“Tudo o que você faz
Um dia volta pra você
E se você fizer o mal
Com o mal mais tarde
Você vai ter de viver...”.
O tempo foi passando e as minhas esperanças aumentando, porque eu sabia lá no fundo, que mais cedo ou mais tarde, tudo iria se esclarecer e o meu casamento com Edu não seria desfeito, mas então eu me lembrei que isso não é um conto de fadas daqueles que todos acabam felizes para sempre. A vida real pode ser muito mais cruel do que eu poderia imaginar.
Eu não podia ficar sentada, esperando as coisas acontecerem. Esperando que me entregassem as evidências que provariam a minha inocência, pelo menos em parte, dos “crimes” que me haviam sido imputados. Ficar sentada no sofá da sala estava me dando desespero e eu tinha que provocar alguma reação, pelo menos em alguém que eu soubesse que tem culpa no cartório. E foi com este redemoinho de pensamentos que me veio uma ideia na cabeça. Eu já sabia por quem eu iria começar a minha reação.
Fui até a casa da Keyla, porque eu sabia que ela estava envolvida até o pescoço e eu faria de tudo pra que ela abrisse o bico e me confessasse. Usaria até a força se necessário, pois situações desesperadas, exigem medidas desesperadas. Keyla abriu a porta, olhou na minha cara, mas não emitiu uma palavra sequer. Parecia que não estava me vendo.
(Mônica) – Precisamos conversar. Você e seu marido estão metidos nessa merda toda. Está satisfeita por arruinar o meu casamento? – Falei já empurrando porta, Keyla e o que mais houvesse pela frente.
Entretanto, quando me virei de frente para Keyla, reparei que ela estava com a mesma cara. Parecia catatônica. Perguntei o que havia acontecido e Keyla não conseguia responder. Talvez até não conseguisse entender o que eu dizia. Só conseguiu dizer que sua vida estava destruída.
(Mônica) – Como assim, está destruída?
(Keyla) – Minha vida está destruída! Tudo destruído!
Eu tentava de todo jeito entender o que se passava, mas ela parecia um disco arranhado e só repetia que a vida dela estava destruída. Minha maior preocupação era que tivesse acontecido algo com o filho dela, William.
Eu já não aguentava mais ouvir aquilo e dei uma sacudida em seus ombros pra ver se ela “pegava no tranco”, mas parece que só piorou, pois Keyla me agarrou e começou a chorar. Ela era baixinha, mas tinha uma força enorme e me agarrou com tanta força, que chegou a me machucar. O choro junto com soluços e o desespero me fizeram ficar preocupada de verdade.
(Mônica) – Keyla, o que está acontecendo? Cadê o William?
Parece que quando eu falei em William, ela teve ainda mais força pra chorar. O que será que está acontecendo? Usando toda a minha força, consegui me desgrudar dela e fui até a cozinha pegar um copo com água pra ela.
(Mônica) – Keyla, respira devagar ... William está bem? Onde ele está?
(Keyla) – Ele está no meu quarto ... dormindo.
(Mônica) – Graças a Deus, mas o que houve Keyla?
(Keyla) – É o Paulo! Ele foi preso em flagrante e está na delegacia.
(Mônica) – Como assim?
(Keyla) – Eu não acredito que ele fez isso. Aquele cachorro ... idiota ... burro ... imbecil.
(Mônica) – Calma, Keyla ... Não comece a chorar de novo e me conta o que foi que ele fez.
Keyla foi me explicando o que tinha acontecido e era um absurdo tudo aquilo. Por dentro, eu estava me deleitando com a história toda, mas então, quando ela falou no William, a minha empatia de mãe falou mais alto e eu me coloquei no lugar dela. Droga!!!
(Mônica) – Vamos fazer o seguinte. Eu não sei o que fazer, mas o Tarcísio conhece um policial, que hoje é delegado. Vamos até lá, que três cabeças pensam melhor que duas.
(Keyla) – Mas e o William?
(Mônica) – Não teria como você deixar ele na casa da sua mãe? A situação é bem grave e pode demorar.
Ela consentiu. Eu me levantei e a peguei pelo braço, pegamos William e suas coisas, saindo da casa e indo para o automóvel. Primeiro, iríamos na casa dos seus pais e depois pro Tarcísio.
Durante o trajeto, Keyla se acalmou um pouco, mas não disse nada a viagem toda e eu comecei a pensar de um jeito que nem parecia eu mesma, pois este era o momento perfeito pra eu ter uma vantagem nessa história. Resolvi colocar o que havia pensado, em ação.
Chegamos na casa do Tarcísio e quando ele ouviu minha voz veio abrir a porta, mas quando viu Keyla, não gostou e disse pra ela dar meia volta.
(Tarcísio) – Essa mulher não vai entrar na minha casa!
(Keyla) – Eu sabia que era uma má idéia. Melhor eu ir ...
(Mônica) – Tarcísio, você tem que ouvir o que Keyla me contou.
(Keyla) – Isso foi uma péssima ideia ... Eu vou embora.
