Oieee..
Gente esse é mais um capítulo desta série maravilhosa sobre as escolhas que fiz. Gostaria muito de saber se vocês estão curtindo, por isso seus comentários são muito importantes.
Continuação...
Minhas Escolhas
Parte-5
No começo da nossa dança tocava uma música do Rod Stewart que infelizmente não me lembro qual foi, mas ótima para se dançar à dois. Sabe quando você dança com alguém que não conhece bem e fica meio insegura? Então, no começo foi assim meio estranho, mas depois tanto ele como eu nos soltamos mais um pouco e ficou fabuloso.
Durante a dança ele ficava bem coladinho em mim e no meu ouvido dizia o quanto me achou interessante, que estava muito linda e feminina.
Sei que é papo de quem quer me levar pra cama, mas conforme ele falava, mais eu me encantava. Quando trocou a música para a Build me senti como uma menina adolescente dançando com seu primeiro namoradinho. Lembro bem como se fosse hoje: ele estava com seus braços em minha cintura e eu com meus braços entrelaçados a seu pescoço. Nos olhamos, e em questão de segundos nossos lábios se tocaram em um delicioso beijo.
Durante esse tempo que ficamos na boate eu fiquei com ele. Minhas amigas CDs que eram homossexuais quando me viram voltar para a nossa mesa com ele, fizeram festinha dando gritinhos e batendo palminhas.
Realmente pra mim foi uma noite bem marcante, não rolou nada mais que uns beijos e carícias, mesmo porque já era de madrugada e tínhamos que retornar a casa onde nos montamos.
Foi nesse momento que comecei a tirar a roupa que bateu uma tristeza… era um ogro, virei princesa, e agora sapo novamente. Fui do céu ao inferno em poucas horas.
O bom é que nessa noite conheci várias pessoas como eu, homens que amam se vestir e sentir mulher mesmo que por algumas horas. foi muito gratificante e agora não me sentia mais sozinha.
Enquanto eu trocava de roupa ouvi uma cdzinha gaúcha comentar com as meninas do grupo que estávamos que queria renovar seu guarda roupa e tinha algumas coisas para doar se alguém aceitava. A maioria não aceitou porque muitas eram casadas e as parceiras não sabiam desse fetiche.
Então, foi que ela me perguntou: Michelle, será que você aceitaria?
Nem deixei ela terminar… Sim, eu quero muito!
Como nessas minhas idas e vindas de Juiz de Fora acabei ficando sem minhas roupas femininas que peguei escondido da confecção da minha mãe.
Na saída da casa da Paula, essa cdzinha gaúcha chamada Cibele, me levou até seu carro para pegar as roupas que ela me daria. Quando ela abriu o portão malas nem acreditei, eram duas caixas cheias que eu não teria como levar pra casa porque eu estava de ônibus. Agradeci e com uma tristeza enorme disse a ela que não poderia levar no ônibus e táxi não poderia pagar.
Foi aí que ela me perguntou onde morava e se era longe de onde estávamos porque me levaria de carro pra casa.
Durante nosso trajeto até em casa tomei uma decisão, vou me assumir pra geral.
Cheguei em casa já estava amanhecendo, agradeci pelas roupas e a carona.
No meu quarto comecei a abrir as caixas para ver o que tinha dentro. Quando fui tirar as roupinhas, uma mais linda que a outra, entre elas duas mini saias, um top de couro preto, uma blusinha tipo bata e duas regatinhas, uma graça. Na verdade as roupas daria para por em uma sacola e trazer no ônibus, mas a minha surpresa maior foi que além das roupas tinham vários calçados também. Dois pares de sandálias plataforma, um par de sandálias de salto alto que é a minha cara, amo muito, um par de tênis e um par de botas longas, um luxo.
Assim que minha mãe acordou respirei fundo e contei pra ela que sou uma crossdresser. Reação dela: O que, Tá louco?
Onde já se viu um homem de saia e blá, blá, blá e coisa e tal. Só respondi que sou maior de idade e faço da minha vida o que desejar.
