Nos dias seguintes, sempre que surgia uma oportunidade, os dois conversavam sobre o que tinha acontecido. O que não era muito fácil porque as obrigações do dia a dia não lhes deixavam muito tempo livre, e também porque Julian não tinha certeza do que sentia em relação aquilo. Mas uma coisa era certa, os dois agora se conversavam muito mais, pessoalmente ou por telefone. Julian percebeu que, enquanto seus colegas de trabalho continuavam conversando sobre as gostosas do escritório ou sobre artistas da televisão, ele passava o dia todo praticamente pensando apenas na sua esposa e no fogo que sentia por ela novamente.
Teresa, por sua vez, mesmo sem entender tudo, aos poucos ia assimilando essa fase inesperada. As conversas entre os dois agora eram sempre mais apimentadas, cochichadas pra os filhos e amigos não ouvirem, um clima de cumplicidade. Nos primeiros dias, apenas repassavam o que tinha acontecido e ela percebia o quanto seu marido ficava excitado quando ela descrevia a cantada dos rapazes no shopping. E ȧ partir disso, esticavam um pouco a fantasia, supondo possibilidades do que poderia ter acontecido se isso ou aquilo tivesse sido diferente.
Numa certa tarde, Julian atendeu ao telefone e sentiu um friozinho na barriga, ao perceber um sorrisinho sacana na voz da esposa do outro lado. Aquilo era sinal de que ela tinha feito alguma coisa que o deixaria excitado.
-Precisava te contar. Hoje fui abastecer o carro e o frentista foi tão atencioso comigo.
Julian imediatamente sentiu uma pontada de excitação tomar conta do seu corpo e ele assumiu uma posição onde pudesse ficar de olho nos colegas do escritório, para não ser surpreendido.
-Mas o que aconteceu pra ele ser tão atencioso com você?
-Ah, não sei amor. Não fiz nada demais, foi tudo normal. Mas acho que foi por causa do vestidinho que eu estava usando. Estava tão distraída pensando na lista de compras que nem me dei conta que minha calcinha estava aparecendo um pouco sabe?
-Puts!
-É, amor. Ele abasteceu e ficou mudo quando veio pegar o cartão. Eu fiquei procurando na minha bolsa, que está uma bagunça. Então demorei um pouco pra encontrar e ele o tempo todo na janela, de olho grudado nas minhas pernas, o safado.
-Mas que filho da puta!
-Pois é, amor. Muito espertinho ele. E precisa ver como ficou babando ainda mais quando meu cartão caiu da bolsa e me inclinei pra pegar, abrindo ainda mais as pernas. Faltou pouco pra ele pular dentro do carro. Entreguei o cartão e fiquei esperando comportadinha dentro do carro. Lavou os vidros, verificou o óleo, o filtro. Precisava ver como ele foi atencioso com sua esposa. Julian, está aí?
-sim, amor. Estou.
-Bom, agora preciso ir. Tenho um monte de coisa pra fazer ainda. A gente se fala mais à noite, tá bom?
-Sim, com certeza.
Invariavelmente, quando aconteciam esses telefonemas apimentados, a noite era intensa. O casal trancava a porta do quarto e não abriam por nada no mundo. Ele pedia e ela repassava em detalhes o acontecido, enquanto ele ia acariciando, tocando, apalpando, beijando todo seu corpo, mal se contendo. Nesse dia, ainda usando o mesmo vestidinho, ela sentou-se na beirada da cama e reproduziu a postura e os movimentos que fizeram com que recebesse tanta atenção do frentista. A cada gesto seu, Julian ia imaginando como deve ter sido a reação do rapaz e isso o empolgava ainda mais.
Quando Teresa imitou o momento em que abriu as pernas para pegar o cartão e deixou a calcinha totalmente à mostra, ele não aguentou:
-Sua safada!
-Você acha, amor?
Ele então avançou sobre ela e a penetrou com vontade, sem tirar sua roupa. Foi fácil, muito fácil. Ele estava no máximo de sua ereção e ela estava totalmente preparada e molhada.
Percebendo o efeito que essas pequenas aventuras tinham sobre o apetite sexual de seu marido, Teresa passou a participar cada vez mais intensamente da brincadeira. Ligava no meio da tarde ou mandava mensagens de texto, simulando situações, insinuando, descrevendo pequenos acontecimentos e incidentes que faziam Julian ficar excitado. Os colegas de escritório comentavam que nunca viram alguém falar tanto com a própria esposa.
Uma das brincadeiras preferidas do casal era passear pelo shopping como se ela estivesse sozinha, enquanto o marido a seguia de longe. Teresa sempre usava roupas mais insinuantes, decotadas e curtas nessas ocasiões e se deixava ser cantada por homens desconhecidos. Ficava maravilhado com a ousadia da esposa, como se estivesse assistindo ao show de uma dançarina de boate.