Keyla voltou a chorar copiosamente e eu fingi que estava sem paciência com aquela ladainha e fui mais enérgica com ela.
(Mônica) – Keyla, você tem que contar o que está acontecendo, antes que eu perca a minha paciência e te dê um soco no meio da sua cara. – Falei com o dedo em riste para Keyla.
(Tarcísio) – Calma, Mônica!
Tarcísio se enfiou entre nós duas, me olhou com uma cara espantada e eu só pisquei pra ele.
(Keyla) – Por favor, eu preciso de ajuda.
Entramos na casa do Tarcísio e ele colocou Keyla pra se sentar no sofá. Ela começou um novo choro, mas bem mais comedido dessa vez e eu fui até a cozinha, novamente, pegar mais água pra ela. Tarcísio veio atrás de mim e me perguntou o que significava aquilo.
(Mônica) – “Policial Mal e Policial Bom”, além do que, você é mais amigo dela do que eu, tem mais jeito e mais lábia com as mulheres. Temos uma excelente oportunidade aqui. Vai lá e faça a sua mágica!
Voltamos pra sala e Keyla começou a contar pro Tarcísio tudo que havia me contado.
(Mônica) – Keyla, por que você não pediu ajuda pra Helena?
(Keyla) – Ajuda? Minha vontade é de matar aquela vaca.
(Mônica) – Me explica o que realmente aconteceu, porque essa história que você me contou está muito estranha.
À medida que ela foi contando mais detalhes da história, eu e Tarcísio nos entreolhávamos, como quem diz, o que será que ela está aprontando agora? Qual será o próximo golpe? Que armação essas duas estão tentando fazer?
(Mônica) – Eu não sei o que você está tramando, mas eu não quero saber de você, nem do Paulo e muito menos da Helena. – Falei, ainda no “personagem”.
(Keyla) – Paulo me enganou ... – Ela dizia isso, em meio ao choro.
(Mônica) – Eu não caio nessas lágrimas de crocodilo.
(Keyla) – O Paulo está na delegacia neste momento e está respondendo por uma denúncia de assédio.
(Tarcísio) – Como assim, Key? Que loucura! Explica isso ...
Eu queria que ele se fodesse, mas me lembrei do pequeno William, que não tem nada a ver com a história.
(Mônica) – Key ... Eu vou pegar mais água pra você. – Disse tentando tranquilizá-la e pisquei novamente para Tarcísio.
Quando eu voltei, Tarcísio já estava ao lado dela, fazendo um carinho em seu cabelo. Não sei se ele também estava no “personagem”, mas homem é tudo bobo mesmo. Qualquer choro, já fica todo solícito. Nem sabíamos se era tudo verdade, mas ela parecia realmente transtornada.
(Mônica) – Conta de novo, Keyla, mas dessa vez, conta desde o início. O que o Paulo aprontou? E por que você está com raiva da Helena?
(Keyla) – O Paulo assediou uma garota de 18 anos em seu consultório ...
(Tarcísio) – Caralho!!! O Paulo ficou maluco?
(Keyla) – Ele chegou a tirar o pau duro pra fora da calça e esfregou no ombro da garota. – Continuou Keyla, falando revoltada e chorando.
(Mônica) – Mas porque o Paulo faria uma idiotice destas? Vocês têm um casamento liberal e pelo que sei, vocês podem sair com quem vocês quiserem.
(Keyla) – Não é bem assim, Mônica ... O nosso casamento é liberal, porém temos algumas regras e uma delas é que a gente não pode ter segredos um com o outro e, sempre que possível, estar juntos no momento do sexo, ou pelo menos avisar que vai sair com alguém e pra onde está indo. Questão de segurança, porque o mundo anda muito violento e agora nós somos pais. Temos um filho a zelar.
(Mônica) – Key, pode parar de historinha. Pelo que eu sei, você meteu tanto chifre no Paulo durante a faculdade e no início do noivado e agora quer exigir cumplicidade e não ter segredos?
(Keyla) – Eu amo o Paulo e só não me separo dele por causa do nosso filho, e também porque não serei hipócrita, como você mesmo disse. Quando eu confessei as traições, não falei em quantidade. Traição é traição! Não importa se foram cinco ou cinquenta vezes.
(Mônica) – Basta uma vez ...
(Keyla) – Não se come a carne, onde se ganha o pão. Ele nunca poderia ter colocado o emprego em risco desse jeito e nos sujeitar a uma exposição nas mídias sociais. Tenho certeza de que isso vai dar merda.
(Mônica) – E onde a Helena entra nessa história?
(Keyla) – Nem estou acreditando que ela fez isso pelas minhas costas ... Ela mandava semanalmente uma aluna da academia pra satisfazer o meu marido no consultório, mas nunca falava o nome da garota e nem quando ela iria. Fazia parte do joguinho deles, que ele seduzisse as garotas, que eram sempre novinhas, na faixa de 18 a 21 anos, segundo ele me disse e eu rezo que seja a verdade, e que não tenha nenhuma garota menor de idade envolvida.
