“Venha,
o amor tem sempre a porta aberta
E vem chegando a primavera
Nosso futuro recomeça
Venha,
que o que vem é perfeição”.
Já era início da noite e eu estava de volta ao meu lar. Parecia que estávamos ali, como nos velhos tempos, numa de nossas reuniões com os amigos. Eu e Marina estávamos no sofá com Nayla e em outro sofá estavam, Tarcísio com suas duas filhas. Edu estava na cozinha fazendo um café, enquanto Marlon conversava com Nikke e Valentina.
Bebemos café, aguardando notícias do delegado, ou de qualquer outra pessoa sobre a Helena, que agora era uma foragida da polícia.
(Mônica) – Não acredito que aquela ... – Fiz uma pausa, pois a vontade era chamá-la de “puta”, mas havia crianças no recinto – ... aquela ratazana fugiu! Deve ter se escondido em algum esgoto escuro e imundo.
(Nikke) – Duvido muito ... Aquela lá tem muitas amizades importantes e na certa alguém a acolheu.
(Valentina) – Mas ela é uma bandida! Quem ajudá-la, vai acabar se vendo com a justiça.
(Marlon) – Acontece que nesse país, existe muita corrupção e muitos se acham acima da lei. – Ponderou Marlon, de forma séria.
(Nikke) – Por este motivo que eu tentei limitar as opções dela. Eu fiz uma verdadeira “limpa” nas contas aqui no Brasil e no exterior. Fiz uma grande transferência pra LBV, Médico sem Fronteiras e algumas outras ONGs.
(Marlon) – E como você teve acesso?
(Valentina) – Irmã!!! Eu não sabia que você era capaz disso ...
(Nikke) – Não fiz tudo sozinha, mas até que foi fácil ... Tive acesso ao computador dela e depois com a desculpa de instalar aquele aplicativo de controle de materiais pra academia que eu criei, instalei no celular dela um programa espião e fui coletando todas as informações que eu podia, inclusive senhas bancárias. Assim que eu percebi que o celular dela seria confiscado, comecei a fazer a “limpa”, pois sabia que ela não teria acesso às notificações das movimentações financeiras e nem como se comunicar com os bancos.
(Mônica) – Meu Deus!
(Eduardo) – Acho melhor a gente tirar as crianças da sala, porque temos que conversar outros assuntos.
(Valentina) – Eu posso ficar com elas.
(Nayla) – Pai, podemos nadar na piscina? Tá muito calor.
(Eduardo) – Valentina, você trouxe maiô? Tem alguns da Mônica ainda ...
(Nayla) – Eu pego pra ela. Vem, clone da Nikke!
Todos nós rimos e Valentina meio emburrada complementou.
(Valentina) – Sou clone, não! Sou uma versão melhorada e atualizada, kkkk. Porque a coroa ali, já está ficando ultrapassada, hahahahaha.
Mais risos.
Valentina então saiu com a minha filha e as filhas do Tarcísio pra providenciar um maiô, enquanto Nikke falava que a irmã tinha puxado o pai ... Era uma boa moça, mas muito geniosa e brincalhona.
(Eduardo) – Então, Mônica ... Quer dizer que você e o Tarcísio são só amigos? É isso mesmo? – Perguntou Edu, sem fazer rodeios.
(Mônica) – Lógico, Môd ... Edu, entenda uma coisa. Eu e o Tarcísio somos só amigos. Ele é como se fosse um irmão pra mim e pra você também.
(Tarcísio) – Edu, mermão, eu gosto muito de você e da sua família e jamais eu faria algo pra te prejudicar. Aquilo que aconteceu lá atrás, foi uma série de decisões erradas, armadas numa trama diabólica pela Helena.
(Eduardo) – Talvez, mas vocês sempre foram muito próximos. Sempre tiveram essas brincadeiras, às vezes até meio sem noção. Eu nunca vi com maldade, mas vocês têm que me entender que agora tudo mudou.
(Mônica) – Eu te entendo. Eu juro que te entendo, mas você tem que acreditar em mim. Eu tenho algo aqui no meu celular, que você precisa escutar ...
Botei o áudio que gravei sendo chantageada pela Helena pra participar da tal suruba e todos ficaram escandalizados com a crueldade dela.
(Eduardo) – Eu agora acredito na sua versão, mas se me lembro bem, você queria ter uma despedida de solteira pra poder aproveitar.
