Trident de Melancia [21] ~ Em busca da verdade!

Um conto erótico de CELO
Categoria: Gay
Contém 11024 palavras
Data: 29/05/2024 08:15:31

No dia seguinte Luis acordou muito cedo, estava com muita dor de cabeça e a ressaca remoía seus intestinos, foi ao banheiro tomou um banho rápido, voltou ao quarto e se vestiu com as roupas que usavam para trabalhar, naquele dia estaria de folga, mais a raiva que ainda sentia de Mateus não o permitiu ficar, quando saia viu o namorado deitado no sofá ele ainda dormia tranqüilo, não sentiu pena e saiu calado, a vontade que tinha era de derrubá-lo dali e exigir explicações mais antes acreditava que teria que acabar com aquela raiva toda.

Luis naquele dia trabalhou somente de manhã na hora do almoço visitou a mãe, o padrasto não estava em casa e ele aproveitou a chance para matar a saudade do colo de mãe, saiu logo depois que Leo chegou e contou que Mateus havia ligado perguntando sobre ele.

Dirigiu ate sua casa pensando em todos os acontecimentos, já havia esfriado mais a cabeça e não sentia tanta vontade de brigar com o namorado, mas aquilo era inevitável, sabia que Mateus deveria estar aguardando-o em casa com sete pedras na mão.

Antes de abrir a porta da sala ouviu vozes e risos vindos de dentro, reconheceu rapidamente as vozes de Douglas, e a raiva voltou instantaneamente, abriu a porta rapidamente e se deparou com Mateus sentando no sofá ao lado de Douglas, Kaio, Marco e Talles sentados no outro sofá.

Luis: Boa noite!

Mal disse isso e seguiu direto para o quarto, quando estava quase entrando deu meia volta, foi ate a sala e disse.

Luis: Escuta Talles você esta aqui desde cedo?

Talles: To sim dormi aqui hoje, por quê?

Luis: E cadê o teu celular?

Talles: Ta lá dentro sem bateria por quê?

Luis: Faz uma coisa então... (aos gritos) PEGA A PORRA DAS SUAS COISAS

E VAI EMBORA AGORA, SEU IRMÃO ESTA FEITO LOUCO ATRÁS DE VOCÊ, E VOCÊ AI DE CHAMEGO COM O MARCO, CRIA JUÍZO PELO AMOR DE DEUS, EU MAL CONSIGO DAR CONTA DE DOIS MOLEQUES E AGORA TENHO MAIS DOIS PRA ME DAR PREOCUPAÇÃO, QUE DESGRAÇA...

Marco: Opa calma ai Lui isso é jeito de falar com o Talles?

Luis: Cala a boca você também, todos os dias que chego em casa cansado do trabalho e encontro essa casa cheia de gente aprontando todas, rindo, se pegando pelos cantos. Porra vocês só sabem se importar com a porra do umbigo de vocês...

Mateus: Cala a boca você idiota, isso foi pra mim, por que se foi olha na minha cara e me fala entendeu, ou você não é homem o suficiente pra isso?

Luis: Não falei com você, então fica quietinho ai... Você ai é Douglas né... Então vaza meu filho e vê se não aparece aqui tão cedo... Talles você vai pra casa e se explica com o seu irmão, ai depois você pode voltar e ate dormir aqui se quiser...

Mateus: Se um dos dois sair, eu saio também!

Luis: Sinta-se a vontade, a porta de entrada e serventia da casa!

Kaio: Poh mano, calma...

Douglas: Desculpa ai cara a gente tava discutindo coisas da próxima festa, mais se to incomodando eu já vou indo, nunca quis atrapalhar...

Luis: Se não quisesse não tinha voltado aqui depois de tudo que houve ontem...

Mateus não disse mais nada, saiu correndo pro quarto batendo a porta, Douglas se levantou e não disse mais nada, saiu bufando de raiva. Talles ainda permaneceu ali sentado incrédulo com toda aquela cena.

Marco: Acho que você exagerou cara, o Talles e o Douglas não estavam fazendo nada de errado, alem do mais o Talles é quase da família!

Luis: Correção o Talles é da família, isso há muito tempo. Agora esse Douglas ele não me desce mesmo, e ontem vocês não viram o que eu vi... Esse cara tava se agarrando ao Mateus na minha cama, no meu quarto, na minha casa...

Talles: Essa é a deixa pra eu ir pra casa, tenho mesmo que me explicar com o Fred, agora você Lui como amigo que sou, acho que deveria conversar com o Mateus antes de denegrir a imagem dele assim!

Marco acompanhou Talles iria dormir na casa do namorado, Kaio estava irritado com o irmão e também não disse nada foi para o quarto e trancou-se lá.

Luis foi ate o quarto queria logo esclarecer tudo aquilo, não aguentava mais a duvida e a suspeita dos chifres. No quarto Mateus arrumava as malas e chorava.

Luis: Que porra essa Mateus?

Mateus: Você não disse que era para ir embora é isso que estou fazendo...

Luis abraçou o namorado e enquanto esse esperneava e chorava, Luis apenas pedia calma, e apertava Mateus com força, aos poucos Mateus parou de chorar e sua respiração voltou ao normal, Luis olhou as esmeraldas agora mais verdes do que antes devido as lágrimas e pediu para Mateus sentar com ele na cama, queria saber a verdade sobre tudo que acontecerá no dia anterior.

Luis: Vai fala, por que você me mandou para aquele bar e me deixou lá?

Mateus: Pelo amor de Deus Luis, o que você pensou que eu faria depois daquela cena horrível que você fez ontem, cara o Douglas saiu daqui muito chateado e desconfiado de mim, ele pensou que eu não havia contado que era gay por que estava interessado nele... Ele falou em até deixar o grupo, cara você já imaginou como ia ser difícil achar um DJ do naipe dele. Eu fiquei com muita raiva de você, e no queria te chamar de volta, quando os meninos chegaram falando que iam para uma balada eu não resisti quis te dar um gelo pra ver se você aprendia, mais acho que isso foi pior você me fez dormir no sofá, saiu sem falar comigo, ficou o dia todo fora com o celular desligado, ai chega aqui cobrando uma postura do Talles que nem você assumiu. Jogou um monte de indiretas pra cima de mim e do Douglas e ainda o expulsou de casa, juro que jamais imaginei ver essa sua face, você me assusta...

Luis: Meu amor me desculpa, por favor, eu juro que não fiz por mal, mais senti muito ciúmes daquele garoto aqui nesta cama te tocando daquele jeito, ai você briga comigo me manda sair de casa, e ainda me esquece no bar, eu chego aqui e não te encontro como você esperava que eu fosse ficar?

Mateus: Também me chateei com tudo isso meu querido, mais se você não confiar em mim, isso aqui jamais vai dar certo, eu te amo Lui e jamais vou fazer algo assim tão sacana com você, lembra do que a gente combinou ainda na casa do seu pai, que se um dia eu conhecesse outra pessoa eu te contaria antes mesmo de acontecer qualquer coisa?

Luis: Lembro sim, me desculpa, por favor, não fica bravo comigo Teuzinho...

Mateus: Tudo bem eu te perdoou, mais com uma condição se você fizer isso novamente eu vou ir embora de vez e você vai pedir perdão pro Douglas tudo bem?

Luis: Eu me desculpo com ele, mais a partir de hoje as reuniões de vocês não serão mais aqui em casa, vocês vão conversar somente em lugares públicos eu não quero vocês sozinhos, isso não é ciúmes achando que você fará alguma coisa, eu me preocupo é com ele, não acredito que ele seja realmente

hétero, ele pode ate namorar uma garota, mais eu sei dizer quando um cara curte queimar a rosca e com certeza esse Douglas curte, e agora que ele sabe que você é gay ele pode querer tentar alguma coisa...

Mateus: Faça-me o favor né, não vou questionar suas razoes em achar isso, vou respeitar suas decisões, mais se você precisa confiar em mim!

Luis: Eu prometo que sempre que sentir ciúmes eu te procuro ta?

Mateus: Tá!

Luis beijou o namorado e logo os dois estavam deitados sobre a cama jogando as malas no chão, Luis sentiu-se feliz em poder abraçar e sentir o calor do corpo do namorado, e depois de um sexo gostoso os dois adormeceram rapidamente.