(Tarcísio) – Que maluquice! Então, ele se confundiu e cantou a garota errada.
(Keyla) – Mais ou menos isso ...
(Mônica) – E como você sabe disso tudo?
(Keyla) – Ele foi conduzido à delegacia e a secretária dele me ligou. Lá na delegacia ele me confessou tudo e disse que a coisa estava feia. A tal garota que ele assediou tem um tio que é juiz ou desembargador, sei lá ...
(Tarcísio) – Tenho pena de vocês, mais pelo moleque, mas é pra vocês aprenderem, que quem planta, colhe.
(Mônica) – Vocês foderam o meu casamento. Eu e o Edu estamos quase nos separando. Está satisfeita?
(Keyla) – Desculpa, Mônica. Eu adoro o Edu e a nossa intenção nunca foi separar vocês. Nós só queríamos que vocês se juntassem à gente nas putarias e aproveitassem a vida. – Disse a Keyla, de uma forma que pareceu bem sincera, sem piscar os olhos.
(Mônica) – Ah, fala sério!!! Você tá querendo que eu te dê uma surra? Eu e Edu temos muito ciúmes um do outro. Isso nunca iria dar certo.
(Keyla) – A nossa intenção era que você fosse a atração principal da suruba e participasse do Bukkake. Depois ele iria te ver toda coberta de porra e ficaria triste e desesperado. Helena iria seduzi-lo e iria explicar o desejo que você tinha de experim ...
(Mônica) – Desejo? QUE DESEJO?
(Keyla) – A Helena me disse que você tinha uns desejos. Que nunca tinha participado de uma suruba, mas sempre teve curiosidade e desejo.
Eu me levantei e fiquei andando de um lado para o outro.
(Mônica) – Eu não tô acreditando! Eu vou ESGANAR aquela cobra!
(Keyla) – O plano era o Edu pagar a sua traição na mesma moeda com a Helena e aí ela iria guiar vocês pra abrir o relacionamento, mas eu não sabia que você e o Tarcísio estavam tendo um caso e que ele iria aparecer por lá pra te comer.
Nessa hora minha raiva atingiu um limite insuportável e eu parti pra cima da Keyla, sem fingimento, mas Tarcísio me segurou a tempo.
(Mônica) – ME SOLTA, TARCÍSIO! ME SOLTA!
(Tarcísio) – Calma, Mônica! Não vá perder a razão ...
(Keyla) – Você não está exagerando, não? Você se faz de santa, mas está transando com o Tarcísio faz tempo.
(Tarcísio) – Keyla, abre os olhos! Você ainda não entendeu que você foi manipulada? Todos nós fomos. Eu só apareci naquele dia da suruba, porque a Lena me chamou pra ir lá. Eu nunca tive um caso com a Mônica! Jamais faria isso com o meu melhor amigo!
(Keyla) – Mas e a Nayla?
(Mônica) – Eu fui dopada na minha despedida de solteira. Você estava lá. Você deve se lembrar como eu estava chapada.
(Keyla) – Eu também estava loucona, mas eu me lembro claramente que a Lena me disse que você tinha um desejo de saber se o Tarcísio era tudo isso na cama e que tinha curiosidade em ter um piru grande na buceta.
(Tarcísio) – A Lena armou tudo, Key! A Mônica nunca quis nada comigo.
(Keyla) – Mas a Lena me disse que você sabia! Disse que transar com a mulher do melhor amigo era o último troféu que faltava na sua coleção. – Falava uma Keyla, que agora já se mostrava indecisa, parecendo entender todo o plano que foi montado.
(Mônica) – Não adianta, Tarcísio. A Helena é muito esperta. Ela enganou todo mundo.
(Keyla) – A Fátima também sabia ... Ela estava na despedida e ficou muito chocada com a sua atitude, mas preferiu não te julgar. Assim que você foi pro quarto passando mal e muito louca das ideias, a festa acabou. Helena praticamente nos expulsou e eu fui embora de táxi com a Fátima.
(Mônica) – Por que você está nos contando isso tudo? Qual a sua intenção?
Keyla ficou de cabeça baixa e começou a chorar.
(Keyla) – Nós vamos perder tudo! Paulo disse que vai ter que gastar muito dinheiro com um bom advogado e que vai tentar fazer um acordo financeiro com a garota, pra ela retirar a queixa, mas ele acha que é quase impossível ... – Chorando muito e se ajoelhando, ela continuou ... – Paulo vai perder o diploma e ficará sem trabalho. Como iremos fazer? Temos um filho pequeno pra criar ... Pensei que talvez vocês pudessem nos ajudar ... Você é mãe e sei que vai me entender.
Filha da puta! Que golpe baixo ...
(Mônica) – Eu prometo ajudar sempre o seu filho e necessidade ele não vai passar, mas vocês e seu marido eu quero mais que se fodam!
(Keyla) – Você também poderia conversar com o advogado do Otávio. Ele é muito influente e poderia tentar interceder a nosso favor.
Ai já era demais ...
