Meu marido descobriu e não deixou barato. Parte 26.

Um conto erótico de Ménage Literário Erótico
Categoria: Heterossexual
Contém 3218 palavras
Data: 03/02/2024 13:48:49
Última revisão: 05/02/2024 19:57:58

Augusto entrou em casa e veio diretamente até Sheila, todo suado:

– Já estou sabendo, Maria e Fátima vieram mesmo. Estamos bem?

A esposa tentou abraçá-lo, mas ele estava fedendo a curral e ela se afastou:

– Sim! Foi melhor do que eu esperava. Vai tomar banho, por favor. Não vou deixar que se sente à mesa com essa roupa.

Respirando aliviado, pois se preparava para mais brigas, Augusto caminhou sorrindo em direção ao banheiro. Ele não tinha o poder de ler mentes, mas sabia que Sheila deveria ter relevado muita coisa para que os dois pudessem ter uma chance de se acertar.

O que ele não sabia, e muito menos esperava, era a conversa que estava prestes a acontecer. Sheila estava preparada, decidida e pronta para arriscar tudo em busca de redenção.

Continuando…

Parte 26: “Dois corações e uma história."

Enquanto Augusto tomava banho, Sheila, como sempre fizera antes dos problemas que quase arruinaram aquela relação, arrumou o prato do marido. Aquela era uma atitude de carinho, de amor, de cuidado a quem se quer bem. Feijão em cima do arroz e o bife separado, num prato menor. Assim como a salada, também separada.

Augusto não demorou a voltar e logo os dois se sentaram para comer. A tensão era palpável, já que os dois se olhavam, mas ninguém dizia nada. Após uma noite tão agradável e inesperada, o medo de perder aquele frágil vínculo recém reconquistado era maior do que a vontade de resolver as coisas de vez.

Sheila pensava em todas as revelações que Fátima fizera, ainda se sentia excitada e avaliava a melhor forma de abordar o assunto. Inquieta, foi a primeira a falar:

– Você está com a agenda cheia? Precisa voltar durante a tarde?

Augusto, também tenso, estranhou a pergunta:

– Não tenho nada marcado, estava pensando em fazer algumas visitas de rotina, pois sempre aparece alguma coisa para fazer. Uma vacina vencida, um berne para retirar, algum úbere inflamado… por quê? Precisa de alguma coisa?

Criando coragem, mas um pouco receosa, Sheila pediu:

– Eu gostaria que você ficasse, precisamos resolver a nossa situação. Até quando vamos adiar essa conversa? Eu ainda tenho dúvidas e acredito que você também as tenha.

Ele sabia do que ela estava falando e mesmo que não quisesse, não poderia correr. Augusto tentou arrumar uma desculpa:

– Mesmo estando liberada clinicamente, tem certeza de que quer isso mesmo? Precisamos conversar, nos resolver, nisso você tem razão, mas agora é o momento? Estou preocupado com você e com nosso filho, não quero mais nada atrapalhando.

Incisiva, Sheila disparou:

– Muito pelo contrário, gravidez não é doença e meu problema já foi resolvido pela doutora Aline. A incerteza e a angústia é que estão me fazendo mal.

Augusto, pegando Sheila desprevenida, foi direto:

– Então me responda, você é ou não bissexual? Seja honesta comigo.

Quase engasgando com a comida, Sheila tossiu e arfou, surpreendida:

– E… eu… não sei o que dizer.

Repousando os talheres no prato, Augusto insistiu:

– É uma pergunta simples, feita diretamente. Essa é minha dúvida. Então, você já descobriu se é ou não bissexual? – Ele se levantou, indo buscar o saleiro. – Você pode até ter sido seduzida e manipulada, mas eu sei que só aconteceu por que você permitiu. Foi apenas uma vez?

Sheila tentou apelar para o sentimentalismo:

– É claro que foi apenas uma vez, eu já disse que estou arrependida, que nunca deixei de amar você, que nossa …

Muito calmo, totalmente preparado para aquele confronto, Augusto a interrompeu:

– Eu sei que se arrepende e não duvido que me ama, mas o seu arrependimento é por ter sido exposta ou pela minha reação? Afinal de contas, você só confessou quando estava encurralada pelas chantagens do Renato.