Luis acabou pedindo desculpas a Douglas e explicou suas razões, o rapaz pareceu condescendente e acatou a opinião de Luis, mais mesmo assim Luis não sentia firmeza nas intenções do rapaz.

Depois deste incidente nada mais grave ocorreu novamente, a paz retornou a casa de Luis, e o amor por Mateus parecia aumentar cada vez mais, Mateus continuava trabalhando com as reives contando sempre com a ajuda Kaio,

Marco e Talles, Luis acreditava que enquanto os três estivem com ele nada poder acontecer entre ele e Douglas.

Dois meses haviam se passado, naquele sábado Luis estava sozinho em casa, todos haviam viajado para uma cidade na divisa com o estado de Minas para organizar uma festa, Luis ainda dormia quando o toque incessante da campainha, ainda de cuecas levantou-se e caminhou ate a porta, meio sonolento abriu a porta e se deparou com a visita mais inesperada possível.

Luis: Fernando?!

Nando: Oi Luis não vai me chamar para entrar?

A surpresa ao ver Fernando diante de sua porta deixou Luis zonzo, sua cabeça girava a tal ponto que pensou que desmaiaria, tentou manter-se firme e não demonstrar ao cunhado os efeitos de sua presença.

Nando: Vai continuar com essa cara de bobo ou vai me chamar pra entrar?

Luis: O que você quer aqui?

Nando: O que mais eu faria aqui meu querido? Vim visitar meu irmão e meu cunhadinho...

Luis: Seu irmão não esta aqui, ele ta viajando a trabalho e você sabe disso por que a Vic também foi com eles.

Nando: Como eu disse, não vim visitar somente o meu irmão, mas você também...

Luis: Cara, eu não tenho nada pra falar com você, então, por favor, vai embora!

Nando: Poxa Luis, achei que a gente já tivesse se acertado, eu não guardo rancor nenhum contra você, e acho que pelo bem da nossa família a gente podia deixar isso no passado e passar uma borracha não é?

Luis: Meu você acha que só por que voltei com o teu irmão eu esqueci tudo que aconteceu no passado?

Nando ficou calado olhando Luis nos olhos, ele por sua vez sentia suas pernas bambas, estava se sentindo mal, a presença de Nando ali ainda lhe mexia muito com os seus sentidos, estava pronto para desabar em choro, mais tentava encontrar dentro de si algo que o fortalecesse, mas mesmo que procurasse. o nó na garganta e a cabeça dolorida e zonza não sumia, a visão foi ficando turva e Luis perdeu as forças nas pernas e desabou desmaiado no chão.

Demorou ainda alguns minutos ate que Luis recuperasse a consciência, quando finalmente abriu os olhos encontrou Nando sentado a sua frente com um misto de preocupação e satisfação estampado no rosto, em suas mãos segurava uma xícara de café que entregou a Luis.

Nando: Toma. Eu fiz pra você, um gole bem amargo de café e você logo vai ficar bem, me diga uma coisa você já almoçou hoje?

Luis: Não comi nada, fiquei com preguiça de fazer almoço só pra mim...

Nando: Ta explicado...

Luis: Então é isso, obrigado por me ajudar, mais agora eu estou muito bem então você já pode ir embora beleza?

Nando: Nossa que hospitalidade em? Eu pensei que você fosse me convidar pra ficar, quem sabe pra dormir aqui hoje?

Luis: Ta de brincadeira né Fernando, o que me motivaria a te convidar pra ficar aqui?

Nando: Aff mano, nós somos parentes agora, mas não se preocupa, o que eu vim fazer aqui foi justamente comunicar que agora eu também moro aqui na cidade. Assim como o Mateus eu resolvi chutar o balde lá com os meus pais, cansei de ser escravo daqueles velhos idiotas e agora proclamei minha independência...

Luis: Fico feliz por você mano, mas não tenho interesse na sua independência então, por favor, vai embora!

Nando: Eu posso ate ir, mas se sentir saudade basta descer um lance de escadas e bater na porta que eu to pronto pra te ajudar!

Luis: O que? Você ta morando aqui no meu prédio, logo no apartamento de baixo?

Nando: Pois é, naquela vez que a gente ainda saia juntos, eu vi que ele tava pra vender e ate procurei a corretora pra comprar, mais ai tudo aconteceu de um jeito meio perturbado que eu desisti. Mas há uns dois meses à corretora me telefonou e me ofereceu o AP, o preço tava bem mais em conta do que da última vez que conversamos ai eu acabei aceitando...

Luis: Porra e precisa ser justamente esse apartamento, por que não comprou outro, em outro prédio, outro bairro, ou melhor, em outra cidade?

Nando: Nossa que frieza, você sabe ser cruel em mano?

Luis: Eu não sou seu mano, não sou seu amigo, não sou nada seu, não quero ver, ouvir ou saber nada sobre você, entendeu?

Nando: Eu já entendi to indo embora fera, mas como já disse to logo ali embaixo, se precisar me chama beleza?

Luis: Vai à merda idiota!

Luis estava visivelmente chateado com a notícia dada por Nando, tê-lo como vizinho significa encontrar e ver ele sempre, e com isso recordar de tudo que havia acontecido entre eles. As feridas no coração de Luis ainda não haviam cicatrizado, e o ódio que nutria por Nando era prejudicial para ele e para aqueles ao seu redor.

O rapaz ainda pensava na visita de Nando enquanto preparava um miojo para o seu almoço, queria achar uma ocupação que tirasse o brutamonte de olhos esmeralda de sua cabeça mais nada o distraia nada afastava aquele rosto de sua mente. Sentado ele olhava o prato de miojo e pensava em todos os momentos que Nando esteve em sua vida, cada discussão, as ofensas, os socos e até mesmo os beijos e juras de amor trocado.

Luis: Se não fosse nosso passado, eu ate conseguiria gostar dele... Não pode ser meu Deus... Eu não posso perdoá-lo, ele me usou... Se bem que eu gostei e aceitei que ele me usasse... Eu também quis aquilo...

Ver Nando havia mesmo mexido com Luis, o rapaz estava entregue as duvidas não sabia reconhecer os seus próprios sentimentos, era difícil pra ele admitir, mas no fundo sabia que ainda nutria algo por Nando, e não ódio como tentava forçar-se a acreditar. Quando se deu conta do tempo em que esteve pensando sobre tudo o que aconteceu, o macarrão já estava frio no prato, o estomago roncava de fome e mesmo não gostando do sabor daquele prato preferiu come-lo logo, quando se levantava para guardar o prato, ouviu novamente a campainha tocar, lá fundo sentiu que poderia ser Nando novamente, mas tentava afastar esse desejo de revê-lo.

O rapaz abriu a porta e novamente se deparou com ele, o brutamonte de olhos esmeraldas e sorriso sarcástico, agora estava ali parado diante dele, vestindo apenas uma bermuda verde muito justa para aquelas coxas grossas, nas mãos trazia uma caneca de café vazia, Luis sorriu por dentro imaginando a desculpa que ele usaria agora.

Luis: Deixa-me adivinhar você quer açúcar não é?

Nando: Juro que não é uma desculpa para voltar aqui, mas estou com uma visita em casa e ela quer beber café só que eu não tenho nem açúcar e nem o pó para o café, então achei que você poderia...

Luis: Entra logo idiota... O café e o açúcar estão no armário, segunda porta da direita.

Nando: Valeu!

Luis ficou olhando o rapaz se levantar na ponta dos pés para alcançar o pote de açúcar, e só ali naquele momento se deu conta de que o rapaz era menor do que aparentava, ele pegou o que havia ido buscar e preparava-se para sair quando uma figura feminina surgiu na porta, era uma garota loira, de olhos azuis e corpo escultural, se fosse hétero Luis certamente ficaria apaixonado pela garota, ela trajava apenas um top branco e uma bermuda jeans que mal tampava-lhe as nádegas.

Nando: O que foi Juliana, por que não esperou em casa?

Juliana: Ai amor eu me sentia muito solitária ali naquele apartamento praticamente vazio, você demorou muito...

Nando: Ta certo vambora que eu já peguei o café!

Luis: Espera Nando não vai me apresentar sua amiga?