A ideia partiu de Teresa, durante mais uma das transas alucinantes do casal, depois de um dia de provocações mútuas. De tanto ouvir o marido compará-la a uma dançarina de boate, perguntou se ele estava a fim de ir um pouco mais a fundo na brincadeira, ao que ele respondeu que sim, antes mesmo de ouvir a ideia toda. Ela então disse que estava pensando nisso havia algum tempo e que finalmente se achava preparada para ir adiante.
-Tá bom, tá bom...deixa de enrolar e fala logo.
Ele emendou sorrindo diante da demora proposital da esposa.
-Quero uma noite de solteira numa danceteria.
Julian engoliu a seco e sua primeira reação foi esboçar um sorriso enigmático e nervoso. Então a esposa descreveu sua intenção. Eles iriam a uma danceteria qualquer, mas entrariam separados e ele poderia vigiá-la de longe, mas sem interferir, exatamente como faziam no shopping. Ambos concordaram que, o ambiente de uma danceteria à noite é muito mais excitante que um shopping e ele perguntou até onde iria essa brincadeira, ao que Teresa respondeu de forma bem direta:
-Quero paquerar e ser paquerada por um desconhecido. Sem me preocupar aonde a noite vai terminar. Pode ser que não aconteça nada. Pode ser que aconteça tudo. Depende do momento.
-Eu topo - disse Julian imediatamente.
O lugar escolhido foi uma danceteria que ficava às margens de uma represa. Era um pouco longe do bairro onde morava, mas era exatamente isso que queriam, para evitar encontrar algum conhecido. Como combinado, os dois se separaram assim que deixaram o carro no estacionamento, que ficava bem perto da água. Entraram em filas separadas e Julian esperou até que ela arrumasse uma mesa, para só depois escolher a sua, a uma certa distância, mas com boa visão.
Por segurança, ficou acertado que, se ela quisesse se livrar de algum pretendente mais insistente, bastava discar o número do marido no celular. Ele, por sua vez, se chegasse ao ponto de não querer que ela continuasse a brincadeira por algum motivo, faria o mesmo e ela então daria uma desculpa ao pretendente.
A casa estava cheia e não demorou muito até que Julian começasse a ver de longe, rapazes passando por sua esposa e se aproximando. Alguns se limitavam a dizer coisas a que ela sorria em resposta. Mas outros mais ousados mexiam em seu cabelo e ainda tinha outros que encostavam nela por trás, na pista de dança.
Vez ou outra, Teresa olhava em sua direção, disfarçadamente e ambos trocavam um sorriso de cumplicidade. O tempo foi passando e Julian já estava adorando tudo, mas pensando que a noite ficaria naquilo apenas, as paqueradas, cantadas e eventuais encoxadas na pista de dança, pois Teresa parecia não se agradar de nenhum pretendente e em pouco tempo, dispensava um por um até que um deles foi ficando e ficando, a conversa se extendendo, a dança mais e mais próxima e quando o rapaz se afastou pra ir pegar uma bebida, ela olhou de novo para seu marido e fez um sinal discreto de positivo com a mão, fazendo o coração de Julian acelerar.
O rapaz voltou com as bebidas e os dois foram para um canto mais afastado, saindo por alguns instantes do campo de visão dele. Julian esperou ainda por alguns instantes, mas como não voltavam, se levantou e foi procurar a esposa. Ia discretamente passando pela multidão e procurando em volta, até que chegou a um ambiente um pouco mais escuro, que os frequentadores chamavam de namoródromo.
Seu coração quase saiu pela boca. Teresa estava beijando na boca do rapaz e este por sua vez, estava com a mão por baixo de seu vestidinho, apalpando sua intimidade por cima da calcinha. Quando se recuperou do choque, Julian viu que outros casais faziam coisas semelhantes, por isso ninguém estranhava. Apenas ele estava surpreso e apenas ele sabia o porque.
Passado o primeiro susto, Julian olhou o celular. Talvez ela tivesse chamado e ele não tivesse visto. Talvez aquilo estivesse acontecendo contra sua vontade. Nada. Nenhuma mensagem. Então ele pensou se deveria interromper. Deveria ele fazer a chamada? Esperou um pouco, tomou fôlego e decidiu não chamar. "vamos ver até onde ela tem coragem de ir", pensou consigo mesmo.
Não demorou muito e ele teve uma amostra da coragem da esposa. Teresa sentada ao lado do rapaz, num sofá bem confortável, colocou a mão dentro de sua calça e puxou um membro duro e ereto pra fora, iniciando uma massagem explícita diante de todos que passavam. Ninguém parecia dar maior atenção, apenas Julian. Ele então se posicionou diante do casal, de uma maneira que sua esposa pudesse vê-lo e ao contrário do susto que esperava ver no rosto de Teresa, foi surpreendido mais uma vez com um sorriso enigmático e provocativo dela, sem interromper a massagem que fazia no pau do rapaz, que se contorcia de prazer ao seu lado.