(Mônica) – E que você concordou ... Se você tivesse dito não, eu não teria feito, tanto que nós chegamos num acordo sobre até onde ia o meu limite.
(Eduardo) – Eu sei, mas eu nunca vou saber o que realmente aconteceu. Sempre ficarei na dúvida se esse limite foi quebrado por efeito de drogas e álcool ou se foi porque você queria.
Eu fiquei calada, porque no fundo isso ficou lá pra trás na minha memória.
(Eduardo) – E você em vez de confiar em mim, mentiu por mais de 11 anos e eu provavelmente iria continuar sem saber de nada, se a Helena não tivesse te pressionado.
Comecei a chorar e Tarcísio veio logo me consolar, mas eu disse que não precisava e o afastei de mim.
(Mônica) – Eu tenho que enfrentar isso sozinha. Eu não vou negar, que apesar do amor que eu sinto por você, eu realmente tinha algumas ideias que foram plantadas pela Helena e pela Keyla. Ideias sobre empoderamento, sobre feminismo e que eu tinha direito de poder fazer e acontecer, como também decidir as coisas relacionadas com a minha vida. Poxa, Edu ... Eu era muito novinha ainda, e me deixei influenciar!
(Eduardo) – Mas eu nunca te prendi. Uma coisa é você fazer isso com coisas que dizem respeito a você, e outra coisa sobre coisas que dizem respeito a nós dois. Vamos fazer o seguinte, acho que deveríamos conversar isso em particular.
(Mônica) – De forma alguma ... Todos aqui já sabem de tudo. Minha vida virou do avesso e eu fui exposta de todas as formas. Você não sabe a humilhação, que é ter o corpo sendo tocado por homens que queriam me usar como se eu fosse um objeto. Seus olhos eram como se fossem animais famintos.
Silêncio na sala e Mônica continuou ...
(Mônica) – Eu vi coisas que eu vou demorar para apagar da minha mente e todos os dias eu ainda me culpo pela grande burrada que eu fiz. Tentei consertar uma burrada com mais burradas, quando na verdade eu tinha que ser sincera contigo, mesmo sabendo que você não se casaria comigo.
Em seguida abri um notebook e coloquei um pendrive com os vídeos da suruba e os áudios da escuta que foram plantados na casa de Helena. O Dr. Peçanha me deu na festa de aniversário do Willian.
Todos ficaram escandalizados com o que viram e ouviram. Helena foi xingada dos piores nomes possíveis e quando terminaram de ver tudo, ficou um silêncio meio constrangedor, até que Edu resolveu falar.
(Eduardo) – Eu preciso de tempo pra assimilar isso tudo. Um tempo para conseguir olhar para você e ver a mesma pessoa com quem me casei.
(Mônica) – Eu ainda sou a mesma pessoa ... que te ama com todas as forças e disposta a fazer qualquer coisa pra você entender is ...
Neste instante meu celular tocou e eu não reconheci o número. Tive um mal pressentimento e não iria atender, mas pensei que poderia ser alguém da polícia com novidades sobre Helena.
(Mônica) – Alô!
(Helena) – Oi, Mônica! Tudo bem?
(Mônica) – Gente, é a Helena!
(Helena) – É o seguinte! Eu não sei como vocês fizeram, mas vocês me foderam direitinho e agora eu vou foder todos vocês. Acho que tá na hora de fazer uma visita pros seus pais e mandá-los pro inferno no seu lugar.
(Mônica) – Não, Helena! Por favor, não faça nada com eles! Eu te suplico! Edu, liga pros meus pais, pelo amor de Deus!
Edu na mesma hora sacou o celular e ligou pros meus pais, enquanto Nikke ligava pra polícia.
(Helena) – Já estou aqui na esquina deles, nem vai dar tempo de ele ligar, hahahahaha.
(Mônica) – SUA PUTA DOS INFERNOS! EU VOU TE MATAR!
Ela desligou a ligação ...
(Mônica) – Edu, nós temos que ir até a casa dos meus pais. Eu tenho que impedir aquela maluca de fazer algo a eles.
Eu estava muito nervosa, chorando e Edu já estava saindo de casa, quando começamos uma discussão, porque Tarcísio queria ir junto pra falar com Helena sobre a gravidez.
Nikke não queria deixar a gente ir sem a polícia, porque Helena estava acuada, se sentindo como se não houvesse nada a perder e Edu por sua vez, queria que eu ficasse em casa pra proteger a Nayla e eu chorando dizendo que eu não o deixaria ir sozinho.
