Após a perda abrupta de minha bailarina eu perdi por completo a vontade de viver; nada mais me interessava e eu me arrastava entre as sombras, sem vontade de comer, dormindo pouco e voltando a fumar, pois não havia mais algo tão terno e inesquecível como Catarina capaz de dar-me um novo entusiasmo ou mesmo um parco alento. E mesmo após aquele insólito encontro com a mulher idosa minha tristeza não foi aplacada. Meus amigos preocupavam-se comigo e faziam de tudo para que eu saísse daquele buraco interior que crescia e me engolia lentamente, mas todos os seus esforços não eram capazes de me resgatar; eu queria apenas morrer e imaginar que pudesse reencontrar minha bailarina mais uma vez fosse em algum lugar do universo. Uma tarde de sábado por insistência de meu amigo e advogado compareci a uma apresentação de uma jovem violinista cujo talento promissor causava enorme burburinho na comunidade erudita.
Como de hábito, me sentei em um local discreto de onde podia observar a apresentação sem ser notado; a jovem entrou no palco e posicionou o instrumento como primeiro violino iniciando os primeiros acordes da “Primavera”, de Vivaldi, logo sendo acompanhada pelos demais violinistas e a seguir pela orquestra que permanecia na coxia abaixo do palco. Confesso que imediatamente a sonoridade daquela jovem talentosa provocou em mim uma inspiração revigorante; nos momentos de solo eu a via desempenhar o manejo do instrumento com uma habilidade tão intimista que chegava a ser surpreendente. Era como se ela e o instrumento fossem unidos por uma harmonia divinal que se espraiava pelo ambiente cativando todos os presentes.
Apreciei o espetáculo como uma doce e suave brisa de ânimo enchendo meu espírito e ao final, por insistência de meu amigo fomos aos bastidores conhecer aquela virtuosa e promissora musicista; seu nome era Vitória uma linda donzela de uns dezoito ou dezenove anos, pele clara, corpo esguio olhos argutos e um sorriso envolvente; nos cumprimentamos com formalidades e meu amigo insistiu para que nos reuníssemos oportunamente para discutirmos a possibilidade de acolhê-lo em minha fundação aprimorando sua técnica para um futuro debute nos círculos eruditos; de saída eu tentei me esquivar desse encontro já que eram meus advogados e o curador da fundação que costumavam cuidar disso, mas diante da insistência do meu amigo acabei por aceitar a proposta de uma reunião. Assim que nos despedimos eu caminhei até meu carro retornando para a antiga casa de meus pais, já que o apartamento que adquirira fora vendido, pois me trazia lembranças desafortunadas.
Dias depois recebi uma ligação agendando a reunião com a jovem violinista durante um almoço promovido por alguns conhecidos; no dia e horário marcados compareci ao restaurante onde velhos amigos já se encontravam a minha espera; fiquei tocado com a forma com que todos eles procuravam me acolher sabedores de meu infortúnio e de minha profunda tristeza; ao cumprimentar Vitória esta apertou minha mão e sorriu sem dizer palavra, porém com um olhar inquietante. No curso do almoço regado por um bom vinho chileno encetamos um acerto para que Vitória fosse acolhida pela fundação e recebesse a ajuda de um agente que fiz questão de indicar como sendo o mesmo que cuidara da carreira de minha doce bailarina.
Ao término do encontro notei que Vitória parecia ter algo a me dizer, porém uma ligação há muito aguardada exigiu de mim uma despedida um tanto afobada correndo em direção ao atelier de um outro amigo onde fui surpreendido pela obra resultado de minha encomenda; tratava-se de uma pintura de Catarina com toques clássicos e detalhes tão precisos que pareciam lhe conceder vida própria; fiquei tão encantado pela obra que demorei a tirar os olhos dela aceitando o café oferecido pelo artista que persistiu em sua posição de não aceitar pagamento pela obra; combinamos a entrega em minha casa e a partir de então eu tinha alguma coisa para alentar a perda de minha Catarina, pois de agora em diante ela estava em meu coração e diante de meus olhos.