Querendo ou não, ela de uma maneira forçada “ acabou aceitando” não sem antes contar para meu irmão. Não sei como ela contou pra ele, mas ele aceitou numa boa.
Nessa época meu irmão Marcelo me chamou para ajudá-lo a colocar piso em sua casa, fala sério! Mas como já comentei antes, ele sempre me salvou dos meninos da escola, então nada mais justo fazer isto por ele, né? Porém disse que cobraria pelo serviço porque além de ter que pagar a pensão alimentícia, ainda queria começar meu tratamento hormonal por conta própria ( O maior erro da minha vida )
Com o tempo meu irmão e sua esposa souberam também e aos poucos fui me soltando mais. Não que a família me apoiou, não é isso, mas acabaram “aceitando”.
Algum tempo depois consegui um emprego como vendedor de livros, e só aceitei esse trabalho porque era imprescindível que o candidato tivesse disponibilidade para viagens. A equipe que eu estava era formada por seis pessoas, quatro mulheres: Silvânia, Marta, Rosa e Katia e dois homens, eu e o Patrick. Nossa equipe cobria Brasília, Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.
Como éramos uma nova equipe formada na empresa não tínhamos carro próprio ainda, então o Tony um dos proprietários da empresa que era administrada por dois irmãos nos levava até a rodoviária do Tietê onde iríamos de ônibus para nosso primeiro trabalho que seria em Brasília.
Levamos doze horas de viagem até chegar em Brasília, a casa que a empresa alugou ficava no bairro Ceilândia. Essa casa tinha três quartos, sala, cozinha, e banheiro. Nos instalamos onde a supervisora ficou com um quarto só pra ela por ser a chefe, as meninas no segundo quarto e eu e o outro rapaz no terceiro quarto, como somente eu e uma menina éramos novatos na empresa e na equipe, não saímos para vender nos primeiros dias. Fomos submetidos a um curso intensivo pela nossa supervisora Silvânia.
No primeiro mês deste meu trabalho fui classificado como o pior vendedor da equipe e por isso fui chamado a atenção por diversas vezes. Uma das garotas que se chamava Marta, irmã da supervisora, não gostava muito de mim no começo. A outra que se demonstrava mais amigável seu nome era Katia e queria saber qual era o meu bloqueio. Eu e ela realmente formamos uma amizade forte e conseguia me abrir com ela. Mas antes disso ela com muita calma foi me ajudando a vencer meu medo de vender. Nossas conversas se aprofundaram mais e mais. Como eu ainda tinha dificuldades em vender a cada dia saia pra rua com uma pessoa com mais experiência para que assim pudessem saber onde eu errava. E dias se passaram até que a Kátia ficou indisposta para trabalhar, se me lembro bem ela estava gripada. A Silvânia então me pediu para cuidar dela já que eu não estava vendendo. Acho que foi uma desculpa criada entre as duas para tentar tirar de mim meu segredo, e deu certo já que a Kátia era a minha melhor amiga na equipe. Eu preparei uma canja de galinha e levei pra ela no quarto. Nossa que sopa maravilhosa acho que já estou me sentindo bem melhor, onde aprendeu a cozinhar? Me poupe né garota! E demos risada do meu comentário porque ninguém melhora tão rápido assim, mas talvez foi a forma que ela encontrou de puxar uma conversa comigo. Com muita vergonha antes de contar lhe pedi para não falar sobre isso com ninguém porque poderia perder meu emprego e assim perder a condição de pagar a pensão e continuar me hormonizando.
Ela só me disse, pode confiar em mim. E assim contei tudo sobre minha decisão de me assumir depois da minha transição. Conversamos mais sobre isso e quando a equipe chegou paramos de falar nesse assunto. No dia seguinte era domingo e como aos domingos não íamos para a rua vender, a Silvânia me chamou para uma conversa . Já imaginava que seria demitido, mas minha surpresa foi que essa conversa, apesar da minha vergonha, me traria um benefício gigantesco.