Respirando fundo, Sheila se acalmou e decidiu ser honesta:

– Eu entendo o motivo de você pensar assim e realmente, a chantagem do Renato foi o fator definitivo para a minha confissão. Só que eu já estava pronta para confessar e aceitar as consequências. Sendo ou não chantageada, eu já tinha decidido contar a verdade.

Augusto a encarou, avaliando suas expressões. Conhecia bem a esposa e acreditou em suas palavras. Ele foi mais além:

– Vamos mudar a perspectiva, pensar diferente. Se eu concordasse, você gostaria de ter a chance de estar novamente com outra mulher?

Assustada, achando que era uma armadilha, Sheila o olhou desconfiada, não conseguindo responder. Augusto voltou a se sentar, dando tempo e analisando a linguagem corporal da esposa. Percebeu em segundos que ela estava nervosa, com medo de ser honesta. Ele conhecia bem aquele pequeno tremor na bochecha dela, pois quando nervosa, Sheila mordia a parte interna para se acalmar. Augusto disse:

– Se não formos completamente honestos um com o outro, essa conversa não tem sentido.

Vendo que ela continuava na defensiva, desabafou:

– Eu aprendi muito no tempo em que ficamos separados e mesmo sentindo a sua falta e arrasado com o que você fez, esse tempo também serviu para que eu mudasse minha visão sobre algumas coisas. – Ele pegou nas mãos de Sheila, a encorajando. – Mesmo que doa, que machuque, só a honestidade vai me fazer voltar a confiar em você. Não será um processo fácil, mas precisamos encarar de frente.

Sendo honesta, mas mudando o foco, Sheila também o questionou:

– Foi com a Fátima? Foi ela que mudou sua visão?

Talvez, falando primeiro, pudesse criar na esposa a coragem para se abrir. Augusto resolveu responder:

– Sim! E não só ela. Maria e Oscar também. Conhecer o segredo deles, a forma que estão vivendo, abriu os meus olhos para muita coisa. Eles foram pacientes e me ajudaram a entender o que aconteceu com você. Dizer que concordo seria demais, mas pelo menos, serviu para me dar clareza e diminuiu um pouco a minha raiva.

A tranquilidade e a honestidade de Augusto ajudaram Sheila a se sentir confortável. Ela já não estava tão nervosa ou ansiosa. Ela queria saber mais:

– Fátima me contou tudo o que aconteceu entre vocês. Você fez por raiva, apenas para se vingar de mim?

– Talvez no começo, como uma forma de lhe ferir, mas depois, ao começar a entender, a ter minha percepção e meus valores sacudidos, acabei me deixando envolver e até aproveitando.

Augusto não tinha a intenção de atacar, de humilhar a esposa, apenas estava sendo verdadeiro. Ele continuou:

– Vendo Maria e Fátima juntas, conversando com Oscar, me envolvendo com eles, acabei entendendo o quanto minha visão era equivocada, mas também, aprendi que não sou o único culpado das suas frustrações. Posso ter sido um amante ruim e acomodado para você, mas em contrapartida, também não recebi o suficiente para ser cobrado.

Sheila entendeu e se sentiu péssima, tentando se defender:

– Mas eu conversei com você, pedi, mostrei o que estava errado…

Augusto novamente a interrompeu:

– E ao invés de me dar tempo para melhorar, me traiu semanas depois. – Como a intenção era entendimento, não confronto, assim que bateu, ele também assoprou. – Eu paguei na mesma moeda, não posso me fazer de santo. Nossa intenção aqui é outra, saber se ainda podemos seguir em frente.

Cabisbaixa, triste, Sheila falou de uma vez:

– Você tem razão. Eu errei, e muito, me deixei manipular e envolver, mas não posso culpar ninguém. Eu sou uma mulher adulta e feri a pessoa mais importante da minha vida.

Sheila levantou a cabeça, estava com os olhos marejados. Ela encarou o marido:

– Você consegue me perdoar? Consegue me dar outra chance? Eu prometo que passarei a vida tentando me redimir. Prometo cuidar de você e do nosso filho e dar tudo de mim a vocês dois.

Augusto voltou a pergunta inicial:

– Isso depende da sua honestidade. Você é ou não bissexual? – Mas detalhou um pouco mais a pergunta. – Se não for, posso entender que o que aconteceu foi um caso isolado, apenas curiosidade. E se for, estamos nos enganando e eu não serei suficiente. E sendo assim, sinceramente, eu não quero prendê-la a mim, por culpa ou remorso, lhe sentenciando a um futuro de frustrações e arrependimentos.

