Trident de Melancia [01] ~ Inicio

Um conto erótico de CELO
Categoria: Gay
Contém 4244 palavras
Data: 20/02/2024 17:06:12

Havia sete meses que Luis tinha se formado em direito, e agora passava seus dias deitado no sofá diante da televisão, nada o animava nada o excitava. Ele ainda lembrava-se de suas aventuras noturnas, quando era aluno de faculdade, os barzinhos à noite, as mulheres que beijava e as tantas que havia levado pra cama. No auge de seus 23 anos, Luis via seu tempo ocioso e preguiçoso passar lentamente, na net já não encontrava diversão, seus antigos colegas não saiam de casa, estudavam pra tão famigerada prova da OAB, já ele nunca quis seguir carreira, escolherá aquela faculdade por que seu padrasto era um advogado renomado no interior de Goiás e praticamente exigiu isso.

Aquele fim de semana prometia ser mais um tedioso e longo programa, noite de sexta ainda e já se programava:

Luis: Tenho que levantar bem cedinho pra assistir a Maisa, depois morgar um pouquinho jogando Need For Speed, assistir Raul Gil e se tiver animo dar uma esticada até a sorveteria e tomar meu sorvete de milho verde...

A programação diária de Luis só se alterava no fim de semana quando passava a dividir sua atenção com o Programa Silvio Santos, algo bem anormal para um jovem como ele.

Para a sua surpresa na manhã seguinte, ao acordar Luis encontrou com uma pessoa que já não via há bastante tempo, sua tia Emilia que há tempos mudará para Cuiabá agora estava ali na sua cozinha, tomando café e lendo jornal.

Luis: Tia, o que faz aqui?

Emília: Menino! Meu Deus vá se vestir, sua tia é uma senhorita ainda, não pode ficar vendo garotões seminus assim logo pela manhã...

Ele já estava acostumado a acordar somente de cueca e andar pela casa, geralmente seus pais nunca estavam, mas ate ali ele não perceberá que estava seminu e com um volume considerável na cueca.

Luis retornou ao quarto e ali se trocou, estava curioso com a visita de sua tia, até onde sabia ela havia se mudado para Cuiabá após declarar a toda a família que era homossexual. A mãe de Luis sua irmã gêmea foi a primeira a deixar claro a Emilia que não queria sua presença em sua casa, mas agora algo estranho acontecia naquela casa.

Luis: Pronto tia! Agora me explica o que você esta fazendo aqui.

Emilia: Ai meu Deus, sua mãe não te deu educação, primeiro se cumprimenta e depois se questiona!

Luis: Aff... Benção tia, como vai? Assim ta bom tia?

Emilia: Deus te abençoe meu calanguinho de parede, to bem sim e você meu

burucoxozinho lindo?

Emilia sempre teve uma ligação forte com seu sobrinho Luis, o adorava e o tratava sempre como a um filho, vê-lo agora já homem feito lhe dava certa saudade de quando ele era pequeno e passava as tardes de folga em sua casa, lendo os diversos livros que ela tinha na biblioteca, apelidinhos carinhosos não faltava em seu repertorio, mas calanguinho de parede era o que mais irritava Luis, pois o fazia lembrar sua condição física, alto em seus

1,80 de altura, branco, mas muito branco e magrelo, realmente parece aos seus olhos que a semelhança com o animal era correta.

Luis: Aff... Lá vem você de novo com esse apelido ridículo, tia eu cresci, tente me tratar apenas por Luis, e pare de desconversar e diga logo o que esta fazendo aqui porra!

Emilia: Magoei... (Emilia fez bico e fingiu-se de zangada) Para sua informação,

Luuuuuiiiiiiiiiisssssssss (Disse assoviando silaba por silaba) eu irei morar aqui com vocês, acontece que fui convidada para trabalhar como professora na faculdade aqui da cidade como professora e eu aceitei, então agora que nos veremos todo dia... (fez uma pausa, o sorriso nos lábios revelava o que estava por vir) Vai ter que me aguentar senhor bato punheta desde os cinco.

Emilia saiu correndo e rindo de Luis que ficou boquiaberto com a coragem da tia em lembrar aquela frase, dita a sabe-se lá quantos anos, ele ainda era uma criança quando se sentindo infantilizado disse essa perola no meio do almoço de domingo na casa da avó.