(Keyla) – E você, Tarcísio? A Mônica me falou que você tem um amigo que é delegado. Você poderia falar com ele?
(Tarcísio) – Poder eu até posso. Só não sei se ele vai poder fazer alguma coisa ... Ele é delegado da “Entorpecentes”.
(Mônica) – Isto limita bastante a ajuda que ele pode dar. – E olhando para Keyla, voltei a carga. – Keyla, você sabe que eu não confio em você. E você sabe que a Helena tem muitos amigos influentes, políticos, juízes e o escambau a quatro. Por que não foi pedir ajuda para ela?
(Keyla) – Gente, a situação é mais feia do que vocês pensam. O Paulo pode sair da delegacia direto para um presídio. Vocês acham que algum amigo influente da Helena vai querer se envolver com uma história suja destas. Imagine se a filha de algum destes “amigos” também foi usada neste esquema? Vai sobrar até para a Helena. Ela não vai querer se expor ...
Estávamos no meio da confusão, quando Marina chega na casa do Tarcísio e vê Keyla ajoelhada na sala.
(Marina) – O que está acontecendo aqui?
(Tarcísio) – Longa história. Depois te conto.
Keyla ficou meio constrangida e voltou a se sentar no sofá, enquanto viu Marina passar por ela e se sentar num puff. Era chegada a hora de eu expor a minha ideia.
(Mônica) – Gente, eu estou pensando num negócio aqui. A Key poderia ser nossa infiltrada na casa da Helena ...
Tarcísio e Keyla olharam pra mim sem entender nada. Era uma oportunidade única. Ela havia me pedido ajuda com o filho, com o advogado e com o delegado. Seria uma moeda de troca.
(Keyla) – Se eu entendi bem, vocês querem que eu espione a Helena. É isso mesmo?
(Mônica) – Bom. Em primeiro lugar, foi você que nos pediu ajuda. Eu já disse que o que eu puder fazer para o seu filho, eu farei. Também vou tentar conversar com o Dr. Peçanha, mas toda esta ajuda irá depender de como ficar a situação do meu casamento com o Edu. Então, seria bom se nós soubéssemos o que ela planeja. Só assim a gente consegue se antecipar e pegar aquela ratazana de jeito.
(Marina) – Eu estou tentando fazer isso, mas a Helena é esperta. Não se abre comigo.
(Tarcísio) – Porque ela não te considera como amiga, mas a Key ... Elas são amigas desde antes da faculdade e ...
Interrompi o que Tarcísio estava dizendo e pedi para que ele e Marina viessem comigo até a cozinha. Primeiro para dar tempo para Keyla pensar na proposta e segundo para questioná-los:
(Mônica) – Vocês têm certeza de que devemos deixar a Keyla saber que Marina está do nosso lado? Se ela contar para a Helena, perderemos a nossa vantagem.
(Tarcísio) – Mônica, eu conheço a Key há mais tempo que você e posso te dizer ... ela está desesperada. O que ela falou sobre os amigos da Helena faz todo o sentido. Ela não tem mais ninguém a quem recorrer. E outra, além dela ter mais acesso à Helena do que qualquer outra pessoa, pode usar o fato de que foi a Helena que causou o problema para fazê-la se abrir.
(Mônica) – Ok. Mas eu vou confiar, desconfiando.
Voltamos para a sala e questionamos a decisão da Keyla.
(Keyla) – Estou com muita raiva dela. Não sei se conseguiria disfarçar, ainda mais se eu beber. Minha língua é meio solta.
(Mônica) – Você tem alguma outra alternativa? Se quiser a nossa ajuda, vai ter que nos ajudar. Keyla, é pegar ou largar. Ah, e mais uma coisa: se alguém souber que a Marina está com a gente, nós saberemos quem deu “com a língua nos dentes”, entendeu?
Keyla confirmou que havia entendido, concordou a com a nossa proposta e assim conseguimos mais uma aliada, mas manteríamos um olho aberto com ela. Ficamos conversando mais um pouco e discutindo sobre outros assuntos, até que Marina fala sobre a conversa com o irmão, e que não adiantou nada.
(Marina) – Ele está muito apaixonado pela Nandinha e disse que não aconteceu nada de estranho. Ele só estava meio chateado porque a Nandinha foi assaltada e levaram os brincos caros que ele deu pra ela, mas ele disse que já providenciou um novo par de brincos e vai fazer uma surpresa.
Percebi que Keyla começou a ficar desconfortável, que tinha alguma coisa que ela devia saber.
(Mônica) – Keyla, chegou a hora de você provar que realmente está do nosso lado e merece a nossa ajuda. Você conhece essa Fernanda? Marina e todos nós estamos preocupados com o Marlon, que está apaixonado por ela.
(Keyla) – Vocês já ouviram falar em sugar baby? – Perguntou Keyla e logo em seguida continuou ... – Nandinha é uma sugar baby. Ela só sai com homens mais velhos e ricos, que possam dar presentes muito caros a ela. O carro dela foi presente de um, a faculdade está sendo paga por outro e isso sem contar as roupas, perfumes, joias e viagens.