Augusto se levantou novamente, recolhendo os pratos e os talheres e os colocando na pia. Ele voltou até Sheila e se ajoelhou a sua frente:

– Eu vou trabalhar, assim você pode refletir com calma sobre o que eu falei e me dar uma resposta honesta à noite.

Sheila sabia muito bem a resposta para a dúvida de Augusto. Com medo de fraquejar, disposta a parar de enrolar, e ainda que estivesse com medo da reação dele, mordendo ainda mais a parte interna da bochecha e sacudindo nervosamente a perna, ela o segurou mais forte, não deixando que ele saísse:

– Eu gostei! Me desculpa, mas eu realmente gostei.

Augusto queria que ela admitisse em alto e bom som:

– E do que você gostou?

Sem saída, ela admitiu de forma clara:

– Eu gostei de estar com outra mulher. – Ela abaixou a cabeça, de forma defensiva, temendo uma reação violenta de Augusto. – Se tivesse a oportunidade, se você autorizasse, eu gostaria de repetir.

Completamente calmo, já ciente daquela resposta, Augusto levou a mão até o queixo da esposa e levantou sua cabeça, fazendo com que Sheila o encarasse:

– Foi tão bom assim? Andrea mexeu tanto com você? É com ela que você tem vontade de repetir?

Fazendo cara de nojo, ela protestou:

– Por Deus, não! Eu quero distância daquela mulher.

Augusto, muito pensativo, saiu da posição de joelhos e voltou a se sentar na cadeira, mas ao lado da esposa, passando a segurar em sua mão. Sheila achou melhor se explicar:

– Foi diferente apenas, uma coisa nova e que me surpreendeu. Se estamos sendo honestos, quero colocar tudo para fora de uma vez…

Novamente a interrompendo, ele perguntou:

– É melhor do que fazer amor comigo, seu marido?

Tentando dar credibilidade a sua fala, Sheila o abraçou:

– Não! É que, para mim, uma coisa parece que não tem a ver com a outra. Você pode não acreditar, mas não tinha sentimentos, nenhuma ligação especial, era só sexo. Até eu tenho dificuldade para entender, mas estaria mentindo se dissesse que foi ruim.

Ligando uma coisa à outra, Augusto entendeu o que ela queria dizer. O mesmo aconteceu com ele ao se envolver com Fátima e Maria. Ele também achou bom, prazeroso. Tecnicamente foi até melhor que a maioria das noites de amor com a esposa. Só que, assim como Sheila afirmara, ele também não sentia nada por Maria ou Fátima além de um grande carinho, uma amizade que acabou se fortalecendo ainda mais.

Para Sheila, nem essa amizade existia, pois Andréa a manipulou e mesmo que tenha se arrependido, elas não tinham nenhum tipo de relação como Maria e Augusto, por exemplo. Foi inevitável para ele não pensar em Sheila e Maria juntas, já que as duas se gostavam e eram grandes amigas. Chegou a sentir uma excitação crescente com aquele pensamento: “Se com Andréa já foi bom, talvez, com Maria, ela provasse o verdadeiro prazer de uma relação entre pessoas que se gostam e se respeitam”.

Sheila estava ansiosa, mas não queria provocar Augusto. Estava com medo de que assim que fosse tirado de seus pensamentos, o marido virasse seus canhões para ela.

Antes que ela tomasse a iniciativa, o toque do celular o despertou. Os dois olharam para o visor e viram que era o Oscar que ligava. Como ele estava ligando do telefone comercial da fazenda, não do celular, Augusto precisava atender, sabia que era trabalho.

Ao ser atendido, Oscar não perdeu tempo, pedindo:

– Primo, preciso de ajuda. Venha rápido, temos uma novilha muito mal.

– O que se passa primo? – Questionou Augusto.

– Não sei direito. Ela parece engasgada, barriga grande, estufada, e respira com dificuldade.

Augusto responde:

– Tenho que examinar. Mas pode ser um caso sério de timpanismo.

– O que é isso primo? É grave? – Questionou Óscar preocupado.