Fui atravessar a rua e o Edu me segurou, dizendo pra eu parar e me controlar e depois pediu ao Tarcísio que ligasse para os pais dele, porque se ela ameaçou os meus pais, provavelmente iria ameaçar os do Edu também e ainda pediu ao Tarcísio que fosse até lá e ficasse com eles.
(Eduardo) – Eu dirijo.
(Mônica) – Não! Eu dirijo. Sou Mais rápida que você.
Estávamos ali na calçada, quando Tarcísio disse que conseguiu falar com os meus sogros. Agradecemos ele e fomos atravessar a rua, quando um barulho de cantada de pneu, quebrou o silêncio daquela noite.
Fiquei paralisada de medo, quando eu vi quem estava ao volante e Edu me abraçou ficando entre mim e o carro pra me proteger do impacto. Fechei os olhos e senti meu corpo sendo arremessado junto com o do Edu e nós dois caímos no asfalto, enquanto o carro continuava em frente.
Eu estava desesperada, um pouco desnorteada com a pancada e procurei aflita pelo Edu, que estava caído no chão, mas pelo menos seu corpo se mexia e eu o ouvi gemendo e tentando se levantar. Tudo acontecia rápido, mas eu via em câmera lenta ao mesmo tempo ...
(Marina) – TARCÍSIO! MEU DEUS! TARCÍSIO!
Olhei pra Marina e ela estava no chão ajoelhada chorando e Marlon ligando pra emergência. Nikke estava amparando Marina, dizendo pra ela não tocar no Tarcísio.
Eu ainda não estava entendendo o que tinha acontecido e quando eu me levantei, podia jurar que ouvi um grito que me arrepiou toda.
(Mônica) – DESGRAÇADA!
Comecei a ir, meio cambaleante, em direção ao carro, mas o Marlon me segurou e o carro cantou pneu novamente, sumindo ao longo da rua. Quando Edu se levantou, viu o corpo do amigo caído no chão e se aproximou dele.
(Eduardo) – TARCÍSIO! PELO AMOR DE DEUS, ACORDA TARCÍSIO!
Seu corpo estava todo arranhado, com alguns cortes e o sangue vazando pela boca e nariz. Com a gritaria e confusão, a rua se encheu de curiosos, mas o pior ainda estava por vir, quando Janaína, Wanda e Nayla viram o corpo do pai no chão.
(Janaina) – Pai, não morra!
(Wanda) – Pai, eu te amo, não deixa a gente ...
De repente apareceu uma senhora que era médica e pediu pro marido trazer um colar cervical pra imobilizar a cabeça. Ela mexeu um pouco no Tarcísio e disse que ele ainda estava vivo, mas precisava de atendimento com urgência.
(Tarcísio) – Edu, cuida delas pra mim ... Eu te amo, irmão ...
{...}
Pouco tempo depois ...
(Eduardo) – Quando eu vi o carro se aproximando, meu instinto foi somente proteger a mulher que eu amo. Só pensei nisso e a abracei. Foi quando eu vi o Tarcísio correndo em minha direção e nos empurrando pro lado, e absorvendo todo o impacto do carro. Foi tudo muito rápido e eu acho que bati com a cabeça no chão, mas tenho quase a certeza de que realmente era a Helena dirigindo o carro.
(Delegado) – Sua esposa me disse a mesma coisa, mas não se preocupe, porque estamos atrás da fugitiva e já temos algumas pistas.
(Eduardo) – Posso ir agora? Estou aflito aqui e sem notícias do Tarcísio.
(Delegado) – Está liberado, mas por favor não faça besteira. Estamos quase pegando a safada e se você souber de alguma coisa, ou se ela ligar, não caia na armadilha dela. Dentro de casa é mais seguro, e eu designei duas viaturas pra rondar o entorno da sua residência.
Saí da sala do delegado e vi que Mônica me aguardava, e fomos juntos pro hospital. Tivemos alguns arranhões e escoriações, mas nada muito grave.
(Mônica) – Ele não está nada bem.
(Eduardo) – Temos que ter fé! É o Tarcísio, porra! Ele é o cara mais safo que eu conheço. Ele vai sair dessa. Ele tem que sair dessa!
(Mônica) – Marlon me ligou ainda há pouco e disse que Marina não para de chorar. O médico disse a ele que Tarcísio teve hemorragia interna e múltiplas fraturas.