Juliana: Ele é um grosso né? Deixa que eu mesmo me apresento, eu sou a Juliana, namorada do Nandinho!

Luis: Prazer Juliana, meu nome é Luis, e eu sou o cunhado do Nandinho!

Juliana: Você é o namorado da Victoria então?!

Nando: Não ele é o namorado do Mateus idiota, a Vic namora o irmão dele, que por acaso você já conheceu... Valeu Luis depois eu pago o café pra ti!

Luis não disse nada aos dois enquanto saiam do apartamento, apenas suspirou ao ver a porta se fechar, então ele havia superado toda a história, e agora namorava aquela periguete, se bem que o gosto dele sempre havia sido mulheres muito lindas e com pouco cérebro e aquela se encaixava bem nesses quesitos. O rapaz pensava muito sobre aquele casal, e chegou a desejar que a moça caísse da escada enquanto descia. Mais o que lhe chamava mais atenção era o fato de Mateus, Kaio e Vic terem escondido dele esse namoro de Nando, por que não disseram nada, e ainda será que eles sabiam da vinda dele para o prédio?

Luis se cansou de se questionar sobre tudo aquilo, tinha certeza de que não gostava de Nando, ou pelo menos fingia ter, e por essa razão resolveu esquecer que o rapaz morava logo abaixo de sua casa, foi para o quarto tirou suas roupas e depois de um banho frio deitou-se na cama.

Dormiu rápido e logo sonhos vieram a sua mente, não soube dizer do que se tratavam os sonhos, mais se recordava de que via Nando, Mateus e Douglas. Não entendeu a razão de ver Douglas em um sonho, não havia gostado do cara, era impossível que seu subconsciente o tivesse guardado com tamanha riqueza de detalhes, estava acordado na cama, tentando relembrar o que havia sonhado quando ouviu barulhos vindos da sala, não acreditava que fosse Mateus e os outros, pois só retornariam no domingo a tarde então, levantou-se bem de vagar e caminhou até a porta, ali se colocou em total silencio tentando ouvir qualquer som que denunciasse quem estava ali dentro.

Demorou algum tempo ate ouvir algum som novamente, e foi justamente o da geladeira sendo aberta, por baixo da porta do quarto era possível ver uma pequena claridade vinda do aparelho, ficou um pouco apreensivo ate que escutou uma conversa de homem pedindo para fazer silencio, com certeza era a voz de Kaio, mais por que ele estava ali naquela hora da madrugada, no radio relógio da cômoda, Luis viu que já passava das três horas da manhã, mais que depressa abriu a porta do quarto e correu até a cozinha, a cara de seu irmão Kaio ao vê-lo ali acordado e com aquela cara de pavor o fez engasgar com o suco de laranja que bebia.

Luis: Kaio o que você faz aqui, você não devia estar trabalhando? E com quem você estava falando agora a pouco?

Kaio: Aff, você quase me matou de susto mano, eu tava falando com a Vic oras, ela ta lá no quarto se arrumando pra dormir, mais e você o que faz acordado há essa hora?

Luis: Kaio não desconversa, me conta o que você ta fazendo aqui?

Kaio: Uai aqui é a minha casa não é, então eu vim embora oras, cansei daquele trabalhinho idiota, o Mateus e o Douglas dão conta sozinhos...

Luis: Mateus e Douglas e o Marco mais o Talles eles não ficaram lá?

Kaio: Os dois nem foram com a gente, já tem uma semana mais ou menos que os dois pediram pra sair do grupo...

Luis: O que? Mais então por que vocês disseram que iriam juntos para Minas?

Onde os dois estão? E que aconteceu para vocês quatro desistirem de ajudar o

Mateus?

Kaio: Olha mano, a gente não queria que você ficasse sabendo, mas não conseguimos trabalhar com o Mateus. Aquele cara não faz nada, só sabe ficar dando ordens, não aceita as nossas sugestões, infelizmente ninguém suporta ele no trabalho além do Douglas!

Luis: Essa história esta muito estranha, pra que me esconder isso, eu não consigo ver uma razão pra isso, me conta direito o que aconteceu!

Kaio: Hoje não mano, minha mina ta me esperando lá no quarto e eu vou farpar, da licença!

Kaio saiu levando consigo uma garrafa de água e Luis ficou ali plantado tentando entender o que estava acontecendo naquela casa, por que tantos segredos, por que esconder coisas tão simples como o namoro e a mudança de Nando, e ainda esta historia de Mateus ser insuportável, dentro daquele apartamento todos se davam tão bem, nunca havia visto uma discussão entre eles, e agora isso, algo não cheirava bem naquela historia, e Luis pretendia descobrir o que era.

No dia seguinte Luis acordou cedo ainda estava preocupado com os últimos acontecimentos, sabia que algo errado estava acontecendo e precisava esclarecer logo o que era, antes que outra surpresa aparecesse. Preparou o café da manhã e esperou que Vic e Kaio acordassem. Por sorte o primeiro a se levantar, foi à garota, ela ainda estava com a cara amassada, vestia uma camiseta de Kaio que mal lhe cobria e andava quase de olhos fechados, ao ver Luis ali sentado lendo jornal se assustou.

Vic: Caramba cunhado, acordado essa hora, quase tive um troço...

Luis: Tive uma péssima noite, ai já que não conseguia dormir levantei preparei um ótimo café da manhã pra vocês e ainda comprei o jornal.

Vic: Nossa mais que cunhado prestativo eu fui arranjar, brigado viu, mas me diz você não conseguiu dormir foi por nossa causa? O Kaio contou que você acordou quando a gente chegou...

Luis: Isso também, mas o que me deixou nervoso mesmo foi à visita que eu recebi ontem, e que por alguma razão me faz acreditar que vocês já sabiam dela!

Vic: Aff, o Nando veio aqui não foi? Eu falei praquele burro não vir antes da gente voltar, desculpa se não te contei antes, e que você e o Mateus andavam se estranhando ai eu preferi não te preocupar mais... Só que aquele cabeça dura não muda nada né, tinha que vir aqui... Agora a gente vai morar aqui...

Luis: Espera você também vai morar aqui?

Vic: Vou, o pai e o Nando discutiram sabe, e ele resolveu vender o supermercado, como eu não queria morar com eles, pedi ao Nando pra morar com ele.

Luis: Pelo menos uma notícia boa, seremos vizinhos, e o Mateus vai ter os dois irmãos bem próximos, mas escuta e aquela sua cunhada nova, muito sonsa ela né?

Vic: Você fala a Barbara ou a Juliana?

Luis: Meu Deus ainda por cima é duas burras?

Vic: Moço o Nando ta o maior pegador, ele vinha a Goiânia quase todo fim de semana e sempre ficava com alguma mulher, meu tio ate proibiu ele de levar mulher pra casa, por que o idiota dormindo de favor na casa dele ainda levava as vadias pra abater lá, essa foi uma das razões dele comprar o AP.

Luis: Meu teu irmão não cresce mesmo, mais eu tava falando da tal de Juliana, ela esteve aqui e foi uma toupeira ate me confundiu com o seu namorado tem lógica nisso?

Vic: Não gosto dela sabe, ela é falsa demais, na presença do Nando falta me pegar no colo, mais longe é uma megera egoísta.

Luis: Mudando de pato pra ganso, me conta por que vocês voltaram de madrugada e por que o Marco e Talles pararam de trabalhar com o Mateus?

Vic: Ai, a culpa foi minha, ontem eu tava numa cólica dos infernos ai pedi pro Kaio voltar, fico ate sem jeito de deixar meu maninho na mão, mais vocês homens nem imaginam como a gente sofre com essas benditas cólicas. Agora quanto ao Marco e o Talles, aconteceu o seguinte, o Marco brigou com um assistente do Douglas, o DJ saca, por que ele ficou fazendo graça da cara do Talles, ai quando Mateus tirou satisfação com ele, o maluco pediu pro Mateus escolher quem ele queria ali, se o amiguinho do Douglas ou eles dois, o Mateus foi direto e disse que o tal assistente era necessário por que só ele entendia das paradas lá da pick up do DJ...

Luis: Ou seja, ele dispensou o Marco?

Vic: Não foi bem isso, ele pediu para os dois não saírem do grupo, mais tu conhece o Marco né?