Luis: Tiaaaaaaaaaaa!!!

Emilia: Desencana menino, to aqui agora, sua vida vai voltar a se movimentar, sua mãe me disse que você só sabe ficar em casa, não sai pra canto nenhum desde que se formou em Direito, e por falar nisso obrigado por me convidar viu!

Luis: Desculpa... (Disse envergonhado ao se lembrar que não havia convidado a tia por vergonha de sua sexualidade) Você e todos da família mal se falavam, achei que não seria uma boa, misturar comemoração com possível briga, e por falar nisso desde quando você e mamãe estão se dando bem?

Emilia: Criança tola acredita mesmo que sua mãe ficou muito tempo sem falar comigo, ela minha gêmea, não se pode separar gêmeos assim, confesso que levou uns dois anos, mas ela própria me ligou falando desse trabalho, foi ela que me convenceu a vir.

Aquela conversa se estendeu muito ainda, Luis matava a saudade de sua tia preferida, e recordava de sua infância divertida. Já era noite quando ele retornou a sala, agora para jantar com toda a família reunida, sua mãe sorria como nunca, seu padrasto havia desfeito as rugas na testa que demonstravam sempre sua insatisfação em ter um estorvo em casa que só lhe servia para provocar gastos.

Luis: Boa noite povo!

Todos: Boa noite.

Emilia: Laís o que acha de contar agora pro calanguinho a minha proposta?

Laís (mãe de Luis): Ótima ideia mana, conte você.

Luis: Contar-me o que em? O que vocês duas estão aprontando?

Emilia: É o seguinte meu sobrinho lindo, como te contei fui convidada para ser professora na faculdade daqui, e que aceitei.

Luis: Ta disso eu já sei.

Emilia: Então me deixe terminar porqueira, como tava dizendo vou ser professora no curso de Letras da faculdade, e como você bem sabe, já que estudou lá, a faculdade prioriza o uso de mídias digitais nas aulas, e eu como sou leiga no assunto, pretendo te oferecer, ou melhor, te impor o trabalho de meu motorista e assistente durante as aulas.

Luis: Como é?

Emilia: Cabeça de capim, é simples oras, você banca meu motorista, e na faculdade meu assistente, edita minhas aulas e as projeta, simples assim!

Luis: Simples assim? E se eu disser não?

Raul (padrasto de Luis): Bom se disser não, amanha mesmo começa a trabalhar comigo no escritório, tenho uma pilha de processos para serem digitados. (Raul sorria, olhando a cara de incredulidade de Luis, a arapuca tinha sido feita, ele não teria como escapar e finalmente ocuparia a vida com algo de útil).

Luis: É né, já que não tenho tantas escolhas assim, eu aceito sim tia ser seu escravo.

Luis olhou o padrasto e sorriu vencedor, não seria dessa vez que ele o obrigaria a seguir aquela profissão tão mesquinha. Uma semana depois, lá estava Luis acompanhando sua tia Emília para a primeira aula que daria na Faculdade da sua cidade, seu coração estava a mil, imaginava como seria voltar a uma sala de aula, manter contato direto com tantas pessoas diferente, seu mundo há tempos resumia-se a internet e TV, e agora se via transportado para uma sala de aula repleta de pessoas que lhe observariam por inteiro.

Emília: Boa noite, sou a nova professora de vocês, me chamo Emília Almeida, e ministrarei a língua espanhola, já aviso que somente hoje irei usar a língua portuguesa com vocês. A partir da próxima aula, somente falaremos em espanhol, e este aqui é meu sobrinho Luis, ele será meu auxiliar de mídias. Este semestre, o safado era um a toa na vida, ai resolvi colocá-lo para trabalhar...

Emília seguiu a apresentação, passando a ementa para as alunas, isso mesmo a turma era completamente feita de mulheres e todas já bem maduras, Luis soube depois que aquele curso era para professoras sem licenciatura que já atuavam na área, uma exigência do governo. Não foi difícil aquele primeiro dia de aula, estar cercado por mulheres mais velhas. Luis não se incomodava, até se sentia superior a elas, se via mais preparado, mais inteligente que a maioria, que não tinha conhecimento quase algum nas matérias ministradas pela tia. Há primeira semana passou rápido, era sexta-feira e Emília estava na coordenação da faculdade em reunião. Luis aguardava sozinho no corredor ouvindo musicas pelo seu ipod, a tia logo surgiu na porta, sua cara não era boa, algo a havia incomodado nessa reunião, mas Luis pouco importava, só conseguia pensar em sua cama esperando por ele em casa.

