais despertava nela aquele impulso, mas que ela combatia ferozmente, a ponto de não suportar a presença dele e suas assumidas tentativas de seduzi-la. Exatamente o homem que, por pura intuição, eu fui criar uma conexão secreta, para ajudar na concretização daquela fantasia. Ou seja, eu estivera trabalhando, insuflando, o desejo dele, o dela e o meu, o que acelerou muito o processo.
Sady tinha sido, até então, sempre correto comigo, mantido sinceridade e transparência, e nunca escondeu o que sentia pela minha esposa. Eu sabia que ele, além de tesão, era bem apaixonado por ela, a admirava e a desejava para além de uma relação meramente sexual. Eu não sabia disso no começo, mas depois, eu já tivera as provas todas de que ele nutria uma profunda paixão pela Marciana. E eu não o podia condenar por isso, porque eu também era apaixonado por ela e o compreendia perfeitamente. Minha esposa era definitivamente, uma mulher fascinante. Mas, quando descobri isso, já estava com o nosso plano em marcha, e eu havia ensinado como agir, para mudar o olhar da minha esposa sobre ele. Tratei de ajuda-lo a agir de forma que em vez de rejeição, despertasse nela mais interesse. Ou seja, eu fui o responsável por criar aquela bomba atômica relógio, que estava prestes a deflagrar uma situação com a qual talvez nenhum dos três soubesse como administrar. Mas, no fundo, a vida é assim mesmo. Não adiantava nada tentar abafar sentimentos dos outros. Eu teria que saber lidar com a realidade, conforme fosse.
Eu sabia que as próximas horas seriam cruciais para definir os rumos de toda aquela grande trama. Tinha consciência de que a minha esposa, já sabia que eu estava de acordo, e até me excitava muito com a ideia de ela dar para o chefe. Ela também tinha consciência de que eu sabia que ela nutria um grande tesão por ele, e a despeito de me amar muito, também nutria um carinho e admiração pelo chefe. E Marciana também já havia entendido que se certa forma, aquilo tudo me excitava muito.
Então, eu não tinha muito por onde mudar o curso dos acontecimentos. Teria que ter competência para saber pilotar aquele busca-pé sem vareta que eu havia de certa forma disparado. Mas, me dava, naquela hora, um certo frio na barriga, e também grande excitação. Era mesmo imprevisível saber as consequências daquele momento.
Estava ali, perdido em meus pensamentos, que nem reparei que a minha esposa chegou ao meu lado, e me deu um beijo no pé da orelha. Ela sussurrou:
— Então, o que acha?
Primeiro senti o perfume dela que era inebriante. Delicioso. Aquele aroma tinha o dom de me encher de desejo na mesma hora.
Olhei para ela, e vi que estava vestida com um macaquinho branco em laise cirré, uma malha rendada, justa, sem forro, com modelagem curta e cavada, com elástico na cintura formando delicado blusé. O decote na frente era transpassado, com acabamento em renda, e tinha alças finas com regulagem. Estava belíssima com o cabelo curto escovado, formando um ligeiro topete. E calçava sandálias rasteirinhas brancas. E também eram brancas as unhas dos pés e das mãos, pintadas com esmalte brilhante. Senti até um arrepio ao vê-la e exclamei:
— Nossa! Que linda!
— Comprei esta semana. Gostou? – ela explicou me observando feliz.
Dava para notar que não usava sutiã, apenas uma tanguinha branca também rendada, e diminuta. Exclamei:
— Meu deus! Vai receber o Sady, desse jeito?
Ela me olhou sorridente e perguntou:
— Acha que ele vai pirar o cabeção?
Respondi:
— Caraca, amor, estou começando a ficar com ciúme, não estou gostando dessa sua repentina paixão!
Ela deu um sorriso maroto, me beijou e falou:
— Agora, você vai morrer de tesão e ciúme, meu corninho safado. Despertou a loba, libertou meu instinto aninal, acendeu meu fogo... deixou o meu fã sedutor me assediar, deixou rolar o desejo.... Agora, quero ver segurar.
Mesmo com o pau duro dentro do calção, e com a respiração já ficando ofegante, tentei me controlar. Fui sincero:
— Você está divina, deliciosamente sexy. Eu estou mesmo cheio de ciúme. Começo a ficar arrependido.
Dei uma pausa de segundos e logo continuei:
— E por que me chamou de corninho? Já me chifrou por acaso?