Luis: Mais e por que eles me esconderam isso?

Vic: Uai por causa da mesma razão que eu não te contei sobre a mudança do Nando, isso aconteceu na mesma época que você brigou com o Mateus por causa do Douglas, eles pensaram que se contassem você ia achar que realmente tava acontecendo algo entre o meu irmão e o Doug.

Luis: Nossa, eu detesto quando me esconde alguma coisa, o pior é que agora eu não acredito em nenhum de vocês, tenho certeza que houve algo mais além de simples comentários por parte de um simples ajudante!

Vic: Desculpa cunhado, mais essa é a verdade, não tem nada escondido... Agora me dá licença que eu vou me trocar!

Luis: Tudo bem, eu vou sair agora também, você e o Kaio podiam fazer o almoço hoje, o Mateus vai chegar faminto e eu acho que vou demorar, tenho que resolver umas coisas na rua.

Vic: Pode deixar com a gente!

Assim que Vic voltou para o quarto, Luis catou as chaves do carro e saiu em disparada pela porta, na cabeça uma única certeza, havia algo de podre naquela historia toda, já não se preocupava com a história da mudança de Nando, a versão contada por Vic o convenceu, agora o que lhe martelava as idéias era o motivo do rompimento de sociedade dos quatro com Mateus. A versão dada por Vic era bem diferente da de Kaio, por que ele não contou sobre as cólicas da namorada na noite anterior, e como uma mulher com cólicas menstruais conseguiria na linguagem de Kaio farpar?

Luis estava terminando de descer as escadas quando se lembrou de quem morava no apartamento logo em frente às escadarias e se arrependeu por não ter esperado o elevador, tentou passar em silêncio e não dar motivos para Nando o incomodá-lo, mas para ironia do destino assim que preparava para pegar o segundo lance de escadas, a porta do apartamento se abriu e Nando surgiu por ela, muito bem vestido em uma camisa social rosa claro, uma calça jeans lisa e um sapato de couro, o rapaz estava elegante, para não dizer bonito, e assim que viu Luis, sorriu e caminhou em direção a Luis.

Nando: Bom dia cunhadinho, como passou a noite, desmaiou de fome de novo?

Luis: Olha meu querido é muito cedo pra você começar com essas suas gracinhas!

Nando: Cara abaixa a bolinha ta, não to com gracinha. Apenas não quis parecer desagradável, se você não gosta de mim paciência, não vou forçar a nada, como já lhe disse eu esqueci o que aconteceu entre a gente, e você devia fazer o mesmo, vê se deixa de ser criança e passa logo uma borracha por cima disso... E quer saber ate pensei em te acompanhar ate o saguão, mas vai te catar beleza!

Luis: Isso mostra sua verdadeira face idiota!

Nando: (risos) É dessa que você gosta né, da cara de mal, de cachorrão, a mesma cara que eu fiz quando te dei aquele trato né?

Luis sentiu seu mundo diminuir, e antes que percebesse já havia esbofeteado a cara de Nando, que ficou parado surpreso com a coragem do branquinho.

Luis: Guardei esse tapa até hoje, como eu desejei lhe descer a mão seu idiota, viado enrustido!

Nando: (gargalhada) Isso foi feio sabia tão fraquinho você... Quando for bater em alguém bata como homem, mulher é quem bate com a palma aberta bichinha!

Luis já estava irritado com aquilo que Nando disse, a raiva parece que simplesmente evaporou, ali estava o Nando verdadeiro e não aquela encenação de bom moço arrependido sorriu de lado e continuou seu caminho, deixando para trás um Nando perplexo, este achava que provocando Luis o faria agredi-lo de novo, mais pelo contrario ele sorriu e o ignorou por completo, Luis ainda conseguiu ver o outro rapaz esmurrar a parede com a mão esquerda, com certeza aquele soco era pra ele, pensou que dali em diante tentaria evitar o possível o brutamonte de olhos esmeraldas.

Já no carro Luis dirigiu em direção a um endereço bem conhecido, sua antiga casa, onde sua mãe ainda morava com seu padrasto Raul e seu irmão Leo. Já diante a porta do apartamento tocou a campainha três vezes ate que sua mãe viesse abri-la.

Laís: Meu Deus que surpresa o senhor me trouxe, um verdadeiro milagre!

Luis: Oi mãe como vai à senhora?

Laís: Eu vou bem, agora a senhora eu não sei, não conheço nenhuma!

Os dois sorriram e se abraçaram, Laís levou o filho pra dentro e na cozinha ele encontrou o padrasto tomando café.

Raul: Eita que bom te ver garoto, achei que havia se esquecido dos seus pais, só o vejo no escritório, e lá não da pra matar a saudade do meu filhotinho caçula né?

Luis: Pois é, sei que estou em dívida, mas também vocês sumiram lá de casa...

Laís: Mas também como você quer que a gente te visite, se sua casa mais parece um hotel, toda vez que a gente vai lá aqueles seus amigos tão espalhados pelos cantos da casa!

Luis: Verdade, mais e aí pai como que anda lá os negócios do escritório, a gente nem tem se falado muito sobre isso né, a seção do Fred tem dando retorno?

Raul: E como tem, o faturamento de vocês, excede a seção do Dr. Rui... É uma pena que o Dr. Frederico já pense em abandonar o escritório, vai ser difícil achar outro tão bom quanto ele...

Luis: Eu sei, mas essa sempre foi à condição do Fred, e também é o sonho dele né, ter o seu próprio escritório!

Raul: E você vai segui-lo não é?

Luis: Vou sim pai, eu sei que te devo muito, mas a minha parceria com Fred é indestrutível, e também trabalhar com o senhor que é meu pai, parece meio que protecionismo, o restante do pessoal não vê com bons olhos, agora com o Fred eu sou reconhecido pelo meu talento e não por ser filho do dono!

Raul: Eu entendo meu filho...

Luis: Mãe cadê o Leo ta dormindo ainda?

Laís: Ta sim, fim de semana pra ele é sagrado dormir até meio dia, desde que começou a trabalhar, dorme cedo e acorda muito cedo, então no sábado vai pra rua com a Manu e no domingo dorme até de tarde!

Luis: Sinto muito, mais hoje não vai ser assim, vou acordar ele, preciso bater um papo serio com ele!

Luis foi ate o quarto do irmão, e como era de se esperar ele ainda continuava com as mesmas manias, a porta estava apenas no trinco e assim que entrou Luis viu a bunda branca do irmão, ele sempre dormia pelado e não tinha o habito de trancar a porta.

Luis: Ei fdp acorda ai!

Leo: ...

Luis: Mano acorda seu idiota!

Leo: Que foi... Quem é o merdinha que ta me acordando?

Luis: Sou eu besta!

Leo: Só podia né (bocejo) o que você faz aqui de madrugada (espreguiçada)?

Luis: Ou besta já é quase meio dia...

Leo: Hoje é domingo não é então é madrugada, o sol só sai às treze horas!

Luis: Levanta ai mano, eu preciso falar com você... E vê se cobre logo essa cobra preta!

Leo: Preta não, chocolate!

Leo se levantou e tratou de vestir uma cueca, assim que se vestiu sentou-se na cama e esperou que Luis falasse logo o que era tão importante para acordá-lo àquela hora.

Luis: Cara preciso te perguntar uma coisa!

Leo: Pergunta oras!

Luis: Você sabe se aconteceu alguma coisa entre o Mateus e os meninos?

Leo: Tipo o que, por exemplo?

Luis contou ao irmão tudo o que sabia, e a razão por estar tão preocupado com aquela história. Leo ouviu tudo caladinho e só depois de pensar um pouco disse algo ao irmão que o deixou ainda mais preocupado.

Leo: Hum, sei de nada não mano, quase não te vejo agora imagina os meninos, a última vez que vi um deles, foi há uns dois meses na casa do Fred, a gente ia sair pra correr no vaca, quando o Marco chegou com o Talles, eu fui falar com ele, e vi que estava muito nervoso, mas não me contou o que tinha acontecido. Quando perguntei por você e pelo Mateus, ele me disse algo que eu não entendi bem, mais pode ser que seja motivado pelo que a Vic te disse.

Luis: E o que ele te disse?