Emília: Não vai me perguntar como foi à reunião moleque?

Luis: E isso faz diferença?

Emília: Claro que faz, e se eu te disser que as tuas horas semanais aqui na faculdade iram aumentar quase o dobro.

Luis que até então observava atentamente o trânsito enquanto guiava o carro pra casa, freou bruscamente quase provocando um acidente. O carro que vinha logo atrás buzinava e Luis somente olhava para sua tia, incrédulo.

Luis: Como é?

Emília: A faculdade quer que eu ministre mais uma matéria para cinco períodos diferentes do curso de Pedagogia e consequentemente você vai comigo.

Emília sorria amarelo, sabia que seu sobrinho se segurava para não explodir, mas diferente de tudo que ela esperava Luís apenas deu partida no carro e seguiu em silêncio para casa. Deixou o carro na garagem, subiu para o quarto e dormiu.

Durante todo o fim de semana nada disse a tia e ela se quer se incomodou em perguntar-lhe se estava bem, o próprio Luis não se manifestará, significando assim que não se importava em trabalhar dobrado. A segunda-feira chegou, e Luis não havia ainda falado com a tia. Em sua cabeça só o vazio imperava, já não se preocupava com o trabalho ou com a frequência que teria que executá-lo, após uma semana seguida desempenhando qualquer coisa, ele se tornava um autômato, e só repetia os gestos e ações, não mais se sentia fatigado ou obrigado a tal ação. Na faculdade a primeira aula daquela noite seria no quarto período de pedagogia, aula de Sociologia da Educação, ele já sabia a rotina inteira da aula, já havia decorado até as falas de sua tia, só de tê-la visto ensaiar em casa durante o fim de semana. A aula transcorria normalmente, Luis não havia se quer prestado atenção na sala de aula, até que ouviu alguns risos nas primeiras cadeiras da turma. Estavam ali duas garotas lindas que atraíram a atenção de Luis, uma loira, olhos verdes, 1,64 de altura, corpo bem distribuído e uma morena 1,69, olhos castanhos, um pouco mais cheinha, mais isso não a faria gorda. As duas meninas conversavam e ao mesmo tempo olhavam Luis e sorriam e ele a cada olhada se sentia mais vermelho e mais envergonhado possível.

Emília: Luis o próximo slide... Luis?... Luis acorda moleque...

Luis: Que tia?

Emília: O próximo slide, por favor.

Luis estava incomodado com os olhares devoradores das meninas, mas de certo modo aquilo lhe pareceu ótimo, estava mesmo há algum tempo sem ficar com ninguém, e quem sabe uma daquelas garotas lhe servisse para tirar o atraso.

A aula chegou ao fim e o intervalo de HPA se iniciou, Luis arrumava o material para levá-lo até a próxima sala onde terminaria sua noite. Quando uma das meninas a loira chegou próximo a ele e disse:

Loira: Oi? Tudo bem com você? Eu e minha amiga gostaríamos de saber se você não quer lanchar com a gente?

Luis: Tudo bem sim, mas acho que não vai dar, tenho que preparar a próxima sala para a aula.

Emília: Deixa disso menino vá se divertir. Vão meninas leve-o daqui.

Luis se viu arrastado pelas garotas ate a lanchonete da faculdade, onde se sentaram um pouco distante do restante das mesas e logo foram se apresentando com beijinhos no rosto:

Loira: Oi, eu sou Laila, prazer!

Morena: Oi, me chamo Janaína, prazer também!

Luis: O prazer é todo meu!

A conversa se estendeu as garotas realmente eram legais. Elas falavam de tudo, principalmente Janaína, que parecia a mulher sem ponto final de tanto que falava.

Janaína: Sabe Luis, você vai adorar conhecê-lo, vocês se parecem muito...

Laila: Sabe que não tinha notado, eles são mesmo parecidos, O

Cabelo é diferente e a cor dos olhos, mas no resto vocês se parecem e muito.

Luis ria, sem saber do que elas falavam. A última parte do dialogo que se lembrava era a discussão de quem seria o campeão do brasileirão Corinthians ou Flamengo.