Augusto explicou melhor, sendo observado pela esposa:

– Timpanismo é o acúmulo de gases que resulta em uma distensão acentuada do rúmen e retículo, os compartimentos do estômago dos ruminantes. É uma condição até comum em ruminantes, e pode ser conhecido também como empanzinamento ou meteorismo ruminal. A novilha passa mal mesmo e em alguns casos pode pôr a vida do animal em perigo.

– O que eu faço primo? – Óscar parecia angustiado.

Augusto nem pestanejou:

– Espere. Estou a caminho.

Assim que desligou, voltou a falar com a esposa:

– Obrigado por ser honesta. Agora temos como começar a entender tudo o que aconteceu com a gente. Me deixe pensar um pouco, refletir sobre tudo.

Sheila se surpreendeu com a calma e o jeito carinhoso com que Augusto falou com ela. Não esperava aquilo. Ele voltou a pegar nas mãos da esposa:

– Não precisa ter medo de mim. Eu já disse uma vez que jamais colocaria a mão em você. Quando foi que eu lhe dei essa impressão? É a segunda vez que você reage dessa forma, não estou entendendo.

Mesmo se vitimizando, Sheila foi honesta:

– Talvez seja isso que eu mereça. Para aprender, parar de ser burra e de magoar a pessoa que eu mais amo nesse mundo.

Augusto realmente se zangou:

– Nunca mais repita isso, ouviu? Independentemente de qualquer coisa, você é minha esposa, – ele acariciou a barriga dela – a mãe do meu filho, e quem eu jurei proteger. Nunca mais diga um absurdo desse. Agora, preciso ir, tenho um caso de urgência.

Dando um beijo carinhoso em sua testa, ele se levantou e saiu, indo trabalhar, deixando Sheila ainda muito tensa e ansiosa, sem saber o que esperar. Pelo menos, a calma com que Augusto conduziu toda a situação, deixou nela uma sensação muito boa, de que ainda estava sendo amada por ele e a reconciliação era mais do que possível. Sheila foi lavar a louça do almoço, se sentindo mais leve e feliz.

Augusto chegou à fazenda em pouco mais de quinze minutos e foi direto ao curral, encontrando a vaca caída, com a cabeça distendida, a língua para fora e os olhos dilatados. Ele precisava correr contra o tempo, voltando rapidamente até a picape e buscando uma sonda orogástrica, iniciando com ela o procedimento, minutos depois.

Por sorte, o procedimento foi um sucesso e a vaca reagiu rapidamente, afastando a necessidade de soluções mais drásticas, como a Rumenotomia, uma pequena cirurgia veterinária.

Agradecido, já que a perda da vaca seria um prejuízo considerável nas combalidas finanças do laticínio, Oscar obrigou Augusto a entrar e tomar um café. Como não poderia ser diferente, o assunto do momento logo surgiu. Preocupado com o primo, Oscar perguntou:

– E as coisas em casa, como estão? Fiquei sabendo que você e a Sheila parecem estar se acertando.

Augusto confiava no primo, seu melhor amigo, e desabafou:

– Ela confessou, foi honesta. Na verdade, não foi nenhuma surpresa, já que observando Maria e Fátima, eu pude entender muita coisa.

Curioso, Oscar quis ter certeza se entendeu:

– Como assim? Confessou o que?

– Ela assumiu que gostou de estar com outra mulher. Disse que se eu deixar, isso se nos acertarmos, lógico, ela gostaria de repetir.

Oscar, inteligente, entendeu que era hora de ser bem verdadeiro. Desde sempre, ele era o exemplo de Augusto, e queria o melhor para o primo. Ao invés de direcionar, preferiu entender melhor antes de opinar:

– E você? O que pensa sobre tudo isso? Depois do que a gente viveu, de ter estado com Maria e Fátima, você deve ter uma opinião formada já.

Muito indeciso, Augusto realmente não sabia o que dizer:

– Eu não sei, primo. Eu entendo, juro que entendo, mas ainda não consigo processar. Sei lá… ainda estou refém de toda a minha criação conservadora e machista. Eu preciso de ajuda.

Solidário, Oscar o abraçou:

– Qual é o seu medo? O que ainda te perturba?

Cabisbaixo, confuso, Augusto respondeu:

– Meu medo é que tudo isso seja uma cilada, uma armadilha.