Marciana me deu outro beijo. Sua expressão maliciosa era provocante. Olhando nos meus olhos, respondeu:
— Bom, ainda não traí você, se é isso que você quer saber, e não trairei nunca. Quanto a isso, esquece. Mas eu sei que você tem esse fetiche louco, de ser corno, com cumplicidade, sem traição, então, não estou fazendo nada escondido. E procuro fazer o meu melhor. Quero estar provocante para os dois machos.
A emoção que tive naquele momento foi algo impossível de transcrever em palavras. Eu, de fato, me excitava muito com a ideia, e tinha trabalhado naquele sentido. Mas naquela hora, vendo minha esposa maravilhosa, cheia de tesão, excitadíssima, caprichando para ser desejada ao máximo pelo seu chefe e admirador apaixonado, disposta a se entregar a ele, me assustou. Dei uma balançada nos meus desejos. Senti até uma certa zonzeira, e um frio imenso na boca do estômago. Sem saber o que dizer, inseguro, perguntei:
— Está gostando de provocar o desejo do Sady?
— O que você acha? – ela me olhava bem nos olhos. Maliciosa.
— Está com tesão de dar para ele?
— Eu já disse, sempre tive um desejo escondido, que eu reprimia. Já contei isso. Agora que sei que você tem essa fantasia e liberou, não reprimo mais, estou com muito tesão. Quero dar para ele com toda a minha vontade. Você vai ver.
De repente, eu estava apavorado. O medo, pela primeira vez, foi maior do que o tesão. Eu a olhava e ela percebeu que meu olhar era assustado. Marciana perguntou:
— O que foi? Está com uma expressão horrível.
Tentei me controlar, respirei fundo. Meu corpo ficou gelado. Mas não tinha por que não ser verdadeiro:
— Amor, de repente, tomei um susto. Me bateu um medo enorme, ciúme, insegurança, sei lá. Me apavorei diante do que está por vir.
Marciana que estava esfuziante, com os olhos brilhando, segundos antes, me pareceu murchar na mesma hora. Fez uma expressão de susto, e me perguntou:
— Nossa, que é isso amor? Por favor, não fique assim.
Eu disse:
— Você sempre teve esse tesão escondido pelo Sady, o admira, ele é louco por você, e eu um irresponsável de botar gasolina nesse fogo dos dois. Nunca senti isso, me excita pensar os dois juntos, mas eu amo você, não quero criar um problema para nós. De repente, me bateu um frio na barriga. É muito arriscado. Temo que esteja jogando você numa fogueira incontrolável, e nós dois vamos arder e talvez sofrer muito.
Marciana na mesma hora, me largou, se afastou dando um passo para trás, e ficou por alguns momentos, tensa, pensando. Cinco segundos depois, falou:
— Ainda dá tempo. Ligue para o Sady, diga que eu estou indisposta, cancele esse churrasco. Faça agora.
Eu ainda fiquei olhando para ela por alguns segundos. Me sentia jogando um balde de água fria em toda aquela história. Era frustrante. Mas, Marciana parecia decidida:
— Vai, avisa logo, acabamos com isso. De uma vez por todas. Melhor mesmo.
Esperei um pouco. Tentei ser coerente e perguntei:
— Amor, vou pedir para você pensar com calma e me dar uma única resposta. Eu acho que a pior coisa que podemos fazer é esconder o dragão no porão, podemos não ver que está lá, mas ele estará sempre ali... presente, e ameaçando. Não podemos fugir disso. Eu sei que você vai tomar a melhor das decisões, eu vou tentar me manter cumplice das suas vontades, e vou agir conforme o meu coração mandar. Mas, eu não cancelaria o churrasco. Podemos fazer o churrasco, e não perder o controle. Somente assim, saberemos o que vamos fazer e aceitar. O que acha?
A primeira reação da Marciana, foi de contrariedade. Estava nitidamente frustrada, e irritada. Percebi no seu semblante, uma reação negativa. Mas ela se controlou. Parou, me observou, e perguntou:
— Você acha isso? Quer experimentar acender o fogo, mas tentar controlar a lenha? Numa fogueira de pala seca? Jura?
Ela parou de falar e ficou pensativa. Eu disse:
— Não sei de nada. Fiquei com a sensação de que estava frustrando você completamente, depois de ter dado a maior força. Sei que agora você deseja, mas realmente, fiquei inseguro.