Nos meses seguintes acompanhei a evolução de Vitória e de sua técnica e compareci ao seu primeiro recital para um público seleto promovido pelo agente que não escondeu as lágrimas em nosso primeiro reencontro desde minha perda; constatei que a jovem aprimorara ainda mais a sua técnica concedendo ao instrumento um manejo mais suave e ao mesmo tempo contundente. O evento já caminhava para o seu final quando Vitória se aproximou e um tanto encabulada disse que precisávamos ter uma conversa privada; olhei para o relógio relembrando os compromissos do dia seguinte e sugeri que nos encontrássemos na manhã do dia seguinte na sede da fundação. “Não pode ser em outro lugar …, a sua casa, por exemplo?”, redarguiu ela com tom hesitante; cheguei a pensar em declinar de sua sugestão dada a natureza por demais intimista, mas senti que ele parecia um pouco ansioso e acabei concordando.
Na tarde do dia seguinte recebi a jovem para um café; Vitória usava um vestido curto de cor azul com alças finas e um par de tênis do tipo casual exibindo uma certa inquietação que me intrigava; de início, pensei em começar a conversa, mas achei melhor esperar que ela o fizesse. “Eu pedi esse encontro porque preciso dizer ao senhor que não posso mais permanecer na fundação!”, anunciou ela com tom quase gaguejante me tomando de assalto. Imediatamente quis saber as razões de sua decisão e Vitória evitou uma resposta direta se esforçando para encontrar uma justa saída valendo-se de conversas circulares. Não satisfeito com suas pífias argumentações insisti de forma mais enfática e o resultado me surpreendeu ainda mais.
“Eu não posso ficar na fundação porque …, porque …, estou apaixonada!”, acabou ela revelando com um tom enfático e nervoso; fiquei em silêncio fitando seu rosto querendo saber quem era a pessoa de sorte que roubara o coração do jovem violinista. Voltei a carga exigindo saber se a pessoa em questão era alguém conhecido e se essa paixão era correspondida e até que ponto poderia intervir em sua carreira promissora. Vitória ainda tentou desconversar, porém ele não sabia da minha determinação em certos assuntos.
-Desde antes da minha primeira apresentação eu sentia que senhor viria me ver – começou ela a explicar com um tom inseguro – não sei explicar a razão, mas era um sentimento forte dentro mim!
Vitória tinha enorme dificuldade de se expressar e eu estava impactado pela sua afirmação que tinha uma carga sentimental muito intensa. "E quando o vi após aquela apresentação eu tive a certeza de que meu coração e minha alma tinham encontrado alguém para compartilhar uma verdadeira cumplicidade …, tenho um enorme desejo de lhe pertencer!", arrematou ela em tom de declaração.
Ao ouvir aquelas palavras confesso que fiquei pasmo e ao mesmo tempo aturdido com a profundidade e sinceridade da jovem violinista; por outro lado meu coração ainda estava aprisionado pela minha doce bailarina; me levantei e caminhei pela ampla sala da casa estancando meus passos diante do quadro de Catarina que parecia me olhar com aquela sua habitual expressão doce e sorridente; de costas para a jovem confidenciei a ela sobre minha experiência anterior e da tragédia que foi sua perda ao mesmo tempo que lhe expliquei que ainda não estava preparado para um novo relacionamento. Ela não perdeu tempo em responder que sabia sobre eu e Catarina e que respeitava meus sentimentos por ela.
-Não precisa ser um novo relacionamento! – afirmou Vitória se aproximando de mim – o que eu quero é que me use! Use do meu corpo e do meu desejo como forma de mitigar minimamente a ausência da sua Catarina! …, creio que assim poderemos conceder um ao outro algo para nos tornar plenos e felizes, mesmo que apenas na superfície!
Quando me voltei para encará-la, Vitória segurou meu rosto colando seus lábios aos meus selando um beijo que começou tímido e logo evoluiu para um torvelinho delirante.