Ela me disse que a empresa era bem liberal quanto a isso e que vários funcionários eram homossexuais até mesmo em cargos de liderança. Ela então se prontificou a me ajudar, porém cada coisa que ela fizesse por mim seria descontado do meu salário, perguntei o que ela tinha em mente, só me disse que confiasse nela.
Ela saiu com a Kátia e horas depois voltaram com algumas sacolas, me chamaram no quarto da Sil e me contaram que compraram tudo pra mim e que a partir daquele dia eu seria quem realmente sou, ou seja, uma delas.
Eram algumas poucas roupas femininas, sei calcinhas uma para cada dia e dois pares de calçados, uma sandália sem salto e um tênis feminino. Eu achei que a Katia contou apenas sobre eu ser homossexual, não tinha imaginado que ela tivesse contado exatamente tudo.
Como ainda era cedo, as duas me levaram para um salão de beleza em Taquaritinga para fazer as unhas e optei pela francesinha rosa e branco e maquiagem.
Entramos rapidamente no quarto da Sil sem que alguém me visse daquele jeito para me vestir. Pedi que elas saíssem pois tinha vergonha de me mostrar sem roupas, elas respeitaram meu pedido e assim que estivesse devidamente vestida abri a porta pra elas. Elas me mediram da cabeça aos pés e a Kátia fez um comentário: Silvânia acho que não vai dar certo, as pessoas não vão deixar ele entrar assim desse jeito, e apontou para minha cabeça. A Sil disse já sei. Chamou a Marta e pediu uma de suas perucas emprestada até que pudesse comprar uma. Esqueci de comentar que a Marta tinha um problema no couro cabeludo devido a um acidente que teve a alguns meses atrás, ela ficou com partes da cabeça sem cabelo e usava peruca para disfarçar.
A reação da Marta já era esperada pelo menos para mim, afinal de contas por várias vezes ela demonstrou não gostar de mim.
Ela disse para a irmã bem na minha frente que não ia emprestar nenhuma de suas perucas pra uma bicha como eu, que ela pagou muito caro e outros motivos sem cabimento algum. A Silvânia pegou a Marta pelo braço e a levou até um lugar onde eu não pudesse ouvir a conversa. Eu estava muito triste com tudo isso, se eu não contasse meu segredo pra Kátia nada disso teria acontecido, e como sempre fui covarde, não afrontei a Marta, apenas escutei calado e de cabeça baixa. Acho que o Marcos me dominou bem porque fiquei mega submisso.
Passou uns trinta minutos e a Sil voltou com uma peruca preta com um comprimento na altura dos meus ombros.
Chamou toda a equipe na sala Marta, Katia, Rosa e o Patrick e disse: Gente, preciso comunicar que o Eduardo não vai mais fazer parte da nossa equipe e no lugar dele…
Aí ela me chamou, Michelle por favor pode vir aqui na sala? As únicas pessoas que sabia eram a Sil a Kátia e a Marta, os outros arregalaram os olhos quando perceberam que era eu.
Depois que a Sil contou tudo para a equipe do porque eu me assumir, foi preciso fazer uma modificação na casa.
Como eu não poderia mais ficar com o Patrick, acabei me mudando para o quarto das meninas, mas como a Marta me odiava ainda mais por causa da peruca ela acabou ficando montando sua cama na sala.
Foi um domingo maravilhoso e cheio de novidades, mas tínhamos mais uma semana pela frente, então fomos dormir.
Na segunda feira logo pela manhã a Kátia e agora a Rosa me ajudaram com a mãe já que não poderia dormir maquiada.
Kátia, Rosa e agora eu ficamos responsáveis pelo café da manhã. O Patrick sozinho ficou responsável pelo material ( livros).
Quando a Silvânia apareceu na cozinha não veio sozinha, meu Deus, o Tony estava junto! Fiquei aterrorizada porque agora seria demitida da empresa. Mas parece que a Sil já vinha deixando o Tony a par de tudo que vinha acontecendo com a equipe, principalmente comigo porque quando ele me viu me tratou naturalmente como se ele tivesse contratado a Michelle e não o Eduardo.