(Marina) – Que pilantra!!! Ela é muito dissimulada ... Parecia uma boa pessoa.
(Keyla) – Ela não é uma má pessoa, mas gosta de viver no luxo. – Explicou Keyla, bebendo um pouco d’água.
(Mônica) – Mas ela ainda se encontra com esses outros caras?
(Keyla) – Até onde eu estou sabendo, ela parou. Helena me disse que ela ia sossegar, agora que encontrou um verdadeiro príncipe.
(Marina) – Então ela realmente gosta do meu irmão? – Perguntou Marina, com um brilho de esperança nos olhos.
(Keyla) – Isso eu não sei dizer ... Eu acredito que não, porque ela gosta mesmo é do luxo e do dinheiro, mas essa história do assalto com certeza é armação. Ela deve ter vendido ou dado esses brincos pra Helena como parte do pagamento.
(Tarcísio) – Pagamento de que?
(Keyla) – Vocês ainda não entenderam? Helena é a cafetina dela. Todo o dinheiro que ela ganha, tem que dar uma parte pra Lena. Foi ela que armou a traição da ex do Marlon e foi a Lena que também armou pra Nandinha e ele serem apresentados.
(Mônica) – Meu Deus!!! A gente tem que parar essa loucura da Lena.
(Marina) – Você tem que gravar a Helena confessando essas coisas. Só assim teremos provas concretas disso tudo.
(Keyla) – Eu tenho que pegar o meu filho e resolver muita coisa, mas eu mantenho vocês informados, na medida do possível. Só queria mesmo que me perdoassem e que um dia possamos ser amigos novamente.
(Mônica) – Você está querendo demais, mas se você falar pro meu marido tudo o que você disse aqui, já é meio caminho andado.
Ela sorriu e se despediu da gente, prometendo mais uma vez nos ajudar a desmascarar a Helena.
Finalmente eu pude enxergar uma luz no fim do túnel, mas mal sabia eu, que esse túnel era muito mais extenso do que eu poderia, se quer, imaginar.
{...}
Uns dias depois da confusão que se deu na vida de Paulo e Keyla, ele veio até a minha casa ter uma conversa comigo e veio sozinho. Assim que ele entrou, já fui logo dando esporro nele.
(Helena) – Paulo, que mancada! Você ficou maluco?
(Paulo) – Achei que era uma de suas garotas. Achei que ela estava se insinuando e me dando condição.
(Helena) – Tinha que ter esperado mais um pouco, mas você botou logo o pau pra fora ...
(Paulo) – É ... Fui com muita sede ao pote.
(Helena) – E agora? Como você vai resolver?
(Paulo) – Tô fodido! Fodido e mal pago, como você tanto fala ... A garota é sobrinha de um desembargador. O cara disse que vai tirar o meu diploma e que eu nunca mais vou poder trabalhar na minha área.
(Helena) – Caralho, Paulo! Você é muito burro! Só falando assim ...
(Paulo) – Eu já gastei uma grande quantia com advogado e tentei fazer um acordo com a garota e com o tio, mas o cara está irredutível.
(Helena) – E o que você quer que eu faça?
(Paulo) – Vê se você conhece alguém ligado a esse desembargador. Tô precisando muito da sua ajuda.
(Helena) – Vou ver o que eu posso fazer.
Vou fazer porra nenhuma ... Vai que eu envolvo gente que tem o rabo preso. Tá na hora de me afastar dessa amizade, isso sim. Não quero meu nome associado com presidiário ...
(Paulo) – Mas o pior de tudo foi ter que me explicar pra Key. Tive que confessar tudo.
(Helena) – Tudo?
(Paulo) – Tudo! Não tive outra escolha, pois ela queria se separar de mim e me chamou até de tarado e maníaco.
(Helena) – Então ela sabe que eu mandava as garotas?
(Paulo) – Sabe e está puta contigo!
(Helena) – Assim você me fode, Paulo! Porra!!! Ela é minha amiga desde os tempos de escola ...
(Paulo) – Eu sei ... Eu sei ... Mas eu não tinha outra opção.
(Helena) – Onde ela está?
(Paulo) – Resolveu passar uns dias na casa dos pais dela. A gente tem se falado, mas ela está com muita raiva.
(Helena) – Vou tentar falar com ela. Quais são seus planos agora?
(Paulo) – O aniversário do William já está pago. Aluguei o salão do clube e aluguei também a área da churrasqueira, mas depois disso, sem trabalhar e gastando dinheiro com advogado, terei que vender a casa e me mudar pra minha cidade natal, Araxá-MG, onde meus pais compraram uma chácara. Eles disseram que vão me ajudar no básico somente, mas eu teria que me virar. Eles estão muito decepcionados comigo – Disse o safado, com os olhos marejados.
(Helena) – De repente vai ser melhor pra vocês.
(Paulo) – Talvez, mas acho que a Key vai se vingar de mim no velho estilo chumbo trocado. Vai enfeitar a minha cabeça até não poder mais.