O rapaz pegou Teresa pela mão e se dirigiram na direção do estacionamento, seguidos por Julian, que segurava nervosamente o celular, brigando consigo mesmo, pensando se deveria fazer a chama ou esperar que a esposa o fizesse. Mas nenhuma das duas coisas acontecia. Teresa e o rapaz chegaram a um canto mais discreto e menos iluminado ainda. Mas o clarão que vinha do interior era suficiente para que Julian tivesse uma bela visão do que estava se passando.
O rapaz se encostou numa árvore e Teresa se ajoelhou na sua frente. Antes que o marido pudesse tomar fôlego, ela já estava chupando o membro duro do desconhecido. Havia outros casais "namorando" por perto, mas cada um cuidando de sua vida. Julian olhou no chão em certo momento e viu embalagens de camisinha jogadas e também camisinhas usadas por toda parte. Era tão irreal e tão verdadeiro ao mesmo tempo que ele não pôde fazer muita coisa, além de continuar observando, sentindo cada parte do seu corpo vibrar de tesão intenso.
Quando Teresa passou do membro para o saco com sua língua experiente, Julian pensou: "esse filho da puta deve estar no limite, porque quando ela está com vontade, tem a chupada mais gostosa do mundo. Filho da puta de sorte".
Ele guardou o celular depois que sua esposa olhou em sua direção e nem sequer interrompeu o movimento com a língua no saco do rapaz. Ela estava querendo aquilo. Definitivamente. E não seria ele quem iria atrapalhar o momento. Estava na chuva para se molhar. Teresa também. Bem molhada.O rapaz a fez ficar apoiada na capota do carro do casal, sem saber. Talvez Teresa tenha feito a escolha propositalmente, isso não importava agora.
O mais urgente, era não perder nenhum detalhe e assistir na primeira fila, a esposa em posição e o rapaz chegando por trás, se ajeitando e penetrar com todo gosto. Ela olhou na direção do marido e gemeu. E gemeu de novo e de novo a cada estocada viril do seu amante. Julian olhou para os lados. Estava razoavelmente encoberto pela folhagem do local e "mesmo que não estivesse", pensou consigo mesmo, ninguém o censuraria por isto: colocou o pau pra fora e começou a se masturbar.
Neste momento o rapaz olhou na sua direção, finalmente percebendo sua presença, mas não se incomodou, como se ele fosse um estranho qualquer. Voltou sua atenção novamente para Teresa. Ela continuava em posição passiva na capota do carro, vestidinho erguido na cintura, levando vara do desconhecido. "Fode, filho da puta! Fode minha mulher, seu desgraçado", Julian pensava ou falava em voz baixa, apenas para si mesmo e mais ninguém.
Teresa passou a ser um pouco mais ativa na trama. Ela mesma ajeitou o rapaz, fazendo com que se sentasse na capota do carro e em seguida, sentou-se colo dele, bem de frente para o marido, de pernas bem abertas, para que ele pudesse ver tudo de maneira bem evidente e sem qualquer obstáculo. O rapaz a segurava pela cintura com as duas mãos, e ela cavalgava com desenvoltura sobre seu membro duro feito uma pedra.
Subia, descia, rebolava como se estivesse dançando, outras vezes se mexia bem suavemente, como se estivesse sentindo o pau dentro de si em cada cavidade disponível para ser preenchida de sua xana escorregadia. Quando sentava mais fundo, apenas os ovos ficavam de fora e ela soltava um gemido forte. Isso se repetiu algumas vezes, até que gozou com todas as letras, sons e expressões possíveis, de olhos bem abertos, encarando o marido, que estava estático em sua frente, apoiado numa arvore.
Apenas sua mão se mexia, enquanto gozava junto com a esposa, esporrando longe, contendo as palavras. Os dois se falavam apenas com o olhar e nesse gesto, diziam mais do que jamais tinham dito antes.
Julian ainda estava sentindo as últimas ondas do orgasmo ecoando por todo o corpo, quando viu o rapaz colocar sua esposa novamente de joelhos diante de si e gozar fartamente em seu rosto, pescoço e peitos. Uma verdadeira torrente branca. Teresa estava exausta e apenas obedecia aos caprichos do seu amante, de olhos fechados a princípio, e depois bem abertos, sempre encarando Julian, que assistia a tudo lentamente.
Teresa e o rapaz ainda trocaram algumas palavras. Julian pensou em subir de volta para o interior da danceteria, mas o rapaz se adiantou e foi embora antes dele, após ser dispensado por Teresa. Assim que ele sumiu de vista, ela chamou o marido para junto de si e ambos sorriram, cansados e cúmplices.
-Quer subir e tomar uma bebida gelada?
-Não, meu amor. Na verdade, queria voltar pra casa agora mesmo, tomar um banho bem demorado e dormir abraçado contigo.
Entraram no carro e saíram dali mesmo, assim que Julian pagou a conta. No caminho de volta pra casa não conversaram muito sobre o acontecido. Sabiam que teriam tempo para isso nos dias a seguir. Ao invés disso, apenas ligaram o som do carro, com as músicas que mais gostavam e foram curtindo o caminho da volta, pensando talvez nas possíveis futuras aventuras.
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