Café terminado e enquanto todos se preparavam para mais um dia de trabalho o Tony me chamou pra conversar. Fiquei sabendo que seu nome agora é Michelle, né? De cabeça baixa por vergonha confirmei, e ele continuou: deixa eu te falar uma coisa; a Silvânia acredita que você não está conseguindo vender porque não se sentiu à vontade como estava, então ela me contou tudo sobre você, e pode ter certeza Michelle que eu também acredito que agora se libertando desse fardo vai evoluir como vendedora e me entregou meu novo crachá:
Onde havia a minha foto masculina, agora existia a foto de uma mulher, a minha com a peruca e maquiada, onde estava escrito meu nome de batismo, agora estava meu nome social Michelle Carnevale do Nascimento.
Quando eu vi esse novo crachá quase chorei de emoção e pela confiança que o meu patrão depositou em mim.
Tudo pronto e saímos para o campo. Eu e a Rosa ficamos com dois quarteirões, antes de começar estava tão feliz que a Rosa me disse: Michelle quando entrar em uma casa seja quem você realmente é, seja essa mulher feliz que eu estou vendo agora e acredite no seu potencial. E assim me senti tão confiante com o que ela disse que em cada casa que entramos, eu tomava a frente e pela primeira vez fiz uma venda de uma enciclopédia inteira logo na segunda casa.
Quando alguém da equipe efetua uma venda tem que ligar para a supervisora e ela aciona o Tony que trás os livros para ser entregue aos clientes.
Assim que saímos da casa a Sil me fala: parabéns menina pela sua primeira venda, eu me senti muito orgulhosa por conseguir fazer essa venda que me senti confiante para continuar.
E assim seguimos em frente, como eu fiz uma venda era a vez da Rosa, ela fez uma venda na quarta casa que entramos, acho que cinco casas depois eu fiz mais uma venda. Consegui um total de quatro vendas só neste dia, só perdi pra Sil afinal ela tem mais experiência que toda a equipe.
E assim foi durante o ano inteiro.
Cada ano era permitido voltar para São Paulo para passar o natal e ano novo com a família.
Chegando na empresa fui chamada pelos meus patrões Antony e seu irmão Wellington. Meu coração saiu pela boca nesse momento porque não sabia se fiz alguma coisa errada.
Mais uma surpresa, os dois junto com a minha supervisora me deram os parabéns pelo excelente trabalho que desenvolvi durante este ano.
Voltei para casa como estava vestida: calça jeans de stretch cintura alta, camiseta baby look e tênis, menos a peruca porque tive que devolver pra Marta.
Quando minha mãe me viu quase surtou, mas como eu disse antes para ela, sou adulta e faço da minha vida o que eu bem quiser.
Aí ficamos brigando porque eu me referia a mim mesma no feminino e ela sempre para me provocar me tratava como Eduardo. Ai que ódio!
Quando eu queria sair me proibia porque os vizinhos iam falar e ela que acabaria envergonhada, fala sério mãe!
Mas mesmo contra sua vontade sai assim mesmo e quando cheguei mais uma briga, AFF. Ninguém merece isso.
Entrei no meu quarto, tranquei a porta, coloquei minha camisola e fui dormir.
No dia seguinte resolvi experimentar algumas das roupas que ganhei da Cibele, aquela cdzinha gaúcha do BCC. De todas as roupas que experimentei o top de couro era muito pequeno e não serviu, as blusinhas serviram perfeitamente, a batatinha tinha mangas até o meio do braço e deixava parte da barriga de fora, ficou parecendo um cropped, as duas mini saias estavam um pouco largas, mas o comprimento ficou perfeito.
Como no final do quarteirão tinha uma costureira que eu já conhecia muito bem resolvi levar as saias para ajustar a cintura.
Sai sem minha mãe ver e chegando na oficina de costura dela ao me ver chegando não acreditou que eu estava com roupas femininas. Contei minha história pra ela e para seu esposo que ficaram felizes pela minha decisão e surpresos pela minha coragem.