Leo: Cara eu tenho dó do teu irmão o Luis não merece um cara como o Mateus, aquele idiota ainda vai fuder com tudo pode apostar, quando eu perguntei o porquê daquilo, ele desconversou e disse que o Mateus era um idiota e que haviam brigado...

Luis: Você disse que isso foi há dois meses não é?

Leo: É pode crê, faz uns dois meses que não corro, mais o que tem isso a ver?

Luis: Simples, eu briguei com o Mateus por causa do DJ tem mais ou menos um mês, se a briga do Marco com o Mateus aconteceu antes, eu não entendo por que ele não me contou, e se estava tão bravo assim com o Mateus, eu não entendo como eles continuaram a se tratar tão bem dentro de casa, isso está muito estranho...

Leo: Uai mano eu não sei de nada, mais acho que você devia dar o credito pra eles, alguma razão tem, e quem sabe a briga dos dois tenha a ver só com as festas. Se for só isso não há razão para brigarem em casa não é?

Luis: Pode ser mais eu ainda estou desconfiado disso tudo!

Leo: Então por que você não pergunta logo pro Marco a versão dele sobre tudo isso?

Luis: Você tem razão, vou fazer isso agora mesmo, ele deve ta na casa do Fred vou pra lá agora mesmo!

Estava determinado a descobrir tudo que estava por trás daquele emaranhado de mentiras, sabia bem como pressionar Marco para obter o que queria, e sabia que ele não iria esconder nada que Mateus fizesse de errado se questionado.

Luis estacionou diante da casa de Fred, e antes mesmo de descer do carro viu Marco caminhado ao lado de Talles em direção ao portão, permaneceu então ali dentro e sim que os dois saíram, tocou a buzina. Os dois se olharam espantados ao reconhecer o carro de Luis. Meio que a contragosto os dois caminharam ate o carro, Marco não disse nada apenas abriu a porta do carona e entrou, Talles fez um sinal com a mão para Luis e voltou para dentro de casa, Luis ficou sem entender por que aquela atitude era como se os dois tivessem sido pegos com a boca na botija.

Marco: Vai continuar ai parado? Você não veio aqui pra conversar, então dirige logo.

Luis ainda estava atônito não entendeu a atitude do amigo, mais mesmo assim dirigiu até próximo de sua casa. Estacionou diante do bar que outrora foi o lugar do castigo que Mateus lhe tinha dado, e ali resolveu esclarecer tudo com Marco.

Luis: Vem!

Marco desceu do carro e acompanhou Luis até o bar. Assim que sentaram o garçom veio atender os dois, e durante este tempo Luis transbordava de curiosidade e raiva, queria logo perguntar a Marco o que acontecia entre ele e Mateus.

Marco: Antes que me pergunte alguma coisa, ou venha com quatro pedras na mão, me deixaeu dizer uma coisa... Você Luis, por mais que tenha sido a única pessoa que me acolheu quando eu fui expulso pelos meus pais não tem o direito de desconfiar de mim e muito menos, me perseguir por ai como se eu fosse um criminoso...

Luis: Mas eu...

Marco: Eu sei, não estava me perseguindo, mas estava desconfiado de mim.

Simplesmente por que menti dizendo que ia trabalhar com o Mateus e na verdade estava na casa do Talles, eu não te devo satisfação da minha vida, mas se eu não contar a verdade você vai encher essa cabeça oca de idéias erradas e o clima lá em casa vai voltar ao daquele dia, então escuta bem... Sabe o porquê tanto eu como Talles, Kaio e Vic saímos do grupo?

Luis: É justamente isso que quero descobrir, até agora todo mundo mentiu pra mim, cada um conta uma história diferente, e nem vem dizer que você não me contou antes com medo que eu brigasse com Mateus, você sempre defendeu a verdade e essa história eu não engulo.

Marco: Ta eu vou te contar antes que o Mateus volte e você vá buscar a resposta com ele. Nós deixamos de trabalhar com ele, apenas por agora, pois decidimos organizar uma festa de aniversário pra você...

Luis: Aniversário? Pelo amor de Deus, Marco meu aniversário é só daqui a três meses, como assim vocês estavam organizando meu aniversário?

Marco: Realmente, mas a festa que o Mateus quer te dar precisa de muito mais que isso, Talles e eu já estamos a mais de um mês organizando isso. Só o lugar que ele quer fazer a festa precisa de reserva com antecedência de quatro meses.

Luis: Cara, eu não sei se acredito nisso!

Marco: Acreditando ou não, por favor, não conta pro Mateus que eu te falei, ele vai ficar decepcionado...

Luis: Isso ta estranho, eu já falei pro Mateus que não quero festa, ainda mais de surpresa. Da última vez vocês quase me mataram com aquela história sobre a morte do meu pai, o que pretendem agora?

Marco: Um sequestro?!

Luis: Ta de brincadeira, né?

A conversa entre os dois demorou algum tempo, até que voltaram pra casa, mesmo com toda aquela história Luis não acreditava muito no que Marco havia dito, ainda suspeitava que alguma coisa havia acontecido com Mateus que acabou provocando a raiva de todos.

Quando chegaram em casa, Mateus já havia retornado de seu último trabalho e assim que Luis abriu a porta correu para seus braços.

Mateus: Amorzinho da minha vida que saudade de você... Nem quero saber que desculpa você vai dar, mas a próxima você vai junto com a gente ouviu? Mateus se quer deu chances para a resposta de Luis, os beijos sedentos de amor o atordoaram, era um beijo diferente aos que Mateus lhe dava, não era um beijo de carinho, eram mais violentos, mais fortes, parecia que ele desejava engolir a boca do namorado por completo.

Após alguns minutos os dois se soltaram na sala, uma platéia assistia a cena, e no meio dela, uma pessoa que Luis não desejava ver tão cedo, Nando estava lá entre Vic e Marco, seu rosto era serio, e destoava com os outros que sorriam abertamente. Luis fingiu não vê-lo e apertou forte o corpo do namorado, após uma serie de beijos na orelha e pescoço, olhando para Nando disse alto.

Luis: Vamos pro quarto amor, que hoje eu to com vontade de detonar você todinho.

Mateus ficou um pouco constrangido com o comentário de Luis, mais concordou com a cabeça e deixou ser puxado pela mão até o quarto, Luis ainda olhou por cima do ombro a cara de raiva que Nando fazia, sentiu um profundo e delicioso sabor da vitória, e estava decidido a esfregar-lhe na cara toda a paixão que sentia por Mateus.

No quarto Mateus olhava diferente para Luis, e o rapaz quis saber o porquê daquele semblante malicioso no rosto do moreninho gostoso.

Luis: Que foi ta pensando nas maldades que vai fazer comigo é?

Mateus: Também... mô?

Luis: Que foi totoso?

Mateus: Hoje eu posso ser o ativo?!

Luis: Uai claro mozão, só sou o ativo por que você mesmo sempre preferiu assim, sabe que eu adoro ser seu!

Mateus: Num sei o que é, mas hoje to num desejo de te possuir!

Luis: Uiii fiquei até com medo, faz décadas que a jibóia marrom bombom não volta pra casa, será que ainda passa na portinha?

Mateus: Portinha, esse buraco negro? Ixi passa com sobra ainda!

Luis: Vai à merda seu feio!

Mateus: Vou é fazer merda meu gato, depois um banho gelado e to pronto me espera ta?

Luis: Não saio daqui até você voltar meu tesãosão!

Quando Mateus voltou do banho, Luis estava deitado somente de cueca Box branca na cama, o volume que se formou na parte frontal da cueca deixou Mateus com água na boca, o moreninho tirou a toalha que trazia presa a cintura, caminhou ate a cama, sentou-se ao lado de Luis e levou a mão ate o volume do namorado, Luis estremeceu com aquele toque e Mateus sorriu maliciosamente.

Mateus: Hum vamos ver o que meu bebezão ta escondendo aqui! E foi descendo a cueca de Luis, logo aquele monstro branco pulsava deitado sobre a coxa de Luis, Mateus lambia os lábios olhando para aquelas veias grossas e saltadas, a boca foi se aproximando do membro do outro até engolir a cabeça rosada, com a língua ele circulava aquele rolo de carne e babava os pentelhos de Luis, depois de muito degustar a cabeça, Mateus começou a chupar em um vai e vem, o resto do membro do namorado que não cabia em sua boca recebia das mãos de Mateus uma gostosa punheta.