Ela foi sincera:
— Exatamente. Mas, por sorte, caiu a sua ficha a tempo. OK.... Vamos fazer desse modo. Fazemos o churrasco, na mesma, eu não vou cortar nada, mas também não vou agir liberada, vou ser mais discreta, só vou dar corda se você deixar e não interferir. Enquanto você estiver de acordo, prosseguimos. Na hora que você disser que ultrapassamos os limites, eu paro e recuo imediatamente. Pode ser assim?
Concordei. De certa forma, ela ficava livre para brincar de provocar, e me deixava no comando para colocar freio, caso eu desejasse.
Abracei-a com força e beijei. Disse:
— Você é fenomenal. Amo você demais, tenho a obrigação de zelar para não estragar o que temos.
Marciana me beijou, sorriu e respondeu:
— Eu também amo você. E estou com você até onde achar que podemos ir.
Ela saiu e foi para dentro do nosso quarto. Poucos segundos depois, ouvi a campainha anunciando a chegada do Sady. Ele estava autorizado a entrar no condomínio. Fui recebê-lo na porta.
Sady entrou, de bermuda bege, camiseta cinzenta com o símbolo da banda AC-DC no peito, aquele raio em flash em cor amarela. E tênis branco sem meia. Me deu um meio abraço, e disse:
— E aê? Tudo pronto para o “churras”?
Recebi o saco de pães que ele trazia, e um saco de supermercado com um pacote de mandioca já descascada e cortada.
Fui andando para a cozinha, levando aquelas coisas e fiz sinal para que me seguisse. Lá. Coloquei as mandiocas dentro de uma panela de pressão com água e liguei o fogo, para cozinhar. Deixei o pão sobre a mesa da copa. Em seguida, peguei duas cervejas na geladeira e joguei uma latinha para ele.
Sady agarrou a lata, na hora em que a Marciana entrou na cozinha. Ela havia trocado de roupa, e estava com um shortinho curto, de Lycra, bem justinho, cor de uva, e um top da mesma cor, fazendo conjunto. Estava sexy, deliciosa, mas menos provocante do que antes com o macaquinho de renda. Ela veio cumprimentar o Sady e deu um beijo na face dele, enquanto perguntava:
— Trouxe a encomenda?
Ele fez que sim e mostrou o pão sobre a mesa. Ela perguntou:
— A mandioca veio?
O Sady entendeu o duplo sentido da frase e rindo respondeu:
— Claro! No meio das carnes. Nunca pode faltar.
Nós três rimos e eu falei:
— Vamos levar as caixas para baixo?
A Marciana respondeu:
— Assim que a mandioca estiver pronta eu vou lá para baixo.
Sady olhou para mim, eu olhei para ela, e ela sorrindo esclareceu:
— Falo da mandioca cozida. A crua deixa quieta por enquanto. Depois a gente ajeita.
Demos risada e descemos para a piscina com as caixas que ela já havia preparado bem cedo.
Logo que pode, o Sady veio me consultar:
— Amigo, acho que pode ser hoje mesmo. Estou num tesão louco. A Marciana está muito mais acessível do que antes. Mandou mensagem para que eu comprasse pão e trouxesse mandioca. Troquei algumas mensagens com ela e ela sempre respondeu muito simpática. Fiquei admirado. Acho que ela está a fim.
Eu não podia revelar o teor da última conversa que eu tive com minha esposa, pouco antes dele chegar. Por pouco a Mariana não me levou a cancelar tudo. Agora, diante do que ele contava, eu achava que tinha sido até melhor não cancelar. Mas eu estava inseguro, e pouco à vontade de prosseguir com o plano, pelo menos naquele dia. Disse a ele:
— Sim, ela me contou. Vamos preparar o churrasco, que ela logo vem.
Acendi o fogo dos acendedores, que de imediato começaram a queimar os carvões. Abanei para criar brasa enquanto ia ajeitando a grelha com as linguiças e por cima os espetinhos. Enquanto isso o Sady retirava as vasilhas das caixas e ajeitava organizadas sobre a bancada. Depois deixou os pratos e os talheres sobre uma mesinha de apoio. Feito isso, abaixei alguns espetinhos para perto das brasas, na churrasqueira, para já pegarem um certo calor do braseiro que se formava, e depois aproximei a grelha com as linguiças. Sady pegou uma latinha de cerveja e se sentou numa das cadeiras de repouso.