– Como assim? – Óscar ainda queria que ele se explicasse mais.

– Tenho medo de ceder e depois descobrir que tudo não passou de uma forma de manipulação para Sheila poder cair na gandaia e se divertir sem culpa...

Oscar o pressionou:

– Seja claro. Tem medo do quê?

Augusto disse meio contrariado:

– Ser um marido trouxa que aceita tudo.

Óscar sabia que não estava tudo dito:

– Seja honesto, eu sei o que se passa na sua cabeça. Admita, sabe que não pode se esconder de mim, eu conheço você.

Vencido, Augusto cedeu:

– E se isso for só o começo? Se a intenção maior for sair com outros homens no futuro? Eu não sei muito bem no que acreditar.

Passando pelo corredor, Maria, ouvindo a conversa, não resistiu e entrou na cozinha:

– Deixa de ser bobo!

Augusto se assustou com a aparição dela, mas Maria não parou:

– Se quisesse isso, ela teria se entregado ao Renato, aceitado a chantagem para manter as aparências. O cara é um crápula, mas é um homem bonito e atraente.

Fátima, que também entrava na cozinha, ouviu a Maria e aproveitou a deixa:

– Sheila é das nossas. Ela sabe a rola que tem em casa e não precisa de outra. Não é isso que ela deseja. Sua curiosidade, seu desejo, vai mais além, reside em outro lugar.

Fátima foi ainda mais honesta do que Augusto poderia esperar:

– Por que não nos deixar tirar a história a limpo para você? Uma visão de fora pode ajudar. Maria é a pessoa perfeita para o trabalho, já que Sheila nos confessou que tudo começou com ela.

Confuso, sem entender, Augusto apenas encarava Maria. Fátima achou melhor contar a história completa:

– É isso mesmo que você ouviu. Maria sempre provocou a Sheila e ela sempre deu abertura. Mas, se continha. Relaxa, nunca aconteceu nada entre as duas, Maria nunca forçou a barra. Diferente da Andréa…

Se Augusto já estava confuso, aquela informação o saturou de vez. Não era nenhuma novidade, Sheila já tinha lhe contado aquilo, mas ele não deu a devida importância no momento. Mais divagando do que realmente perguntando, ele disse:

– Então já era para eu ter sido corno muito antes…

Maria se zangou:

– Você acha que eu sou o que? Uma tarada irresponsável? Acha que eu faria isso com você?

Augusto, sem pensar direito, acabou ofendendo:

– Bom, eu ainda era casado quando todos nós… você sabe, né?

Fátima o repreendeu:

– Que conversa é essa Augusto? Machista hipócrita. Estava indo tão bem, mas acabou falando merda. Na hora de aproveitar, todo zangadinho, querendo dar o troco, não pensou assim, não foi?

Augusto, chegando ao limite, se levantou. Parecia que ia se zangar, mas diferente do que todos imaginavam, foi honesto:

– Você tem razão, me desculpe. – Ele abraçou Maria. – Vocês me ajudaram.

Ele balançava a cabeça como se estivesse arrependido:

– Depois do que fizemos, eu entendi Sheila um pouco melhor. Acho que, no final, vocês me ajudaram mesmo.

Óscar aconselhou:

– Tenha calma. Reflita bem. Não se precipite novamente.

Augusto olhou para eles pensativo e disse:

— Preciso de um tempo, para pensar melhor em tudo.

Se virando para o Oscar, perguntou:

– Se importa se eu for pescar um pouco?

O primo se ofereceu:

– Quer companhia?

Ele sorriu:

– Pode ser… Pode ser até melhor...

Depois, como se estivesse falando consigo mesmo, lembrou de uma frase que havia lido, do Luis Fernando Veríssimo, e murmurou:

“Quando a gente acha que tem todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas.”

Continua…

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Foto de perfil de Ménage LiterárioMénage LiterárioContos: 45Seguidores: 292Seguindo: 35Mensagem Somos três autoras que escrevem juntas, liberais e apaixonadas por literatura erótica.

Comentários

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Eu sinceramente não sei muito bem o que dizer, as vezes a gente gosta tanto de algo que parece que os elogios habituais são pouco para expressar o quanto você gostou. Olha fazia muito tempo que eu não lia uma saga que me prendesse tanto a atenção, a história é ótima, do início até esse ponto ela não perdeu qualidade em momento algum, isso é raro em histórias mais longas.