(Eduardo) – Ele não pode morrer assim! Eu tenho que dizer a ele que eu o amo. Ele é o meu melhor amigo, caralho! E depois de tudo o que aconteceu, ainda me salvou.
Mônica começou a chorar junto comigo e eu a abracei com força e sem querer a fiz gemer de dor e pedi desculpas.
(Mônica) – Edu, vamos ao hospital. Não podemos perder tempo aqui.
(Eduardo) – E as crianças?
(Mônica) – Estão com Nikke e Valentina na sua casa.
Era tão estranho ouvir ela falar “sua casa” e eu olhando em seus olhos e acariciando o seu cabelo, não me contive mais e a beijei. Acho que ela tomou um susto, pois não esperava essa minha atitude. Foi um beijo cheio de saudade e carinho, mas dolorido também, porque eu estava com um corte na boca, que começou a doer.
Paramos o beijo e eu pude ver os seus olhos brilhando. Eu não sabia ainda o que estava fazendo, mas aquele beijo reacendeu as minhas lembranças e eu me senti em paz. Quando chegamos ao hospital, Marina estava arrasada e Marlon a confortava. Vi que ali também estavam Paulo e Keyla, que ficaram sabendo do ocorrido.
(Eduardo) – Como ele está?
(Marlon) – Ainda está em cirurgia! A situação é crítica e não sabemos de mais nada.
Mônica foi consolar Marina e eu fiquei conversando com Marlon e Paulo. Keyla aproveitou pra ir junto com a Mônica.
(Paulo) – Cara, a Helena surtou! Eu não sei o que aconteceu, mas eu jamais iria acreditar que ela faria isso.
(Eduardo) – Corta esse papo! Aliás, eu nem sei o que você está fazendo aqui.
(Paulo) – Calma aí, Edu! Estamos aqui pelo nosso amigo Tarcísio.
(Eduardo) – Só se for amigo da onça! Você e o Gilson estavam nessa armação pra foder o meu casamento e vocês conseguiram.
(Paulo) – Eu só queria que vocês tivessem um estilo de vida igual ao nosso e queríamos que você e a Mônica participassem de tudo conosco. A intenção não era separar e sim unir cada vez mais vocês ao nosso grupo.
(Marlon) – O tio Edu não tem vocação pra ser corno igual você.
(Paulo) – Mas parece que você tem, né?
Eu tive que me colocar entre os dois porque a situação já estava saindo do controle.
(Eduardo) – Nós estamos num hospital e o Tarcísio está entre a vida e a morte. Vamos parar com isso, caralho!
(Paulo) – A Helena manipulou todos nós. Se eu soubesse, não teria participado disso.
(Eduardo) – Eu estou sabendo que você e o Gilson eram doidos pra comer o cu da Mônica ... – Falei isso bem baixo em seu ouvido – Estou sabendo de muitas coisas, então pare de tentar se fazer de bom moço.
(Paulo) – Edu, isso até é verdade, porque ela é maravilhosa, mas isso só seria feito com o seu consentimento, porque eu prezo pela nossa amizade. – Disse Paulo com cara de pau.
Fiquei olhando nos olhos dele, mas o cara é tão dissimulado, que eu não sabia dizer se ele estava falando a verdade. Nunca vou saber ...
(Paulo) – Eu vou ficar junto da minha mulher, mas nunca se esqueça que eu gosto de você pra caralho e sinto muito por tudo o que aconteceu.
Ele botou a mão no meu ombro e deu um tapinha nele, indo em seguida ficar ao lado de Keyla.
(Marlon) – Não confio nele, tio. Acho que na verdade, não confio mais em ninguém.
(Eduardo) – Nem em mim?
(Marlon) – Em você e na minha irmã, sim, mas no restante, não mais. Sempre terei um pé atrás.
Notei que um número me ligava insistentemente, mas ignorei até que em dado momento, eu disse a todos que iria ao banheiro, pois eu já imaginava quem poderia ser.
Após novo toque, eu suspirei fundo e atendi a chamada.
(Helena) – Se você falar com alguém que estou te ligando, você vai se arrepender.
(Eduardo) – Todos estamos juntos e protegidos da sua loucura. Sua puta maluca!
(Helena) – Eu já estou sabendo de tudo! Como ele está?
(Eduardo) – Em cirurgia. A hemorragia interna foi grave, além de múltiplas fraturas.