Advinha o que aconteceu quando eu voltei pra casa… exato, mais brigas.
Enfim, meu natal foi horrível, e a passagem do ano igualzinho o que me alegrou foi voltar a viajar com minha equipe onde sou aceita.
Fiz minha mala e levei mais algumas roupas que eu tinha deixado em casa, me montei, graças a Deus com o dinheiro que ganhei do meu salário comprei uma peruca linda com cabelo humano na cor castanho escuro, um pouco abaixo dos ombros, fiz uma make básica.
Peguei um táxi para não ser humilhada no ônibus e fui pra empresa onde o pessoal já me aguardava.
Antes da viagem todas as outras equipes de venda, num total de cinco equipes com seis , sete ou até oito pessoas em cada, aguardavam a chegada do Tony e do Wellington que colocaria no quadro o fechamento de vendas do ano de cada equipe.
Todos os supervisores foram chamados um a um para receber o relatório de vendas do ano de sua equipe.
No final da entrega dos relatórios o Tony tomou a frente e como que querendo me proteger ou me deixar mais tranquila, me apresentou para todas as equipes como a vendedora que mais vendeu durante o ano passado.
Eu fiquei muito feliz com o comentário dele, mas sei que nem de longe pareço uma mulher e os comentários maldosos de algumas pessoas começaram a me incomodar e o Wellington percebeu…
Pessoal só um minuto por favor, sei que todos vocês estão ansiosos para voltar ao trabalho, mas aqui nesta empresa temos uma política interna que é acima de tudo o respeito a cada colaborador seja homem ou mulher independente de sua opção sexual, então eu percebi alguns comentários maldosos que “alguns”não todos estão fazendo sobre uma de nossas funcionárias.
Como todos sabem levamos a sério o desejo e o bem estar de cada um de vocês, já vi vendedores extremamente profissionais com recorde de vendas e de uma hora pra outra parar de vender em questão de dias. Aqui eu e o meu irmão entendemos que nada acontece por acaso, ou seja, se um de vocês parar de vender, precisamos entender o porquê e qual o motivo pelo qual mexeu com a cabeça de vocês, ok!
Então eu peço por favor antes de julgar alguém pela sua aparência, procure saber da sua história em primeiro lugar. Vou dar um exemplo de um vendedor recém contratado da nossa empresa e que se encontra presente agora entre vocês que mesmo tendo todo o conhecimento não vendia nada, e assim foi durante uns três meses.
Um supervisor experiente precisa acima de tudo conhecer bem cada integrante de sua equipe e esse mesmo vendedor que estou falando faz parte desta equipe…
… Com paciência e ajuda principalmente de um membro de sua equipe, ficou sabendo qual o verdadeiro motivo pelo qual este vendedor não evoluiu em seu trabalho. Após ajudar essa pessoa ele se tornou o melhor vendedor desta empresa no ano passado, querem saber quem é?
A mesma colega de trabalho que alguns entre vocês fizeram comentários maldosos, a Michelle.
Gente eu juro, fiquei muito emocionada com as palavras do meu patrão que chorei como se fosse uma criança na frente de todos, meus amigos da minha equipe me abraçaram e outras pessoas de outras equipes me apoiaram.
Ah pessoal outra coisa se alguém aqui for contra nosso jeito de pensar, por favor nem precisam entrar no carro ok, podem me procurar na minha sala que faço a rescisão de contrato sem problema.
E assim cada equipe seguiu para seu destino. Como ainda não tínhamos terminado nosso trabalho em Brasília, voltamos para lá.
Nossa equipe conseguiu fechar o mês acima da cota de vendas então como gratificação o Tony ia nos levar para uma casa noturna na asa norte onde o tema daquela noite era country e a entrada só era liberada se as pessoas fossem a caráter, então bora fazer comprinhas.