Luis se contorcia, gemia mordendo o travesseiro e chegava a levantar a cintura em direção a Mateus para ver mais um pouco daquele monstro atolado em sua boquinha tão linda.

Depois de algum tempo chupando o namorado, Mateus tirou o pênis da boca e começou a beijar toda sua extensão, não demorou a chegar a seu alvo, os culhões do namorado, o saco de Luis estava intumescido as bolas pareciam ser esmagadas pelo saco, Mateus mordia uma bola por vez e as puxava pra longe de Luis, aquilo era torturante mais ainda assim era maravilhoso receber aqueles carinhos do namorado.

Mateus soltou as bolas de Luis e deixou sua língua escorrer até a terra de ninguém, aquela área entre o saco e o ânus, mordeu, unhou e beijou aquela área, a cada beijo mais saliva descia de sua boca em direção a um lugar em especial, lugar este que Mateus logo alcançou, ele pegou as pernas brancas de Luis colocou-as sobre os ombros e puxou o corpo do namorado pra junto de si, logo o cu do branquinho estava rente aos lábios de Mateus que não se fez de rogado e começou um cunete alucinado, Luis não se aguentava na cama, as pernas tremiam, a visão escurecia, o coração acelerava. Como amava se sentir a mercê de Mateus, amava ser o passivo, sentir a língua de Mateus invadindo-o todo.

Luis mordia a fronha do travesseiro para não soltar um gemido mais alto e ser escutado da sala, mais isso era quase impossível a surra de língua que Mateus lhe pregava o fazia suar, delirar de prazer.

Após muito lubrificar aquele lugar, Mateus soltou as pernas do namorado e num gesto bruto e violento virou o namorado de bruços e sem dó meteu tudo de uma vez em Luis, o rapaz não esperava por aquilo, e um gemido alto e seco se ouviu por todo o apartamento, Mateus lhe rasgava as pregas sem dó, mesmo com toda a saliva ali deixada aquilo descia rasgando. Luis sentia sua carne queimar, o pinto de Mateus parecia inflar dentro de si, e aquilo incomodava, era de longe algo prazeroso, era cruel, sem carinho, não era o Mateus que Luis conhecia.

Luis: Vai com calma Mateus, porra ta doendo!

Mateus: Que isso amor ta nada, isso era a saudade que eu tava sentindo do seu corpo, faz tanto tempo que eu não sou o seu macho, deixa eu te arrombar, vai meu gatinho, faz seu garanhão feliz, faz teu cavalo gemer dentro de você, vai minha putinha rebola na caceta do teu dono!

Luis não disse mais nada à força que Mateus o segurava com certeza deixaria marcas em sua pele branca, mas o que deixaria marcas inesquecíveis era o modo que Mateus havia se referido naquele instante, aquela era uma face do moreno que Luis não conhecia, violento, possessivo, uma pessoa que não se preocupava com os sentimentos do outro.

Luis afundou a cara no travesseiro e deixou Mateus se fartar de seu corpo, a cada estocada mais forte, gemia de dor, e sentia algo quente descer de seu ânus, tinha certeza que era sangue, e também pudera, há quanto tempo não se via sendo dominado por alguém, desde Nando não recebia um tratamento tão ativo quanto aquele, e Nando havia sido o mais gentil possível, Luis tremia e chorava nos atos finais de Mateus, sentia o saco do moreno tocar-lhe o seu, e isso era a prova de que os mais de vinte e três centímetros de pica do namorado estavam todos atolados em seu cu todo arrombado.

Mateus soltou um urro e Luis pode sentir um líquido quente preencher seu interior, aquilo descia picando o seu corpo, era como se houvesse cortado o dedo e colocado sal na ferida, era a pior sensação de sua vida, sentia-se violado, agredido pelo amor de sua vida.

O moreno tirou o pênis já mole de dentro do namorado, e viu o estrago, Luis pode ver o sorriso de satisfação ao ver o estrago provocado, ele ainda se divertia com o que havia feito a Luis.

Mateus: Vou tomar banho, já volto depois você vai e troca os lençóis você melou eles com o seu sangue!

Luis não entendia quem era aquele homem que estava ali no quarto com ele, quem era aquela pessoa diabólica que o castigará duramente, não era o seu amado Mateus, não era o moreninho de sorriso doce, olhos esmeralda e hálito melancia, não era mais. Aquele de longe era o seu pequeno príncipe, era algo novo, diferente algo desconhecido.

Quando Mateus voltou do banho, Luis estava deitado sobre os lençóis limpos, vestiu uma cueca após se limpar com os lençóis da cama e agora tinha bunda virada pro alto, pois não suportava nem a idéia de algo encostar-se a ela novamente. Chorava em silêncio, estava decepcionado com o namorado, não acreditava que aquilo havia acontecido de verdade.

Mateus: Ta chorando por que meu amor?

Meu Deus agora Luis se perdia de vez, o doce e amado Mateus havia voltado do banho, da mesma forma que o monstro de minutos antes.

Luis: Nada!

Mateus: Ninguém chora por nada Luis, vai conta aqui pro seu mozão o que aconteceu?

Luis: O que aconteceu? Olha aqueles lençóis no chão Mateus, foi aquilo que aconteceu, olha quanto sangue tem neles, você fez isso comigo, me machucou como ninguém jamais fez, eu me entreguei e você foi sacana comigo...

Mateus: Meu amor me desculpa, perdi a razão, estava com tanto tesão que nem raciocinei, eu não queria te machucar, juro, me perdoa!

Luis: Me esquece Mateus, amanhã a gente conversa!

Mateus: O que? Amanhã uma ova, a gente vai falar é agora, eu estou cansado dessa sua teatralidade, dessa mania de se fazer de vítima, caralho tu deu pro

Nando. Olha o tamanho da rola daquele homem, tenho certeza que tu não chorou quando deu pra ele né, com ele foi gostoso, agora com o seu namorado o cara que você diz amar, dói, machuca, sai sangue... Vai a puta que te pariu Luis!

Luis: Olha o que você ta falando Mateus... Não faz assim, não destrói o que ainda resta entre a gente, eu te amo, não toca nesse assunto!

Mateus: Ama o escambau, quem ama de verdade não chora depois de transar com o objeto desse amor, vai, fala, você chorou quando deu pro meu irmão, fala, ele mete melhor que eu? É isso?

Luis: Você quer saber... Mete sim, mete gostoso, ele é homem de verdade, não precisa usar de violência pra me ter, entregue nos braços dele, saiba que com ele eu fui às alturas, gozei muito e até desmaiei de tanto prazer!

Nesse momento da discussão Luis estava sentado na cama diante de Mateus que vestia suas roupas. Quando Luis terminou de dizer aquilo tudo sobre Nando, Mateus virou-se pra ele e deu um soco em sua cara, levantou-se da cama e saiu porta afora.

Luis ficou ali deitado, chorando com as mãos no local socado, doía muito seu rosto, ele não esperava aquilo do amor de sua vida, as lágrimas molhavam o travesseiro, os soluços eram insuportáveis, mais nada poderia ser pior do que se sucedeu. De pé na porta, uma figura conhecida sorria escancarado, Nando curtia sua desforra.

Nando: Então eu te dei tanto prazer assim viadinho, gostou da rola do macho alfa aqui e agora não consegue dar no coro com o projetinho de gente do meu irmão, vocês me envergonham, nem preciso dizer mais nada né, depois disso tenho certeza que Mateus vai abrir os olhos e enxergar que já é hora de crescer, de deixar de ser o eterno pequeno príncipe que tenta proteger e amar a rosa possessiva, demoníaca e destrutiva. Isso é o fim pra vocês dois!

Nando se virou e saiu do quarto, deixando Luis da mesma forma que estava antes, só que agora em silêncio. Por mais estranho que aquilo parecesse às palavras de Nando doeram mais que a violência cometida por Mateus, aquilo foi o golpe final, o golpe de misericórdia.

Depois daquela noite, Mateus deixou o apartamento de Luis, e não deu mais sinal de vida. Este último por sua vez vivia sua miserável vida como se nada houvesse acontecido. Como sempre saia para trabalhar, conversava com os amigos e até arriscava uma saída no fim de semana para tomar uma cerveja no bar da esquina.