Ouvi um choro bem baixo e fiquei esperando-a falar alguma coisa, mas ela não parava o choro e resolvi continuar ...
(Eduardo) – Ele está entre a vida e a morte e o médico inclusive já disse que as chances não são boas.
(Helena) – Nããããoooo! Meu Tarcísio não pode morrer ...
(Eduardo) – Isto é tudo culpa sua! Assassina!
(Helena) – A culpa é sua e da Mônica, mas isso não vai ficar assim. Presta muita atenção, Edu, eu já não tenho mais nada a perder. A polícia e aquele advogado desgraçado já descobriram tudo o que podiam sobre mim. Estou a caminho de Angra e você vai dar alguma desculpa pra todos e vai vir me encontrar sozinho.
(Eduardo) – Você está maluca, se pensa que eu irei fazer isso.
(Helena) – Entenda bem, Edu. Eu tenho muitos contatos, muitas pessoas me devem favores, Eu vou sumir no mundo. Vou pro exterior, mas vou ficar sempre de olho em você e na sua família. Um dia, quando você achar que está tudo bem, drogas podem aparecer na casa de alguém da sua família ou no seu carro ...
(Eduardo) – Então foi você que plantou as drogas no meu carro, naquela vez?
(Helena) – Paguei alguém pra fazer, e pago de novo, nem que eu tenha que vender a minha buceta e o meu cu todo dia pra poder pagar ... e isso é só o começo.
(Eduardo) – Helena você enlouqueceu! Nós éramos amigos!
(Helena) – Um belo dia, alguém pode morrer, envenenado, atropelado, bala perdida ... São tantas opções ...
(Eduardo) – O que você quer?
(Helena) – Eu quero dinheiro e a sua vida! Se eu vou ficar sem o Tarcísio, é justo que a Mônica fique sem você. Estou te aguardando em Angra e quando você estiver chegando, me dá um toque. Beijos, Duduzinho ...
Ela desligou a ligação e eu não sabia o que fazer. Ela ficou totalmente maluca, mas uma coisa estava clara pra mim. Minha família sempre estaria em risco, enquanto ela estivesse solta.
Voltei pra sala de espera e o médico depois de algumas horas nos disse que a primeira cirurgia tinha acabado, mas as chances ainda eram desfavoráveis. Ficamos arrasados e combinamos de fazer um revezamento, pois não adiantava ficarmos todos ali e eu precisava ver a Nayla e as filhas do Tarcísio.
Eu e Mônica fomos pra nossa casa e conversamos com as três e foi um momento de muita emoção e choro. As mães delas, também estavam lá e eu disse pra não se preocuparem com a parte financeira, porque eu daria todo o suporte necessário pro meu amigo e pra todas elas.
Elas queriam ver o pai e até a Nayla queria, inclusive ela o chamou de “pai” e eu tive que engolir o meu orgulho e aceitar aquele gosto amargo na boca, mas já estava tudo decidido.
Eu falei a todos que precisava ficar sozinho e fui até o meu quarto pegar um dinheiro no cofre. Depois que ganhei a herança do Otávio, passei a guardar algum dinheiro em casa, para alguma emergência. Arrumei numa mala e escrevi uma carta bem breve, deixando todas as senhas de banco e explicando rapidamente o que eu iria fazer.
Minutos depois eu me deitei na cama e Mônica entrou no quarto.
(Mônica) – Jana e Wanda foram embora com as mães e eu botei a Nayla pra dormir com um cházinho calmante. O que iremos fazer, Edu?
(Eduardo) – Deita aqui comigo ...
Ela se deitou ao meu lado e eu comecei a beijá-la apaixonadamente e já fui tirando a sua roupa e ela tomou um susto.
(Mônica) – Calma, Edu! Acho que agora não é o momento. Nosso amigo está entre a vida e a morte, e ...
(Eduardo) – Por isso mesmo ... É preciso amar as pessoas, como se não houvesse amanhã ...
Ela sorriu e me beijou de volta.
(Mônica) – Acho que você e o Renato estão certos ...
Ela então tirou a minha roupa e subiu em cima de mim, me beijando e dizendo que me amava e que dessa vez nada iria nos separar. Eu estava há tempos sem fazer sexo, e quando ela começou a me chupar, não durei nem três minutos, tamanha a voracidade de sua boca que se esforçava pra me agradar num boquete que quase se transformou em garganta profunda.