Pouco depois, aparecem alguns moradores e nos cumprimentaram. Eram três famílias com crianças, casais jovens que nós conhecíamos do prédio, e logo estabelecemos uma conversa amigável. Eles também tinham trazido algumas carnes para assar na churrasqueira e organizamos para que eles também colocassem seus espetos no calor do braseiro. Logo o pátio e a piscina estavam cheios de gente conversando amigavelmente. Crianças brincavam na água. Os adultos se expunham ao sol.
Meia hora depois a Marciana desceu e veio se juntar a nós. Tinha uma canga de tecido estampado em tons de terracota envolvendo seu corpo. Trazia a vasilha com as mandiocas cozidas. Cumprimentou a todos de forma simpática. Trouxe na sacola a caixinha de som JBL e o telefone celular que logo conectou para que tivéssemos música. Quando ela retirou a canga, verifiquei que usava o mesmo biquíni azul que havia vestido no sábado do churrasco anterior. Era pequenino e ela ficava maravilhosa nele, a ponto de umas esposas dos vizinhos ficarem olhando, vigiando seus maridos, que disfarçaram seus olhares para ela. Minha mulher era mesmo bela e naturalmente sensual e chamava a atenção. Mas todos ali já a conheciam e agiam naturalmente, respeitando o ambiente familiar e de camaradagem entre os vizinhos. Por duas horas, o churrasco transcorreu normalmente, divertido, com conversas amenas e atitudes discretas.
O único ponto mais provocante foi quando o Sady ajudou a Marciana a passar creme com filtro solar no corpo para ficar se bronzeando ao sol. Eu estava na churrasqueira e reparei que ele agia com cuidado e respeito, se controlando para não revelar seu tesão por ela. E ficou comportado.
À medida em que as carnes iam ficando prontas, eu ia servindo, colocando em pratos e travessas, e todos pegavam enquanto bebiam e papeavam. A cada vinte minutos dávamos um mergulho para refrescar, e voltávamos para as espreguiçadeiras. Estava fazendo um dia quente de sol e todos ali aproveitavam para se bronzear. Pouco depois das 14:00 horas, os vizinhos chamaram as crianças e resolveram voltar para suas casas, pois o sol estava muito forte. Nosso churrasco tinha sido muito normal e comportado e eu reparei que o Sady mantinha com a Marciana boas conversas, mas sem colocar maldade ou malícia. Estava sendo um sábado bem tranquilo. E eu via a expressão de frustração do Sady, que esperava o mesmo clima picante do churrasco anterior.
Perto das quinze horas, resolvemos recolher nossas coisas e subirmos ao apartamento. E assim fizemos. Marciana subiu com a louça utilizada numa sacola, para lavar em nossa cozinha. Eu e o Sady recolhemos o resto das coisas, colocamos nas caixas, e fizemos a limpeza da churrasqueira e da bancada. Não tocamos no assunto do plano. Tudo arrumado, meia hora depois estávamos de volta em nosso apartamento. Dei uma toalha para o Sady tomar banho e fui tomar o meu, na nossa suíte. Marciana já havia tomado o seu banho e estava passando creme hidratante sobre o corpo. Bem queimada pelo sol, as marquinhas do biquíni se mostravam muito mais sexy em seu corpo. Imaginei o Sady abraçando e beijando aquele corpo lindo de pele macia e me arrepiei na hora. Sentia excitação, mas também, aquela sensação de ciúme e nervosismo.
Tomei meu banho rápido, me enxuguei e me vesti enquanto a Marciana ainda escolhia o que ia vestir. Vi que ela colocou uma micro tanguinha fio dental de microfibra cor da pele, e por cima uma bata indiana, estampada com uma arte abstrata em tons de vinho, com decote em V na frente e que ia até o meio das suas coxas. Não colocou sutiã e seus peitos ficavam soltinhos sob o tecido fino. Estava deliciosamente sexy. Ela parou diante do espelho e pelo reflexo ficou me observando. Eu admirei a sua beleza por uns segundos, calado e ela perguntou:
— O que acha?
— Acho que está deliciosa.
— Alguma objeção?
Sorri ante à pergunta, e abanando a cabeça, respondi:
— Nenhuma, está perfeita.
Ela sorriu e veio me beijar, e no meu ouvido disse:
— Se você se arrepender e quiser parar, basta falar. Mas eu vou me divertir enquanto puder.
Concordei e saí do quarto, deixando-a fazendo uma maquiagem diante do espelho de parede em nosso quarto. Sabia que estava brincando com fogo, mas estava disposto a ver o que ia acontecer.