Era evidente que naquela casa, a única pessoa contra todo o incidente envolvendo Luis e Mateus, era Kaio que via seu namoro com Vic ameaçado. Envergonhada pelo que o irmão fez e disse, a menina evitava visitar o apartamento, e Kaio era obrigado a vê-la no AP de Nando, o qual não perdia a oportunidade em alfinetar o cunhado.

Em casa Luis tinha o apoio incondicional de Marco e Talles, os dois por alguma razão afirmavam que aquela decisão havia sido a melhor a se tomar, e que Luis só tinha a ganhar se livrando do estorvo de olhos esmeraldas.

Por mais que parecesse feliz, por dentro Luis se roia de saudades do namorado, e até já se via como o culpado pelo rompimento. Em sua cabecinha desnorteada acreditava que Mateus havia agido daquela forma por impulso e não por maldade, era apenas seu desejo gritando para explodir.

Luis: Marco vem aqui!

Luis estava em seu quarto e chamou o garoto até lá, algo ainda martelava em sua cabeça, e era à hora de tirar aquela história a limpo.

Marco: Diz!

Luis: Senta... Eu quero te fazer uma pergunta. Diga-me o porquê, você afirmar com tanta veemência que foi melhor eu terminar com o Mateus? Você sabe de alguma coisa e não me contou?

Marco: Não de novo essa história, eu não sei de nada fera, sempre fui muito sincero com você e não será agora que vou mentir, nunca vi, ouvi nada que atestasse como mau-caratismo a atitude do Mateus, só que eu não gosto daquele Douglas e muito menos da amizade dos dois, não quero dizer com isso que acho que os dois estão tendo um caso, o Douglas pelo que conheço dele é muito hétero, o que me incomoda nele, é...

Luis: É?

Marco: Não sei se devo falar, mas não vou esconder o que vi e penso sobre ele... Aquele cara é um viciado de marca maior e não é só isso ele trafica também e usa as festas que a gente faz pra faturar em cima. Acho que Mateus o conhece da época em que usava drogas...

Luis: Então, a história da festa é mentira?

Marco: É sim, nós paramos de trabalhar com ele, foi por que um dos drogados amigo do Douglas tentou vender êxtase para o Talles e eu achei isso muito cara de pau saca... Não nasci pra viver no meio de drogados, e outra se baixar policia numa dessas festas, todos os organizadores vão presos sem saber de nada...

Luis: Sei, mas o Douglas usar drogas não prova que o Mateus também use, você não acredita na recuperação dele?

Marco: Foi exatamente por não saber se ele usa ou não essas porcarias que eu evitei te contar, e acabei inventando aquela história sobre festa e tal. E também de uns tempos pra cá você e ele vivem brigando, acho que nenhum romance onde há mais brigas do que carinho perdure por muito tempo, e acho que quanto mais cedo acabar, melhor é!

Luis agradeceu a sinceridade do amigo, o abraçou e ficou sozinho no quarto. Assim que fechou a porta correu para sua cama e pegou o notebook, alguém surgiu na tela do computador, alguém que conversava com o rapaz via webcam.

Luis: Então Cello o que você achou disso tudo?

Cello: Como eu te disse, a história da festa era muito estranha pra ser verdade, mas com tudo que o Marco disse acredito em uma coisa, o Mateus ainda usa drogas sim!

Luis: Por que você pensa assim?

Cello: Por que só o efeito de drogas causaria essa mudança repentina no Mateus, mano eu se fosse você procurava uma forma de tirar essa história a limpo. Por mais que ele tenha te machucado, se for motivado por droga, você precisa ajudá-lo, afinal ele esta doente e precisa de socorro médico.

Luis: Não sei se serei capaz disso, mas irei falar com a irmã dele, e talvez encare o Nando também, já é hora de crescer e parar com essas briguinhas entre a gente!

Cello: Isso! Atitude de homem. Vai lá e resolve isso agora, depois à gente conversa, e se possível passa lá no conto tenho uns amigos que estão loucos para te conhecer!

Luis: É? E qual é o nome deles?

Cello: Nossa são tantos, mais tem o Alex, Kaio, Erik, Viini, são super amigos meus, já tenho eles como irmão, e gostaria muito de mostrar uma foto sua pra eles!

Luis: Ixi cara, me deixa pensar sobre isso, ai te falo se pode mostrar ou não essa foto, e assim que resolver tudo isso eu entro lá no conto sim, tenho que ver como estão nossos leitores né? Então até mais, xauxau!

Cello: Beijo brother!

Luis fechou o notebook e saiu em direção ao AP de Vic e Nando, o que Cello havia dito fazia sentido era preciso tirar aquela história a limpo e se isso significasse ter que encarar seu maior inimigo, faria isso com gosto.

Luis bateu na porta do AP, e logo Vic a abriu, sua surpresa foi enorme, jamais esperava ver o cunhado ali naquela casa.

Vic: Lui aconteceu alguma coisa?

Luis: O Nando está Vic?

Vic: Tá sim, ta lá no quarto dele!

Luis: Chama ele, eu preciso falar com vocês dois!

Vic meio ressabiada saiu para chamar o irmão, esquecendo até de convidar o cunhado para entrar, ele então permaneceu ali parado na porta, a espera dos dois. Nando surgiu no corredor com uma cara amassada e de poucos amigos, parecia querer matar nosso herói.

Nando: Fala fresco o que você quer comigo, vai me dizer que já quer me cantar?

Luis: Deixa de palhaçada Nando, o assunto é sério, precisamos conversar... É o Mateus.

Nando: O que tem o meu irmão? Aconteceu alguma coisa? Entra!

Luis entrou e logo se sentou em uma poltrona ali no meio da sala.

Luis: Vic vem aqui você também precisa ouvir o que eu tenho a dizer!

Nando: Anda fala logo garoto, o que aconteceu com o meu irmão?

Luis: Olha tenho certeza que vocês estranharam minha visita, e sabem que jamais viria aqui se o assunto não fosse grave... Pois bem, eu acredito que o Mateus esteja usando drogas novamente!

Nando: Faça-me o favor né, por que vai difamar o meu irmão agora, só por que ele te chutou?

Luis: Vic é verdade ou não que o amigo de vocês, o tal de Douglas é usuário e traficante de drogas, e que ele usa os shows pra traficar, e que o Mateus sabe de tudo isso e não faz nada para evitar?

Nando: Isso é verdade Vic?

Vic: É.

Nando: Meu Deus, você sabia e não fez nada, devia ter me contado logo que descobriu!

Vic: Mas eu conversei com o Mateus e ele jurou que não usava mais, e que precisava do DJ e por isso não ia contra o Douglas...

Luis: Vic, pelo amor de Deus, a tantos DJs por ai, até mais baratos que esse ai, por que justamente ele... Isso é por que ele é o fornecedor do Mateus!

Nando: Não vamos nos precipitar gente... Vic você sabe onde esse tal de Danilo mora?

Luis: É Douglas o nome do peste!

Nando: Tanto faz!

Vic: Ele mora no Bueno, já estive lá com o Mateus uma vez, mas a gente nem desceu do táxi, sei a rua e o prédio, mas não sei o número do apartamento.

Nando: Certo, e a rua você sabe?

Vic: Não sei o nome da rua, mais sei como chegar lá!

Nando: Beleza, então a gente vai lá!

Luis: Eu vou esperar lá em casa, qualquer notícia vocês me avisam!

Nando: Não, você vai com a gente?

Luis: Sinceramente... Não acho que devo, eu já falei o que sei e penso, agora é com vocês, não há razão para que eu vá com vocês, não me dou com esse cara, e se o Mateus estiver lá, sou capaz de bater nos dois.

Vic: Acho que ele ta certo Nando, se o Mateus estiver usando drogas mesmo, e ver ou saber que foi o Luis que o entregou, a história dos dois vai feder ainda mais!

Nando: Ta certo, Vic vai descendo pro estacionamento que eu preciso bater um papo aqui com o Luis!

Vic assentiu com a cabeça, pegou a bolsa e saiu em direção ao estacionamento, Luis esperava mais uma das ofensas de Nando, mais desta vez pretendia um revide diferente ao habitual, iria mostrar a Nando o quanto havia amadurecido nestes poucos dias.