Eu nem vou tentar elogiar porque parece pouco para o momento, então vou agradecer por vocês terem compartilhado essa história para que a gente pudesse apreciá-la. Obrigado!

E pedir para que não parem com a história, ela é muito boa, merece ser finalizada.

Bom é isso. Abraços

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Lendo muitas das análises feitas, tenho que acrescentar aqui uma outra análise sobre a história, e sobre a visão de muitos dos leitores. Temos aqui, uma história de narrativa MODERNA e não uma narrativa CLÁSSICA. Para quem não sabe a diferença, numa narrativa clássica a história, geralmente tem um único protagonista que vai evoluir ao longo da história. Mas nesta, não temos apenas um protagonista. São no mínimo, dois, Sheila e o Augusta. O processo (vide o título) envolve a transformação de ambos, na relação, e é o motivo da crise que se desencadeia. Numa narrativa clássica, o enredo respeitaria uma cadeia de causa e efeito clara e objetiva. Embora tenhamos um primeiro ato para a apresentação da história e dos personagens, com o incidente incitante que provoca a crise, um segundo ato para o desenvolvimento da trama e um terceiro ato para a conclusão, (Três partes) por ser uma obra seriada os conflitos são mais complexos, e existem outras histórias diferentes (subplots) dentro da trama, como o caso da Sheila com a amiga no passado, a traição da namorada pelo Augusto, com a própria Sheila, o casal de médicos que se envolve e salva a vida de uma protagonista, o casal de primos, e nem todas essas subtramas se relacionam no tempo e no espaço. A história, em alguns momentos, se apresenta de forma fragmentada e com tramas paralelas como ao relatar o passado da Fátima, para inserir uma personagem que a partir do segundo terço da história tem papel preponderantes na trama e no processo de transformação de cada um dos elementos do casal. Então, é aqui que eu vejo o erro da maioria dos que tentam analisar a história focando sua questão somente na reação do Augusto. A maioria dos leitores está acostumada a narrativas clássicas, muito comuns nos filmes de sucesso de bilheteria, novelas e romances. Na narrativa clássica, no fim do filme ou das histórias, pode-se ver nitidamente colocada a moral do que foi contado, passando uma mensagem (moralista). Tendo uma MORAL a ser assimilada. Mas parece, que aqui não é esse o caso. Eu sinto que muitos leitores estão ainda lendo e procurando isso na história. Talvez seja isso que deixe os leitores sem uma aceitação desse processo moderno de tratamento, onde a relação de causa e efeito não é direta, nem linear, nem segue um padrão moral estabelecido. Pelo contrário, vejo claramente uma proposta da história quebrar isso. Os acontecimentos não são lineares; e a história acaba por ser mostrada de forma fragmentada. Aqui também não existe, obrigatoriamente, um final fechado ou uma mensagem final a ser passada, e se as autoras desejarem, tudo isso pode ficar para ser resolvido “além do final”, deixando pistas para a interpretação do espectador. O importante, nesta trama, é que a história, em vez de uma moral, procura antes de tudo despertar sensações e reflexões, sem fechar as questões. Mas os leitores querem o fecho, a moral, a mensagem final, pois estão acostumados com isso. Esse é um grande mérito dessa história, além de ser muito bem estruturada, bem escrita e bem contada, sem clichês usuais nesse tipo de história.

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Mais uma vez eu aqui para parabenizar pelo excelente trabalho, a história de Augusto e Sheila me faz pensar no que a história de um casamento poderia ter sido. Se os personagens tivessem discutido o futuro da relação e demonstrado o que sentiam. Mas na história não foi assim não houve conversa para saber o futuro da relação depois de muitos golpes pela se rompeu. Perfeita história é muito bem escrita. Parabéns

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Pior que é verdade, mas também, vai muito da personalidade de cada personagem. A sua construção foi muito bem feita, dando coerência ao final que você escolheu. Aqui temos o componente da mudança em um protagonista e tudo foi sendo construído para esse momento.