(Helena) – Vou conversar com ela. Eu sei que ela te ama e daqui a pouco essa raiva vai passar.
(Paulo) – Deus te ouça! Não posso viver sem a Key e o William. Se ela não quiser ir pra Araxá comigo e decidir ficar aqui, eu vou ficar arrasado.
(Helena) – Então vê se a partir de agora, você toma tenência. Já comeu muita buceta e cu por aí ... Vê se sossega agora.
(Paulo) – Por enquanto sim ...
Ele se despediu de mim, mas me pediu emprestado 20 mil reais. Não tive como recusar. Ele disse que uma boa parte do dinheiro dele estava aplicada e precisava resolver umas coisas com urgência. Assim que ele saiu, mandei uma mensagem pra Keyla e ela demorou a me responder, mas dois dias depois ela me ligou, dizendo que precisava conversar comigo. Convidei-a pra vir em casa no mesmo dia.
Falei com a minha irmã que faltaria ao trabalho e expliquei os motivos. Ela entendeu e disse que segurava as pontas por lá. Horas mais tarde, Keyla chegou em minha casa. Sua cara era de poucos amigos e eu sabia que teria um trabalho enorme pra não perder a amizade dela, ou pior, torná-la minha inimiga. O resultado disto poderia ser desastroso.
(Helena) – Oi, Key! Sinto muito, amiga! Como estão as coisas?
(Keyla) – Uma merda! Estou decepcionada contigo. Extremamente decepcionada ... Por quê, Lena? Por quê?
Percebi que não poderia me negar a responder às perguntas de Keyla. Se eu me negasse, acabaria com a nossa amizade e ela poderia se virar contra mim. Eu tinha que tentar ser o mais honesta possível. Se ela percebesse que eu a estava enganando, quem iria sair perdendo era eu. Contudo, ela e o marido, ainda faziam parte do meu time, então ...
(Helena) – Eu sei disso, querida! Eu sei ... Peço minhas sinceras desculpas, mas na época, foi a única forma de fazer com que o Paulo entrasse no nosso esquema.
(Keyla) – Como assim?
(Helena) – Se eu não tivesse feito o que fiz, provavelmente ele iria pedir o divórcio.
(Keyla) – Você então virou uma cafetina? Foi por isso que você ficou mandando várias alunas putinhas pro meu marido?
(Helena) – Praticamente toda semana eu mandava uma garota lá ...
(Keyla) – Porra, Lena! Ele deve ter comido então mais de 30 mulheres por ano naquele consultório. Em 6 anos dá quase 200 mulheres. Olha a quantidade de chifre que ele botou em mim?
(Helena) – Calma, Key! Você antes de se casar com ele, fodeu com um monte de homem. Fez DP, gang-bang, um monte de suruba ... Acho que foi chumbo trocado, né?
(Keyla) – Nada disso! Enquanto eu usava espingarda de chumbinho, ele usava uma calibre 12. Ele tá ferrado na minha mão.
(Helena) – Tudo isso vai passar e vocês vão se acertar e eu estarei aqui pro que você precisar.
(Keyla) – Desde quando você virou cafetina?
(Helena) – Ah, nem sei. As coisas foram acontecendo naturalmente. Eu fiquei sabendo de umas irregularidades na academia e eu só aproveitei o momento.
(Keyla) – Aquela Nandinha que está com o Marlon, também é uma de suas garotas? Pergunto por que sei que foi você quem os apresentou.
(Helena) – Mais ou menos. Ela hoje anda com as próprias pernas, mas eu ajudei bastante aquela biscatinha e já que estou sendo sincera contigo, a safadinha já visitou o consultório do Paulo.
(Keyla) – Putinha safada!!! Mas ela está com o Marlon pra dar o golpe, ou ela está gostando do filho do corninho?
(Helena) – Que nada! Aquela lá gosta de uma mordomia. Ela não ama ninguém, não. Só ama o dinheiro.
(Keyla) – Mas ela já está corneando o Marlon?
(Helena) – Acho que ainda não, mas sabe como é ... Tal pai, tal filho, né? O destino dele vai ser o mesmo do pai. Sabe o que ela aprontou?
(Keyla) – O que? – Perguntou Keyla, ansiosa e muito interessada na fofoca.
(Helena) – Ela vendeu uns brincos caríssimos que o Marlon lhe deu, e me deu uma parte da grana. Disse pro trouxa que foi roubada. Ela me contou e eu não parava de rir. A putinha é uma verdadeira atriz, sabia? Ela inventou uma crise de choro e até fingiu um desmaio.
(Keyla) – Caramba!
(Helena) – Ela vai ser pior do que eu. Tenho que abrir o olho com aquela garota.
(Keyla) – Olha ... Eu ainda estou muito decepcionada contigo, mas entendi os seus motivos.
(Helena) – Me perdoa, amiga! Juro que vou te recompensar de alguma forma. Sabe, amiga ... Eu tenho um babado pra te contar. Babado fortíssimo.