Encontrei o Sady na sala, já vestido. Ele me olhava ansioso. Mas eu não falei nada do plano e ele soube esperar as coisas acontecerem. Ficamos bebericando nossas cervejas.
Alguns minutos depois a Marciana apareceu na sala, e foi logo dizendo:
— Mas, que gente mais acomodada. Vamos dar mais vida nesse ambiente.
Ela ligou a caixa de som e escolheu no telefone a play-list que desejava. Logo começou a tocar um forró animado.
Marciana foi até à cozinha e voltou uns dois minutos depois com uma caipiroshka que ela mesma havia preparado. Bebia com gosto, e se remexia animada ao som do forró.
Ela ficou dançando na sala, enquanto eu e o Sady a admirávamos. Estava mesmo muito atraente. Vendo que eu não me levantava, o Sady perguntou:
— Posso dançar um pouco?
Fiz que sim com um sinal de positivo, e ele perguntou para a Marciana se podia, que fez sinal para que ele se levantasse e fosse dançar com ela.
Em segundos eles estava ali dançando na sala. Eu observava bebendo minha cervejinha. No início dançavam de forma comportada, mas pouco depois eu já notava que ele a agarrava mais, e ela se remexia em seus braços. Era impossível não notar a excitação do Sady, e a satisfação da Marciana em provocar, mas ele mantinha uma atitude de respeito, embora não disfarçasse mais o seu estado de ereção sob a calça. E pouco depois, ela interrompeu a dança, para tomar uns goles da sua bebida. Sady se sentou para disfarçar o volume nas calças. Ficaram sem dançar dois minutos apenas, e voltaram para a dança. E isso se repetiu umas três vezes. Ela bebia, se levantava, fazia sinal para o Sady dançar com ela, eles dançavam, se esfregavam, eu notava umas passadas de mão discretas, mas ela controlava e quando notava que ele estava começando a ficar mais ousado, ela cortava e interrompia, para beber e conversar um pouco. Assim passou o tempo.
Quando chegou a hora do jogo de futebol, ela desligou o som e agradeceu ao Sady pela excelente parceira na dança. Ele confessou que havia adorado. Ele voltou a se sentar ao meu lado, e ela saiu da sala.
Liguei a TV e sintonizei no canal do jogo. Estava mesmo começando. A Marciana não voltou mais e ficamos assistindo ao jogo. No intervalo, fui ver onde ela estava e a encontrei na cama, adormecida. Sol e Vodca, fizeram seu trabalho e ela apagou.
De certa forma, agradecendo a sorte, voltei para a sala e contei ao Sady que Marciana estava arriada, dormindo. Foi nítida a expressão de tristeza dele, mas nada falou. Assistimos ao jogo, terminamos a nossa cerveja, e ele resolveu partir. Antes de sair ele perguntou em voz baixa:
— Nosso plano continua de pé?
Eu respondi:
— Sim, não depende tanto de mim, mas depende dela. Vai ser no tempo que ela decidir.
Já estava escuro quando ele resolveu ir embora. A noite havia chegado. Eu me despedi dele, e fui arrumar os copos e latinhas vazias na cozinha. Fiquei com a TV ligada na sala, mas com o som baixo, apenas para dar uma luminosidade no ambiente que estava escuro. Quando o Sady chegou em casa mandou mensagem dizendo que ficou no maior desejo depois de dançar com a Marciana. Eu disse que ele deveria sondar minha esposa, no dia seguinte, por mensagem, para saber o que havia acontecido. Sugeri que ele perguntasse se fez alguma coisa de errado. Ele concordou e me tranquilizou dizendo que me mostraria as conversas depois.
Fui para o quarto e me deitei do lado da minha esposa, a cabeça a mil, pensamentos desencontrados, sem saber o que viria a seguir. Pelo menos, eu tinha certeza de que ela não iria me trair, e que não faria nada sem me informar. Mas não sabia se o Sady manteria a nossa cumplicidade em sigilo. E sabia também que a Marciana tinha controlado seus impulsos, mas estava morrendo de vontade de dar para o chefe. Eu sabia que ela já tinha esse desejo antes de eu começar meu plano, mas as coisas foram aceleradas depois que comecei a tramar para que acontecesse. Isso eu não tinha como evitar, era algo que nós precisaríamos resolver.
Acabei adormecendo, cansado, e tenso com a nossa situação.
Continua.
Meu e-mail: leonmedrado@gmail.com
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