Tomada por um arroubo desvairado ela ensaiou gestos atabalhoados com o intuito de me despir que no início tentei evitar sem sucesso tal era a impetuosidade de Vitória; com esforço ela conseguiu abrir minha calça puxando o membro até libertá-lo surgindo rijo e ereto; com a mesma ansiedade inconsequente Vitória se pôs de joelhos diante de mim tomando o bruto em sua boquinha passando a sugá-lo com uma voracidade desmedida e surpreendente. Eu ainda tentei me desvencilhar do gesto, porém a excitação característica de todo macho que há muito tempo se encontrava privado de prazeres sensoriais obrigou a minha rendição incondicional. Deixei que aquela jovem violinista lambesse e sugasse meu membro provocando um êxtase alucinante que me fazia pensar …, pensar em Catarina! E quando o gozo sobreveio eu soltei gemidos roucos enquanto ejaculava com abundância enchendo aquela boquinha linda com meu sêmen.
Vitória não foi capaz de conter o volume de esperma em sua boca deixando que boa parte escorresse sobre o membro ainda um pouco enrijecido acabando por respingar sobre o tapete abaixo de nós; nos olhamos com expressões ambíguas e coube a mim escolher entre seguir em frente com ela, ou pedir que ela se fosse sem olhar para trás; em alguns minutos estávamos nus em meu quarto comigo cobrindo aquele corpo esguio de pele alva que exalava uma mescla de ingenuidade e desejo. “Por favor, seja carinhoso comigo …, você será meu primeiro homem!”, anunciou ela com tom encabulado. Ao ouvir aquelas palavras confesso que hesitei, não por medo das consequências, mas sim porque tive dúvidas se devia prosseguir; mirei o rosto singelo de Vitória e sorri para ela acenando com a cabeça enquanto esfregava a glande inchada na entrada da gruta.
Com movimentos da cintura projetei minha pélvis para frente golpeando como um aríete o que em poucos segundos culminou no bruto rompendo a resistência inicial avançando para dentro da vulva; Vitória soltou um grito aflitivo me fazendo interromper o avanço tencionando um recuo necessário, porém logo em seguida ela me segurou um pouco acima da cintura fitando a preocupação estampada em meu rosto e suplicou para que eu continuasse; respirei fundo me resignando com a decisão dela e retomei a penetração que se pôs em marcha com movimentos pausados e cuidadosos; nessas pausas nos beijávamos e eu não perdia a chance de saborear seus mamilos pequenos e intumescidos ouvindo-a gemer e suspirar acariciando minha cabeça.
Então, ambos experimentamos a doce sensação de um engate perfeito e eu não esperei para iniciar a cópula tal era meu estado de excitação; comecei com movimentos longos e profundos cujo resultado surgiu em estonteantes gemidos intercalados por palavras entrecortadas balbuciando o indizível prazer que ela sentia ao ser deflorada por mim atuando como um macho alfa viril e também carinhoso; no momento em que ela gritou com mais ênfase regozijei sabendo que meu esforço resultara em seu primeiro orgasmo; continuei com os movimentos e logo Vitória experimentava mais um gozo profuso fazendo-a gemer ainda mais; foi nesse cenário que aquela vulva quente, úmida e apertada executou seu trabalho mais insinuante exercendo pressão sobre o membro.
Avisei a Vitória que meu gozo sobrevinha e antes que ela pudesse fazer algo recuei sacando o membro de sua gruta sentindo espasmos musculares involuntários que indicavam a proximidade de meu clímax; a jovem não hesitou em tomar o membro em sua boca sugando enfaticamente gesto que acelerou o inevitável que eclodiu em um gozo renovado não tão caudaloso, mas, ainda assim, digno de orgulho. A surpresa final foi ver aquela boquinha linda aberta exibindo o conteúdo esbranquiçado pouco antes de Vitória engoli-lo. Permanecemos deitados lado a lado olhando para o teto incapazes de expressar palavras que não seriam capazes de verbalizar o sentimento que desfrutávamos após uma cópula alucinante. “Preciso te dizer uma coisa …, o que aconteceu aqui, hoje, neste quarto não significa que você esteja, de alguma forma, preso a mim!”, explicou ela com tom pausado e um pouco arfante mantendo seu olhar para cima.
-O que exatamente você quer dizer com isso? - perguntei mirando seu rosto com uma expressão inocente.