Luis: Ham? Do que vocês estão falando?

Laila: Do quanto você parece com nosso colega Mateus, serio somente o cabelo é que é diferente, ah e os olhos também.

Laís: E cadê esse amigo, eu não o vi na sala.

Janaína: Aquele lá é um cu na vida, nunca vêm às aulas nas duas primeiras semanas de aula, e ainda cabula metade do período e mesmo assim é o melhor aluno da sala, o preferidinho de todos os professores. Semana que vem você vai conhecê-lo, tenho certeza que ele vai adorar ter mais um amigo no nosso grupo que não seja gay, coitado é o único hétero da turma toda!

Laila: Pelo menos ele se diz hétero, né?

Janaína: Ai que má que você é Laila, claro que ele é. Não se lembra que ele pegou a Walquiria e namoraram quase um mês.

Laila: Vai que era pra despistar. Homem que estuda pedagogia, letras, publicidade e gastronomia são todos viados.

Janaína: Agora, eu vi mesmo! Que preconceito mais idiota, você Luis concorda com essa louca?

Luis: Nem sei, não conheço muito bem que faz estes cursos e também nem me importa, se o cara curte outro cara, azar dele, e sorte minha que sobra mais mulher. Hehhehe

Janaína: Aff... Que amigos eu fui arrumar meu Deus, uma homofóbica preconceituosa e o outro machista...

O sinal para a aula seguinte tocou e Luis não teve tempo nem para se despedir das novas amigas, saiu correndo para a sala 805 onde sua tia daria aula no curso de Letras. Estaria com a velharada sem graça de novo, mas pelo menos agora ele tinha duas amigas para passar o horário do intervalo e quem sabe rolasse algo a mais com uma delas, melhor ainda se fosse com as duas.

A semana passou nesse ritmo Todas as noites Luis saia com as meninas no intervalo, sua tia já via com bons olhos as duas garotas e mesmo que elas fossem terríveis em sua matéria, já pensava em uma forma de recompensá-las, por terem arrancado o garoto do mundo cinzento em que morava.

Já passava de três semanas que Luis acompanhava sua tia para faculdade todas as noites. Já não se sentia mais atraído pelo sofá, TV ou computador. Já acordava pensando em qual assunto ele e as amigas focariam durante o intervalo, se bem que com Jana e Lai não havia só um assunto, para aquelas duas, o mundo era grande demais para se prender em um só lugar ou á uma só coisa. Em casa sua relação com a mãe estava super tranquila, mas com o padrasto a situação se complicava a cada novo amanhecer. O velho Raul acreditava que algumas horas em uma sala de aula seriam suficientes para mostrar ao enteado que seu lugar era no Fórum ajudando um criminoso qualquer a provar sua inocência. Mas para ele a situação era o contrario, cada vez mais Luis se via encantado com o mundo universitário. Poder viver agora todas as aventuras que durante seu curso não pode viver graças às maratonas de estudos que se auto-obrigava.

Naquela segunda-feira ele acordou um pouco indisposto, parecia que algo o queria em casa, era como se seu peito doesse sem dor, era uma angústia uma sensação de medo e descontrole que o fez ficar na cama por quase todo o dia.

Já se passava das seis da tarde, quando sua tia Emilia entrou em seu quarto, preocupada.

Emília: Calanguinhozinhozinho o que foi com voxê: Eim bebê cuti-cuti da titia?

Emília sabia como irritar o sobrinho, tratá-lo como criança o deixava cruelmente zangado, mas naquele dia, suas provocações e apelidinhos carinhosos não surtiram efeito. Luis continuava inerte sobre a cama, ainda vestia somente a cueca Box preta de todo dia, (por incrível que pareça não ha outra cor em sua gaveta).

Luis: Tia me deixa, não estou me sentindo muito bem hoje, acho que não vou contigo para a facu...

Emília já se preocupava, levando sua mão até a testa do sobrinho para lhe medir a temperatura, e nada constatou ali, o sobrinho parecia bem, a pele estava um pouco corada, ou melhor, amassada, devido há tantas horas dormidas, mas seu semblante parecia calmo e sereno.

Emília: Ôh mo dengo diz pa tia o que coce tein?