É no fundo, é o diferente que torna a vida tão interessante. Histórias diferentes, pessoas diferentes, pensamentos diferentes... No final, acho que nós aqui e você lá, estamos deixando nossa pequena contribuição no site, entretendo e tocando pessoas com nossas histórias. 😘

1 0
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A história foi se encaminhando para aquele final, que também foi o que ocorreu na realidade, o enredo é baseado na minha história real com mudanças aqui e ali. Eu queria dividir aquela parte da minha vida para ver o que as pessoas achavam e recebi de tudo, mas a maioria entendeu me satisfez e ajudou a superar tudo. Mais uma vez bela história escrita com maestria eu me diverti demais até agora e aguardo com ansiedade mais capítulos. Agora vou ler mais dos seus contos. Um beijo e se quiser papear algum dia meu e-mail é leitorav@gmail.com

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Vixi!

Eita, eita, eita...

Como diria minha caçula: "agora virou um bololô só!" Sei nem o que esperar mais.

Adoro vocês e a história é ótima, mas você sabem que tem uma coisa que me incomoda nessa trama toda? Infelizmente, foi justamente eles terem envolvido o Augusto enquanto ele estava mais frágil. Me desculpem a franqueza, mas achei o momento péssimo para isso. Eu, sei lá, fiquei com a impressão que ele abusaram dele quando ele menos tinha condições de recusar.

Desculpa, mas é a minha verdade!

De qualquer forma, sigo curiosa com a forma que conduzirão tudo, mesmo porque acredito que uma arrependimento sincero conserta muita coisa nessa nossa vida.

Beijão procês.

⭐⭐⭐

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Mas eles realmente envolveram o Augusto, isso é incontestável e você está certa. Fátima e Maria, inclusive, já admitiram. Mas o resto é surpresa, não vou dar spoiler. 😂😂😂

😘

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Olha, pela qualidade da narrativa, pelo storytelling, é disparado a melhor série/conto da casa. Mandam bem demais.

Eu tinha parado de ler a série no início e agora retomei, e depois de passado a "emoção da imersão" no universo que a(s) autora(s) construíram, passei a analisar com mais calma.

O que sentei falta, é de um contra-ponto nas opiniões. O único que que faz esse papel é o próprio Augusto na estória. E vendo por certa perspectiva, passa a sensação de que ele está sendo manipulado.

Claro, o ambiente e convivência faz a pessoa. Todos ao seu redor, por mais que passam uma falsa "neutralidade" nos conselhos, de certa forma o influenciam a ACEITAR coisas que vão contra seus valores.

Neste capítulo, passou quase uma mensagem escondida de que se o Augusto ousar querer uma vida normal, um casamento normal com sua esposa, ele é machista, hipócrita, ignorante, entre outros.

Isso ficou claro quando a Sheila tenta se justificar dizendo que tentou abrir os olhos dele, de que ele precisava melhor, e o próprio retrucou que ela nem sequer esperou, pouco tempo depois foi lá e o traiu.

Independente se ela gosta de mulher ou não, o fato é, ela decidiu trair, ela escolheu trair. Apenas isso, na minha humilde opinião, invalida qualquer tipo de justificativa que ela tentou passar.

Não acho que o Augusto, tendo o pensamento de que era só uma questão de tempo até ele ser traído, esteja errado. Na minha visão, ele está certo. Nada garante que as circunstâncias não faria o ladrão, ainda mais nesse cenário.

Tudo isso é pra dizer, é que senti falta de um personagem "lúcido" que também entregue um contra-ponto nos conselhos ao Augusto, porque o caminho que o casal principal está seguindo é de que, ou ele aceita ela sair com outras mulheres e ele se contente com esse fato, talvez "tendo sorte" também no processo, ou ele não conseguirá jamais sair da incerteza de que um casamento normal, que parece ser o que ele gostaria de ter tido, jamais dará certo.

Enfim, é só uma opinião (extensa, foi mal)

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Entendo o seu ponto de vista e respeito. Perceba que Augusto tem as qualidades que você imagina em um personagem de suporte. Ele não é fraco ou manipulável, deixando bem claro que só se deixou envolver pelo trio, porque quis. Inclusive, ele diz o mesmo para a esposa em relação a traição que sofreu, que só aconteceu porque ela quis que acontecesse.

Augusto vai aprender o que precisa, mas sem abrir mão de ser ele mesmo.