Gozei em sua boca e ela engoliu tudo o que conseguiu, deixando alguma coisa escorrer pela boca e pescoço. Cheguei até a ficar com um início de vertigem, mas tratei logo de retribuir a chupada e assim dar tempo de me recuperar.
Como eu estava com saudades dessa buceta! Chupei com muito carinho o seu grelo, mas depois comecei a chupar de forma mais intensa, porque poderia ser a última vez que eu estaria fazendo isso.
Fiz ela gozar duas vezes seguidas na minha boca e quando estava se aproximando da terceira, meu pau já estava duro novamente e eu subi em cima dela, no bom e velho papai-mamãe, dizendo que a amava e a penetrei, fazendo com que ela me abraçasse forte e jogasse a cabeça pra trás, gozando mais uma vez.
(Mônica) – Edu, meu amor! Eu estava com tanta saudade ... Estou gozando sem parar ... Diz mais uma vez, agora no meu ouvido ...
Sem parar a foda, eu suspirei perto do seu ouvido e disse ...
(Eduardo) – Eu te amo, meu amor! Você é muito especial pra mim e eu sempre irei te amar.
(Mônica) – Aaah, Edu ... Eu também te amo ...
Continuei os movimentos, até que ela pediu pra ficar por cima. A visão daqueles seios e de seu rosto cheio de prazer, não tinha preço. Ela ficou rebolando no meu pau e alternava com sentadas bem fortes.
(Mônica) – Eu nunca mais vou deixar alguém ficar entre nós, Môdi.
Segurei com força a sua bunda e fiquei metendo mais rápido de baixo pra cima com tanta força, que ela chegava a pular.
(Mônica) – Ahhhhh, o que está acontecendo? O que você está fazendo comigo? Estou gozando de novo ...
(Eduardo) – É a saudade! Eu estava com muita saudade.
Botei um dedo em seu cuzinho e ela disse pra deixar pra outro dia. Eu já sabia o motivo, porque eu conhecia muito bem a minha esposa.
(Eduardo) – Não me importo que você não tenha feito a higiene. Eu quero você por completo.
(Mônica) – O que está acontecendo, Edu? Aaaaai, amor! Estou gozando de novo! Você está acabando comigoooo ...
Mandei-a ficar de quatro e aproveitei o seu próprio gozo pra lubrificar o cuzinho. Ela estava relutante e dizia que não, me pedindo pra ir ao banheiro antes, mas eu fui mais rápido e enfiei a cabeça naquele buraquinho apertado com bastante vigor, fazendo ela gemer mais alto.
(Mônica) – Devagar, Môdi ... Aaaaai, mais devagar ...
(Eduardo) – Eu vou gozar dentro do seu cuzinho, amor.
(Mônica) – Delícia! Adoro isso!
Fui avançando, centímetro por centímetro, até ela acomodar todo o meu pau no cu. Comecei a comer aquele cuzinho com força, batendo nossos corpos com intensidade, fazendo aquele barulho característico e também com que ela gemesse de dor e prazer.
Eu estava acelerando o ritmo, pois já não estava mais conseguindo me segurar e ela me incentivando e pedindo pra gozar em seu cuzinho, até que eu não aguentei mais e fui empurrando-a pra baixo, até ela se deitar por completo na cama e eu gozei forte, uns quatro jatos e caí por cima de seu corpo. Continuei a gozar mais um pouco, até que eu saí de cima dela.
(Mônica) – Você acabou comigo e com o meu cuzinho, mas eu adorei. Eu gozei muito hoje, mas eu preciso ir ao banheiro urgente.
Eu olhei pro meu pau e felizmente não tinha nada. Era só neura dela, mas entramos no banheiro e fomos tomar um banho. Depois de mais carícias e juras de amor dentro do box, voltamos pra cama e nos deitamos pra dormir.
Mais carícias foram trocadas, mas nós precisávamos dormir, quer dizer, ela precisava dormir e eu sair pra resolver as nossas vidas. Fingi que dormi e aguardei Mônica dormir, o que foi até bem rápido. Me levantei com cuidado, peguei a bolsa com o dinheiro e olhei uma última vez pra ela dormindo.
Passei no quarto da Nayla e dei um beijo em sua testa, fazendo com que ela acordasse. Ela meio sonolenta, me perguntou se a mãe ainda estava em casa e eu disse que sim. Falei pra ela voltar a dormir e que amanhã ela fosse acordar a mãe no nosso quarto.