(Keyla) – Qual? O que foi dessa vez?
(Helena) – Eu não contei pra ninguém ainda ... Você será a primeira a saber.
(Keyla) – Fala logo, mulher! Não me deixa mais ansiosa do que já estou!
(Helena) – Olha bem pra mim e veja se nota algo diferente ... Talvez alguma coisa um pouquinho maior ...
(Keyla) – Botou mais silicone?
(Helena) – Não, tolinha, kkkk. Estou grávida, amigaaaa!
(Keyla) – Sério, Lena? Que notícia boa ... E quem é o pai?
(Helena) – É o Edu!
(Keyla) – O que? – Ela falou se engasgando com o suco que estava tomando.
(Helena) – Hahahahahaha, é mentira sua boba! Não é do Edu, mas bem que poderia, né? Eu teria uma pensão bem gorda.
(Keyla) – De quem é então?
(Helena) – Do meu amorzinho, o Tarcísio.
(Keyla) – Meu Deus, Lena! Tem certeza? – Me perguntou admirada e um pouco desconfiada.
(Helena) – Ele é o único que eu deixo gozar dentro, mas depois eu faço um teste de DNA só pra ter certeza.
(Keyla) – Não tô acreditando ...
(Helena) – Pode acreditar. Estou tão feliz!
Ficamos conversando mais um pouco e ela se despediu de mim, dizendo que iria buscar o filho na casa dos pais, enquanto eu fui descansar um pouco, satisfeita com a conversa que eu tive com ela e por manter essa amizade.
{...}
Fazia quase uma semana que a nossa “espiã” Keyla tinha vindo aqui em casa e ela me mandou mensagem dizendo que tinha novidades. Ela mandou um áudio em que explicava todo o plano da Helena com a tal de Nandinha. Fiquei tão empolgada que eu dei pulos de alegria e mandei mensagem pra Marina dizendo que tinha descoberto uma coisa grave e que deveríamos mostrar ao Marlon.
Ela disse que iria falar com ele, mas não iria dizer nada do que se tratava. Resolvemos marcar uma reunião com ele, dando a desculpa que eu tinha uma lembrança pra lhe entregar que tinha sido do pai dele. Uns dias depois, conseguimos marcar a reunião com ele na empresa mesmo. Na casa de Tarcísio, ele não quis ir, porque meio que tomou as dores do Edu e achamos melhor irmos só eu e Marina.
Sei que ele também estava um pouco chateado comigo, mas Marina foi explicando algumas coisas e como ele gostava de mim, acabou aceitando a minha presença, mas o modo como me tratava tinha mudado drasticamente.
(Marlon) – Bom dia, Mônica. Fiquei surpreso com a sua ligação. Você sabe que eu gosto muito do Tio Edu e o que você fez com ele foi muita sacanagem. Ele não merecia isso, mas a Marina me disse que você se deixou levar pela bebida e ficou meio louca sem saber o que fazia direito.
(Mônica) – Foi mais ou menos isso ...
(Marlon) – Botar desculpa na bebida é o fim da picada, mas confesso que algumas vezes ela nos tira a inibição e perdemos um pouco o controle.
(Marina) – Ela está muito arrependida do que fez.
(Marlon) – Lógico! Trocar um cara responsável, dedicado, trabalhador e agora cheio da grana por uma pica grande não faz sentido.
Tive que engolir esse desaforo, se não poderia botar tudo a perder.
(Mônica) – Você está coberto de razão. Foi uma falha minha e isso nunca mais irá acontecer. Só espero que ele me perdoe algum dia ...
(Marlon) – Acho que talvez sim. Ele está muito machucado, mas ainda te ama. Só que ele até já veio conversar com uns advogados aqui da empresa e com o Dr. Peçanha sobre o processo de divórcio e saber como ficaria a guarda da Nayla.
(Marina) – Sinto muito, Mônica! – Disse ela, me abraçando e me dando um beijo na bochecha.
(Marlon) – Eu só achei estranho, porque o Dr. Peçanha é um excelente advogado, mas mesmo assim, pediu pro Tio Edu um prazo pra poder pesquisar um pouco mais sobre alguns assuntos do divórcio dele, porque estava com algumas dúvidas.
Eu acho que o Dr. Peçanha está tentando ganhar tempo pra gente desmascarar a Helena. Só pode ser isso.
(Marlon) – Então, o que você queria me dar que era do meu pai?
(Mônica) – É só uma gravação que foi feita. Vou colocar pra você ouvir.
Assim que o áudio começou, Marlon percebeu que havia sido enganado por mim e Marina e ficou indignado, mas nós insistimos que ele ouvisse até o final e foi duro pra ele e pra nós, porque nós vimos o quanto ele estava apaixonado pela Fernanda devido à quantidade de lágrimas que ele verteu. Ele chorava que nem criança, dizendo a si mesmo que ela era muito perfeita e que perfeição não existe.
(Marlon) – Eu deveria ter percebido ... Sou um idiota mesmo.