Eu comprei uma calça de stretch preta, uma camisa também preta com mangas compridas que tinham franjas costuradas, comprei também um cinto cinza com uma fivela grande estilo das cowgirls, não comprei a bota porque meu dinheiro não deu. Mas a santa da minha amiga Karla veio ao meu socorro e comprou a bota no seu cartão de crédito que depois devolvi o valor pra ela.
A Karla comprou só a camisa e um chapéu, a Rosa e a Silvânia quase não compraram nada, apenas um chapéu cada. O nojo da Marta nem reparei porque para falar a verdade ela nem me interessa. O Patrick e o Tony compraram uma camisa xadrez cada e um cinto largo com fivelas grandes de cowboy.
No domingo por volta das 20:00 seguimos para a festa country devidamente caracterizados. Nessa casa noturna você não paga a entrada, só o consumo, porém você tem que consumir no mínimo 50,00 reais.
O Tony é um homem além de bonitão, é um cara de atitude, mal chegamos e ele já conseguiu uma mesa pra gente. Quem quisesse beber alguma coisa alcoólica naquela noite estava liberado pelo Tony.
Então cada um de nós foi até o bar fazer o pedido, entrega a comanda que era tipo um cartão plástico onde era registrado o que pedia.
Na nossa mesa era a maior descontração, a maioria do pessoal ia para a pista arriscar uma dança no estilo country, como eu não levo jeito para este tipo de dança acabei ficando conversando com o Patrick.
Conversamos várias coisas sobre o trabalho e nossas vidas em geral: o que gostamos de fazer quando estamos em casa, músicas, lugares especiais, entre outras coisas. Como a bebida começou a fazer efeito, disse para o Patrick que ia fazer xixi, ele disse que precisava ir também e me acompanhou.
O lugar estava muito lotado e era visível muitos casais se pegando em meio a escuridão do ambiente. Meu amigo então me perguntou se eu queria uma bebida e logo em seguida me trouxe uma ice vodka que sabia que eu gostava. Foi nesse momento que ele sugeriu ficar conversando em um outro lugar longe da galera, perguntei o porquê, mas só me disse que seria melhor.
Próximo às paredes haviam bancos em forma de U onde se via casais em um clima mais romântico além de ser um local com uma certa privacidade. Ficamos ali conversando e Patrick me perguntou se eu tinha namorado, lhe perguntei qual o motivo do seu interesse, só me disse que era apenas curiosidade.
Sabia que não era apenas curiosidade, sentia que tinha algo mais. Primeiro porque me ofereceu uma bebida e trouxe justamente a que eu gosto e depois me levou em um lugar privado onde apenas os casais ficam quando querem mais privacidade.
Então com certeza tinha uma segunda intenção. Mesmo porque percebi que ele queria ficar comigo longe dos olhares da nossa equipe.
O Patrick é um rapaz jovem de uns 25 anos mais novo que eu e além de bonito, não era um gato lindo e maravilhoso, mas muito sintático, muito charmoso. O que mais me chamou atenção nele é que ele é bem educado, tem uma conversa boa e o melhor, bem discreto.
Isso não é comum entre os homens, muito menos na sua idade, até disse a ele que pensava que ele era gay. Fiquei surpresa com sua resposta: gay eu não sou, mas tenho um certo interesse em meninas especiais como você.
Com certeza não esperava por essa resposta e mesmo assim fui a fundo nesse seu interesse por mim…
Patrick eu sou uma mulher mais velha que você e bem mais experiente, e sei que tem alguma coisa a mais que apenas um interesse por meninas especiais, então fala logo sem tentar me enrolar.
Respirou fundo e me contou que todas as namoradas que ele teve não conseguiam lhe satisfazer. Perguntei o porquê e até brinquei com ele pensando que fosse bem dotado🤪. Mas sua resposta foi, não!
Como estávamos mais descontraídos sob o efeito do álcool ele chegou mais perto de mim e no meu ouvido disse que era viciado em sexo anal, e a maioria das meninas que ele ficou não aceitavam.