Dei outro beijo nela e fui embora. Quando eu saí de casa, olhei pra trás e meus olhos se encheram d’água.
(Eduardo) – Adeus ... Adeus ... Adeus, meu grande amor.
{...}
Maldição!!! Por quê, Tarcísio? Por quê? O que eu vou fazer se você morrer? É tudo culpa da Mônica e do Eduardo e eu vou fazê-los pagar por isso.
O Eduardo tinha acabado de me enviar uma mensagem dizendo que estava a caminho e eu tinha que me preparar. Consegui um revólver e se por acaso o Edu resolvesse tentar alguma coisa, iria se ver comigo.
Depois de algumas horas, ele me ligou dizendo que já estava chegando.
(Helena) – Quero que você vá até a praça do Zumbi dos Palmares e me espere lá, dentro do carro, que eu irei te dar novas instruções.
(Eduardo) – Espero que você cumpra a sua palavra!
(Helena) – Basta que você tenha trazido a minha grana.
Ele disse que sim e desligou. Comecei a me arrumar de um jeito bem piriguete e coloquei uma peruca vermelha. Fui até o local de táxi e fiquei esperando o Edu chegar. Depois de alguns minutos, um carro estacionou na rua e ficou parado. Fiquei observando e deduzi que era o Edu, porque o motorista não saiu do carro.
Me aproximei do carro e fiquei parada bem próxima, observando pra ver se tinha mais alguém dentro do carro, mas Edu veio sozinho.
(Eduardo) – Garota, procure outro cliente. Estou esperando alguém. – Disse Edu, achando que eu fosse uma dessas prostitutas que ficam na rua.
(Helena) – Sou eu, Edu! Abre a porta e vamos conversar.
(Eduardo) – Helena? Já está na rua trabalhando? Finalmente encontrou a sua vocação! – Disse ele de forma irônica e debochada.
Tirei o revólver da bolsa e apontei pra ele, dizendo que eu não estava pra brincadeiras. Ele se assustou e mandei ele dirigir até uma estrada deserta.
(Eduardo) – O que aconteceu contigo, Helena? Você enlouqueceu? Se você se entregar, ainda podemos resolver tudo de algum jeito. Você faz um tratamento numa clínica e ainda pode ter o seu filho. Ele é do Tarcísio mesmo?
(Helena) – Lógico! Não tenho razão pra eu mentir sobre isso. Eu sempre quis ter um filho dele.
(Eduardo) – Eu nunca deixarei o seu filho desamparado. Prometo honrar isso e ele terá tudo na vida, como se fosse o meu próprio filho. Vamos ser razoáveis e pensar no melhor pra ele.
Era uma excelente proposta, mas eu queria mais ...
(Helena) – O problema é que eu estarei presa e você feliz ao lado da Mônica. Eu já estou sabendo que vocês me enganaram direitinho.
(Eduardo) – Eu estou aqui pra resolvermos tudo. Eu faço o que você quiser, mas você tem que me prometer que nunca fará mal às pessoas que eu amo.
(Helena) – Quanto você me trouxe?
(Eduardo) – 20 mil reais. Era tudo o que eu tinha em casa.
(Helena) – Só isso?
(Eduardo) – Eu não tenho hábito de guardar dinheiro em casa.
Era pouco dinheiro e eu iria me ferrar em pouco tempo, então pensei bem e mudei os planos.
(Helena) – Eu resolvi mudar de ideia. Nosso acordo será outro.
(Eduardo) – O que vai ser agora?
(Helena) – Quero receber, por mês, uma mesada de 200 mil reais e se você não fizer isso, eu irei aprontar com as pessoas que você ama, entendeu? Você sempre ficará pensando, será que hoje é o dia em que a Helena vai aparecer e matar alguém que eu amo?
(Eduardo) – Tudo bem. Acho que isso pode ser feito.
(Helena) – Tem mais uma coisa.
(Eduardo) – Ainda tem mais? Acho que você está abusando da sorte.
(Helena) – Você e Mônica não podem ficar juntos!
(Eduardo) – Como é que é?
(Helena) – É isso mesmo que você ouviu! Você tem que rejeitar a Mônica e não pode falar que eu mandei você fazer isso. Quero que você humilhe aquela cadela na frente de todo mundo e dê um pé na bunda dela, kkkk.
(Eduardo) – Deixe a Mônica fora disso ...