Luis: Aff... Não tenho nada tia, só não estou a fim de ir hoje, eu posso querer uma folga às vezes sabia, ou, vai me tratar como escravo e me obrigar a ir abaixo de chicote e grilhões?

Emília: Ai... Menino exagerado, tudo bem fica ai seu pleguicinha mais biitinho da tia. Pena é que terei que reformular toda a minha aula, sem sua ajuda não posso usar o data show ou o notebook.

Luis: A senhora é safa consegue contornar isso...

Aquela noite Emília seguiu sozinha de táxi para a faculdade, Luis ainda se virou na cama um pouco e pensou nas amigas e se elas sentissem sua falta, mas isso não demorou e logo adormeceu novamente. Parecia que tinha dormido horas, quando foi acordado pelo toque de seu celular. Naquela época a musica que tocava para todas as chamadas era uma só um funk proibidão, o qual eu não me lembro do nome agora.

Deu um pulo da cama e se viu de pé, correu para apanhar o celular que vibrava e tocava em cima da escrivaninha, suas mãos estavam dormentes, devido ter dormido com elas debaixo da cabeça e ao tocar o celular, não conseguiu sustentá-lo e o mesmo foi a chão se dividindo em vários pedaços. A bateria sabe-se lá onde foi parar.

Demorou um tempo ate encontrar, celular, tampa os dois chips e a bateria que havia caído embaixo da estante de livros. Ainda teve que esperar a dormência das mãos passar para depois ver de quem era à ligação;

Logo constatou que não havia dormido mais que meia hora, o prazo que sua tia

Emília levou de casa até a faculdade, na lista de ligações perdidas reconheceu o numero de Jana e mais que depressa retornou a ligação.

Luis: Fala sua quenga de esquina o que tu quer?

Janaína: Isso são modos de se falar com uma dama quase virgem, seu viado escroto?

Luis: Virgem e viado são coisas que nenhum de nós é, mas diga minha princesa linda, razão do meu viver, diga o que queres com esse seu vassalo que só vive para te agradar!

Janaína: Aio... É assim mesmo que deve se comportar na minha presença seu peste, to ligando por que eu e Laila estamos indignadas com você um fim de semana inteiro sem nos vermos e você simplesmente prefere ficar mofando em casa. Logo hoje que a gente pretendia beber todas no boteco do ratinho.

Francamente isso me decepciona... Calma... Ta vou passar... A Laila quer falar com você... Vai sua bruxa é todo seu...

Laila: Sua cobaia de teste de botox para buceta arreganhada, se na hora do intervalo você não estiver aqui eu juro que te mato com meu scarpin lilás de mata barata no canto da sala.

Luis: kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Laila desligou antes que Luis conseguisse parar de rir, Laila realmente era única, cobaia de teste de botox para buceta arreganhada tinha superado qualquer apelido que ela tinha lhe dado até então. Ele ainda ponderou se devia ou não ir ate a faculdade, após ter dito à tia que não se sentia bem. Por fim resolveu-se a ir, afinal eram trinta minutos de intervalo. Se a tia não ficasse sabendo tudo tava na perfeita ordem.

Faltavam ainda quarenta e cinco minutos para o intervalo das aulas, tempo o suficiente para um belo de um banho e uma produção impecável, Luis se olhou no espelho e se sentiu lindo. Não, se sentiu mesmo foi gostoso, não sabia por que tal produção, mas aquela camiseta branca colada ao peito, com aquela calça skinning preta um pouco mais folgada, combinando com o coturno também preto, a corrente de ouro de argolas grossas e ainda para terminar uma jaqueta preta e óculos escuros o deixava pronto para o ataque, se sentia mais jovem, mais alto, mais bonito, mais homem. Colocou seu perfume favorito pegou as chaves do carro, carteira, verificou se tinha dinheiro para as cervejas e saiu. No rosto um sorriso que não sabia explicar a razão, mas aquela noite prometia, algo lhe dizia isso em sua mente, que o aconteceria alguma coisa que mudaria sua vida, mas o que?

Luis chegou à faculdade e ainda faltavam cinco minutos para o fim da aula de sua tia na sala das meninas, mesmo assim enviou um torpedo avisando que já estava ali. Não demorou quase nada e as duas apareceram alegres, falantes e bem vestidas.

Janaína: Ai biiii você veio, viu Lai eu disse nosso amante profissional jamais nos deixaria na mão...