Luis: E então o que você quer me falar?

Nando: Por que você se deu ao trabalho de vir avisar sobre o Mateus, mesmo depois de tudo que ele te fez?

Luis: Não sei, só sei de uma coisa que eu já amei muito aquele cabeça dura, e também que ele já me fez muito mal, mas mesmo assim não consigo desejar nada de ruim pra ele, fico preocupado, não quero essa vida pra ele, quero somente o melhor pra meu menino.

Nando: Você ainda ama ele?

Luis: Não sei... Sinceramente não sei de mais nada, simplesmente percebi que não consigo definir o que sinto por ele, não é ódio, não é raiva, e não sei se é amor, nem você eu consigo odiar, e olha que eu tenho todos os motivos pra te detestar, mais mesmo assim cá estou eu de guarda baixa, me abrindo pra você, mesmo sabendo que pode usar isso contra mim no futuro.

Nando permaneceu em silêncio observando o rosto sereno de Luis, havia algo diferente nele, era como se houvesse desistido de lutar, e que agora era passivo a tudo e a todos, mas mesmo assim gostou daquele novo Luis, era uma face que ele não conhecia do rapaz, o lado sincero e verdadeiro. Luis estranhou ao sentir-se abraçado por Nando, um abraço apertado, saudosista e que balançou suas estruturas.

Nando: Obrigado. Do fundo do meu coração obrigado, por tudo, por você ser como é, por cuidar dos meus irmãos e não guardar rancor de mim, prometo tentar não brigar ou brincar com você de novo!

Luis apenas assentiu com a cabeça e ficou ali parado diante a porta, enquanto Nando a trancava e preparava pra sair. Antes de começar a descer as escadas ainda olhou para trás e sorriu para o rapaz. Como aquilo parecia estranho, não era comum ao brutamonte ser gentil e ainda mais agradecer, era também para Luis uma face desconhecida de Nando.

Depois de alguns minutos se recuperando do choque Luis retornou ao seu apartamento e contou o que fez a Marco e Kaio. O primeiro detestou a idéia de ver Luis preocupado com Mateus e o segundo se viu a beira de um ataque de nervos, se Mateus realmente estivesse usando drogas dificilmente Luis reataria com ele, e Vic voltaria a ficar distante.

Luis: Kaio me explica uma coisa, o Marco me contou a verdade sobre o trabalho de vocês com o Mateus e você ainda vai continuar mentindo sobre isso?

Kaio: Cara nem tenho cabeça agora pra mentir pra tu maninho, então vou bater a real, aquele dia eu fiz uma cagada e a Vic descobriu, a gente só veio embora por que ela disse que era hora de vir embora ou terminar o namoro, só que eu preferi não te contar a verdade, por que se não você me mataria!

Luis: Que cagada foi essa Kaio?!

Kaio: Eu tomei um comprimido de azulinho!

Luis: Não brinca, você tomou Viagra?

Kaio: Aff... Foi um colega da escola, disse que tomar um na nossa idade dava umas doze horas direto de ereção e eu quis experimentar, só que tomei lá no backstage do show, ai a Vic viu o remédio na minha bolsa, e eu fui obrigado a contar. Ela me fez voltar imediatamente, e por sorte o remédio não fez efeito até a gente chegar em casa. Àquela noite seu mano aqui conseguiu dar cinco seguidas e só não deu mais por Vi arregou.

Marco: Francamente, você me enoja sabia!

Luis caiu na risada e ali percebeu o quanto sua atitude autoritária e o desejo de ser como um pai para os dois o estava prejudicando. Antes os dois confiavam nele, e não escondiam nenhum segredo, agora nem mesmo as mancadas do irmão ele sabia, era realmente à hora de mudar.

Naquele dia Luis não teve notícias de Mateus e não quis ligar pra Vic ou ir até sua casa, esperou que um deles viesse contar o que acontecia com o ex-namorado.

Luis acordou no dia seguinte feliz com sua nova versão, a passividade lhe caia muito bem, e por mais difícil que tenha sido sua última transa, foi à atitude de Mateus que proporcionou aquilo tudo.

Kaio havia acordado mais cedo que Luis e preparava o café da manhã antes de ir para a escola. Marco ainda dormia, quando Luis ouviu baterem na porta, ansioso correu até ela e ao abrir viu Nando com um sorriso de orelha a orelha.

Luis: Entra!

Nando: Lui você não vai acreditar!

Luis: Lui?!

Nando: Aiai, me desculpa pela intimidade cara, mais é que estou feliz!

Luis: De boa, mas conta ai o que aconteceu com o Mateus, teve notícias dele?

Nando: Você não vai acreditar no que aconteceu mano imagina só eu e a Vic chegamos lá no tal prédio e perguntamos para o porteiro se tinha algum Danilo morando lá...

Luis: Douglas.

Nando: Tanto faz, ai como eu dizia, o porteiro confirmou que sim, mas não disse em qual apartamento, e nem quis interfonar pro cara mesmo com a gente insistindo muito. Como eu estava disposto a descobrir o paradeiro do meu irmão, resolvemos montar campana na porta até o f.d.p sair. Nossa a gente ficou lá umas duas horas esperando e nada do Mané aparecer. Quando eu tava quase indo quebrar a portaria do prédio, a Vic viu a namorada do Douglas descendo de um táxi, ai a gente correu até ela, e explicou que precisava falar com o namorado dela e que o porteiro não deixava a gente subir.

Luis: Ai ela ajudou vocês?

Nando: Que nada, ela quase bateu na Vic.

Luis: E por que isso meu Deus?

Nando: Ela disse pra Vic que graças ao viadinho irmão dela, o Danilo estava preso...

Luis: Dou-glas!

Nando: Ai tanto faz, deixa eu terminar... Ai ela disse que o Mateus foi até a casa do namorado dela o acusando de batizar a bebida dele, que por culpa do cara lá, ele havia feito uma besteira com o amor da vida dele, que ele era um traficante de merda e ia entregá-lo pra policia...

Luis: Você ta brincando né?

Nando: Pior que não, e você não sabe da maior, o pai do cara ouviu a conversa e foi tirar satisfação com o Mateus, que jogou merda no ventilador de vez, ai o cara quis bater no Mateus né, mais o pai dele entrou no meio e não deixou e o pior de tudo o prendeu em cárcere domiciliar, o pai dele é policial federal cara, o fodido agora ta perdido, a namorada burra dele disse que o coroa vai dar um jeito nele a força, que ele vai apanhar como nunca apanhou na vida!

Luis: Mas isso não é nada, achei que ele tivesse sido preso de verdade na cadeia!

Nando: Não importa onde ele ta preso, o que importa é que nos livramos dele, e que o Mateus realmente se afastou de vez das drogas, e que o que ele te fez foi por culpa desse DJ.

Luis: E onde ele ta agora?

Nando: Você não vai acreditar mais eu liguei pra minha mãe hoje, e ela me disse que ele ta lá em casa, que já tem uns dias que ele chegou lá chorando e que desde então se mostrou ser outra pessoa pra ela, que ele voltou a ser o pequeno príncipe dela de novo!

(24)

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 6 estrelas.
Incentive Contosdolukas a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.
Foto de perfil de ContosdolukasContosdolukasContos: 455Seguidores: 99Seguindo: 41Mensagem Jovem escritor! Meu email para contato ou trocar alguma ideia (contosdelukas@gmail.com)

Comentários

Foto de perfil genérica

Quando eu penso que o Luis vai aprender o cara me decepciona novamente...agora ele uma pessoa Passiva? ele já era feio de otário mesmo sendo reativo, imagina agora?!! O Mateus pode até não ter ficado com esse Douglas, mas o melhor para o Luis é ae manter afastado dele e viver sua vida.

0 0
Foto de perfil de Pedro Vinicius

Pior que todo mundo parece esconder algo do Luis.

0 0
Foto de perfil genérica

Se os amigos ainda estiverem escondendo algo do Luis, só mostram que não são amigos de vdd, como eu já tinha citado uns capítulos atrás.

Ansioso pelo desfecho desse conto e desejo muito que o Luis esqueça o Mateus de vez!

0 0