(Helena) – Eu quero vê-la sofrer e se por acaso você me enganar de alguma forma, eu mato a Nayla, mato os seus pais e depois mato a Mônica na sua frente. Eu juro pelo meu filho que farei isso!
(Eduardo) – Tudo bem, você venceu!
(Helena) – Agora me dê o seu celular e saia do carro.
Ele olhou pra mim contrariado, mas obedeceu e quando eu estava indo embora, falei que mês que vem eu mandava notícias sobre como fazer o pagamento da mesada. Saí dali dirigindo e rindo comemorando a minha vitória, mas alguns minutos depois notei que um carro estava me seguindo.
(Helena) – FILHO DA PUTA!!! Eu disse sem polícia! Ele vai se ver comigo!
Acelerei e o carro atrás começou a acelerar também, me perseguindo pela madrugada. Tentei de todas as formas despistá-lo, mas a minha situação estava complicada, até que eu perdi o controle e bati com o carro.
Não sei quanto tempo se passou, mas quando eu acordei, estava presa num local estranho e meu corpo estava todo enfaixado e eu sentia muitas dores. Ouvia algumas vozes, mas tudo era meio confuso e eu não entendia nada. Eu gritava de dor e logo dormia novamente. Eu conseguia ficar acordada por um ou dois minutos apenas e minha visão estava bastante prejudicada.
Essa foi a minha rotina, durante um bom tempo, até que um dia eu acordei e fiquei mais tempo acordada. Eu estava sozinha num quarto e tentei chamar por alguém, mas eu estava sem forças pra isso. Fiquei ali esperando, até que uma enfermeira entrou e me perguntou como eu estava me sentindo e eu disse que estava com fome e com muita dor.
(Enfermeira) – Eu vou trazer a sua medicação e alimentação.
(Helena) – Por que várias partes do meu corpo estão enfaixadas?
(Enfermeira) – Você teve muitas queimaduras pelo corpo e sua pele está muito prejudicada ainda, mas aos poucos você vai se recuperar.
Fui colocar a mão na minha barriga, mas uma delas estava algemada na cama. Com a outra fui fazer um carinho na minha barriga e perguntei pra enfermeira sobre o bebê.
(Enfermeira) – É melhor eu chamar a médica pra conversar contigo e explicar a sua situação.
(Helena) – Eu perdi o meu bebê? Eu perdi? – Disse em desespero.
(Enfermeira) – Acalme-se ... Se continuar assim, teremos que sedá-la novamente.
A enfermeira saiu do quarto e minutos depois voltou com a médica. Eu queria fazer várias perguntas, mas ela me deu um sedativo e eu voltei a dormir. Quando acordei novamente, eu estava num outro quarto, com mais duas pessoas que eu não conhecia. Já não sentia as dores de forma aguda, mas ainda eram moderadas.
(Paciente 1) – Olha quem resolveu acordar!
(Paciente 2) – A Barbie paraguaia acordou?
(Helena) – Quem são vocês?
(Paciente 1) – Eu sou a Dona do Hospital e você tem que me pagar a conta.
(Paciente 2) – Hahahahaha, e eu sou a Rainha da Inglaterra.
Me colocaram presa com duas malucas, mas quando eu sair daqui, vão ver só.
(Paciente 1) – Acho que ela está um pouco bravinha. O que você acha?
(Paciente 2) – Também acho, mas até que ela é bonitinha.
(Paciente 1) – Tem razão! Acho que ela vai ser minha, mas tenho que cobrir o rosto dela, senão eu broxo. Hahahahaha.
(Paciente 2) – Prefiro pegar a enfermeira!
(Helena) – Quero falar com a médica. Quando ela vai passar aqui?
(Paciente 1) – Acho que só amanhã, mas não precisa ficar com medo da gente. Estamos presas, como você.
Olhei pra minha mão e eu continuava algemada na cama. Acho que eu estou numa ala médica de algum presídio. Olhei pro meu corpo, e estava com muitas faixas ainda. Tentei tirar com uma mão, mas estavam bem presas.
(Paciente 2) – Se eu fosse você, não mexia nisso. Acho que você não vai gostar do que vai ver ...
Comecei a me desesperar e tentei arrebentar uma das faixas com os dentes mesmo e quando finalmente consegui tirar um pedaço da faixa do meu braço, eu vi que a minha pele estava enrugada e manchada. Comecei a chorar e dei um grito, até que uma enfermeira apareceu e tentou me acalmar me dando mais sedativo e eu apaguei novamente.
Continua ...