Laila: Ai Jana amante profissional, é moreno, alto, bonito e sensual, esse ai até pode ser alto e bonito, mas moreno e sensual jamais. (Luis a olhou e fez cara triste). Ai que fofo olha esse bico, diz se não dá vontade de morder. Retiro o que eu disse, tu é sensual pacas, agora deixa de conversa me pega pelo cabelo me chama de Claudia Leite e me faz de bola de sabão.

Os três caíram na risada e seguiram a pé ate o Boteco do Ratinho, o point mais movimentado da área acadêmica, e naquele dia não era diferente estava lotado, repleto de alunos que cabulavam a primeira aula para namorar, beber e jogar sinuca.

Luis: Me conta, o que vocês falaram pra minha tia, pra poderem sair mais cedo

da aula?

Laila: Nem dissemos nada, ela tava toda perdida lá, por que não sabia onde tinha colocado as apostilas pra aula da próxima turma, coitada da velhota você faz falta, ela esta completamente acomodada e sem você perde todo o rumo.

Entre um gole de cerveja e outro, a conversa fluía entre os três, eram piadas, fofocas sobre outros alunos da sala de aula, e ate mesmo de novelas e meio artístico. Pareciam três comadres de beira de esquina.

O celular de Janaína tocou e ela teve que sair para atender do lado de fora do bar, mas antes todos a olharam com cara de risos, o toque de seu celular era

Quero te dar – Valesca Poposuda.

Janaína: Ou seus pela saco, aqui ninguém tem gabarito pra me comer não, seu bando de hermafrodita incubado. (E colocou o dedo do meio e a língua pra

fora)

Janaína demorou um pouco no celular e voltou visivelmente irritada, mas como não disse nada Luis preferiu não questionar. Logo sua tromba se desfez após Laila contar uma piada cabulosa. Já faltavam quinze minutos para o fim do intervalo, quando AQUELE garoto chegou.

Não digitei errado AQUELE é todo em maiúscula mesmo, pensem no amante profissional, moreno alto, bonito e sensual, aquele sem duvidas era a solução dos problemas de qualquer mulher e Luis pela primeira vez se viu encabulado diante alguém mais bonito que ele.

O garoto realmente era alto, uns 1,80 e poucos, moreno clarinho, olhos verdes esmeralda, corpo perfeito, não o tipo musculoso, mas o tipo fortinho, nem gordo, nem magro, o tipo ideal, hehehe, mas o diferencial era seus cabelos, longas madeixas encaracoladas que desciam ate a altura do queixo perfeito, com uma covinha nada discreta.

É claro que naquele momento Luis o observou e o achou bonito, mas como bom hétero que ainda pensava ser, não se ateve a estes detalhes que com o tempo foram surgindo, mas a beleza do garoto o surpreendeu e o deixou mudo. O garoto sentou se entre Jana e Lai, beijou a face das duas e começou a falar, era como se ignorasse totalmente a presença de Luis ali na mesa.

Garoto: Suas duas najas peçonhentas me largam lá com a esposa do capeta, pra beber e nem me chamam, sabiam que aquela louca de cabelo de arame de ferpa sem classe queria que eu relatasse o nome dos cinco maiores sociólogos da educação brasileira, porra, e eu lá sei o que é sociologia da educação, quanto mais quem são os nerds idiotas que trabalham com isso. Aquela ameba mórmon ainda queria que eu a ajudasse a carregar as tralhas dela, vocês não disseram que tinham um escravo branco pra isso, cadê essa coisa em?

Laila: É, tipo essa coisa como você diz, que é sobrinho da ameba mórmon, está sentado a sua frente Mateus.

Mateus era o nome do belo garoto, que de cara já havia conquistado a antipatia de Luis, havia ofendido sua tia, e isso Luis não permitiria agora ele se via observado por aquelas enormes esmeraldas cercadas por um rosto branco de pavor. Mateus estava estático, observado Luis, que de tamanho constrangimento, sorria de canto de boca.

Mateus o observou por alguns segundos até receber um beliscão de Jana que fez despertar e dizer após colocar a mão no bolso e estender em seguida para Luis.

Mateus: Trident de melancia você quer?

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Lembro que esse era um dos meus contos preferidos na comunidade do Orkut...

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