Outro ponto é que Sheila já deixou claro que abre mão de tudo para tê-lo de volta e Augusto mesmo entendeu os riscos desse tipo de situação. Se Augusto parece ingênuo as vezes, é porque essa construção de personalidade tem uma função na história.

Sei que é uma história com viés feminino, criada por mulheres, mas não temos a intenção de escrever um manifesto feminista, e muito menos de menosprezar a importância dos personagens masculinos, pois no final das contas, sem Augusto, Sheila não tem sentido de existir.

Obrigado pela opinião e por voltar a nos prestigiar. 😘

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Esse Augusto é cabeça dura! Hahahaaha

E uma correção! Feijão é por cima do arroz!!

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Sabe que só depois que você corrigiu eu me toquei que inverti o que queria dizer? 😂😂😂

Vou editar e concordo plenamente. 😘

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Não vou ser redundante nos comentários que meus amigos escreveram abaixo, pois concordo com todos. Mais um capítulo perfeito, deixando o gostinho antecipado de “encaixes” para lá de interessantes na vida do casal! Maravilhoso!

⭐️⭐️⭐️

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Como sempre, mais um ótimo capítulo dessa história. É muito bom ver a forma que vocês estão mudando o Augusto. A sutileza.

O cara está se transformando, mas não perdeu a essência. É como se estivesse abrindo mais uma possibilidade e ele está, do jeito dele, tentando incorporar isso do jeito dele.

Muito bom mesmo. 3 estrelas e um abração pra vocês.

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E deveria ser sempre assim. Penso até que seja na esmagadora maioria dos casos reais. Ninguém faz certas mudanças do dia para a noite. E mudar do jeito correto aumenta as chances de que a mudança permaneça.

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Foto de perfil de Samas

Excelente, sensacional capitulo,e ainda mais com essa citação de Veríssimo. Eu cheguei a pensar que o Augusto tinha medo de perder a Sheila para outra mulher,por isso ele queria que ela confessasse.

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Foto de perfil de Whisper

Voltei. Rsrs

Essa história está cada vez mais interessante.

O único problema do seu conto é que ele acaba e a gente fica doida querendo ler mais. Rsrs

Show como sempre! Parabéns!!! 😘😘😘

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Foto de perfil de Ménage Literário

Histórias interessantes não faltam, concorda?

Tem um conto chamado "Traição" que é ótimo. 😘

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Foto de perfil de Whisper

Mais ou menos, mais ou menos. Rsrs

Mas tem mesmo boas histórias aqui, a sua com certeza é uma delas! 😘

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Foto de perfil de Id@

Simplesmente lindo !!!

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Foto de perfil de Max Al-Harbi

Acho que esse rapaz está começando a mudar os pensamentos... Tô sentindo que ele vai deixar a esposa brincar com a prima.

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Ótima aula de como perder preconceitos. No tom mais que correto.

Garanto que muita gente lendo vai se sentir sacudido.

Abração, meninas.

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Foto de perfil de Hugostoso

Parabéns meninas, outro capítulo maravilhoso, vcs são PHÓDA!

Sou fã de vcs, 👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼

⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐

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UIAAAA!!! Cumequié? Quer dizer que o Augusto está levando umas boas escovadas, de cada um, e vai começando a entender melhor as coisas com outra ótica! Hummm! Quem diria? O marido não deixou barato! Mas pelo jeito, vai cobrar em dobro! Hahaha Adorei essa parte. Impecável, mais uma história que se consolida como uma das melhores da casa. Parabéns! Leon Medrado diria: "Uma mente e um corpo conservador, depois de passar por um prazer de relacionamento liberal, jamais volta ao seu estado anterior"! Todas as estrelas!

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augusto ta com medo de Sheila dar pra Oscar isso sim.

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Não só pro Oscar... 😂😂😂

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mais tudo é conversado, se ele tem esse medo e a esposa gosta de mulher também, libera ela pea ficar só com mulher, como disse tudo é conversado.

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Sheila, em nenhum momento, mostrou interesse em outros homens. Há não ser bem no começo, mas logo esqueceu e seguiu em frente.

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exatamente, libera a esposa e pelo jeito ele também vai se dar bem com isso.

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Maravilhosamente maravilhoso! Parabéns meninas! A qualidade continua excepcional! E a história continua excelente!

Sinceramente não sei ainda como o Augusto não apanhou da Maria e da Fátima!!!! Kkkk

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