(Marina) – Você não é, maninho! Elas que são muito ardilosas. São ótimas atrizes!
(Mônica) – Não fique assim, Marlon. Essas pessoas não medem esforços e passam por cima de qualquer um que fique em seu caminho. Olha o meu caso por exemplo. Helena também tramou pra mim e eu caí duas vezes.
(Marlon) – Então, você não traiu o tio Edu?
(Mônica) – Marlon, meu caso é um pouco mais complicado, mas eu não estava em plena consciência dos meus atos. Eu nunca teria feito o que eu fiz, de forma consciente.
(Marlon) – Hoje mesmo eu expulso aquela quenga de casa! É isso que ela é, uma quenga de luxo!
(Marina) – Não faça isso hoje, irmão! Ela vai contar tudo pra Helena e nós estamos querendo arrumar uma arapuca pra ela.
(Marlon) – E eu cheguei a emprestar o carro que o meu pai me deixou pra ela. Aquela vagabunda vai ver só ...
(Mônica) – O Dr. Peçanha está nos ajudando com algumas investigações. Assim que ele terminar, nós pegamos aquelas safadas, mas enquanto isso, você vai ter que atuar igual ela.
(Marlon) – Acho que eu já sei o que eu vou fazer com ela ... – Disse Marlon com um olhar sério e um sorriso um tanto quanto sinistro.
(Marina) – Temos que ir e sinto muito por ter arruinado seu namoro.
(Marlon) – Que nada! Vocês me salvaram, isso sim. Muito obrigado e me mantenham informado sobre o que irão fazer e eu também farei o mesmo.
Nos despedimos dele com um caloroso abraço e o acerto de contas estava cada vez mais próximo. Mesmo se eu não conseguisse o meu casamento de volta, ao menos eu teria a satisfação de ver aquela cobra desgraçada sendo pisoteada e arruinada.
{...}
Mais um dia de trabalho e eu não conseguia manter o foco. Fiquei pensando em como as pessoas podem ser tão dissimuladas.
Mônica, a esposa dedicada, fiel, mãe diligente, profissional exemplar, dizia que me amava e que eu era o homem da vida dela, o melhor marido do mundo. Falsa!
Tarcísio, meu melhor amigo, um cara do bem, que sempre se desdobrava pra ajudar as pessoas e que me ajudou várias vezes. Me livrou de várias enrascadas. Talarico, fura olho! Filho da puta!
Helena, sempre cheia de boas intenções, querendo ser prestativa, fazia promessas e dizia que ia melhorar, e que agora era uma mulher madura. De boas intenções o inferno tá cheio. Ela é uma demônia!
Paulo, um cara que quer passar a imagem de ser certinho, mas não pode ver um rabo de saia, que fica todo soltinho. Apesar de ter um relacionamento aberto, tenho quase certeza que deve estar jantando fora de casa.
Keyla, pelo menos nunca escondeu a safada que era, quer dizer, escondeu só do marido, mas depois convenceu o chifrudo a abrir o casamento.
O Gilson sempre foi safado e cafajeste. Aquele cara que está sempre de conversa boba, sempre usando duplo sentido nas frases, cantando e flertando de leve com todas as mulheres, inclusive com a Mônica. A sorte dele, é que a Helena e a Fátima sempre o protegeram, porque já tive vontade de socar a cara dele várias vezes.
Acho que só a Fátima se salva, porque o resto é um bando de gente falsa e dissimulada. Eu vou me afastar de todos eles e vou viver a minha vida.
Como eu fui tolo! Cheguei até a pensar que a Mônica estivesse falando a verdade, mas o Paulo me disse que ela estava morando com o Tarcísio. Será mesmo? Eu tenho que ir lá e ver com os meus próprios olhos. Não posso nunca mais acreditar no que os outros me dizem. Se ela estiver lá ...
Eu tenho que ir, mas parece que o meu corpo não quer que eu vá. Meu coração me diz que há uma possibilidade, que há uma chance, mas o meu cérebro me diz que eu vou sofrer mais ainda.
É principalmente nessas horas, que eu sinto sua falta, meu amigo! Você sempre tinha um conselho a dar, uma história pra exemplificar. Otávio, sinto muito sua falta ... Eu estava com a cabeça abaixada na mesa, com o coração apertado, quando Nikke apareceu na sala e me disse de supetão.
(Nikke) – Avisa a Mônica pra buscar a Nayla na escola, que hoje a gente vai fazer hora extra.
(Eduardo) – O que?
(Nikke) – É isso mesmo. Hoje nós dois vamos ficar aqui até tarde. – Disse ela com uma certa alegria e malícia na voz.
A cada hora uma coisa surgia. Agora era Nikke, que parecia estar dando em cima de mim ... Eu tinha que tomar um ar ... Eu tinha que tomar uma atitude.
(Eduardo) – Eu vou avisar a Mônica pessoalmente e depois eu volto.
Nikke – Se prepara, porque hoje à noite nós vamos assistir um pornozinho básico ... – Sussurrou Nikke com um sorriso nos lábios.
Continua ...