Parou! Olhei pra ele e disse conta outra né Patrick. Acredito que por ser um cara inteligente tem condições melhores de convencer alguém de ir pra cama com você. Ele ria como criança depois de ouvir meu comentário, só que ele insistiu nisso confirmando que era verdade.
Verdade ou não ficou um clima legal entre a gente e quando me dei conta estávamos nos beijando.
Juro que fiquei apavorada e disse: e se alguém da equipe nos ver? mas também estava a mil pra namorar, então seja o que Deus quiser. De repente eu vi a safada da Marta aos beijos com o Tony, nosso patrão e namorado da Silvânia, isso fiquei sabendo só depois.
Gente que babado!!
Para não dar bandeira eu e o Patrick ficamos mais juntinhos e entre beijos ele me contou que queria ficar comigo.
Olhei em seus olhos e disse que ele era um homem bonito e poderia ficar com qualquer mulher que aceite seu desejo. Mesmo assim ele ignorou o que eu disse e me beijou novamente.
Nessa hora uma moça subiu no palco e anunciou que começaria a dança country e quem quisesse participar era para se aproximar.
Várias pessoas se aglomeram em frente ao palco formando um grande círculo aguardando a banda começar a tocar.
Eu e o Patrick voltamos para nossa mesa e quase todos se juntaram à multidão para dançar, com exceção da gente.
Realmente foi uma festa muito bonita e apesar da falta de experiência da Rosa, Kátia, Silvânia, Marta e do Tony, acabaram dando um show a parte.
No dia seguinte estávamos almoçando em um pequeno restaurante no setor Ò , quando após a saída do Tony a Marta começou a destilar seu veneno contra mim…
Mana, sabia que o Patrick tá pegando a bicha? Eu vi os dois na maior pegação lá no Brasília Country. A Marta tratava a irmã por mana.
Quando ela falou isso quase que voei no pescoço dela, mas foi nesse momento que o Patrick interferiu e disse que fora da casa e no dia de folga podemos fazer o que quiser, e ainda a melhor parte… nossa vida particular não lhe diz respeito! Amei…
Alguns dias depois o Tony e a Sil saíram para dar uma volta e o restante do pessoal estava em seus quartos, como eu precisava lavar umas roupas, fui até o tanque e a megera estava lá também lavando suas roupas.
Aproveitei para deixar as coisas bem claras entre nós.
Marta qual o seu problema comigo, o que eu te fiz pra você me odiar tanto assim?
A única coisa que ela me disse foi: você existe.
Como assim? Você não gosta de mim só porque existo? Me explica melhor…
Com toda sua arrogância ela me disse que não me deve satisfação.
Marta, você sabe que o Tony e o Wellington não permitem esse tipo de preconceito, né?
Acredita que essa sem vergonha teve a coragem de me dizer que estou endemoniada! Que homem não veste saia, e mulher não veste calça….
Que eu sou uma aberração e que não gosta de mim por isso.
Olha Marta, o fato de você não gostar de mim é um direito seu, mas me respeitar é o mínimo que você deve fazer.
Pensa que eu não percebi que assim que o Tony se afasta você arruma um jeito de envenenar a cabeça da sua irmã contra mim…
Não tinha nenhum motivo pra você contar para a Silvânia que me viu beijando o Patrick, e o pior é que tentou prejudicar até ele… porque?
Com lágrimas nos olhos eu disse:
Fique sabendo que eu vi você e o Tony aos beijos também e pelo que sei a sua irmã e o Tony estão tendo um caso. Sabe o porquê não contei isso pra Sil? Porque não é da minha conta e outra coisa, não estou aqui pra prejudicar ninguém, nem mesmo você, estou aqui Marta porque preciso deste emprego.
Essa mulher saiu batendo os pés com lágrimas nos olhos e como se não quisesse me ouvir mais, e saiu de casa.
Eu por outro lado me sentia bem por ter tido coragem de enfrentá-la.
Como estava uma noite gostosa, eu e as meninas ficamos conversando lá fora e o assunto foi: Mi é verdade que você e o Patrick estão ficando?
Continua...