-Quero dizer que o que eu sinto por você é desejo ..., apenas isso! - respondeu ela enfaticamente.
Embora não conseguisse esconder a minha estupefação com sua resposta preferi me calar, já que meu coração teve e sempre terá uma dona! Algum tempo depois Vitória tomou uma ducha, se vestiu e na porta de saída beijou meu rosto com ternura. "Teu coração pertence à Catarina ..., mas teu corpo tem necessidades!", disse ela me dando as costas e indo embora. Por dias fiquei pensativo com a atitude da violinista que tornou a me procurar cheia de desejo e ansiando por mais uma sessão prazerosa de sexo que lhe ofertei com enorme esmero; com o tempo consegui convencê-la a não sair da fundação e meses depois ela partiu para uma turnê integrando como primeira violinista uma renomada orquestra; fiquei feliz com a notícia, mas também preocupado com seu retorno com um eventual envolvimento.
Todavia, para minha felicidade Vitória retornou acompanhada de seu noivo um violoncelista de origem argelina naturalizado holandês muito simpático e extrovertido; a notícia me deixou aliviado, porém antes que eu pudesse respirar com tranquilidade algo inesperado aconteceu. Vitória e seu marido se propuseram a realizar um recital privado para mim em minha residência, ideia a qual eu resisti um pouco, porém fui vencido pela insistência do casal. E em uma noite de sábado eles vieram e ao se instalarem na sala principal começaram a se despir até ficarem nus por completo diante de meu olhar estupefato; com extrema e quase assustadora naturalidade eles tomaram suas posições com Vitória de pé e o rapaz sentado em uma cadeira em posse de seu instrumento.
“Antes de começarmos temos outra surpresa para ti!”, anunciou a violinista apontando para a porta principal que ao se abrir fez entrar uma convidada surpreendente; diante de mim estava minha madrasta Verônica; eu fiquei perplexo enquanto observava aquela morena que com idade em torno de sessenta anos ainda se mostrava exuberante, exalando uma sensualidade envolvente; com desfaçatez ela veio até mim e beijou meu rosto sentando-se no sofá ao meu lado enquanto o casal iniciava sua apresentação com “Primavera” e “Verão”, de Vivaldi. Enquanto a música tomava conta do ambiente senti Verônica pousando sua mão sobre minha coxa acariciando-a com delicadeza, gesto que imediatamente provocou uma ereção impoluta. E da mesma forma surpreendente o casal interrompeu a apresentação e puseram-se a se acariciar entre beijos e olhares que indicavam o que estava por vir.
“Gostou, meu querido? Eu os conheci durante a turnê e pedi a eles essa gentileza para comemorar nosso reencontro!”, sussurrou Verônica em meu ouvido enquanto sua mão avançava em direção da minha braguilha conferindo o volume proeminente que empurrava o tecido. Foi então que o inevitável aconteceu e eu me deixei levar pelo clima lascivo apreciando o espetáculo promovido pela violinista e seu parceiro enquanto Verônica abria minha calça libertando o bruto que logo foi abocanhado por sua boca quente, úmida e gulosa; em poucos minutos eu estava segurando os cabelos de minha madrasta empurrando e puxando sua cabeça obrigando que ela recebesse meu membro bem fundo até roçar em sua garganta. Com o clima se tornando ainda mais luxurioso eu não dei trégua a Verônica obrigando que ela sugasse meu membro até culminar em um gozo profuso inundando sua boca ainda aprisionada pela minha mão e se mantendo firme para não engasgar.
Discretamente o casal de musicistas que copulara até o pleno êxtase retirou-se da sala sem serem percebidos deixando-me a sós com minha madrasta que eu libertara de sua prisão oral; ela me fitou com uma expressão carregada de intenções enquanto limpava os lábios ainda úmidos de meu sêmen e sorriu de maneira enigmática. “Claro que não! Eu vim para ficar algum tempo com você!”, respondeu ela com tom quase irônico, quando pedi que fosse embora. Naquele momento centenas de lembranças orbitaram por minha mente e um certo temor se apossou de minha alma.